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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Cine Dica: Cine Esquema Novo 2016 na Cinemateca Capitólio

Cine Esquema Novo 2016 – Arte Audiovisual Brasileira ocorre de 03 a 10 de novembro em Porto Alegre

Festival selecionou 44 trabalhos entre filmes e instalações que serão exibidos na Cinemateca Capitólio, Goethe-Institut Porto Alegre, Instituto Ling e pelas ruas e paredes  da cidade



A edição de 2016 do Cine Esquema Novo – Arte Audiovisual Brasileira chega oficialmente a Porto Alegre nos dias 03 a 10 de novembro, com exibições gratuitas de filmes e instalações que serão apresentados na Cinemateca Capitólio, sede oficial do festival, Goethe-Institut Porto Alegre e Instituto Ling. Na semana que antecede as atividades, a equipe curatorial convida o público a olhar para cima: nos últimos dias de outubro, o CEN visitará alguns amigos do evento para realizar mini encontros com projeções de filmes e vinhetas nas paredes dos prédios vizinhos. 

Com quase 600 inscritos, o festival que desde 2003 promove a diversidade da imagem através do conceito de Arte Audiovisual - uma proposta capaz de englobar tanto a ideia do cinema quanto das artes visuais, volta ser anual e competitivo. Das 44 obras selecionadas na Competitiva Brasil, 32 serão exibidas na sala da Cinemateca Capitólio e 12 em ambientes fora da sala de cinema, no formato de videoinstalações, projeções e performances (ver lista completa e sinopses abaixo). Serão mais de 35 horas de programação.

 Produção gaúcha em alta 

Não foram poucas as vezes em que a curadoria do evento teve que dar explicações devido à escassa participação de gaúchos no festival. Em 2016, o CEN está inundado por quatorze trabalhos de realizadores por aqui instalados ou que daqui brotaram e foram filmar o mundo. Muitas dessas obras são assumidamente reflexo da convivência destes realizadores com a diversidade das onze edições do CEN. Destaque para o longa Rifle, de Davi Pretto, premiado recentemente no Festival de Brasília, o curta Sesmaria, dirigido por Gabriela Richter Lamas e vencedor de quatro prêmios no Festival de Gramado, o trabalho Superquadra Saci, do artista gaúcho radicado em Recife Cristiano Lenhardt, que faz a abertura do CEN (e que também pode ser conferido na 32ª Bienal de São Paulo com as obras Uma coluna e Trair a espécie) e o longa Muito Romântico, exibido na mostra Forum Expanded da Berlinale 2016 e dirigido pelo duo baseado em Berlim, Melissa Dullius & Gustavo Jahn.



Um audiovisual cada vez mais político

Como era de se esperar, a produção nacional exibida na seleção no CEN 2016 aborda por diversas vezes as diferentes questões sociais e políticas que marcam a agenda brasileira. Este contexto está bem representado no festival este ano, com filmes e instalações que trazem temas como os protestos que tomaram o país (Jovens Infelizes ou um Homem que Grita não é um Urso que Dança, de Thiago B. Mendonça e Da Janela pra Consolação, de Dellani Lima); questões indígenas (Abigail, de Isabel Penoni e Valentina Homem, GRIN, de Roney Freitas e Isael Maxakali e o polêmico Antes o Tempo não Acabava, de Sergio Andrade e Fábio Baldo; ocupações urbanas (O Teto Sobre Nós, dirigido por Bruno Carboni); o ocaso das migrações (Para Aylan, de Jacson Dias e Maick Hannder); a opressão exercida sobre as mulheres (Why not be Beatiful?, de Sabrina Luna); e, sempre presentes, mas de forma cada vez mais madura e criativa, as questões LGBT, sexualidades e suas  liberdades (A Cidade do Futuro, de Cláudio Marques e Marília Hughes, O Último Dia Antes de Zanzibar, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon Antes o tempo não acabava).



Destaques em Cannes e Berlim

Trabalhos exibidos nos dois maiores festivais do mundo ganham destaque na Competitiva Brasil do CEN 2016. São os casos de Cinema Novo, dirigido por Eryk Rocha, filme-ensaio premiado com o Olho de Ouro em CannesA Moça que Dançou com o Diabo, de João Paulo Miranda Maria, que recebeu o Prêmio Especial do Júri na competição pela Palma de Ouro em Cannes; Abigail, exibido na Quinzena dos Realizadores do mesmo festival; Muito Romântico, dos gaúchos da DISTRUKTUR, Melissa Dullius e Gustavo Jahn, artistas radicados em Berlim e que exibiram seu filme autoreferencial na BERLINALE 2016, assim como Antes o Tempo não Acabava, que esteve no Panorama de Berlim.



