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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Cine Dica: Projeto Raros, Festival de Inverno e cinema brasileiro em cartaz (25 de julho a 1 de agosto)



PROJETO RAROS EXIBE CRIATURAS DAS PROFUNDEZAS
SESSÕES ESPECIAIS DO 10º FESTIVAL DE INVERNO
BARONESA, AS BOAS MANEIRAS E O DESMONTE DO MONTE EM CARTAZ
Boas Maneiras 

A partir de quarta-feira, 25 de julho, a Cinemateca Capitólio Petrobras retoma a exibição de três filmes brasileiros a pedido do público: Baronesa, de Juliana Antunes, As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, e O Desmonte do Monte, de Sinai Sganzerla.
Na quarta-feira, 1º de agosto, às 19h, acontece uma sessão especial comentada de As Boas Maneiras com a presença do crítico e diretor Ulisses Da Motta.
O valor do ingresso para As Boas Maneiras e O Desmonte do Monte é R$ 16,00.  Integrante do catálogo da Sessão Vitrine Petrobras, o filme Baronesa tem valor promocional: R$ 10,00.

PROJETO RAROS APRESENTA FILME DE BARBARA PEETERS
Na sexta-feira, 27 de julho, às 20h, o Projeto Raros exibe na Cinemateca Capitólio Petrobras o filme Criaturas das Profundezas (Humanoids from the Deep, 1980, 80 minutos, HD), de Barbara Peeters, com produção de Roger Corman. Após a exibição, acontece um debate com os críticos Cristian Verardi e Carlos Thomaz Albornoz. Com projeção em HD e legendas em português, a sessão tem entrada franca.
A sessão de Criaturas das Profundezas faz parte de uma dupla homenagem às avessas do Projeto Raros ao cinquentenário de 2001 - Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, destacando filmes de ficção-científica que resgatam ou destacam o lado mais divertido e inconseqüente do gênero. Na semana seguinte, no dia 03 de agosto, a segunda sessão especial apresenta a pérola Mulheres-gato da Lua (Cat Women of the Moon, 1953), de Arthur Hilton, com comentários do pesquisador Marcelo Severo.
No filme, criaturas monstruosas emergem do oceano profundo para aterrorizar os pescadores de uma pequena ilha em Noyo, na Califórnia. Após investigar o caso, uma cientista descobre a terrível verdade que está por trás dos acontecimentos. Produzido por Roger Corman e dirigido por Barbara Peeters, uma das mulheres pioneiras do cinema exploitation, a obra mistura horror e ficção-científica, remetendo a sucessos da década de 1970, como Tubarão, de Steven Spielberg, e A Ilha do Dr. Moreau, de Don Taylor, e inspirando-se no clássico dos anos 1950 O Monstro da Lagoa Negra, de Jack Arnold, na caracterização das criaturas.

TIA JÚLIA E O ESCREVINHADOR E SUBMARINO AMARELO NO FESTIVAL DE INVERNO
Duas exibições especiais marcam a programação do 10º Festival de Inverno de Porto Alegre na Cinemateca Capitólio Petrobras. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
No sábado, 28 de julho, às 16h, acontece uma sessão de Tia Júlia e o Escrevinhador (Tune in Tomorrow...), dirigido por Jon Amiel, com comentários do pesquisador Ricardo Barberena. A adaptação hollywoodiana de uma das obras-primas de Mario Vargas Llosa, protagonizada por Keanu Reeves, Bárbara Hershey e Peter Falk, ganha uma reprise no mesmo dia, às 19h. Exibição em DVD com legendas em espanhol.
No domingo, 29 de julho, às 16h, acontece uma sessão comentada da clássica animação Submarino Amarelo (Yellow Submarine), de George Dunning, baseada em várias canções do grupo de rock inglês The Beatles, que celebra cinquenta anos neste ano. Participam do debate os pesquisadores Paulo Moreira e Zeca Azevedo. No mesmo dia, às 19h, acontece uma reprise da animação psicodélica.

TIA JÚLIA E O ESCREVINHADOR
(Tune in Tomorrow...)
Estados Unidos, 1990, 100 minutos
Exibição em DVD com legendas em espanhol
Direção: Jon Amiel
A história se passa em Nova Orleans, no começo da década de 50. Keanu Reeves faz o redator de uma rádio local que se apaixona pela tia (Barbara Hershey), uma mulher divorciada e que procura por um novo marido. Outro personagem importante é um escritor de radionovelas (Peter Falk) que começa a se inspirar no romance dos dois para suas histórias.

