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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 15 de junho de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Ilusões Perdidas'

Sinopse: Lucien é um jovem poeta desconhecido da França do século XIX. Ele tem grandes esperanças e quer escolher seu destino. Ele larga a gráfica de sua província natal para tentar a sorte em Paris, nos braços de sua protetora.  

Hoje em dia existe dois tipos de fake news, sendo que o mais conhecido é aquele que é passado pelas nossas redes sociais e cuja a notícia vem de uma fonte suspeita. Porém, o próprio jornalismo tradicional de hoje em dia não fica muito atrás, sendo que grandes emissoras optam em seguir somente um lado da história e não dando crédito para os demais fatos sobre determinado assunto. "Ilusões Perdidas" (2022) vem para nos mostrar que esse mal das fake news já existia há muito tempo, pois as mentiras em si já geravam grande lucro.

Dirigido por Xavier Giannoli, no filme acompanhamos a história de Lucien (Benjamin Voisin), um jovem poeta francês que decide abandonar a sua própria casa para tentar a sorte em Paris. Rapidamente deixado à sua sorte nesta fabulosa cidade, Lucien descobrirá os meandros deste mundo submisso à lei do lucro e do fingimento. Tudo há um preço, seja sucesso literário ou imprensa, política ou sentimentos, reputações ou almas.

Baseado no livro Ilusões Perdidas (Comédia Humana) de Honoré de Balzac, o filme chega até ser longo demais pela sua proposta, porém, ele se torna dinâmico na medida que a edição frenética se alinha com a narração off que surge em vários momentos da trama. Lucien, por exemplo, se torna o nosso guia no momento em que decide ganhar a vida através do jornalismo ao se tornar crítico de livros e peças de teatro. Porém, é através dessa profissão que ele vai conhecendo as reais artimanhas da imprensa e da qual a mesma somente divulga de acordo com quem lança o valor mais alto.

Xavier Giannoli procura criar um filme cuja a trama ecoe em nossos tempos atuais, já que a maneira como eles destroem uma grande obra literária, ou uma bela encenação teatral, não é muito diferente das fake news das redes sociais que sempre lançam uma corrente para atrair o ódio contra aqueles que eles desejam destruir. Não deixa de ser desconcertante, por exemplo, quando a plateia começa a protestar aos gritos contra uma peça, mas tudo sendo controlado por alguém pago em meio as sombras. A trama se passa mais de um século atrás, mas nos espanta como as coisas não mudaram, somente os artifícios que foram avançando.

Em meio a esse turbilhão de mentiras e mesquinharia, Lucien transita entre o bom senso e o desejo de poder ganhar dinheiro com os seus poemas, nem que para isso tenha que se vender para esse sistema. Isso realmente acontece, mas tendo alto preço a pagar na medida em que a trama vai avançando e prejudicando assim até aqueles que ele amou um dia. Benjamin Voisin se sai bem em seu papel, cuja a sua figura inocente da qual ele criou para Lucien vai se deteriorando na medida que o próprio sistema que o alimentou vai lhe devorando aos poucos.

O ato final se revela um verdadeiro soco no estômago, não somente para o protagonista, como também para o próprio espectador que assistiu aos poucos a sua inevitável queda. Concluímos, portanto, que neste sistema de manipulação muitos saem ganhando, mesmo quando os mesmos correm um sério risco de terminarem perdendo tudo e um futuro indefinido. Nem todos os sonhos podem ser realizados, pois o preço pode ser alto, seja pagando com a sua reputação ou com a sua própria vida.

"Ilusões Perdidas" fala sobre sonhos estilhaçados, fake news de tempos passados e de como esse tipo de sistema nos corrói por dentro. 


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terça-feira, 14 de junho de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Amigo Secreto'

Sinopse: O novo filme se detém nas investigações da Operação Lava-Jato, que levaram à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao posterior escândalo envolvendo juízes e procuradores, acusados de manipular informações e cometerem ilegalidades jurídicas. 