Resistência em película no Goethe-Institut 

Este ano, ao mesmo tempo em que exibe obras absolutamente contemporâneas no formato digital, o CEN 2016 faz um importante mergulho no universo da película, na busca de discutir a manutenção de técnicas analógicas na imagem em movimento, através da difusão, preservação e experimentação com as possibilidades estéticas que o trabalho em película permite ao artista. As obras internacionais que integram a programação da mostra Resistência em Película (ver programação completa e sinopses abaixo) são de curadoria da produtora Pátio Vazio. Além das mostras focadas em dois importantes artist-run film labs da Europa, o LaborBerlin (Alemanha) e oWorm.Filmwerkplaats (Holanda), um outro programa em 16mm será exibido no festival deste ano, focado no trabalho do duo OJOBOCA. O duo composto por Anja Dornieden (Alemanha) e Juan David González Monroy (Colômbia) residentes em Berlim, vem a Porto Alegre a convite do Goethe-Institut e German Films para apresentar seus trabalhos, ministrar a oficina Traces of Colored Light (ver serviço completo abaixo) de revelação e copiagem manual em 16mm (que ocorrerá durante dois dias no Instituto de Artes - UFRGS), além de uma conversa com o público sobre o trabalho que desenvolvem no duo e de sua experiência como membros do LaborBerlin. Os encontros ocorrem das 10 às 16h, nos dias 07 e 08 de novembro, no Instituto de Artes da UFRGS. São oferecidas 10 vagas. As inscrições custam R$ 60,00 e devem ser realizadas por este link: https://goo.gl/forms/Gb80nFxgCXJwG1lf1



Gestão de Acervos Audiovisuais + Acervo CEN disponível ao público

Uma das primeiras atividades da programação oficial do CEN 2016 inicia às 14h do dia 03 de novembro, na Sala Multimídia da Cinemateca Capitólio: o curso Gestão de Acervos Audiovisuais (ver serviço e programa completo abaixo), ministrado por Fernanda Coelho. Especialista em conservação audiovisual, Fernanda foi por quinze anos a Coordenadora de Preservação da Cinemateca Brasileira e apresenta durante três dias temas como noções básicas de museologia, tipologia de documentos audiovisuais, conservação de documentos, entre outros. Os encontros ocorrem das 14h às 18h no dia 03, e das 14h às 21h nos dias 04 e 05. São oferecidas 20 vagas. As inscrições custam R$ 200,00 e devem ser realizadas através deste link: https://goo.gl/forms/DKdgqsOoblkhx9ef2. A oficina acontece em correalização com o Programa de Alfabetização Audiovisual do MINC e a Coordenação de Cinema, Vídeo e Foto da Prefeitura de Porto Alegre.

Outra novidade desta edição é o Acervo do CEN disponível ao público. Milhares de filmes inscritos e exibidos no festival desde 2003 estão preservados na Cinemateca Capitólio para pesquisa e visionamento. 



Audiovisual em Curso

A programação também conta com uma mostra de cinema universitário gaúcho que terá curadoria de estudantes de seis cursos de graduação de quatro instituições do RS: UFRGS (FABICO e Instituto de Artes), PUCRS (TECCINE), Unisinos (CRAV) e UFPel (Audiovisual e Animação). Intitulada Audiovisual em Curso, a mostra reunirá obras selecionadas pelos alunos que participaram de workshop de curadoria ministrado pelos curadores do CEN, Gustavo Spolidoro e Jaqueline Beltrame e a participação do Programador e Crítico Marcus Mello. A exibição das produções e os debates com os coordenadores dos cursos participantes ocorrerão no sábado, 05 de novembro, no Goethe-Institut Porto Alegre, das 14h às 18h.



Premiação CEN 2016

O evento de divulgação dos vencedores da Competitiva Brasil ocorre na quinta-feira, 10 de novembro, na Cinemateca Capitólio às 21h, com prêmios em serviços oferecidos por Kiko Ferraz Studios, Lilit Laboratório Digital, Psycho N' Look e Locall, para o trabalho vencedor do Grande Prêmio Cine Esquema Novo.



O CEN é uma realização da ACENDI – Associação Cine Esquema Novo de Desenvolvimento da Imagem, em correalização com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal de Cultura e Goethe-Institut Porto Alegre; coprodução da Pátio Vazio e apoio institucional do Instituto Ling, Departamento de Artes Visuais e Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS e Tecna - Centro Tecnológico Audiovisual do RS. Para informações sobre o evento e programação, acesse: www.cineesquemanovo.org



Números do CEN 2016

3 mostras

44 filmes selecionados para Competitiva Brasil

59 artistas (10 duos e 4 coletivos)

32 filmes em exibição na Cinemateca Capitólio (sessões às 19h e 21h)

4 filmes nos espaços expositivos do Capitólio

3 filmes no Instituto Goethe

4 filmes no Instituto Ling

1 performance pelas ruas da cidade

Mais de 35h programação em sala de cinema, galerias, ruas e paredes da cidade;

14 sessões em sala de cinema

14 filmes dirigidos por mulheres

14 filmes gaúchos (realizados aqui ou em outras plagas)

5 atividades formativas



Serviço 

Cine Esquema Novo 2016 – Arte Audiovisual Brasileira

De 03 a 10 de novembro em Porto Alegre (RS), na Cinemateca Capitólio, Goethe-Institut Porto Alegre, lnstituto Ling e paredes e ruas de Porto Alegre.

