Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata
Sinopse: Juliet Ashton (Lily James) é uma jovem escritora, com falta de inspiração, que logo após a Segunda Guerra Mundial recebe uma carta de um membro da misteriosa Sociedade Literária de Guernsey, uma organização formada durante o período de ocupação nazi.
A Sociedade Literária e A Torta de Casca de Batata é uma adaptação homônima do livro de mesmo nome, de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows, feita maravilhosamente pela Netflix! Dirigido por Mike Newell, também diretor do quarto filme da série Harry Potter, já podemos iniciar o filme sabendo que uma decepção será pouco provável, ainda mais tendo Lily James como protagonista, mostrando que é boa no que faz, independente do papel. Quem viu Mamma Mia 2, e agora verá este, perceberá que Lily é uma atriz muito versátil e realiza com bastante maestria quaisquer personalidades que lhe sejam confiadas.
Sua Melhor História
Sinopse: Durante o London Blitz de 1940, a roteirista Catrin se junta a uma equipe de filmagem britânica para tentar fazer um filme patriota para levantar a moral inglesa durante a Segunda Guerra Mundial.
A interpretação da protagonista prende a atenção do público emocionalmente e sentimos junto com ela todo seu esforço, dedicação e principalmente a perda. Sem dúvidas, é uma das melhores atuações femininas no ano. Sam Claflin está irreconhecível depois de ‘Como Eu Era Antes de Você’ e muito bem na pele do roteirista sério, preciso, mas de bom coração. E Nighy comanda a admiração do espectador a cada momento em frente à câmera pela sua confiança e autoestima.
Sua Melhor História tem muitas camadas em que muito delas são muito bem exploradas e outras nem tanto, mas sua riqueza ao explorar o valor do cinema, a influência dos roteiristas e as motivações dos personagens. Tem total fascínio aos olhos do público.
Confiram
quais foram às últimas sessões do Clube de Cinema de Porto Alegre deste ano.
Vá e Veja
(1985)
Sinopse: O filme é
uma experiência de dor e perda. Considerado selvagem e lírico, confira a
trajetória de Florya, um jovem separado de seus comandantes durante a Segunda
Guerra Mundial.
Durante suas duas horas e
vinte, é na morte da inocência, nos eventos traumáticos que Florya presenciará
que o filme se apoia ao contar sua história: a majestosa direção de Klimov nos
insere e torna toda a experiência extremamente imersiva, os longos takes, o
realismo dos efeitos e da violência tornam todo o sofrimento do filme
extremamente realístico, apoiada pela noção de textura dos seus ambientes e
personagens. Os planos-sequência apresentados pelo filme são exemplares,
aproveitam a iluminação natural e os demais elementos em cena como poucos
fazem, de modo à intensificar ainda mais a noção de imersão por meio da
destruição rítmica e progressiva.
Wallay
(2017)
Sinopse: Quando o pai
não consegue controlar o seu filho Ady, ele manda para a casa da sua família, em Burkina
Faso. Lá, é esperado que um menino de treze anos se torne um homem. Porém Andy
acredita que voltará para a França depois das férias, mas a realidade se torna
outra.
Assim como inúmeros filmes
protagonizados por crianças, vide os títulos de guerra como, por exemplo, Império
do Sol e já citado acima Vá e Veja, nós conhecemos o mundo em que eles vivem através
da perspectiva dos seus próprios olhares. Na medida em que o filmes avançam, os
jovens protagonistas amadurecem e dando os seus primeiros sinais de passagem para
a vida adulta. Wallay pode não ser um filme de guerra, mas retrata a luta de um
jovem para se redescobrir num novo mundo do qual o próprio antes ignorava.
Andy é o típico pré adolescente
mastigado pelo capitalismo, do qual deseja sempre tudo em sua mão, mesmo em condições
precárias. Uma vez sendo obrigado a ser criado por outros parentes, ele acaba
encarando outra realidade até então inédita em sua vida. Na medida em que o
filme avança, Endy precisa valorizar, não só o pouco que tem como também velhas
tradições de sua família que, embora aparente serem ultrapassadas, podem lhe
dar uma nova estrada para a vida.
