Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
A
11ª edição do Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre
(Fantaspoa) traz a Porto Alegre, de 15 a 31 de maio, 71 longas e 48
curtas-metragens de mais de 30 países, em mostras competitivas e sessões
especiais. As exibições serão no CineBancários e no Cine Santander.
A
grade da programação do festival você encontra na pagina do CineBancários
clicando aqui.
A
programação completa de ambas as salas você encontra na pagina oficial do
festival clicandoaqui.
Nos dias 30 e 31 de Maio eu estarei
participando do curso História do Cinema Gaúcho, criado pelo Cine Um e
ministrada pela Doutora, jornalista e professoraMiriam de Souza Rossini. Enquanto os dois
dias da atividade não chegam, estarei postando por aqui os filmes rodados em
nossa terra (de ontem e de hoje) e que eu tive o privilegio de assistir.
CASTANHA
Sinopse: João Carlos
Castanha tem 52 anos e é ator. Também trabalha na noite como transformista em
baladas gays. Vive com a mãe septuagenária, Celina, no subúrbio de Porto
Alegre. Solitário, doente e confuso, aos poucos ele deixa de discernir
realidade e ficção.
No ano passado eu havia assistido na Casa de
Cultura Mario Quintana o filme chamado Esse Amor que nos Consome, onde mostrava
uma dupla responsável por um grupo de dança alternativa. O que me chamou
atenção naquele filme é pelo fato dele transitar entre a ficção e documentário,
já que os protagonistas estavam atuando como eles mesmos e mostrando na frente
da câmera o seu cotidiano. Esse tipo de cinema brasileiro talvez tenha começado
a partir de 2007, com o maravilhoso O Jogo de Cena de Eduardo Coutinho e com
certeza irá se fortalecer ainda mais com Castanha.
Em seu primeiro longa
metragem, Davi Pretto usa pouquíssimos recursos, porém eficientes, para focar o
dia a dia de João Carlos Castanha, que durante as noites nas baladas de Porto
Alegre, se torna um transformista para alegrar determinadas boates gays da
capital gaúcha. Ao mesmo tempo convive com a sua mãe Celina e com um
problemático sobrinho chamado Marcelo, que transita entre a marginalidade e a
cada vez mais distante redenção. O grande charme do filme está no fato de não
sabermos ao certo o que é real e o que é ficção, pois o próprio protagonista
pára por um momento no que está fazendo e fala sobre a sua vida de ontem e hoje
na capital.
Durante o dia, o
protagonista passeia por lugares conhecidos da cidade, como a Casa de Cultura
Mario Quintana e fazendo com que nos identificamos nestes momentos com ele.
Mesmo quando ele se apresenta de uma maneira em que nos faça convencer a
diferenciá-lo de nós. Mas isso não acontece.
Curiosamente, alguns
momentos imprevisíveis surgem. Quando ator (ou personagem) dá de encontro com
uma situação, onde estão ocorrendo filmagens de um casal discutindo, tem-se ali
então um belo exemplo do cruzamento de ficção e realidade: seria o personagem
trabalhando num filme dentro da história? Seria próprio João Carlos Castanha
trabalhando no filme que estamos assistindo?
Ao mesmo tempo, o
filme procura ser um retrato do nosso mundo contemporâneo atual, pois mesmo não
dando enfoque sobre determinados assuntos, eles estão ali nas entrelinhas. Belo
exemplo é o fato de nós sabermos em que época a trama se passa, a partir de
assuntos do cotidiano do protagonista conversando com um taxista ou quando
vemos o noticiário da TV e damos de cara com os protestos que se espalharão no
país no ano passado. Temas políticos estão espalhados em toda projeção de forma
discreta, mas certeira e embalados com um humor sarcástico do protagonista.
Contudo, Castanha por
vezes tem o seu desempenho eclipsado pela atuação de sua própria mãe, que atua
naturalmente e nos emociona quando toca no assunto com relação ao seu
ex-marido, que atualmente se encontra no asilo. As cenas em que mostram o pai
de Castanha no asilo são poucas, mas falam por si e correspondem um pouco sobre
o tipo de relação que ambos tinhamum
com o outro. Aliás, essas cenas também representam um pouco sobre o passar
tempo, que para o bem ou para o mau ele corrói e destrói tudo que existe.
A imagem de Castanha
transformista na boate gay, mesmo conduzindo o seu público com o seu bom humor,
não esconde o fato de sua imagem ser uma figura pálida do que já foi um dia.