Quando Maria Augusta Ramos havia lançado o seu documentário "O Processo" (2018) o Brasil ainda vivia em uma espécie de transe continuo, sendo que a sua obra era mais correspondida por aqueles que acreditavam que havia ocorrido realmente um golpe político em 2016 enquanto uma boa parcela do público ainda acompanhava a parcialidade da mídia tradicional, ao acreditar que até então o ex-Juiz Sergio Moro era um herói do povo e que Jair Bolsonaro era a solução a ser tomada logo. O resultado foi a prisão do ex-Presidente Lula tomada somente por convicção dos seus algozes, a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018 graças aos seus fake news e vindo com ele os inúmeros retrocessos que abalaram o país, desde a destruição da Amazônia, a corrida pelas privatizações e o desleixo do combate contra a Covid e que resultou na morte de mais de 600 mil brasileiros. "Amigo Secreto" (2022) vem em um momento para nos mostrar que a máscara caiu para alguns desses que se achavam intocáveis e que acreditavam que a fantasia poderia durar para sempre.

O documentário começa a partir do momento em que o ex-juiz Sergio Moro entra no governo de Bolsonaro como Ministro da Justiça. Ao mesmo tempo, o vazamento de mensagens trocadas por ele com procuradores e autoridades abalam a credibilidade da Operação Lava Jato. Um grupo de jornalistas de "The Intercept" e "El País" acompanha os desdobramentos do caso, enquanto o país mergulha em uma sequência de crises que começa a ameaçar a sua democracia.

O documentário de Maria Augusta Ramos funciona para duas realidades distintas, para aqueles que seguiram passo a passo esses eventos desde o princípio, como também para aqueles desavisados e que somente acreditavam em somente um lado da história. Para o primeiro grupo, por exemplo, a obra é uma verdadeira retrospectiva dos fatos, desde o depoimento do ex-Presidente Lula perante o ex-Juiz, como a partir do momento que os vazamentos de diálogos deste último e com o procurador Deltan Dallagnol explicitaram que ambos estavam alinhados em prender o ex-presidente a qualquer preço mesmo não obtendo provas concretas o suficiente contra o próprio. Para os desavisados a obra pode acabar se tornando ainda mais esclarecedora, principalmente para aqueles que vinham somente assistindo e lendo o jornalismo da Globo dos últimos anos e cujo mesmo sempre endeusava o ex-Juiz como um todo.

O documentário nos passa uma análise de como o jornalismo profissional dos últimos anos se prejudicou por somente se alinhar por um lado da história e como o mesmo colaborou para o crescimento do ódio contra a esquerda. Porém, por mais que a parcialidade tenha chegado aos níveis atmosféricos, ou com a boa parcela do público sendo consumida pelos fake news a todo momento, a realidade e o tempo se mostraram implacáveis e cuja crise econômica, cultural e saúde bateram na porta de muitos e fazendo com que alguns até mesmo reconhecerem o quanto estavam errados. Embora esses mesmos não mostrem a suas caras na obra, ao menos, o documentário é recheado de depoimentos de jornalistas, políticos e representantes de empresas como a Petrobras que se viram vítimas de uma artimanha articulada por aqueles que enxergavam que a única solução para tomar o poder era dando um golpe por meios legais através de uma justiça que se encontrava e ainda se encontra viciada e falida.

No geral, o documentário é uma reposta de que o jornalismo de hoje precisa voltar à estaca zero, ao não se alinhar a ideologias, mas sim somente com os reais fatos. A obra, portanto, vem no momento em que nos encontramos com um Brasil estagnado, mas nos dando uma luz de esperança ao fim do túnel enquanto nos desviamos dos destroços que surgem a todo momento. As manipulações foram sim poderosas, mas hoje elas se encontram cada vez mais escassas e cabe todos nós darmos o golpe final contra elas.

"Amigo Secreto" é um documentário sobre uma realidade fake que por muito tempo alienava o povo brasileiro e cabe o mesmo acordar antes que seja tarde demais. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 16 A 22 DE JUNHO

 ESTREIAS:


UM BROTO LEGAL


Brasil I Drama-biografia I 2022 I 98 min

Direção: Luiz Alberto Pereira

Sinopse: Um Broto Legal conta a história da primeira cantora de rock nacional, Celly Campello. Ela, junto ao seu irmão Tony Campello, tem sua história e trajetória contada, desde Taubaté até outros estados do Brasil.

