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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Cine Dica: Cine Dica: Adyos General, Madrugada Maldita e Morto Não Fala (5 a 10 de fevereiro)

SESSÃO ESPECIAL DE CLÁSSICO TRANSGRESSOR DO CINEMA GAÚCHO MADRUGADA MALDITA EXIBE QUATRO FILMES ATÉ O SOL NASCER DENNISON RAMALHO DEBATE MORTO NÃO FALA

A programação da segunda semana da mostra A Vingança dos Filmes B – Parte VIII apresenta sessões comentadas de Adyos, General, de Omar “Matico” Barros, e Morto Não Fala, de Dennison Ramalho, dois importantes filmes realizados no Rio Grande do Sul, e a Madrugada Maldita, com uma seleção repleta de sangue, tripas e diversão até o amanhecer.
A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras - programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE - Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

SESSÃO COMENTADA DE ADYOS, GENERAL

Na quarta-feira, 6 de janeiro, às 20h, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a sessão comentada do clássico Adyos, General (Brasil, 1986, 16mm, 56 min), com a presença do diretor Omar L. de Barros Filho, o “Matico”. Com exibição em vídeo, a sessão tem entrada franca.
Inspirado na mítica figura do líder da extrema-direita salvadorenha, José Alberto Medrano, o filme Adyós, dirigido por Omar L. de Barros Filho, foi revelado ao país depois de sua inclusão na Mostra do Cinema de Invenção, que circulou pelo Brasil por iniciativa do cineasta Julio Calasso. O filme mostra a saga do comandante paramilitar Medrano, seus delírios psicóticos, sua fome de poder e ordem. Sobre Adyós, General, o jornalista Marcos Faerman escreveu: “É a síntese de três escolas: Eisenstein, Mayakovski, Glauber Rocha.” Por sua vez, o crítico L.C. Merten também se referiu ao filme na revista Moviola: “Diferente é a alternativa de Omar de Barros Filho, o Matico, que retoma a bandeira de Glauber Rocha (Terra em Transe), e volta-se para a América hispânica: o filme foi feito em 16mm, na base do mutirão, envolvendo o trabalho de 350 pessoas.” O cinema da crueldade, da esquizofrenia e da violência que explode em Adyós, General, com roteiro do cineasta Luiz Rosemberg Filho em parceria com o diretor, foi assim descrito pelo jornalista Jorge  Pinheiro, que organizava sessões especiais do copião sem cortes do filme em sua casa, em São Paulo: “É um choque, é um soco na cara, guerrilheiro e anarquista. “É Guernica!” afirmou o dramaturgo José Celso Martinez Correa, depois de uma maratona de cinco horas de projeção.
Amado e odiado pelas plateias, Adyos, General ganhou uma Lâmpada de Prata do Rio Cine Festival pela qualidade de sua fotografia. Vaiado e aplaudido, o filme foi destacado pelo diretor Carlos Reichenbach como um dos mais instigantes produzidos no país durante a transição para a democracia. Na vida real, Omar L. de Barros Filho conheceu a guerra e a morte de perto. Depois editar o jornal Versus em São Paulo, durante a ditadura, o repórter foi correspondente na guerra civil salvadorenha, sobre a qual escreveu com Hélio Goldzstjen um livro de reportagens sobre o assunto (El Salvador: Um Fuzil para Ana Guadalupe). Foi, portanto, no próprio cenário centro-americano, que o diretor identificou o potencial dramático da história do sanguinário general Medrano. No cinema, o protagonista de Adyós,
General foi o intuitivo e visceral ator Zeno Ribeiro. Antes de receber o Kikito de Melhor Ator de filmes de curta e média metragem no Festival de Gramado em 1987, por Viva a Morte, também de Omar L. de Barros Filho, Zeno Ribeiro, sempre no papel de “vilão”, atuou em telenovelas ao vivo e em produções de  Teixeirinha. Quando foi “redescoberto”, ganhava a vida como garçom no cabaré Madrigal, na avenida Farrapos, em Porto Alegre. O ator morreu em 2006, aos 82 anos.

SANGUE, TRIPAS E DIVERSÃO NA MADRUGADA MALDITA

No sábado, 9 de fevereiro, a partir das 23h59, a Madrugada Maldita apresenta os filmes A História de Ricky, de Lam Ngai Kai, O Estripador de Nova York de Lucio Fulci, Dia dos Namorados Macabro, de George Mihalka, e um filme surpresa para celebrar o fim da maratona. O valor do ingresso para assistir a todos os filmes é R$ 20,00, mas todos podem pagar meia entrada na sessão. 

