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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Crônica Francesa'

Sinopse: Três histórias se passam na redação de um jornal americano na França, The French Dispatch. 

Wes Anderson é pertencente a um grupo de cineastas norte-americanos que brigam contra a extinção, ou seja, diretores autorais, com a sua visão pessoal na realização de filmes e que não se importam se isso renderá dinheiro ou não para os estúdios. Mas se isso é uma briga pessoal contra o sistema hollywoodiano que vive somente das cifras e pouco se importando com o que esses talentos por detrás das câmeras tem a dizer, por outro lado, isso é o suficiente para atrair grandes astros para trabalhar com esse determinado grupo, pois somente assim podem obter um trabalho mais significativo em seu currículo. "A Crônica Francesa" (2021) é um desses casos em que o filme tem muito a dizer, ao conseguir atrair um grande número de talentos e dos quais os mesmos possam nos brindar com grandes desempenhos.

"A Crônica Francesa" é um filme que serve como uma carta de amor aos jornalistas. Ambientada em um posto avançado de um jornal americano em uma cidade pacata fictícia na França do século XX, o filme traz à vida crônicas e coleções de histórias publicadas no jornal "The French Dispatch Magazine". O filme conta com grandes nomes de Hollywood que inclui Bill Murray, Tilda Swinton, Benicio Del Toro, Frances McDormand, Christoph Waltz, Anjelica Huston, Owen Wilson, Elisabeth Moss, Léa Seydoux,  Edward Norton,  Timothée Chalamet e Saoirse Ronan.

Só pela lista de grandes talentos citados acima já é mais do que o suficiente para assistir ao filme. Porém, esses grandes talentos, por mais que estejam ótimos em seus respectivos papeis, o grande astro da obra acaba sendo o próprio Wes Anderson, do qual o mesmo coloca em prática toda a sua forma de filmar de uma maneira gostosa de se assistir e que faz a gente não desejar que a história acabe, pois já estamos mais do que enfeitiçados por ele. Como sempre, o visual do conto é sempre colorido, com os seus tons pasteis vibrantes e cuja a fotografia sintetiza uma realidade cartunesca e sedutora na medida certa.

Acima de tudo, acompanhamos as histórias de jornalistas que são atraídos por histórias, por vezes, absurdas, mas que fala sobre uma realidade caótica e não muito diferente da nossa. São personagens inocentes, porém, que se tornam sarcásticos para conseguirem sobreviver perante um mundo cheio de informações, conflitos, corrupções e cujo os talentos acabam por se tornarem mercadorias para que poderosos posam usufruir de algum lucro. É o filme mais político do realizador, que por vezes lembra os melhores momentos de Jean-Luc Godard, porém, com toda forma de Wes Anderson.

Curiosamente, o filme é quase vertiginoso, ao ponto de quase não dever nada para um filme de ação, mas que aqui as cenas são realizadas com tamanha criatividade e talento que ficamos assombrados. Se n0 "O Grande Hotel Budapeste" (2014) ele já havia provado isso, aqui a potência aumenta, tanto nas cenas de lutas, como também nas cenas de perseguições, mas das quais nunca são feitas da forma tradicional, mas sim com todos os recursos que o cinema pode oferecer e sendo moldado por Anderson de sua maneira e quebrando as nossas perspectivas tão acomodadas pelo cinemão hollywoodiano. Se por um lado uma luta entre prisioneiros e artistas tem suas cenas congeladas enquanto a câmera passeia pelo cenário animalesco, do outro, a perseguição de carros sendo moldada em um desenho tradicional se torna, talvez, o maior trunfo da obra como um todo.

Resumidamente, Wes Anderson presta uma bela homenagem a uma profissão que hoje periga entrar em extinção, já que ele aborda uma época mais poética do jornalismo, cujo os mesmos se mostravam imparciais e buscavam a fundo histórias verossímeis, porém, surpreendentes. Infelizmente em tempos de internet onde todos querem dar uma de jornalista, mas cujo o conteúdo, em muitos casos, não passam de fake news para distorcer os verdadeiros fatos e fazendo de uma sociedade cada vez tendo menos capacitada de separar o que é mentira e história verdadeira. Portanto, a morte de um determinado personagem crucial dentro da trama, anunciado já no início do filme, simboliza muito bem esse meu pensamento.