Elenco: : Marianna Alexandre, Murilo Armacollo, Paulo Goulart Filho

Confira o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=62ZXEwH0SQE


AMIGO SECRETO


Brasil l Documentário l 2022 l 128min

Direção: Maria Augusta Ramos

Sinopse: Em 2019, a entrada do ex-juiz Sergio Moro no governo Bolsonaro e o vazamento de  mensagens trocadas por ele com procuradores e autoridades abalam a credibilidade da Operação Lava Jato. Um grupo de jornalistas acompanha os desdobramentos do caso, enquanto o país mergulha em uma sequência de crises que começa a ameaçar a sua democracia.

Confira o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=xe5HVuvR7Bg


JESUS KID


Direção: Aly Muritiba

Brasil , Drama, 85min, 2021

Sinopse: Eugênio (Sérgio Marone) é um escritor de livros de faroeste que está passando por uma crise. O mais novo livro de seu personagem mais famoso, Jesus Kid, está sendo um fracasso de vendas. Quando ele é contratado para escrever o roteiro de um filme, ele parece ter encontrado sua salvação.

Elenco: Paulo Miklos, Sergio Marone, Maureen Miranda

Confira aqui o trailer. 


HORÁRIOS DE 16 A 22 DE JUNHO:

Não há sessões nas segundas feiras


Dias 16,17,18,19, 21 E 22/6:

15h : JESUS KID

17h : UM BROTO LEGAL

19h: AMIGO SECRETO


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.

Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


CINEBANCÁRIOS

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Zorba: O Grego'

Sinopse: Viajando para inspecionar uma mina abandonada em Creta que pertence ao seu pai, o autor inglês Basil encontra Zorba, um camponês exuberante que alega ter experiência em mineração.   

Anthony Quinn criou uma carreira de respeito e que impressiona até hoje, principalmente por ter adquirido fama em território hollywoodiano e cujo o mesmo não escondia preconceito com relação aos atores não americanos. De origem mexicana, mas criado nos EUA, Quinn começou a carreira como ator nos anos quarenta, porém, em qualidade que vistas hoje soam duvidosas, atuando em filmes que, absurdamente, fazia um índio ou mexicano de acordo com a visão estereotipada que os americanos sempre tinham.  A coisas melhoraram a partir do início dos anos cinquenta, onde interpretou o irmão de Zapata, interpretado por Marlon Brando no filme "Viva Zapata! (1952) e que lhe rendeu o seu primeiro Oscar de ator coadjuvante.

Surpreendentemente, o ator repetiria o feito na premiação, ao levar o Oscar novamente de ator coadjuvante no filme "Sede de Viver" (1956), produção que conta um pouco sobre a vida de pintor Vincent Van Gogh e onde o interprete atuou em apenas oito minutos de cena, mas bastou para ser um dos grandes papeis de sua carreira. Antes disso, ele havia atuado no filme italiano "A Estrada da Vida" (1954) de Federico Fellini, onde provou a sua versatilidade e independente de qual era a origem da nacionalidade de seus personagens. Embora seja um personagem grego, Anthony Quinn, enfim, abraçou o melhor personagem de sua carreira em "Zorba: O Grego" (1964), onde o interprete e filme se fundem em um só para se revelar algo único.

Dirigido por Michael Cacoyannis, o filme conta a história de um escritor inglês chamado Basil (Alan Bates) que chega a Grécia e pega um navio, pois vai até Creta para trabalhar em uma mina que herdou do pai, um grego de nascença. Logo ele conhece Alexis Zorba (Anthony Quinn), um determinado camponês grego que também quer trabalhar na mina. Os dois acabam indo se hospedar em um pequeno hotel administrado por uma velha prostituta francesa (Lila Kedrova) que é cortejada por Zorba, que encoraja seu amigo escritor para dar atenção a uma bela viúva, que é muito desejada pelos homens do local. A mina necessita de alguns reparos, mas Zorba convence um grupo de monges que permita remover um pouco da madeira de uma floresta deles, que fica em uma montanha próxima e inventa um meio de transportá-la para a mina.

Baseado no romance homônimo de Nikos Kazantzakis, eu fui conhecer esse filme somente após o falecimento de Anthony Quinn em 3 de junho de 2001, sendo que no outro dia a Rede Globo exibiu esse clássico no Corujão em homenagem ao ator. Naquela época eu ainda não tinha exatamente um conhecimento do cinema mundial, sendo que eu era ainda um jovem e tinha somente como base o cinemão norte americano. Mesmo sendo uma co-produção entre EUA e Grécia, é notório que o diretor Michael Cacoyannis bebeu muito da fonte do Neorrealismo italiano e fazendo com que isso tivesse um maior impacto perante os meus olhos.