SUBMARINO AMARELO
(Yellow Submarine)
Reino Unido, 1968, 90 minutos
Exibição em HD com legendas em português
Direção: George Dunning
No auge de sua popularidade, o grupo britânico The Beatles fez este desenho sobre uma terra dominada pelos malvados Blue Meanies. Eles são recrutados para devolver a alegria e a música para o mundo fantasioso, partindo em uma viagem incrível. Um filme de animação psicodélica que abusa das cores e de canções famosas da banda.

GRADE DE HORÁRIOS
25 de julho a 1º de agosto de 2018

25 de julho (quarta)
16h – Baronesa
17h30 – As Boas Maneiras
20h - O Desmonte do Monte

26 de julho (quinta)
16h – Baronesa
17h30 – As Boas Maneiras
20h - O Desmonte do Monte

27 de julho (sexta)
16h – Baronesa
17h30 – As Boas Maneiras
20h – Projeto Raros (Criaturas das Profundezas, de Barbara Peeters)

28 de julho (sábado)
14h - Baronesa
16h – Tia Júlia e o Escrevinhador + debate
19h - Tia Júlia e o Escrevinhador

29 de julho (domingo)
14h – O Desmonte do Monte
16h – Submarino Amarelo + debate
19h - Submarino Amarelo

31 de julho (terça)
16h – Baronesa
17h30 – As Boas Maneiras
20h - O Desmonte do Monte

1 de agosto (quarta)
16h – Baronesa
17h30 – O Desmonte do Monte
19h – As Boas Maneiras + debate

terça-feira, 24 de julho de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: O Terceiro Assassinato



Nota: filme exibido para associados no último sábado (21/07/18), na Casa de Cultura Mario Quintana.
Sinopse: O advogado Shigemori é obrigado a pegar um caso de assassinato na defesa de Misumi, que tem um registro criminal que aconteceu há 30 anos. Mesmo Misumi confessando a autoria do homicídio, enfrentando a sentença de morte, Shigemori tem dúvidas sobre a culpa dele no caso.

Já na abertura do filme nos damos conta que não estamos diante de uma obra convencional, mas sim de algo que irá muito além de uma mera história de crime e investigação. Já no início, por exemplo, já sabemos quem é o responsável por um crime que irá moldar a trama como um todo. O mais surpreendente é que o próprio assassino se entrega a policia e para ser julgado pela justiça.
O que é preciso ficar claro, até mesmo devido a imprevisibilidade vista dos minutos iniciais, é ter a consciência que as ações de cada personagem vistas no longa irão moldar as consequências da trama como um todo. Esses eventos no enredo, aliás, poderiam ser catastróficos se fossem comandados por um diretor qualquer. Porém, Hirokazu Kore-Eda, cineasta japonês que surpreendeu com o delicado Pais e Filhos, demonstra total segurança na direção em meio a uma trama nebulosa e de inúmeras camadas a serem descascadas.
Percebe-se, aliás, que o cineasta não bebe de nenhuma fonte do gênero policial já vista no cinema. Talvez sua real intenção seja retratar como a justiça realmente age em situações como essa, fazendo a gente tentar compreender as reais ações de cada um dos personagens e escancarar o lado burocrático de um processo que não poderia ser tratado de modo convencional.
Desse modo, é uma narrativa que supera até mesmo o próprio mistério. Mistério, aliás, que faz o cinéfilo ficar mais intrigado ao tentar desvendar as raízes do crime e tentar destrinchar o que levou o personagem principal a cometer tal ato. Mas isso se torna um mero detalhe, pois a mente de Misumi (Koji Yakusho) é questionada e invadida pelos seus próprios advogados, que procuram obter com todos os meios uma forma de ganhar o caso.
Na visão da justiça vista no filme, Misumi deixa de ser um homem e se torna apenas um ser a ser julgado por um julgamento sem provas, mas com convicções. Quem espera um filme de julgamento, aliás, pode até se decepcionar, pois ele não lembra em nada clássicos como, por exemplo, Anatomia de um Crime (1959). O foco principal, tanto se localiza nas membranas da advocacia, como também nas dores, destinos e certas atitudes que levam as pessoas a um caminho indefinido.
Já o lado burocrático do caso, por vezes, se torna caricato, já que os advogados e promotoria se sentem perdidos e sem saber o que fazer no decorrer do tempo. A meu ver, o foco principal do cineasta Hirokazu Kore-Eda está mais em potencializar as atuações dos seus principais interpretes. Koji Yakusho (Babel) dá um verdadeiro show de interpretação, pois ele consegue transmitir em seu personagem todos os sentimentos e conflitos internos, mesmo quando sua atuação é eclipsada pelo ótimo desempenho de Masaharu Fukuyama que interpreta o seu advogado na trama. 
Hirokazu Kore-Eda comprova que o trabalho de direção de um filme não requer somente um bom roteiro e elenco talentoso, mas também uma visão autoral, perfeccionista e sem ter a preocupação em revelar as consequências das ações dos seus personagens principais de uma forma apressada. Atenção para as cenas dos diálogos entre o protagonista e seu advogado que, desde já, são os melhores momentos do filme. O Terceiro Assassinato foge da previsibilidade dos filmes policiais e nos brinda com um filme humano e sobre as reais motivações que levam certas pessoas a cometerem tais atos. 
Onde Assistir: Sala Eduardo Hirtz. Casa de Cultura Mario Quintana. Rua das Andradas nº 736, centro de Porto Alegre. Horário: 15h15min.  
 



