Sinopse: Um poeta de idade avançada está hospedado em um hotel e acredita que irá morrer. Recebe visita dos seus filhos e se encanta ao enxergar duas jovens que estão hospedadas no mesmo prédio.
Hong Sang-Soo se tornou oficialmente o queridinho dos cinéfilos porto alegrenses, já que um ou dois filmes por ano desembarcam na capital, seja na Cinemateca Capitólio Petrobras ou em uma das salas de cinema da Casa de Cultura Mario Quintana. Motivos é o que não faltam, pois se percebe em seus títulos como, por exemplo, "Lugar Certo, História Errada"(2015),"Na Praia á Noite Sozinha"(2017),"O Dia Depois"(2017) e "A Câmera de Claire"(2017) de que são obras das quais ele tenta se expressar e nos dizer o quanto é dificil ele conviver entre os erros e acertos da vida e de relacionamentos não resolvidos. "Hotel ÀS Margens do Rio" segue essa jornada do cineasta que talvez tenha chegado ao seu final, ou não.
O filme conta a história de um poeta de idade avançada e que se sente convencido que irá morrer muito em breve. Achando em que está em sua reta final, ele decide se hospedar em um hotel e chama seus filhos para visitá-lo, mas no mesmo local, há também duas jovens, sendo que uma sofre por ter sido traida pelo homem com quem ela convivia. Em determinadas ocasições esses personagens irão se cruzar em situações no minimo curiosas.
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Hong Sang-Soo procura falar através dos seus personagens que ele apresenta, já que eles nada mais são que alter egos de sua pessoa. Ao ouvirmos, por exemplo, os pensamentos do do poeta, seriam na realidade os pensamentos do próprio cineasta vindo a tona e dos quais ele fala um pouco sobre o mundo em volta. Se há ainda alguma dúvida que os personagens são uma representação do cineasta, a figura dos filhos do protagonista, ambos realizadores de filmes, sintetizam muito bem essa minha teoria.
Em contrapartida, o cineasta novamente coloca a sua musa em cena. Min-Hee Kim tem sido uma figura constante em sua filmografia, sendo que ela é uma espécie de inspiração, além de conflito, do qual ele trabalha ao longo dos anos. Aqui, a sua personagem fala de uma relação conturbada do passado e nos dando a entender que, talvez, esteja falando do próprio cineasta que se encontra por detrás da câmera.
Assim como em seus filmes anteriores, Hong Sang-Soo faz questão de colocar os seus personagens sentados na mesa, seja comendo ou bebendo, onde então eles possam colocar para fora os seus conflitos. Se nota nesses momentos que a sua câmera se encontra sempre em movimento, como se não quisesse perder nenhum detalhe da expressão dos seus respectivos personagens e sintetizando momentos de puro conflito interno que sai dentro deles. Na medida que o filme se aproxima para o seu final nós tememos pelo pior, porém, é o desejo que Hong Sang-Soo tem na medida que ele se expressa, tanto pelos seus personagens, como também pelo andar da história.
Com uma bela fotografia, "O Hotel Às Margens do Rio" é mais um capitulo dessa cruzada particular que Hong Sang-Soo fala sobre seus desejos, arrependimentos e redenções que ele tanto almeja alcançar.
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