Com uma belíssima fotografia em preto e branco, o cineasta nos conduz até os personagens principais que, embora diferentes entre si, se tornam grandes amigos devido as suas personalidades distintas e da maneira como enxergam o mundo de acordo com as suas perspectivas. Enquanto o escritor Basil enxerga o mundo de acordo com o que lê nos seus livros, Zorba, por sua vez, enxerga a realidade de acordo com o que viveu em suas jornadas, das quais conviveu com altos e baixos, mas mantendo o bom humor através da dança que o reanima perante os obstáculos. Gradualmente vamos conhecendo as origens de Zorba, mas isso é o que menos importa, já que cada marca do seu expressivo rosto nos diz que já há muita história a ser contada.

Sabendo do tesouro que tinha em mãos, Nikos Kazantzakis filma Anthony Quinn de uma forma com que cada cena fosse uma grande aparição, fazendo com que sua presença enchesse a tela e fazendo com que o seu olhar falasse mais do que meras palavras. A melhor atuação de toda a sua carreira sem dúvida, onde carrega o filme nas costas durante boa parte do tempo, mas não significa que ele esteja sozinho. Se Alan Bates constrói mudanças genuínas na personalidade do escritor inglês de forma gradual, por outro lado, Lila Kedrova explode desde a sua primeira cena, ao interpretar um personagem que transita entre ser uma sonhadora solitária, por vezes quase insana, mas que desejamos que ela consiga a sua redenção nos braços de Zorba. Infelizmente as coisas não acontecem conforme o planejado para os personagens centrais, principalmente pelo fato de a cidade de Greta ser moldada pelo conservadorismo religioso e pelos velhos costumes que se tornam até mesmo assustadores perante os nossos olhos.

Neste último caso, há quase uma sensação de pequeno governo totalitário fundamentalista na vida daqueles habitantes, sendo que uma viúva, interpretada pela atriz grega Irène Papas, se torna o principal alvo daquele local e protagonizando um dos momentos mais sombrios da obra como um todo. Após isso, nem o aventureiro como Zorba, ou um conhecedor através dos livros como o escritor inglês, tem uma resposta sobre onde vem os atos animalescos do ser humano e o que resta é seguirem em frente com os seus objetivos com relação a mina.

Neste último caso, quando tudo parece que dá somente errado, não resta mais nada para os personagens centrais, a não ser se entregarem a dança para se sentirem vivos. Aliás, a cena se tornou emblematicamente clássica, sendo que até alguns se perguntam como ela havia sido feita, já que Quinn havia quebrado o pé durante as filmagens, mas felizmente conseguiu protagonizar um dos ápices da história do cinema. Ao meu ver, o personagem e interprete se tornaram uma só criatura e levando consigo muitas histórias a serem contadas.

Vencedor de três Oscar,  "Zorba: O Grego" é um grande clássico que nos diz para dançar após um grande tropeço, pois nada melhor na vida do que termos a grande chance de nos levantarmos. 


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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO - PROGRAMAÇÃO de 16 a 22 de junho de 2022

 OBRAS-PRIMAS DE VALERIO ZURLINI EM EXIBIÇÃO

A Moça com a Valise

De 16 a 29 de junho, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra Os Destinos de Zurlini, com sete filmes de Valerio Zurlini, um dos mais importantes diretores italianos de todos os tempos, incluindo obras-primas como Dois Destinos, A Moça com a Valise e A Primeira Noite de Tranquilidade. Idealizada pelo crítico e pesquisador Cristian Verardi, a mostra tem apoio da Versátil Filmes. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/5140/os-destinos-de-zurlini/


FRANCIS PELICHEK NO CINEMA

A Cinemateca Capitólio apresenta no domingo, 19 de junho, às 18h30, uma sessão especial com filmes que Francis Pelichek, pintor tcheco radicado em Porto Alegre, protagonizou no seu país natal entre 1918 e 1920. Serão exibidas as obras A vášeň vítězí (And Passion Triumphs), de Václav Binovec, e Dáma s malou nožkou (The Lady with the Small Foot), de Jan S. Kolár, Přemysl Pražský. Com apoio do Consulado Geral da República Tcheca em São Paulo, a exibição será apresentada por Luiza Koehler, curadora da exposição Francis Pelichek – um boêmio moderno em Porto Alegre, que segue aberta até o dia 15 de julho na Pinacoteca Aldo Locatelli. Com entrada gratuita, a sessão apresenta os filmes com intertítulos traduzidos para o inglês.  