A HISTÓRIA DE RICKY
(Lik Wong aka Riki Oh: The Story of Ricky, Hong Kong, 1991, 91′)
De Ngai Choi Lam.
Com: Siu-Wong Fan,
Mei Sheng Fan, Yukari Ôshima.
Após assassinar uma gangue de traficantes, o jovem Ricky é enviado para uma penitenciária dominada pela brutalidade. Para sobreviver neste inferno será necessário utilizar suas incríveis habilidades nas artes marciais, eliminando com extrema violência os guardas corruptos e as gangues que controlam o presídio. Baseado no mangá Riki-Oh, é uma das produções  mais insanas dos anos 90. Sua violência gore e absurda, e seu senso de humor bizarro o transformaram num filme de culto. 

O ESTRIPADOR DE NOVA YORK
(Lo Squartatore diNew York, Itália, 1982, 93’)
De Lucio Fulci.
Com Jack Hedley,
Almanta Suska, Howard Ross.
Nova York, um detetive e um psicanalista caçam um brutal serial killer de mulheres. A marca registrada do psicopata são suas ligações para a polícia onde narra seus crimes imitando a voz de Pato Donald. Devido a sua extrema violência “O Estripador de Nova York” é considerado um dos filmes mais polêmicos de Fulci. 

DIA DOS NAMORADOS MACABRO
(My Bloody Valentine, Canadá, 1981, 90′)
De George Mihalka.
Com: Paul Kelman, Lori Hallier, Neil Affleck 20 anos após um serial killer aterrorizar uma cidade no dia dos namorados, a delegacia recebe um aviso de que a carnificina irá recomeçar: uma caixa de bombons contendo um coração humano. “Dia dos Namorados Macabro” é considerado um dos slashers mais violentos dos anos 80.

FILME SURPRESA (76 minutos)

PRÉ-ESTREIA DE MORTO NÃO FALA
A sessão encerramento apresenta Morto Não Fala, de Dennison Ramalho, um dos filmes de horror nacionais mais aguardados dos últimos tempos. Morto Não Fala é a estreia em longas-metragens de  Dennison, um dos mais cultuados diretores brasileiros dedicados ao cinema fantástico, após uma exitosa carreira como curta-metragista, com filmes aterradores como Amor Só de Mãe e Ninjas. O valor do ingresso é R$ 10,00, mas todos podem pagar meia entrada na sessão. 

MORTO NÃO FALA
(Brasil, 2018, 110’, DCP)
de Dennison Ramalho.
Com: Daniel de Oliveira,
Fabiula Nascimento, Bianca Comparato.Plantonista de um necrotério, Stênio (Daniel  de Oliveira) possui o dom paranormal de se comunicar com os mortos. Trabalhando a noite, ele já está acostumado a ouvir relatos do além. Porém, quando essas conversas revelam segredos sobre sua própria vida, o homem ativa uma maldição perigosa para si e todos a sua volta.

GRADE DE HORÁRIOS
5 a 10 de fevereiro de 2019

05 de fevereiro
(terça-feira)
14h - Estação do Diabo (pré-estreia)
18h – Lucio Fulci, Poeta da Crueldade:Os Quatro do Apocalipse
20h – Lucio Fulci, Poeta da Crueldade: Premonição

06 de fevereiro
(quarta-feira)
14h - Estação do Diabo (pré-estreia)
18h – Por Ordem da Cosa Nostra
20h – Adyos, General + debate

7 de fevereiro (quinta)
14h - Estação do Diabo (pré-estreia)
18h - A  Máfia nunca Perdoa
20h - Lucio Fulci, Poeta
da Crueldade: O Segredo do Bosque dos Sonhos

8 de fevereiro (sexta)
14h - Estação do Diabo (pré-estreia)
18h - Lucio Fulci, Poeta da Crueldade: Premonição
20h - O Príncipe das Trevas + debate

9 de fevereiro (sábado)
15h - O Estranho Caso de Ezequiel
17h - Sessão Shoot or Die 2
20h30 - Perigo Extremo + debate
23h59 - Madrugada Maldita (A História de Ricky, O Estripador de Nova York, Dia dos Namorados Macabro + filme surpresa)

10 de fevereiro (domingo)
15h – A Mata Negra
17h - Lucio Fulci, Poeta da Crueldade: Terror nas Trevas
20h - Morto Não Fala + debate

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Cine Curiosidade: Qual filme dessa noite?