"A Crônica Francesa" é o filme mais estético, político, ambicioso e delicioso de Wes Anderson.

 

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terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'Roda do Destino'

Sinopse: Roda do Destino é um triângulo amoroso inesperado, uma emboscada de sedução falhada e um encontro depois de um desentendimento. Contado em três movimentos (ou capítulos) e três mulheres em suas decisões e trajetórias. 

A linguagem cinematográfica pode se enveredar, tanto pelo comodismo, como também uma forma de exercício em que a cinéfilo testa para si as suas perspectivas com relação ao que acontece na tela no momento da história. Personagens que possuem conflitos não resolvidos, mas que cabe nós analisarmos os fatos. "Roda do Destino" (2021) se sobressai na sua forma de contar histórias, ao nos apresentar personagens cheio de camadas e dos quais não são muito diferentes de suas próprias tramas.

Dirigido Ryusuke Hamaguchi, o filme conta a história de Meiko, que se assusta quando percebe que sua melhor amiga começa a se apaixonar pelo seu ex-namorado. Sasaki planeja se vingar de seu professor da universidade, usando para isso um colega de classe. Natsuko encontra uma mulher que parece ser alguém de seu passado, levando as duas a confessarem sentimentos guardados. Histórias sobre a complexidade dos relacionamentos, contadas por meio de coincidências que acontecem na vida de três mulheres.

Divido em três tramas, o filme nos convida para assistirmos o universo das mulheres em sua total plenitude, desde ao fato de se sentirem sozinhas perante o mundo, como também não resolverem os seus próprios dilemas do passado. Isso acaba gerando um verdadeiro jogo visual, onde o realizador nos convida em determinados momentos da trama para assistir o que poderia ser a reação de personagens presentes se determinada protagonista agisse de uma forma completamente diferente. Isso foi explorado, por exemplo, em "Certo Agora, Errado Antes" (2015) do cineasta coreano Hong Sang-soo, mas em proporções menores, porém, não menos interessantes.

Falando em Hong Sang-soo, é notório que  Ryusuke Hamaguchi bebeu muito da fonte autoral do cineasta coreano, pois as três tramas vemos os protagonistas quase sempre conversando frente a frente. Em determinados momentos, por exemplo, nos dá a sensação de que os personagens quebram a quarta parede e falando para nós, mesmo quando a trama deixa muito claro que há outro personagem em cena. Há um desejo do realizador em querer que adentremos no local mais escondido do íntimo de suas personagens e para que possamos compreende-las.

Acima de tudo, o filme fala sobre relacionamentos não resolvidos, principalmente em tempos atuais que o tempo está passando mais rápido e fazendo com que a pessoa não consiga obter o que ansiava fazer. A segunda trama, por exemplo, fala sobre desejos reprimidos, principalmente em um diálogo entre a protagonista e um professor com um passado duvidoso. Curiosamente, o diálogo entre os dois é tão contagiante que nos passa a sensação que o tempo desacelerou e fazendo com que desfrutemos melhor da situação.

Porém, é na terceira história que talvez seja a melhor parte do longa, onde vemos duas protagonistas se encontrarem e começarem a dialogar sobre o passado de ambas nos tempos de escola. Porém, a situação muda completamente quando é revelado algo surpreendente e fazendo com que ambas comecem a fingir serem outras pessoas e para assim possam se resolver dos seus dilemas sentimentais. É um artificio curioso e do qual foi usado de forma surpreendente pelo cineasta Abbas Kiarostami no genial "Cópia Fiel" (2010) e aqui Ryusuke Hamaguchi usa de forma similar, de proporções menores, mas não menos surpreendentes.

"Roda do Destino" é uma curiosa análise sobre o lado sentimental do universo feminino, do qual pode ser complexo e rico de conteúdo. 


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Cine Curiosidade: Vencedores do Globo de Ouro 2022


"Amor, Sublime Amor"

Entre os filmes, os destaques foram "Amor, Sublime Amor", de Steven Spielberg, que ganhou Melhor Filme de Comédia ou Musical, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical, e "Ataque dos Cães", de Jane Campion, que levou as estatuetas de Melhor Filme de Drama, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Diretor.


