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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 2 de julho de 2021

Cine Especial: Revisitando 'Elvira - A Rainha das Trevas'

Sinopse: A apresentadora de programas de terror Elvira é salva pelo gongo ao receber de herança da tia-avó uma mansão mal-assombrada.  

Os  trash, ou filmes com baixíssimo orçamento, são feitos apenas para nos divertir e rir das situações grotescas de determinadas histórias. Eu, por exemplo, cresci assistindo o saudoso Cine Trash da Band e do qual era apresentado pelo nosso inesquecível José Mojica Amorim, o eterno Zé do Caixão. Mas a ideia de um ícone do gênero de terror em apresentar filmes como esse não é nova, já que atriz dos anos cinquenta  Maila Nurmi (1922 – 2008), mais conhecida como Vampira apresentava o programa “The Vampira Show”, onde ela anunciava e comentava sobre os filmes que eram exibidos.

A ideia serviu de inspiração para atriz Cassandra Peterson em apresentar um programa como esse mesmo formato. Curiosamente, Maila Hurmi chegou a processar Perteson alegando plágio, mas não obtendo sucesso. Cassandra, por sua vez, obteve um sucesso ainda maior nos anos oitenta, adquirindo o status de sex símbolo dos EUA e se tornando um ícone do cinema de horror trash principalmente ao estrelar o cult "Elvira - A Rainha das Trevas (1988).

Dirigido por James Signorelli, o filme acompanha Elvira ainda como apresentadora de filmes de bairro orçamento em um programa de tv. Porém, ela viaja para herdar de sua tia Morgana (Cassandra Peterson) uma velha mansão em Fallwell, Massachusetts, uma pequena cidade com apenas 1313 habitantes. Ela sonha em vender a casa e ir para Las Vegas, mas encontra dois sérios problemas: o primeiro são os adultos da cidade, que ficam espantados com o modo de como ela se veste e se comporta. Liderados por Chastity Pariah (Edie McClurg), eles fazem forte oposição à presença de Elvira na localidade. O segundo problema é Vincent Talbot (William Morgan Sheppard), um tio de Elvira que não herdou nada, mas deseja obter de qualquer maneira um "livro de receitas" que também foi herdado por Elvira, que dará a ele imensos poderes para fazer diversos tipos de bruxarias.

A trama aqui é o que menos importa, já que ela não é muito diferente de outros filmes de horror da época em que há um livro de feitiçaria e cuja a tendência era forte nos anos oitenta graças aos filmes de "Uma Noite Alucinante". O coração e alma do filme fica mesmo em volta da figura de Elvira, mulher gótica, sex, personalidade forte e com humor peculiar, porém, contagiante. O prólogo, aliás, já nos dá uma dica do que virá, já que Elvira afeta tudo e a todos por onde ela vai passar.

Essa mudança afeta em cheio a cidade em que a protagonista adentra, já que ela é conservadora, porém, hipócrita e da qual vende a realidade plástica de vida perfeita norte-americana. O filme acaba sendo uma crítica ácida contra a propaganda do até então Presidente Ronald Reagan, que dizia que os norte-americanos iriam abraçar a sua nova utopia e obtendo assim a vida perfeita dos EUA. Não é à toa que o filme segue a tendência da época, cujo o seu visual gótico sintetiza uma geração rebelde e que ia contra essa maré cheia de regras e de bons costumes.

O filme, portanto, é preso a sua época, mas não envelhecendo de forma alguma, já que rimos das situações, por vezes, absurdas em que Elvira se mete. O filme possui várias passagens memoráveis, desde o já citado prólogo, como também na cena da confraternização da cidade, onde os que se dizem cidadãos de bem comem uma comida criada pela própria protagonista e resultando em uma situação absurdamente hilária. Não posso deixar de citar os momentos em que é homenageado o gênero de horror clássico dos anos trinta, onde vemos os cidadãos da cidade com tochas e desejando que Elvira seja queimada.

O final é aquele típico embate entre o bem e o mal, muito embora Elvira seja uma personagem que saiba brincar muito bem nos dois lados. Não é à toa que muitos fãs até hoje desejam que atriz retorne as telas, pois nunca é demais revermos uma amiga transloucada e divertidíssima. ”Elvira a Rainha das Trevas" é trash gostoso de assistir, de se rever e despertando em nós o desejo de mandar o cidadão do bem hipócrita para aquele lugar.   

Onde Assistir: Distribuído recentemente pela Classiccine

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