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Cine Curiosidade: Att: Redação: Pauta: Atriz de cinema Cris Lopes grava entrevista exclusiva para rádio argentina

Atriz de cinema Cris Lopes grava entrevista exclusiva para rádio argentina Capa este mês nos Estados Unidos, a brasileira brilha nas telonas no Brasil e no exterior

A atriz internacional de cinema Cris Lopes foi convidada para uma entrevista exclusiva na Argentina para a rádio OceanAir e o Portal Tacural Noticias pelo jornalista Marcelo Rico (apresentador do programa argentino Café y Vida).
A brasileira está conquistando o público em diversos países com sua atuação no cinema e performance em outros idiomas, apelidada carinhosamente pelos fãs e seguidores brasileiros nas redes sociais como "queridinha dos internacionais".

Admiradora do cinema argentino e do ator Ricardo Darin e de cineastas argentinos renomados como Alejandro Agresti que dirigiu em Hollywood o sucesso "A Casa do Lago" com Keanu Reeves e Sandra Bullocka atriz Cris Lopes prestigiou recentemente o programa "Charlas Maestras" para conferir a entrevista exclusiva do diretor hollywoodiano em Buenos Aires no DAC - Directores Argentinos Cinematográficos.

A atriz tem vivido entre Brasil e Argentina nos últimos anos marcando presença nos festivais de cinema nacionais e internacionais para divulgação dos filmes que tem atuado nos últimos 5 anos após suas temporadas na Europa e tem sido vista em restaurantes com diretores e jornalistas do cinema argentino em Buenos Aires onde deve filmar em breve e já estreou dois filmes nas telonas portenhas nos cinemas da capital no circuito de filmes do Festival de Cine Inusual 2016 e 2017: "AGS - Agence Génerale du Suicide" com prêmios como "Melhor Atriz" e o filme "Miguel" que também recebeu "Menção Honrosa" como atriz no Brasil e trata sobre violência doméstica no qual Cris vive uma mulher agredida pelo marido. Cris Lopes está realizando eventos com o filme abrindo debates sobre violência contra a mulher e preservação das crianças em sua campanha internacional "Mais Amor, Carinho e Respeito com Nossas Mulheres", divulgada pela atriz na Tv Band no Brasil e em tv na Argentina.

Confira aqui exclusiva em espanhol com Cris Lopes na Argentina: https://youtu.be/nLAQvEG4vGQ

CRÉDITO: Marcelo Rico (Radio OceanAir - Tacural Noticias)
Curtir Fan Page Cine & TV @crislopesoficial: Atriz internacional Cris Lopes (tv, entrevistas e trailers Brasil e exterior):https://www.facebook.com/crislopesoficial
FOTOS: @crislopesoficial: Cris Lopes em Paris Laperouse Restaurant frequentado por hollywoodianos George Clooney e Nicole Kidman  
Cris Lopes no Argentino Hotel Casino & Resort
Cris Lopes no Cine Gaumont Buenos Aires estréias FIC 2018



Divulgação: 
Brasil/Portugal/Argentina/Canadá/USA/Japão:IMPRENSACL:(5511)3582.7654/3835.7205  - Entrevistas WHATSAPP: +5511 99653.0651   email: imprensacl@terra.com.br 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Cine Dicas: Estreias do final de semana (31/01/19)

Vice

Sinopse: A trajetória de ascensão do político Dick Cheney, que veio a se tornar o homem mais poderoso da política mundial. 

Climax

Sinopse: Um grupo de dançarinos urbanos se reúne em um internato isolado, localizado no coração de uma floresta, para um importante ensaio. Ao fazerem uma última festa de comemoração, notam a atmosfera mudando e percebem que foram drogados quando uma estranha loucura toma conta deles.

Estação do Diabo

Sinopse: Lorena, uma jovem e destemida médica, abre uma clínica para os pobres em uma aldeia remota nas Filipinas, mas desaparece sem deixar pistas logo depois.

Ultraje

Sinopse: A banda Ultraje a Rigor invadiu os rádios e TVs na década de 1980. No fim da Ditadura Militar, o grupo estava por toda parte no dia a dia dos brasileiros. 

O Menino que queria ser rei

Sinopse: Alex pensa ser um Zé Ninguém, até que se depara com a mítica espada Excalibur.

Uma Nova Chance

Sinopse: Maya é uma funcionária de supermercado insatisfeita com sua vida profissional. Porém, tudo muda com uma pequena alteração em seu currículo e suas redes sociais. 