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segunda-feira, 23 de julho de 2018

Cine Especial: Cinemateca Capitólio Petrobras com trilha sonora ao vivo e indo além do infinito



Sessões lotadas nesse final de semana no Capitólio.

Um final de semana cheio de atrações na Cinemateca Capitólio Petrobras, onde o cinéfilo teve o privilégio de assistir diversas atrações e tendo um final de semana inesquecível. Abaixo, segue duas sessões das quais me marcou muito. 

Sessão Cinedrome:
 2001 – Uma Odisseia no Espaço (1968)

Sinopse: Uma estrutura imponente preta fornece uma conexão entre o passado e o futuro nesta adaptação enigmática de um conto reverenciado de ficção científica do autor Arthur C. Clarke. Quando o Dr. Dave Bowman e outros astronautas são enviados para uma misteriosa missão, os chips de seus computadores começam a mostrar um comportamento estranho, levando a um tenso confronto entre homem e máquina que resulta em uma viagem alucinante no espaço e no tempo.


A primeira vez que eu havia assistido a 2001 – Uma Odisseia no Espaço de Stanley Kubrick (Laranja Mecânica) foi quando eu tinha apenas dez anos de vida, pela TV e no horário da tarde de um domingo qualquer. Minha mãe e eu tínhamos testemunhado aquele filme, do qual era diferente de tudo o que a gente já havia assistido e não tínhamos a menor ideia do que a gente havia testemunhado. Por eu ser uma criança ingênua na época eu achava, por exemplo, que os macacos do início da trama eram de outro planeta e que as naves que surgiram posteriormente iriam até lá.
Os anos se passaram, ao ponto que não sabia mais o nome daquele filme que marcou minha mãe e eu naquela longínqua tarde de domingo. Por não nos lembrarmos do nome apelidamos o filme de “silencioso”, já que as partes vistas no espaço eram, por vezes, silenciosas e enigmáticas. Somente em 1998, quando eu comecei me aprofundar mais sobre o cinema, é que eu descobri numa revista que o filme se chamava 2001 – Uma Odisseia no Espaço, pois a obra estava comemorando os seus trinta anos de vida. No dia primeiro de janeiro do ano de 2001, e novamente pela TV, assisti ao filme depois de vários anos, compreendendo um pouco melhor aquela enigmática história, mas fazendo-me levantar diversas outras teorias sobre o surpreendente final que ainda é um grande enigma.
E aqui cá estamos em 2018, ano em que o filme comemora os seus cinquenta anos de vida. Antes da sessão desse final de semana eu havia comprado o livro que deu origem ao filme, escrito por Arthur C. Clark e que, embora tenha algumas passagens mais explicativas do que são vistas no filme, me fez pensar ainda mais sobre qual é o nosso verdadeiro papel neste mundo, onde se encaixa o papel de Deus em nossas vidas, sobre seres vivos fora de nosso planeta e sobre esse universo vasto e infinito. Revendo o filme neste último final de semana, numa sessão especial pela Cinemateca Capitólio Petrobras (cortesia da equipe Cinedrome) eu tive o privilégio de não somente rever, como também passar por uma experiência sensorial e da qual poucas vezes eu vejo no cinema. 
Stanley Kubrick não criou um mero filme de ficção científica, mas sim criou uma obra prima que, após ser apreciada, a gente a leva em nossas memórias e faz com que ela cresça cada vez mais quando pensamos sobre ela. Ano após ano o cinema americano sempre lança filmes de ficção e que, alguns críticos precipitados, rotulam como o "novo 2001". Não haverá “outro 2001”, ou seja, não haverá outra experiência sem igual como a vista na obra de Kubrick, sendo algo que não envelheceu com o tempo e estando ainda muito a frente de nossos próprios sentidos.
O que há além do infinito? Stanley Kubrick me fez sempre pensar sobre isso, sendo que qualquer resposta é inútil, mas a pergunta ainda permanece com o seu poder intacto. 