Veja a lista completa com os vencedores!


Melhor Atriz Coadjuvante em Filme

Caitriona Balfe ("Belfast")

Ariana DeBose ("Amor, Sublime Amor") — VENCEDORA

Kirsten Dunst ("Ataque dos Cães")

Aunjanue Ellis ("King Richard: Criando Campeãs")

Ruth Negga ("Passing")


Melhor Ator Coadjuvante em Série

Billy Crudup ("The Morning Show")

Kieran Culkin ("Succession")

Mark Duplass ("The Morning Show")

Brett Goldstein ("Ted Lasso")

Oh Yeong-su ("Round 6") — VENCEDOR


Melhor Animação

"Encanto" — VENCEDORA

"Flee"

"Luca"

"My Sunny Maad"

"Raya e o Último Dragão"


Melhor Ator em Série — Drama

Brian Cox ("Succession")

Lee Jung-jae ("Round 6")

Billy Porter ("Pose")

Jeremy Strong ("Succession") — VENCEDOR

Omar Sy ("Lupin")


Melhor Filme em Língua Estrangeira

"Compartment nº 6" (Finlândia, Rússia e Alemanha)

"Drive My Car" (Japão) — VENCEDOR

"A Mão de Deus" (Itália)

"A Hero" (França e Irã)

"Madres Paralelas" (Espanha)


Melhor Ator em Série — Musical ou Comédia

Anthony Anderson ("Black-ish")

Nicolas Hoult ("The Great")

Steve Martin ("Only Murders in the Building")

Martin Short ("Only Murders in the Building")

Jason Sudeikis ("Ted Lasso") — VENCEDOR


Melhor Roteiro

"Licorice Pizza" (Paul Thomas Anderson)

"Belfast" (Kenneth Branagh) — VENCEDOR

"Ataque dos Cães" (Jane Campion)

"Não Olhe Para Cima" (Adam McKay)

"Being the Ricardos" (Aaron Sorkin)


Melhor Atriz Coadjuvante em Série

Jennifer Coolidge ("White Lotus")

Kaitlyn Dever ("Dopesick")

Andie MacDowell ("Maid")

Sarah Snook ("Succession") — VENCEDORA

Hannah Waddingham ("Ted Lasso")


Melhor Ator em Série Limitada ou Filme para TV

Paul Bettany ("Wandavision")

Oscar Isaac ("Cenas de um Casamento")

Michael Keaton ("Dopesick") — VENCEDOR

Ewan McGregor ("Halston")

Tahar Rahim ("The Serpent")


Melhor Atriz em Série Limitada ou Filme para TV

Jessica Chastain ("Cenas de um Casamento")

Cynthia Erivo ("Genius: Aretha")

Elizabeth Olsen ("Wandavision")

Margaret Qualley ("Maid")

Kate Winslet ("Mare of Easttown") — VENCEDORA


Melhor Atriz em Série — Musical ou Comédia

Hannah Einbinder ("Hacks")

Elle Fanning ("The Great")

Issa Rae ("Insecure")

Tracee Ellis Ross ("Black-ish")

Jean Smart ("Hacks") — VENCEDORA


Melhor Série — Musical ou Comédia

The Great

Hacks — VENCEDORA

Only Murders in the Building

Ted Lasso

Reservation Dogs


Melhor Série Limitada ou Filme para TV

"Dopesick"

"Impeachment: American Crime Story"

"Maid"

"Mare of Easttown"

"The Underground Railroad" — VENCEDORA


Melhor Ator em Filme — Musical ou Comédia

Leonardo DiCaprio ("Não Olhe Para Cima")

Peter Dinklage ("Cyrano")

Andrew Garfield ("Tick, tick... Boom!") — VENCEDOR

Cooper Hoffman ("Licorice Pizza")

Anthony Ramos ("Em um Bairro de Nova York")


Melhor Canção Original

"Be Alive", de Beyoncé ("King Richard: Criando Campeãs")

"Dos Orugitas", Sebastian Yatra ("Encanto")

"Down To Joy", de Van Morrison ("Belfast")

"Here I Am (Singing My Way Home"), de Jennifer Hudson ("Respect")