Cine Dica: Em Cartaz: A Sereia: Lago dos Mortos - O Déjà vu de um Subgênero

Sinopse: Um espirito maligno se apaixona por Roman, noivo de Marina, e tenta mantê-lo longe da amada em seu reino submerso.  

Filmes como O "chamado" (2002) e "O Grito" (2004), sucessos de público e de crítica nos primeiros anos do século 21, foram suficientes para alavancar a onda dos vultos fantasmagóricos, com os seus cabelos negros, compridos e molhados. O problema é que espremeram tanta essa laranja de sucesso que chegamos ao ápice da mediocridade com filmes dispensáveis desse subgênero de horror e que facilmente cai no esquecimento. "A Sereia: Lago dos Mortos" é o típico filme dispensável, onde não se esforçam em nos apresentar algo criativo, realmente assustador e nos brindado com um verdadeiro Déjà vu a todo momento.
O título, aliás, é uma verdadeira enganação, já que de sereia fantasmagórica o filme não tem nada, mas sim somente o lago onde acontece os principais eventos da trama. Quando o filme começa  já nos primeiros minutos fisgamos sobre o que está acontecendo, pois quando se revela a real natureza da entidade não há surpresa alguma, mas somente aquela sensação frustrante de ter perdido uma hora de sua vida. Para piorar, a distribuidora comete a gafe de trazer o filme dublado em inglês, sendo que o filme é de origem russa e fazendo com que a sincronia labial se torne uma piada.
Para piorar, os mocinhos da trama são tão sem sal que fica até mesmo difícil de torcemos para alguns deles. Somente a mocinha, que sofre que nem numa novela mexicana por não saber nadar, é que consegue a proeza de despertar um pouco de nossa simpatia, já que ela terá que enfrentar os seus próprios medos para não perder o amado que corre o sério risco de ser levado pela fantasminha sedutora. Falando nela, a figura parece um derivado dos filmes citados no início desse texto e cometendo os velhos erros de outros filmes como, por exemplo, do recente "A Freira"(2018).
Com um roteiro criado a toque de caixa, "A Sereia: Lago dos Mortos" é uma piada pronta, da qual não nos faz rir e tão pouco nos amedrontar.  



Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Praça Pública - Indiscreto Charme da Burguesia


nota: filme exibido para associados no último sabado (26/01/19)
Sinopse: Cantor veterano costumava ser um apresentador de TV de sucesso, mas sua fama fica no passado. Quando sua produtora, Nathalie, se muda para o interior, ele vai à festa de abertura da casa e encontra sua ex-mulher, além de outros excêntricos convidados.

Não importa qual país, pois atualmente existe um conflito de classes perceptível, principalmente nos tempos de internet em que as pessoas destilam as mais diversas opiniões sobre os outros como se fosse terra de ninguém. Em “Praça Pública”, diferentes classes e pensamentos de sociedade se colidem, não de forma avassaladora, mas através de uma comédia refinada em que se revela costumes de pessoas de diversas classes e expondo suas fraquezas e opiniões errôneas.
Com experiência vasta na direção, atuação e roteiro, Agnès Jaoui coloca na mesa essas funções em um único projeto. Na trama, são investigadas de maneira sutil as diferenças entre burgueses e a classe trabalhadora, pais, filhos, a moral, interior, cidade, juventude, velhice, astros e desconhecidos. Essa, aliás, não é a primeira vez que Jaoui explora uma história como essa. “O Gosto dos Outros” (2000), por exemplo, estreia da artista como realizadora, trouxe tramas similares e que serviu de laboratório para esse filme. 
A história se concentra na presença de Castro (Jean-Pierre Bacri), um apresentador de TV que participa do open house de sua produtora, Nathalie (Léa Drucker), que se mudou para uma casa de campo "a 35 minutos de Paris" apenas, como repete a anfitriã. Enquanto tenta manter a garçonete Samantha (Sarah Suco) trabalhando e não deslumbrada com os astros que são vistos na festa, Nathalie também recebe sua irmã, Hélène (Jaoui), que é a ex esposa de Castro e deseja levar conteúdos politicamente para o programa de seu ex. A lista de convidados conta ainda com a filha de Castro e Hélène, Nina (Nina Meurisse), que acabou de lancar um livro com personagens inspirados em sua vida pessoal, os atuais cônjuges do ex-casal (Héléna Noguerra e Eric Viellard), o esposo imigrante e levemente xenófobo de Nathalie (Miglen Mirtchev) e o narcisista jovem youtuber Biggistar (Yvick Letexier).
Em mais uma parceria de roteiro entre Jaoui e Bacri, que também foram casados na vida real, algo que adiciona uma camada deveras irônica aos seus papéis na trama. O filme traz um elenco que parece curtir bastante e encenando todos aqueles desencontros e desavenças que vão acontecendo. A narrativa, entretanto, é um pouco confusa e alguns personagens apresentados tem pouco espaço de tempo para serem melhores desenvolvidos.
Ainda assim, o lado natural e cínico vindo dos diálogos se torna ideal ao mostrar a festa um sintoma de conflitos mais amplos presentes na sociedade de hoje, principalmente em um momento que pensamentos do passado que deveriam ser esquecidos voltam à tona. De uma tarde fresca na França para a noite de chuva e confusão, "Praça Pública" cobre é um bom recorte que ajuda a inserir o cinéfilo naquelas situações. Por mais que invista em alguns comentários previsíveis, como a batida noção de futilidade associada ao uso de redes sociais, há bastante virtude nas palavras elaboradas pelo roteiro de Jaoui e Bacri. Nem todas as cicatrizes desaparecem, nem sempre é possível haver paz em ambas partes, mas rir das próprias tragédias para ser o primeiro passo para refletir sobre elas. 