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5141/francis-pelichek-no-cinema/


ÚLTIMA SEMANA PARA VER ANIMAÇÕES JAPONESAS

A mostra Animações Japonesas, uma co-realização com o Escritor Consular do Japão em Porto Alegre e a Fundação Japão, segue em exibição até o dia 22 de junho. Entrada franca.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/5101/animacoes-japonesas/


GRADE DE HORÁRIOS

16 a 22 de junho de 2022


16/06 (quinta)

15h – O Lugar Prometido em Nossa Juventude

17h – Verão Violento

19h – A Primeira Noite de Tranquilidade


17/06 (sexta)

15h – Crayon Shinchan – Bravo! Grande Batalha de Samurais

17h – Mulheres no Front

19h15 – A Moça com a Valise


18/06 (sábado)

15h – Dois Destinos

17h – O Lugar Prometido em Nossa Juventude

19h – O Deserto dos Tártaros


19/06 (domingo)

15h – Sentado à Sua Direita

17h – Cinco Centímetros por Segundo

18h30 – Francis Pelichek no cinema


21/06 (terça)

15h – Crayon Shinchan – Bravo! Grande Batalha de Samurais

17h – A Moça com a Valise

19h – Mulheres no Front


22/06 (quarta)

15h – Pop in Q

16h40 – A Primeira Noite de Tranquilidade

19h – Dois Destinos

sábado, 11 de junho de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Operação França'

Nota: O filme será exibido na próxima teça (14/06/2022) para os associados e demais frequentadores da Sala Redenção UFRGS de Porto Alegre as 19h.  

Sinopse:  Jimmy Popeye' Doyle e seu parceiro Buddy Russo são dois detetives durões da cidade de Nova York que descobrem uma rede de tráfico de drogas originada na França. 


William Friedkin é apontado por alguns críticos de cinema desinformados de ser um diretor de um único filme de sucesso. Em parte, não há como negar que há motivos que levam alguns a ter esse pensamento, já que ele dirigiu o clássico "O Exorcista" (1973), considerado por muitos como o melhor filme de horror de todos os tempos, mas que devido a esse reconhecimento fez com que alguns títulos do diretor fossem esquecidos. Porém, "Operação França" (1971) não é um filme de sua filmografia que sofreu dessa sombra, apontado por muitos como um dos melhores filmes de ação policial de todos os tempos e motivos que o levaram a ter esse status é o que não faltam.  

O filme começa em Marselha, França, onde um assassino profissional, Pierre Nicoli (Marcel Bozzuffi), mata um detetive francês. Paralelamente em Nova York, Jimmy "Popeye" Doyle (Gene Hackman), um detetive da polícia, e Buddy "Cloudy" Russo (Roy Scheider), seu parceiro, investigam discretamente Salvatore "Sal" Boca (Tony Lo Bianco), um pequeno comerciante, que está tendo gastos muito acima da sua renda. Cada vez existem mais indícios que grande parte da renda de Sal é ganha ilegalmente e, no processo, é ajudado pela esposa, Angie Boca (Arlene Farber). Isto os leva a descobrir que um grande carregamento de droga está para chegar no país, assim Popeye e Buddy recebem ordens para trabalhar com os agentes federais Bill Mulderig (Bill Hickman) e Bill Klein (Sonny Grosso).  

Pelo fato de o filme ser baseado em fatos verídicos ocorridos nos anos sessenta, William Friedkin opta em transitar a sua obra entre a ficção e ao mesmo tempo nos passando uma sensação quase documental, já que a sua câmera é nervosa, como se a mesma estivesse no ombro do cineasta e registrando momentos que nos soam quase verossímeis para dizer o mínimo. O filme foi lançado no início dos anos setenta, época em que a "Nova Hollywood" estava proliferando e cujo o realismo vindo do lado de fora da tela estava dominando praticamente quase todas as obras. Portanto, a Nova York vista aqui não é muito diferente do que seria revista em potência máxima no clássico "Taxi Drive" (1976) de Martin Scorsese, sendo que ambos os filmes retratam os bueiros saindo vapor a todo momento, ruas sujas e abandonadas, prostituição e drogas em cada esquina e policiais durões que se infiltram em cada beco para investigar algum grande ou pequeno delito.  