"No Time To Die", de Billie Eilish ("007 — Sem Tempo Para Morrer") — VENCEDORA


Melhor Trilha Sonora

Alberto Iglesias por "Madres Paralelas"

Alexandre Desplat por "A Crônica Francesa"

Germaine Franco por "Encanto"

Hans Zimmer por "Duna" — VENCEDOR

Jonny Greenwood por "Ataque dos Cães"


Melhor Ator em Filme — Drama

Mahershala Ali ("Swan Song")

Javier Bardem ("Being the Ricardos")

Benedict Cumberbatch ("Ataque dos Cães")

Will Smith ("King Richard: Criando Campeãs") — VENCEDOR

Denzel Washington ("A Tragédia de MacBeth")


Melhor Ator Coadjuvante

Ben Affleck ("The Tender Bar")

Jamie Dornan (Belfast")

Ciarán Hinds ("Belfast")

Troy Kotsur ("No Ritmo do Coração")

Kodi Smit-McPhee ("Ataque dos Cães") — VENCEDOR


Melhor Atriz em Série — Drama

Uzo Aduba ("In Treatment")

Jennifer Aniston ("The Morning Show")

Christine Baranski ("The Good Fight")

Elizabeth Moss ("The Handmaid's Tale")

MJ Rodriguez ("Pose") — VENCEDORA


Melhor Atriz em Filme — Musical ou Comédia

Marion Cotillard ("Annette")

Alana Haim ("Licorice Pizza")

Jennifer Lawrence ("Não Olhe Para Cima")

Emma Stone ("Cruella")

Rachel Zegler ("Amor, Sublime Amor") — VENCEDORA


Melhor Filme — Musical ou Comédia

"Cyrano"

"Não Olhe Para Cima"

"Licorice Pizza"

"Tik, tick... Boom!"

"Amor, Sublime Amor" — VENCEDOR


Melhor Atriz em Filme — Drama

Jessica Chastain ("The Eyes of Tammy Faye")

Olivia Colman ("A Filha Perdida")

Nicole Kidman ("Being the Ricardos") — VENCEDORA

Lady Gaga ("Casa Gucci")

Kristen Stewart ("Spencer")


Melhor Diretor

Kenneth Branagh ("Belfast")

Jane Campion ("Ataque dos Cães") — VENCEDORA

Maggie Gyllenhaal ("A Filha Perdida")

Steven Spielberg ("Amor, Sublime Amor")

Denis Villeneuve ("Duna")


Melhor Série — Drama

"Lupin"

"The Morning Show"

"Pose"

"Round 6"

"Succession" — VENCEDORA


Melhor Filme — Drama

"Belfast"

"No Ritmo do Coração"

"Duna"

"King Richard: Criando Campeãs"

"Ataque dos Cães" — VENCEDOR

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate: 'Quanto Tempo o Tempo Tem'

Sinopse: Dirigido pelos brasileiros Adriana Dutra e Walter Carrasco, a obra tem chamado a atenção ao lançar uma reflexão sobre o tempo, a civilização e o futuro, principalmente ao analisar como todos vivemos em momentos diferentes, mesmo que todos eles aconteçam no presente. 

Parece que não há mais tempo para se falar sobre o tempo, ao ponto que quando nos damos conta sobre o assunto nós percebemos que já houve uma época que sentíamos o tempo passar de forma mais lenta e quase parando. Quando eu era menino, por exemplo, falar sobre o natal parecia algo distante, que levaria muito tempo para chegar tal data, mas que hoje mal dá vontade de desmontar o pinheiro pois em breve tudo recomeça. O documentário "Quanto Tempo o Tempo Tem" (2014) nos convida para debater esse assunto e levantar novas teorias sobre isso.

Os realizadores decidem percorrer pelo mundo para achar historiadores, professores e pensadores para esse isso ser debatido, muito embora nem todos gostem de pensar, por exemplo, sobre a inevitável morte futura que todos nós teremos. Porém, é tantas informações e atividades hoje em dia que fica até mesmo difícil pararmos para a gente pensar neste último caso, ao ponto de não pararmos nem sequer para olharmos em volta, pois precisamos seguirmos em frente para se continuar na ativa. Isso não acontece somente no mercado de trabalho atual, como também para aqueles que somente estudam, ou que se encontram com as suas vidas desocupadas, mas que procuram algo para se ocuparem para não obter uma vida das mais infelizes.