Todas as exibições de filmes e videoinstalações têm entrada franca 

CINEMATECA CAPITÓLIO: todos os dias, das 9h às 23h. Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - (51) 3289 7458

GOETHE - INSTITUT PORTO ALEGRE: de segunda a sábado, das 10h às 19h30.  Rua 24 de Outubro, 112 - Moinhos de Vento - (51) 2118 7800

INSTITUTO LING: segunda a sexta, das 10h30 às 22h; sábado 10h30 às 21h; domingo 10h30 às 20h - Rua João Caetano, 440 - Três Figueiras - (51) 3533 5700


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Bruna Paulin - Assessoria de Flor em Flor

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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CineDica: Em Cartaz: Canção da Volta



Sinopse:Julia (Marina Person) e Eduardo (João Miguel) são casados e têm filhos. Eles estão juntos há muito tempo e os conflitos são grandes empecilhos para a continuidade do relacionamento. Tudo piora com as tentativas de suicídio dela.

A realidade pode se tornar cruel no decorrer do tempo, fazendo com que passemos por adversidades, das quais testam os nossos limites físicos e mentais. Quando não passamos na prova, a nossa mente por então quebra, fazendo com que ela se torne a nossa pior inimiga. O terror psicológico de filmes passados (Repulsa do Sexo) e filmes recentes (Cisne Negro) representa essa minha teoria e Canção da Volta, mesmo não indo a fundo nessas questões, nos apresentada um ensaio para esse possível quadro.
Dirigido pelo estreante Gustavo Rosa de Moura, acompanhamos o passado e o presente da vida de Julia (Marina Person) e Eduardo (João Miguel) que, aparentam ser um casal perfeito ao lado dos seus filhos, mas que possuem cicatrizes físicas e mentais muito piores do que se imaginam. Em certa ocasião, Julia comete uma tentativa de suicídio, levando a família por inteira para um caminho sem volta e revelando então uma nova faceta de cada um deles até então desconhecida.
Inspirado na típica família contemporânea, o filme destrincha o dia a dia de cada um desses seres, dos quais se veem consumidos pelo aceleramento da rotina, ao ponto de esquecerem-se do que é mais importante. Bem sucedidos, o casal central procura uma forma para se sentirem vivos, mas não pensando nas consequências que irá atingir um ao outro. Uma vez que Julia comete tal ato do suicídio, Eduardo se apresenta aos poucos como uma pessoa paranoica, tentando compreender o porquê dela ter tentado tirar a própria vida, mas fazendo com que saia da linha e machucando tanto ela como consigo próprio. 
No decorrer do filme, testemunhamos alguns momentos que levantam mais perguntas do que respostas e fazendo com que nós criemos as nossas próprias teorias: a cena em que Eduardo enxerga (ou sonha) com as saídas da casa todas coberto por terra, talvez venha a ser a representação sobre o que ele pensa com relação a Julia, dela sempre usar uma camada protetora, se isolando dentro do seu próprio mundo e jamais explicando com exatidão as suas ações. Isso faz com que nasça dentro de Eduardo uma pessoa que até então ele desconhecia, ou que estava simplesmente adormecida e fazendo nos perguntar quem foi realmente o causador de toda essa realidade acinzentada na vida do casal.
Se João Miguel (Estômago) nos brinda novamente com uma ótima atuação, a surpresa fica por conta da própria presença de Marina Person na área de atuação. Conhecida popularmente como Vj da MTV Brasil na década de 90, Marina foi abraçando inúmeras áreas culturais, até chegar ao ponto de recentemente dirigir o seu primeiro longa metragem intitulado Califórnia. Já aqui, Marina não se intimida na frente da câmera, ao ponto dela se transformar por completo, criando para a sua personagem um ser que anseia por adquirir asas e tentar se encontrar na vida após um passo em falso que poderia ter lhe custado muito.
Tanto Person como Miguel se entregam por completo, em momentos de pura tensão e que testam à química um pelo outro em momentos distintos: a cena de sexo entre o casal surge inesperadamente e passando um momento de prazer, mas ao mesmo tempo uma confusão interna da qual passa os seus respectivos personagens. O sexo, aliás, se torna no decorrer da trama, tanto como uma válvula de escape para que os personagens se sintam um pouco mais aliviado, como também uma espécie coroa de espinho que vai encravando na mente já debilitada de cada um deles.
Embora com um tempo curto para apresentar uma trama cheia de camadas, Canção da Volta é um pequeno estudo sobre o comportamento e estado de espírito do indivíduo atual, do qual se encontra cada vez mais ansiando pela sua individualidade, mas que no fundo não deseja estar sozinho no final do percurso.

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