Além de acompanharmos
a sua encruzilhada, acabamos conhecendo um pouco do dia a dia de Burkina Faso,
país africano que, obviamente, foi sugado pelo poderio francês. Em meio a situações
precárias, conhecemos também o lado humilde daquelas pessoas, cuja sobrevivência
consiste na união de cada um deles perante as adversidades. Gradualmente Endy
aprende isso e mudando, inclusive, o seu olhar perante o mundo.
Wallayé um filme despretensioso,
cuja sua única ambição é nos passar uma bela lição de moral para o restante do
mundo.
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O elenco do longa Bia
2.0 e o Diretor Cristiano Calegari marcaram presença no Itaú Cinema Augusta em
São Paulo para conferir a estréia do filme. Amigos, convidados e grande parte
dos atores que participam do filme prestigiram a sessão: a atriz internacional
Cris Lopes, o ator Olivetti Herrera, as atrizes Gabriela Yagui e Ana Murari,
Talles Paz e Tales Jaloretto e o diretor e roteirista Cristiano Belderrain
Calegari que realizou bate papo com o público após a sessão de Bia 2.0. A
leveza do romance conquistou a platéia que vibrou com diversas cenas do filme.
O filme arrancou muitas risadas com piadas inteligentes e descoladas e atuações
marcantes de um grande elenco além de passar uma mensagem construtiva aos
jovens sobre o amor com a dupla de protagonistas Maju Souza e Ghilherme Lobo e
todas as personagens deste grande elenco.
No filme, Beatriz (a
Bia, vivida por Maju Souza) tenta retomar sua vida após flagrar seu namorado
com outra. Trabalhando na floricultura de sua mãe (Jali Kariárit), passa seus
dias na companhia da gótica Naty (Ana Carolina Murari) e do espalhafatoso
Fabiba (Leonardo Silva), e entra em uma trupe de palhaços que fazem trabalho
voluntário. Direção de Cristiano Calegari e Lucas Zampieri e roteiro de
Cristiano Calegari em parceria com Silvia Seles.
A atriz Cris Lopes
gravou participação especial com Maju Souza (Bia) como cliente da floricultura
da mãe de Bia. Cris está no Brasil e filmará no inicio de janeiro sua
participação especial no longa "Truck in Texas". Na sequência, Cris
atuará em mais 02 filmes: no longa policial com o ator Jackson Antunes:
Metrópole 153 Pela Garantia da Liberdade e no longa Realidade Alternativa em
2019.
A próxima exibição de
Bia 2.0 no Itaú Cinema Augusta em São Paulo: quarta-feira dia 12/dezembro/2018
às 19h na sala 4. ÚLTIMOS INGRESSOS AQUI COM TRAILER DO FILME: https://kinorama.co/sessao/bia-2-0-ei-aug02-sp/.
Crédito Fotos: Atriz
internacional Cris Lopes e o Diretor de Bia 2.0: Cristiano Calegari
Sinopse: Arthur compreende
que não pode fazer tudo sozinho quando começa uma cruzada com a sua companheira
Mera em busca de um algo muito importante para o futuro de Atlantis.
Entre os seus erros (Esquadrão
Suicida) e acertos (Mulher Maravilha), parece que a Warner/DC entendeu agora que
não se pode copiar a concorrente (Marvel), ou tão pouco se apressar para assim
se conseguir lucrar. Da pressa obteve retorno irregular com a Liga da Justiça, mas pela paciência
obteve um filme mais do que satisfatório com a princesa Diana. Dessa encruzilhada
de aprendizado surge, então, Aquaman, um filme que tinha tudo para dar errado,
mas que resultou numa aventura deliciosa, escapista e visualmente fantástica.
