Sinopse: O lendário herói arqueólogo está de volta neste aguardado capítulo final da icônica franquia, uma incrível e empolgante aventura cinematográfica.
A trilogia "Indiana Jones" é apontava quase sempre como um dos melhores filmes de aventuras de todos os tempos. Isso se deve ao fato que a dupla Steven Spielberg e George Lucas terem feito os três filmes de acordo com a sua formação cinéfila, já que ambos cresceram assistindo as antigas matines onde determinado herói se metia em diversas enrascadas. Tudo isso embalado com velhas fórmulas de se fazer cinema e do qual sentimos um peso maior em cada uma delas.
O mesmo não se pode dizer de "Indiana Jones - O Reino da Caveira de Cristal"(2008), que embora seja bem filmado por Spielberg ele se perdia por algumas ideias forçadas de George Lucas e pelo fato de usar abusar do CGI que envelheceu mal nos últimos anos. Parecia, portanto, difícil de imaginar que um dia veríamos novamente Indiana Jones nas telas, principalmente pelo fato de Harrison Ford estar em uma idade muito avançada. Mas eis que surge "Indiana Jones e o Chamado do Destino" (2023), filme que não somente supera o capítulo anterior como também dá um final mais digno para esse rico personagem.
Dirigido por James Mangold, que dirigiu o filme "Logan" (2017), o herói lendário, Indiana Jones, encontra-se em uma nova era, aproximando-se da aposentadoria. Ele luta para se encaixar em um mundo que parece tê-lo superado. Mas quando as garras de um mal muito familiar retornam na forma de um antigo rival, Indiana Jones deve colocar seu chapéu e pegar seu chicote mais uma vez para garantir que um antigo e poderoso artefato não caia nas mãos erradas. Mas, desta vez, ele tem o sangue de uma nova geração para o ajudar nas suas descobertas e na sua luta contra o vilão Jürgen Voller (Mads Mikkelsen). Acompanhado de sua afilhada, Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge), o arqueólogo corre contra o tempo para recuperar o item que pode mudar o curso da história.
O filme começa exatamente na fase dourada do personagem, onde vemos um Indiana Jones ainda jovem e tendo que enfrentar diverso nazistas na reta final da Segunda Guerra. Se o filme custa mais de duzentos milhões de dólares boa parte deste investimento foi investido para rejuvenescer Harrison Ford, pois o CGI aqui é tão perfeito que chega até mesmo superar o que foi visto em "O Irlandês" (2019) de Martin Scorsese. Porém, o filme não fica preso somente ao que foi visto no passado, pois a trama se passa em 1969 e, portanto, vemos um Indiana Jones envelhecido, sem muitas motivações para seguir em frente enquanto o mundo vai mudando vertiginosamente e se tornando cada mais perigoso diga-se de passagem.
De forma bem natural Harrison Ford se apresenta sem nenhuma maquiagem ou algo do gênero, mas destacando o fato que o aventureiro ali envelheceu e que cabe algo extraordinário que venha acontecer para que o faça convence-lo a voltar ativa. Isso acontece com a chegada de sua afilhada Helena e que é brilhantemente interpretada por Phoebe Waller-Bridge e cuja sua personagem não deve nada em termos de aventura se formos comparar ao protagonista. Aliás, é preciso destacar as cenas de ação em que a personagem de Bridge nos surpreende e fazendo a gente até pensar na possibilidade de um dia ela ter o seu próprio filme.
Porém, ela não é uma Indiana Jones de saia, sendo que ela está mais para uma espécie de Jack Sparrow, já que ela rouba relíquias para vender ao invés de entregá-las ao museu. Por conta disso temos o atrito de dois mundos diferentes, entre o homem já muito vivido perante uma jovem que é, por vezes, inconsequente, mas que aprenderá certos valores dos quais ela tentará preservar. Ao mesmo tempo, é superdivertido ambos juntos nas cenas de ação, principalmente aquela onde ocorre em Marrocos e para mim um dos melhores momentos do filme como um todo.
Logicamente o filme não deixará de trazer de volta em cena velhos conhecidos do protagonista como no caso de Sallah, novamente interpretado por John Rhys-Davies e também uma participação surpresa nos minutos finais do filme e que irá emocionar o público fã de carteirinha. Já Mads Mikkelsen como o cientista nazista que deseja obter a relíquia possivelmente criada por Arquimedes nos passa uma atuação econômica, da qual não é muito digna de nota, mesmo sendo o grande responsável pelo jogo de xadrez que colocou o protagonista e a sua afilhada. Verdade seja dita, suas motivações e o seu destino não são muito diferentes dos vilões anteriores, mesmo com uma dinâmica diferente.
Em tempos em que os filmes de ação e aventura andam se perdendo cada vez mais em CGI fracos e sem nenhum peso, esse novo capítulo do herói arqueólogo, ao menos, vem como certo refresco, já que James Mangold não abusa por demais da pirotecnia, mas sim elabora boas cenas de ação na medida certa e que não poluem a história. Embora o filme se estenda por demais o seu tempo ele jamais nos cansa, pois queremos saber qual será o verdadeiro destino de um dos personagens mais queridos do cinema fantástico. Ao final, contatamos que precisamos de personagens como Indiana Jones, mesmo quando ele já esteja na hora de ter que descansar, mas não significa que não possamos levar conosco tudo o que foi apreciado e ensinado nestes anos todos de boa aventura a moda antiga.
"Indiana Jones e o Chamado do Destino" é uma boa aventura do nosso querido Indiana Jones, mas que ao mesmo tempo nos ensina que todo o começo tem um fim, mesmo quando desejamos uma nova aventura para podermos desfrutar.
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