Seus traços do seu rosto, emoldurado por uma pesada maquiagem, tentam
inutilmente esconder as marcas do passado, do seu presente e de um futuro
indefinido. Talvez isso seja de propósito, sendo talvez uma representação
cansada de sua luta perante uma sociedade que se encontra indefinida, não
sabendo para aonde vai e ficando presos por valores que se encontram hoje
falidos.
Valores esses que
talvez deixem mundo em que Castanha vive um tanto que nebuloso. Querendo ou
não, ele pertence há uma sociedade cada vez mais conservadora e alienada com
políticos formados por pastores e que usam a palavra da bíblia como arma contra
uma fatia de público que vai contra a maré dessa sociedade hipócrita. Mesmo com
os percalços, os minutos finais nos dizem para não desistir e levarmos tudo
pelo bom humor, mesmo quando isso parece não ter fim.
Cru, simples e direto,
Castanha é isso e muito mais. Levando-nos a questionar o mundo que vivemos e
fazendo nos identificar e nos questionar a nós mesmos.
Sinopse: Após ser
capturado por Immortan Joe, um guerreiro das estradas chamado Max (Tom Hardy)
se vê no meio de uma guerra mortal, iniciada pela Imperatriz Furiosa (Charlize
Theron) na tentativa se salvar um grupo de garotas. Também tentanto fugir, Max
aceita ajudar Furiosa em sua luta contra Joe e se vê dividido entre mais uma
vez seguir sozinho seu caminho ou ficar com o grupo.
Últimas Conversas
Sinopse: O cineasta Eduardo Coutinho
entrevista diversos estudantes do ensino médio público no Rio de Janeiro,
perguntando sobre a suas vidas atuais e expectativas para o futuro.
O Desejo da Minha
Alma
Sinopse: Um grande terremoto atinge o Japão e
deixa milhares de pessoas mortas e feridas. A pequena Haruna e seu irmão Sotha
ficam órfãos, e são acolhidos pelos tios, que cuidam muito bem deles. Mas as
crianças não conseguem se acostumar à vida sem os pais. Haruna tem problemas na
nova escola, e Sotha não compreende que o pai e a mãe realmente se foram.
A Lei da Água - Novo
Código Florestal
Sinopse: O documentário discorre sobre as
florestas e como elas são importantes para os recursos hídricos do Brasil.
Através de entrevistas com ruralistas, ambientalistas, cientistas e
agricultores, o documentário relembra a votação no Congresso do Novo Código
Florestal e questiona seu impacto com opiniões divergentes. Além de
problematizar as mudanças na legislação responsáveis por decidir o que deve ser
preservado e o que pode ser desmatado nas propriedades rurais do Brasil.
Divã a 2
Sinopse:Eduarda (Vanessa
Giácomo) é uma ortopedista bem sucedida, casada com o produtor de eventos
Marcos (Rafael Infante) há 10 anos. Devido ao desgaste do relacionamento, eles
resolvem fazer uma terapia de casal. Só que, durante as sessões, eles decidem
se separar. É quando Eduarda conhece Leo (Marcelo Serrado), por quem fica
interessada.
Sinopse: O
jornalista Gary Webb (Jeremy Renner) trabalha em um pequeno jornal, que não
costuma cobrir assuntos políticos. Acidentalmente, ele descobre documentos
sigilosos sobre o governo americano e a guerra às drogas. Webb passa a
investigar o caso e percebe que os próprios políticos americanos mantém acordos
com traficantes da América Central para trazer crack para dentro dos Estados
Unidos. Ele tenta tornar as suas investigações públicas para desmascarar o
caso, mas passa a sofrer grande pressão para abandonar a história, tanto de
seus editores quanto de políticos influentes, que não hesitam a usar todo o tipo
de violência e pressão para eliminá-lo. Baseado em uma história real.
O Mensageiro é
baseado na história real do jornalista americano Gary Webb e teve seu roteiro
inspirado no livro Kill The Messenger (o título original do filme) escrito
por Nick Shou, como também em Dark Alliance, o livro escrito pelo próprio Webb
e que ganhou alguns prêmios literários.A trama é deveras envolvente e prende a
atenção do espectador do primeiro ao último minuto do filme. O fato de misturar
cenas de arquivos de imagem e reportagens da época facilita para que haja uma
imersão mais rápida na história e também contribua para o ritmo da mesma. Jeremy
Renner desempenha um ótimo trabalho na pele do repórter meio arrogante, seguro
de si, mas um homem de família acima de tudo.
Aliás, O Mensageiro
possui um elenco excelente que conta com nomes como Oliver Platt,Tim Blake
Nelson, Robert Patrick e até Andy Garcia.