Dirigido por James Wan (da
franquia Invocação do Mal), acompanhamos a origem de Arthur Curry (Jason Momoa),
que nasceu a partir da relação proibida entre a atlante Atlanna (Nicole Kidman)
e o humano Tom Curry (Temuera Morrison). Quando o seu meio irmão Orm (Patrick
Wilson) deseja se tornar o Mestre dos Oceanos, atacando os demais reinos
aquáticos para que possa atacar a superfície, cabe a Arthur a missão de deter a
guerra inevitável. Para isso, ele conta com a ajuda de Mera (Amber Heard),
princesa de um dos reinos, e o apoio de Vulko (Willem Dafoe), que o treinou durante
a sua adolescência em segredo.
Assim como os inúmeros filmes
de origem, Aquaman acerta em seguir a velha fórmula da “jornada do herói” que, mesmo
saturada, ainda funciona. Embora tenhamos conhecido essa versão cinematográfica
do personagem através dos filmes anteriores do universo expandido da DC, aqui,
o foco não está somente com relação a sua origem, como também de vermos o mesmo
em ter que aceitar aos poucos o seu papel como futuro rei de Atlantis. Portanto,
não há tempo para se fazer referencias aos filmes anteriores e nisso o estúdio
acertou em cheio.
O grande problema era como
apresentar esse universo do personagem sem parecer ridículo, pois se não houvesse um cuidado rigoroso,
haveria o sério risco de um acumulo de efeitos visuais desnecessários. Mas se
isso foi um defeito visível em Liga da Justiça, aqui, os efeitos visuais em abundância funcionam para explorar de forma equilibrada aquele mundo subaquático.
Tanto a sua origem, como da maneira que é vista atualmente, Atlantis possui um
dos mais belos visuais do ano, do qual até mesmo supera o reino de Wakanda visto
em Pantera Negra.
Mas, embora a trama se passe
nos tempos atuais, o filme mais parece uma bela aventura de uma longínqua sessão
da tarde dos anos 80. É como se estivéssemos assistindo aos filmes como, por
exemplo, Os Mestres do Universo (1987), ou até mesmo Flash Gordon (1980), mas
tudo turbinado com recursos de ponta, mas não se esquecendo do que funcionava
naquela época. Assim como os filmes da concorrente Marvel, como Guardiões da Galáxia,
ou Thor Ragnarok,Aquaman segue essa tendência dos filmes atuais em nos passar essa
sensação gostosa e nostálgica vinda daquela época.
Outro trunfo da produção é
ter obtido a melhor forma de nos identificarmos com o personagem principal.
Embora tenha super poderes, além de ser o futuro herdeiro de um reino, Arthur
Curry é um ser desprendido de responsabilidades maiores vindas do horizonte e
tendo só o interesse de ajudar as pessoas necessitadas e que sofrem sérios
perigos vindos das águas. Jason Momoa esta extremamente à vontade num papel que
nasceu para ele, mesmo esse tendo sofrido diversas releituras ao longo dos anos.
Com relação aos demais o
elenco o resultado é parcial, mas também nenhum desastre total. Se por um lado
a princesa Mera (Amber Heard) funciona como parceira do protagonista, por outro,
o nascimento da relação amorosa de ambos soa um pouco forçado. E se os
respectivos personagens Orm (Patrick Wilson) e Vulko (Willem Dafoe) não nos impressionam muito,
Arraia Negra, por sua vez, rouba a cena em todos os momentos que surge e muito
se deve a interpretação intensa do ator Yahya AbdulMateen II.
Além dos já mencionados
efeitos visuais, James Wan impressiona na direção das cenas de luta. Embora
seja perceptível o uso de efeitos em alguns momentos, os atores, pelo visto, se
comprometeram em atuar em cenas em que se exigiu um grande esforço de todos. Não há como não se impressionar com as cenas
de ação e luta entre Arthur, Mera contra Arraia Negra na cidade da Cecília(Itália)que, desde já, é o melhor sequência de ação do longa.
Embora com um final previsível,
Aquamané o exemplo de equilíbrio que o estúdio Warner/DC finalmente conseguiu obter após inúmeros percalços.