Neste último caso isso é muito bem representado pela dupla central de detetives, Jimmy "Popeye" Doyle (Gene Hackman) e Buddy "Cloudy" Russo (Roy Scheider), sendo que o primeiro é quase um viciado pelo trabalho, violento e com artifícios politicamente incorretos para dizer o mínimo. O personagem serviria até mesmo de inspiração para o surgimento de uma leva de policiais durões que atiram primeiro e perguntam depois, onde as regras da boa etiqueta não se aplicam a essa realidade violenta e fazendo com que o bom senso ficasse adormecido por um longo tempo. Portanto, ao lado de filmes como "Perseguidor Implacável" (1971), o filme de William Friedkin é pertencente de uma época que não se encaixa mais em nosso período atual, porém, pode ser considerado um filme corajoso, a frente daquele período e que serviria de inspiração para outras obras que seriam lançadas nas décadas seguintes.  

Diretores como Michael Mann, Christopher Nolan e Matt Reeves que prezam para verossimilhança na criação de suas obras sempre buscaram inspiração em "Operação França".  Mann, por exemplo, realizou a sua maior obra prima, "Fogo Contra Fogo" (1995) se inspirando no clássico, que por sua vez inspirou Nolan a realizar as suas melhores cenas de ação em "Cavaleiro das Trevas" (2008) e que, por fim, Reeves se inspirou nas obras desses últimos para a realização de "The Batman" (2022), mas cuja as raízes da inspiração vieram do clássico de 1971. Mas, no meu entendimento, o que leva esses diretores a sempre buscarem inspiração na obra de Friedkin é sem sombra de dúvida devido a famosa cena de ação que ocorre no final do segundo ato.  

Popeye persegue um atirador que quase o matou, mas cujo o mesmo consegue fugir através de um trem. É então que o protagonista pega um carro e começa a perseguir o trem abaixo dos trilhos, O resultado são cenas inesquecíveis, cuja a câmera do diretor se encontra tremida a todo o momento e nos passando a sensação de realismo genuinamente puro.  

Curiosamente, muitas batidas de carros nesta sequência realmente aconteceram, já que muitas pessoas não foram avisadas que estava acontecendo filmagens naqueles dias e pegando inúmeras de forma desprevenida. Esse é o preço da obsessão de  Friedkin pelo realismo e do qual o mesmo ele atingiria em potência máxima em "O Exorcista". Embora sejam filmes diferentes, é interessante como essa marca registrada do diretor se encontre em ambas as obras e que sentiríamos em títulos pouco lembrados, mas que merecem ser redescobertos como no caso, por exemplo, de "Parceiros da Noite" (1980).  

Vencedor de Cinco Oscar, incluindo melhor filme, "Operação França" é uma aula de como se fazia um filme de ação policial, cujo o realismo era bruto, violento e ao mesmo tempo inesquecível. 

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sexta-feira, 10 de junho de 2022

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Porto Alegre - 'Medida Provisória'

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

Local: Sala Eduardo Hirtz, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 11/06/2022, sábado, às 10:15 da manhã

"Medida Provisória"

Brasil, 2021, 100 min, 14 anos


Direção: Lázaro Ramos

Elenco: Taís Araújo, Alfred Enoch, Seu Jorge

Sinopse: Em um futuro distópico, o governo brasileiro decreta uma medida provisória que obriga os cidadãos negros a migrarem para a África e retornar às suas origens. O decreto provoca uma onda de protestos que desemboca numa guerra civil, com direito à forte reação dos negros. No centro da trama está o casal formado pela médica Capitú e pelo advogado Antonio, além do seu primo, o jornalista André. Antonio e André tentam resistir no apartamento onde moram, onde refletem sobre questões sociais e raciais. O longa é uma adaptação da peça "Namíbia, Não!", que Lázaro Ramos dirigiu e protagonizou no teatro.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.