Voltando a minha infância, nunca me esqueço, por exemplo, quando eu estudava a tarde. Eu não cuidava a hora de ir para escola pelo relógio, mas sim pela sombra do muro que cada vez mais baixava de acordo com o movimento do sol. Curiosamente, era assim que os primeiros seres humanos se locomoviam através do seu dia a dia, sendo o sol o astro rei do tempo, mas do qual ao longo dos séculos foi substituído pela ampulheta e, posteriormente, pelo relógio de bolso, pulso e hoje celulares dos mais diversos tipos.

Falando nisso, outro fator que contribuiu para essa aceleração e que é bastante discutida no documentário é o papel da internet e suas redes sociais. Se antes esperávamos pelo jornal da noite isso hoje é algo ultrapassado, já que tal evento já sabemos de antemão graças aos sites e as redes sociais. O problema é que são tantas informações ao mesmo tempo que muitas a gente deixa de lado, sendo que algumas podem se tornar importantes para o nosso futuro, mas não nos damos conta disso.

Curiosamente, por mais que a gente se interaja através das redes sociais, estamos nos tornando cada vez mais seres individualistas, onde cada um se encontra fechado dentro de sua bolha, mesmo tendo a chance de conversar com a pessoa que está próxima. Se você ver um casal de namorados conversando somente pelo celular mesmo quando estão caminhando lado a lado não se surpreenda, pois, a realidade para alguns já não mais importa. A pergunta que fica no ar é onde isso vai nos levar?

O documentário explora inúmeros fatos, desde a possibilidade da transição do homem para as mais diversas tecnologias avançadas, onde o celular deixará de existir e a comunicação fará parte do corpo de todo o ser. Resta saber se isso melhorará as nossas vidas ou se esse comodismo fará com que nos tornemos cada vez não despertos com a realidade em nossa volta. Bons tempos em que nós levantamos do sofá para trocar o canal de tv, pois sentíamos o tempo no momento em que nos levantávamos e sentávamos, mas hoje isso foi tirado ao longo do tempo.

"Quanto Tempo o Tempo Tem" é um documentário para fazer você debater e pensar se você está realmente aproveitando o seu tempo ou se escravizando ainda mais por um sistema tecnológico implacável. 

Participe do Cine Debate em que será debatido esse filme: 


Onde Assistir: Netflix 

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LUTO: Sidney Poitier (1927 - 2022)


Whoopi Goldberg, atriz

"Se você quisesse o céu, eu escreveria no céu em letras que chegariam a trezentos metros de altura. Para o senhor com amor. Sir Sidney Poitier R.I.P. Ele nos mostrou como alcançar as estrelas. Minhas condolências à família dele e a todos nós também."


Octavia Spencer, atriz

"Jamais esquecerei a ocasião em que conheci o senhor Poitier. Eu tinha acabado de ganhar um prêmio e ele e Helen Mirren estavam caminhando pela cozinha até o palco para apresentar. Quando tenho uma sobrecarga de adrenalina, isso tem um efeito adverso. Eu não consigo dobrar meus joelhos. Então, lá estou eu com meus saltos e um prêmio em minhas mãos, chocada e suada, OLHANDO para os dois. Eu estava procurando uma palavra para dizer, mas não conseguia me lembrar de nenhuma. Eu devo ter sido uma visão lamentável porque ele parou com o maior sorriso e me parabenizou. Finalmente deixei escapar que amo vocês... os dois. Ele me disse que esperava grandes coisas de mim. Há algo sobre ouvir essas palavras de um pioneiro que muda você! Obrigado, senhor Poitier!! Eu tenho andado alto desde então!"


Camila Pitanga, atriz

"Meu pai, Antonio Pitanga, ao lado da imagem de Sidney Poitier, primeiro homem negro a ganha um Oscar, no ano de 1964. Hoje, Sidney nos deixa, aos 94 anos. Uma grande perda de um grande artista, de uma elegância incrível. Eterna referência. Rest in power Coração negro."


Magic Johnson, ex-jogador de basquete

"Um grande amigo, aprendi muito observando Sidney e como ele se portava com tanta graça e classe. Que ele descanse em paz. Cookie e eu enviamos nossas orações a toda a família Poitier!"