Celebrando a presença
da dupla Distruktur em Porto Alegre, segunda-feira, dia 17 de dezembro, às 19h,
a Sala Redenção e o Cineclube Academia das Musas recebem Melissa Dullius e
Gustavo Jahn para a exibição de dois de seus filmes Fotokino (2012) e Muito
Romântico (2016). A sessão será seguida de debate com os realizadores.
Melissa Dullius &
Gustavo Jahn começaram a fazer filmes em Porto Alegre no ano 2000, primeiro em
Super 8 e depois em 16mm. Depois de mudarem-se para Berlim em 2006 e
juntaram-se ao grupo fundador do coletivo LaborBerlin e.V passaram a incorporar
práticas experimentais de filmagem e revelação analógicas ao seu processo
criativo. Movendo-se através das fronteiras entre arte e cinema, experimental e
narrativo, fotografia e imagem em movimento, exploram diferentes níveis da
experiência sensorial e intelectual. A dupla desestabiliza as noções do real e
do imaginário ao mesmo tempo em que fundem as camadas de passado, presente e
futuro. Deslocamento e transposição acontecem aqui como estratégias para
produzir transformações, e as narrativas instáveis a que dão vazão sugerem que
há muitas outras maneiras de comunicação além das normalmente conhecidas. Seus
trabalhos tomam forma como filmes, instalações, filmesperformance, fotografias,
textos e materiais gráficos.
Fotokino (2012) é uma
transposição de fotografias, feitas pela dupla de diretores, durante um período
de dez anos, para película 16mm. A câmera torna-se um instrumento para
transferir imagens da realidade ao filme. Quando alguma coisa passa de um meio
a outro, tudo o que resta é ritmo.
Muito Romântico
(2016), é o primeiro longa-metragem da dupla, lançado no Brasil em 2017, pela
Vitrine Filmes. A aventura de Melissa e Gustavo começa a bordo de um navio
cargueiro vermelho cruzando o Oceano Atlântico. Leva-os a Berlim, uma cidade de
constante movimento, onde o velho tem que dar espaço ao novo. O casal encontra
um lar e o transforma no centro de seu próprio universo. À medida que o tempo
passa e as estações mudam, a vida e o cinema se tornam um e seu quarto se torna
um palco em constante mudança, onde os amigos são convidados a desempenhar seus
próprios papéis. Nesse estado de transição, Melissa e Gustavo perdem de vista
seu caminho e seu mundo começa a tremer. Até que um dia um portal cósmico
aparece em sua casa abrindo conexões entre o passado, o presente e o futuro,
confrontando os dois viajantes com descobertas extraordinárias. Muito Romântico
é um fluxo que transporta corações e mentes. Um rearranjo lúdico de
experiências, memórias e fantasias em uma jornada que transcende o espaço e o
tempo.
Muito Romântico
estreou na 66ª Berlinale – Festival de Berlim em fevereiro de 2016 e desde
então foi exibido festivais como IX Janela do Recife, 8ª Semana dos
Realizadores e 40ª Mostra Internacional de São Paulo, além de festivais e
mostras na Itália, França, Polônia, Rússia, Austrália, Lituânia, Egito, Estados
Unidos, Peru, Letônia, Suíça, Uruguai e Áustria. Esteve em cartaz por oito
semanas no Wolf Kino em Berlim. Entre maio e agosto de 2017 e foi lançado nos
cinemas brasileiros dentro do programa Vitrine Petrobrás tendo sido exibido em
salas de cinema de mais de 20 cidades brasileiras.
“Muito Romântico é um
filme que dissipa as fronteiras entre as linguagens do cinema, da fotografia e
das artes plásticas, o que lhe permite transitar das salas de exibição às
galerias de arte contemporânea.” Naief Haddad na Ilustrada da Folha de São
Paulo.
SERVIÇO:
O quê: Sessão
Distruktur + Cineclube Academia das Musas: Fotokino (2012) & Muito
Romântico (2016)
Quando: Dia 17 de
dezembro de 2018, às 19h
Onde: Sala Redenção –
Cinema Universitário, Rua Paulo Gama, 110 – Campus Central da UFRGS.