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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Cine Especial: No dia Das Bruxas Assista: 'Caixa Preta'

Sinopse: Nolan (Mamodou Athie) é um homem que sofreu um acidente grave e perdeu boa parte de sua memória. Entretanto, um tratamento experimental faz com que o jovem tenha suas memórias de volta, mas no percurso algo de estranho acontece.  

Enquanto alguns gêneros cinematográficos atualmente sofrem pela falta de originalidade em suas histórias, o gênero de horror e suspense, por sua vez, cada vez mais vem nos surpreendendo em originalidade e cuja as tramas atuais cada uma tem muito a dizer. Em alguns casos como, por exemplo, "Corra" (2017), há um uso de ficção científica, mas emoldurado com questões sociais e com bom uso de tensão psicológica. "Caixa Preta" (2020) lembra em alguns momentos o filme de Jordan Peele, mas ganhando personalidade na medida do possível.  

Dirigido por Emmanoel Osei-Kuffour, do curta "Born With Ir" (2015), o filme conta a história de Nolan (Mamodou Athie) é um homem que sofreu um acidente grave e perdeu boa parte de sua memória. Entretanto, um tratamento experimental faz com que o jovem tenha suas memórias de volta. Porém, na medida em que ele avança em busca de suas memorias, algo de aterrador vem a descobrir sobre o que há realmente escondido dentro de sua mente. 

O filme nasceu da recente união entre Amazon Prime com o estúdio Blumhouse, do qual é responsável por grandes sucessos do horror do cinema recente, como no já citado "Corra", "Halloween" (2018) e a nova versão de O Homem Invisível (2020). Se formos analisarmos mais a fundo com relação a esse primeiro projeto, podemos constatar também que é um dos primeiros filmes "pós Jordan Peele", pois embora o diretor tenha feito somente dois grandes filmes de horror, vide "Corra" e "Nós" (2019), foi o suficiente para marcar a nossa época. Por outro lado, "Caixa Preta" também é consequência da série "Black Mirror", cuja as tramas transitam entre ficção, horror, mas com um alto grau de realismo e que fala até mesmo sobre o nosso mundo real em que vivemos.  

O grande acerto de "Caixa Preta" é de jamais se apressar com relação ao que está acontecendo. Nolan, por exemplo, nos é apresentado como alguém analisando a sua realidade em volta, tentando se conectar com algo familiar, mas tendo sempre a sensação de que tudo isso nunca fez parte de sua vida.  Emmanoel Osei-Kuffour dirige de forma segura, onde suas cenas possuem símbolos e charadas para serem decifradas, mas que podem elas serem muito melhor apreciadas em uma segunda revisão da obra. 

Já o papel da ficção e terror eles são fundamentais para a trama, mesmo quando temos uma ligeira sensação de Déjà vu ao longo da história. Se por um lado há elementos da história já vistos em outros filmes, por outro, tudo é encaminhado em uma revelação que nos é apresentado e nos pega desprevenidos no final do seu segundo ato. Vale destacar a ótima atuação de Mamodou Athie como Nolan, do qual consegue construir um personagem sempre confuso a todo momento e tentando descobrir o que acontece consigo mesmo.  

O filme somente derrapa em seus minutos finais, como se fosse uma obrigação que todas as pontas soltas fossem bem amarradas para nos agradar. Não que isso prejudique a obra como um todo, mas nos dá a sensação de que faltou algo, pois pelo do caminho em que a trama estava se enveredando, ela poderia ir muito mais além do que foi apresentado. De qualquer forma, é um filme que nos prende do começo ao fim e que nos faz pensar sobre os mistérios da mente de cada um de nós. 

"Caixa Preta" é mais um bom exemplo dessa nova leva de bons filmes de horror que transitam entre o fantástico, mas que consegue fazer a gente pensar com relação ao seu conteúdo como um todo. 


Onde Assistir: Amazon Prime 


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terça-feira, 13 de outubro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Crimes de Família'

Sinopse: Alicia (Cecilia Roth) é uma mãe que se encontra desesperada para fazer com que seu filho Daniel (Benjamín Amadeo), acusado de tentar matar a ex-mulher, não seja preso. Durante o processo, Alicia acaba descobrindo algo que mudaria o rumo de sua vida para pior. 

Tanto "Casa Grande" (2014) como "A Que Horas Ela Volta?" (2015) foram filmes brasileiros que melhor souberam levar para as telas o real papel entre patrões e empregados em território nacional e que em alguns casos, infelizmente, não é das mais amistosas. Além de colocar na mesa o lado hipócrita desse quadro, há também questões muito mais espinhosas e que, aos poucos, o cinema novamente nos revela e para assim obtermos uma boa dose de reflexão.  Eis que então chega o filme argentino "Crimes de Família" e que nos mostra que horror vindo de dentro da própria casa pode sim ser combatido, desde que o bom senso fale mais alto.

Dirigido por Sebastián Schindel, o filme acompanha Alicia, interpretada pela atriz Cecilia Roth do filme "Dor e Glória" (2019), uma mãe que se encontra desesperada para fazer com que seu filho Daniel (Benjamín Amadeo), acusado de tentar matar a ex-mulher, não seja preso. Durante o processo, Alicia enfrentará algo também vindo de sua empregada e gerando desdobramentos imprevisíveis dentro de sua vida.

De forma muito bem dirigida, onde destaco apresentação dos personagens principais através de retratos no início do filme, Sebastián Schindel cria duas linhas narrativas, mas das quais ambas envolvem os mesmos personagens. Na medida em que a trama avança, logo estas duas linhas se entrechocam e revelando do porquê aqueles personagens terem chegado até aquele ponto. As revelações são surpreendentes, muito embora não se revele a real face de determinados personagens de imediato, mas sim de forma gradual e para que assim possamos julgá-los melhor.

Neste último caso, isso é sintetizado pela presença da protagonista Alicia, da qual podemos em um primeiro momento julgá-la de forma precipitada, pois no primeiro ato da trama ela age pelo coração e quase nunca pela razão. Porém, aos poucos, ela percebe que sua realidade em volta existia somente uma camada fina que a separava da real verdade que estava bem a sua frente, mas da qual ela ignorava devido aos laços de sangue. Cecilia Roth dá um verdadeiro show de interpretação, pois a sua personagem é alguém que vive em volta de recursos, mas não os suficientes para comprarem os seus princípios e nos surpreendendo ao vermos a mesma amadurecendo com relação a isso.

O filme nos lança em um debate sobre até que ponto podemos proteger os nossos entes queridos e reconhecer que os mesmos precisam sim serem julgados pelos seus atos. Ao mesmo tempo, o filme retrata o lado cru do estado contra os empregados domésticos, assim como a justiça é, por vezes, ineficaz para ajudar mulheres que precisam serem ouvidas contra a tirania e a insanidade vinda do próprio homem. O filme, portanto, toca em diversas feridas, mas que também nos mostra como elas podem serem cicatrizadas.

"Crimes de Família" é um retrato de um caso policial, mas que pode muito bem representar diversos pelo mundo a fora, mas que ainda não nos damos conta. 

Onde Assistir: Netflix  


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