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: Temporada

Sinopse: Juliana (Grace Passô) está saindo de Itaúna, no interior de Minas Gerais, para morar em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Seu novo emprego, em que ela combate endemias da região, cria situações pouco usuais e apresenta para ela pessoas novas, que começam a mudar sua vida.  

André Novais Oliveira é pertencente a essa nova geração de cineastas brasileiros do cinema independente e que nos dá verdadeiras aulas de como se faz um bom cinema. Em seu primeiro longa-metragem, “Ela Volta na Quinta” (2015), o cineasta elabora uma criativa história, da qual transita entre a ficção e o documentário e cujo os protagonistas são os seus próprios pais. Em “Temporada” (2018), o cineasta se eleva a um novo patamar, mas mantendo o lado humano e verdadeiro em toda a sua obra.  
O filme conta a história de Juliana (a ótima Grace Passô de “Praça Paris” de 2017), que decide morar em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Lá ela consegue um novo emprego no combate a endemias da região e, ao mesmo tempo, consegue obter novos amigos durante o trabalho. Ao mesmo tempo, ela espera a chegada do seu marido que ficou em outra cidade, mas as coisas não ocorrem da maneira como ela previa.  
Embora seja uma ficção, André Novais Oliveira mantem o que havia nos apresentado em “Ela Volta na Quinta”, ao focar o lado real de uma periferia e fazendo com que os seus respectivos personagens nos transmitam o seu lado verossímil do dia a dia. Juliana, por exemplo, além de ser a protagonista, ela serve também como a nossa guia, ao adentrar numa realidade em que muitos de nós fecham os olhos, mas que está muito mais próximo do que nós imaginávamos Não deixa de ser encantador, por exemplo, quando ela ouve o depoimento de um morador que mora já um bom tempo naquele lugar, onde ele conta um pouco da história da região e se casando de forma sublime com as imagens elaboradas pelo próprio cineasta Novais.  
Além disso, é um filme que facilmente nos identificamos com os seus respectivos personagens, pois eles são gente como a gente e que poderíamos nos cruzar com alguns deles em nosso dia a dia. Dentre os personagens secundários, destaco Russão (Russo Apr) que, além de se tornar o melhor amigo de Juliana, é uma presença que transita entre a comédia e os dilemas do dia a dia, mas que jamais larga de mão o seu bom humor. Aliás, são os personagens secundários que revelam a Juliana uma nova perspectiva com relação a sua própria realidade em que ela vivia no seu dia a dia.  
Grace Passô é sem sombra de dúvida uma das melhores revelações nestes últimos anos do nosso cinema brasileiro. Se em “Praça Paris” a sua personagem era um ser de inúmeras camadas a serem reveladas para nós, em “Temporada” a sua personagem transita entre a ingenuidade e de uma pessoa que não esconde o peso do mundo em suas costas, mas que do qual é preciso descarrega-lo para então se renovar aos novos desafios. Numa das melhores cenas do filme, por exemplo, André Novais Oliveira foca ao máximo atuação de sua atriz, quando a sua personagem faz uma revelação surpreendente a sua prima e revelando uma dor interna a ser combatida.  
Com um final cheio de perseverança, “Temporada” é um dos mais belos filmes desse início de ano do nosso cinema brasileiro.