Jeffrey Wright, ator

"Sidney Poitier. Que ator marcante. Único. Que homem lindo, gracioso, caloroso e genuinamente real. RIP, Sir. Com amor."


Tyler Perry, ator

"Por volta dessa época, no ano passado, Cicely Tyson estava lançando seu livro e promovendo-o. Eu não tinha ideia de que ela faleceria logo em seguida. Agora, acordo nesta manhã com um telefonema de que Sidney Poitier faleceu... tudo que posso dizer é que meu coração se partiu em outro lugar. A graça e a classe que este homem demonstrou ao longo de toda a sua vida, o exemplo que me deu, não só como negro mas como ser humano, nunca será esquecido. Não há homem neste negócio que tenha sido mais uma estrela guia para mim do que Sidney Poitier. Nunca vou me esquecer de convidar ele e Cicely para voar para a África do Sul comigo. Sendo egoísta, eu queria mantê-los cativos pelas horas de viagem enquanto eu literalmente me sentava a seus pés e ouvia sua sabedoria e experiências. Foi uma mudança de vida. Tudo o que posso dizer é obrigado por sua vida, obrigado por seu exemplo e obrigado por seu presente incrível. Mas, acima de tudo, obrigado por estar disposto a compartilhar VOCÊ para nos tornar melhores."


Filmografia:  

2018 Mr. SOUL!

2010 Sing Your Song

1997 Mandela e De Klerk

1997 O Chacal

1995 Caçada Brutal

1992 Quebra de Sigilo

1988 Atirando para Matar

1988 Espiões Sem Rosto

1975 Conspiração Violenta

1974 Aconteceu num Sábado

1970 King: A Filmed Record From Montgomery to Memphis

1970 Noite Sem Fim

1967 Adivinhe Quem Vem para Jantar

John Prentice

1967 Ao Mestre, Com Carinho

1967 No Calor da Noite

1966 Duelo em Diablo Canyon

1965 A Maior História de Todos os Tempos

1965 Uma Vida em Suspense

1963 Uma Voz nas Sombras

1961 Paris Vive à Noite

1958 Acorrentados

1957 Sangue Sobre a Terra

1957 Um Homem Tem Três Metros de Altura

1955 Sementes de Violência

1952 Arrancada da Morte

1950 O Ódio é Cego


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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Cine Especial: Revisitando ‘ROMA’


No Graphic Novel “Daytripper” (2010), escrito e desenhado pelos irmãos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá, o protagonista pergunta ao seu melhor amigo se ele não vai tirar uma foto de uma bela paisagem vista durante um passeio em Salvador. Em sua resposta, o amigo diz que aquilo era grande demais para uma simples foto e que a vida é boa demais para ser guardada em um único retrato. Ou seja, os momentos em que testemunhamos em vida podem ser grandes demais para serem guardados em uma mera fotografia, mas preserva-las em nossos pensamentos as tornam muito mais ricas em conteúdo e significado.

Muitas fotografias geram inúmeras histórias, pois nelas guardam o mistério sobre o que acontecia muito além daquela imagem presa ao seu passado. Já as lembranças podem ir e vir em nossas mentes, ao ponto que, talvez, certos detalhes ganham maior relevâncias do que quando foram vistas pela primeira vez. É por essa linha de pensamento que chegamos a Alfonso Cuarón com relação a sua obra prima “Roma” (2018), da qual ele filmou baseado em suas lembranças de infância e as moldando para as telas do cinema.

Nessa superprodução de época, Cuarón faz de tudo um pouco, desde diretor, produtor, roteirista e realizador de uma belíssima fotografia. Falando nela, é nessa área que o cineasta esbanja um talento poucas vezes visto dentro do cinema contemporâneo, pois a sua câmera desliza sem pressa pelos cenários em preto e branco que representam a sua casa da época de sua infância e revelando detalhes que não podem ser encontrados numa primeira visita. Embora devagar, a câmera nos obriga para termos total atenção, pois ela chega ao ponto de fazer um giro de 360º graus na sala principal da casa onde se passa a trama principal da obra.