Trilha Sonora ao vivo: O Inquilino (1927)

Sinopse: "O Vingador" é um serial killer que ataca jovens mulheres em Londres. Jonathan Drew (Ivor Novello) chega à pensão do casal Bounting (Arthur Chesney e Marie Ault) em busca de um quarto para alugar. O rapaz possui hábitos estranhos, como sair em noites com névoa, e guarda a foto de uma moça loira.

Quando o filme mudo e em preto e branco O Artista de 2011 levou o Oscar de melhor filme, muitos críticos se perguntavam qual era o próximo caminho do cinema. Em tempos de telas Imax, ou em 3D, se percebe que há um público que gosta de olhar para o passado e desfrutar de tempos mais simples e nostálgicos. Assistir a um filme mudo da forma como ele era apresentado, ou seja, com trilha sonora ao vivo, é uma experiência deliciosa para aqueles que desfrutam das velhas raízes de um bom cinema.
O projeto Trilhas Filmadas, apresentada na Cinemateca Capitólio Petrobras, é uma oportunidade única de revermos velhos clássicos e apresentados da maneira como eles haviam sido vistos pela primeira vez em seu ano de lançamento. Ano passado, por exemplo, tive o privilégio de assistir a uma sessão do filme Metrópolis (1927), cuja copia restaurada (encontrada anos atrás na Argentina) se alinhava com perfeição com a trilha composta ao vivo naquela vez. Novamente esse final de semana eu tive a chance de ter novamente uma experiência como aquela, ao assistir o clássico O Inquilino (The Lodger, 1927) do mestre Alfred Hitchcock. 
The Lodger é o primeiro thriller de Alfred Hitchcock, e também sua primeira obra-prima. É uma das obras máximas do cinema mudo. A narrativa visual do cinema mudo de The Lodger foi interpretada por músicas e canções de músicos representativos da cena eletrônica, guitarbands, jazz e rock de Porto Alegre. Ao vivo criam orquestrando performances em uma nova trilha sonora para The Lodger. Logo, o presente projeto busca recriar uma atmosfera sonora contemporânea através de breves intervenções sonoras e momentos dedicado a canções autorais. A banda é composta por Leandro Schirmer (instrumentos, vozes e produção), Zaracla (Guitarra, teclado e voz), Martha Buzin (voz), Souto Rodrigo (Bateria, Synth e DrumMachine), Zarpa (guitarra), Fabian Steinert (baixo). Participações especiais: EL NEGRO, DANCEADELIC, LOUISE BOECK. 
Embora o rock possa soar um tanto estranho em alguns momentos durante a projeção, a sessão ganha bons contornos conforme ela avança. O ponto alto fica por conta de Zaracla e Martha Buzin quando soltam a voz, em momentos em que uma história de amor surge em meio a uma trama policial sombria e com requintes expressionistas. Embora os minutos finais deixem claro que houve uma intromissão dos produtores para deixar o filme mais receptivo para o público da época, o filme não perde o seu brilho ao servir de exemplo sobre um grande cineasta autoral que estava surgindo naquele tempo.     

Nota: A sessão Trilhas Filmadas vai novamente ter uma sessão amanhã as 20horas na Cinemateca Capitólio Petrobras. Mais informações vocês encontram no cartaz abaixo.  
  
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