No clássico “Blade Runner” (1982), por exemplo, Rick Deckard (Harrison Ford) analisava uma foto através de seu computador e onde se revelava um detalhe do qual não poderia ser visto a olho nu. Esse momento sintetiza o filme como um todo, já que Ridley Scott criou uma obra com tantos detalhes que muitos até hoje descobrem pequenos símbolos escondidos em meio aos cenários. Alfonso Cuarón segue numa proposta semelhante em que, ao invés de nos apresentar simples fotos, ele recria inúmeras imagens cheias de detalhes e que remetem as suas boas e más lembranças do seu passado longínquo.

Mais do que fazer uma reconstituição do que ele viu e ouviu, Alfonso Cuarón coloca os fatos históricos entre os anos de 1970 a 1971 acontecidos no México como pano de fundo, mas que em alguns momentos eles se sobressaem e ficam à frente da trama principal. Em “Gravidade” (2013), por exemplo, Cuarón havia colocado o cinéfilo a frente da protagonista (Sandra Bullock) sobre os acontecimentos que viriam, já que existe algo acontecendo ao fundo no espaço e é então que ela percebe que há milhares de destroços que estão chegando ao seu encalço. No caso de “Roma”, a reconstituição é pontual sobre a chacina ocorrida em 1971, conduzida por um grupo paramilitar, assassinos de estudantes que protestaram contra o governo, deixando a personagem principal Cleo (Yalitza Aparicio) em estado de impotência assim como nós, mesmo com alguns detalhes já vistos anteriormente e que serviram de prelúdio para o que viria ocorrer.

Cleo é, portanto, a nossa guia pelo passado de Cuarón, sendo uma jovem inocente, mas trabalhadora, mesmo com os percalços que surgem em sua vida e da família da qual ela trabalha. Cleo seria uma espécie de Forrest Gump na visão do cineasta, onde a sua humildade se torna a sua principal arma contra um sistema moldado por regras capitalistas e que tentam extinguir uma ideia mais socialista na vida daquelas pessoas. O sistema, aliás, não enxerga quem sustenta essa realidade, mas com a sua câmera, Cuarón escancara os verdadeiros pilares da humanidade em uma cena simbólica, onde Cleo brinca com uma das crianças no terraço da casa.

O papel da mulher na trama é determinante para que os demais personagens da história consigam seguir em frente. A patroa de Cleo, Sofia (Marina Tavira), por exemplo, transita entre o caminho sem rumo para depois se reerguer em meio aos escombros de um casamento em frangalhos. Duas mulheres diferentes, mas pertencentes a mesma realidade e unindo forças para seguirem em frente perante as ondas das mudanças que as atingem.

Mais do que uma obra prima, "Roma" é o cinema em movimento, onde as cenas simbolizam lembranças e das quais nenhuma fotografia conseguirá superá-las.

 


Onde Assistir: Pela Netflix e numa edição especial em DVD lançada recente pela Versátil. 

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quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (06/12/21)

 RODA DO DESTINO

Sinopse: Meiko se assusta quando percebe que sua melhor amiga começa a se apaixonar pelo seu ex-namorado. Sasaki planeja se vingar de seu professor da universidade, usando para isso um colega de classe. Natsuko encontra uma mulher que parece ser alguém de seu passado, levando as duas a confessarem sentimentos guardados. Histórias sobre a complexidade dos relacionamentos, contadas por meio de coincidências que acontecem na vida de três mulheres.



KING’S MAN: A ORIGEM

Sinopse: Em King’s Man: A Origem, quando um grupo formado pelos piores tiranos e criminosos mais cruéis de todos os tempos planeja uma ameaça capaz de matar milhões de inocentes, um homem é obrigado a correr contra o tempo na tentativa de salvar o futuro da humanidade.



MY HERO ACADEMIA – MISSÃO MUNDIAL DE HERÓIS

Sinopse: Izuku Midoriya, Katsuki Bakugo e Shoto Todoroki, alunos de ensino médio do colégio U.A., enfrentam a maior crise da história de My Hero Academia. Eles terão apenas duas horas para salvar o mundo! Durante o sonhado estágio sob a tutela do reverenciado herói Endeavor, Deku e seu novo amigo Rody veem-se em apuros ao serem procurados por um crime que não cometeram.


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