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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: VINGADORES: A ERA DE ULTRON



Sinopse: Tentanto proteger o planeta de ameaças como as vistas no primeiro Os Vingadores, Tony Stark busca construir um sistema de inteligência artifical que cuidaria da paz mundial. O projeto acaba dando errado e gera o nascimento do Ultron (voz de James Spader). Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) terão que se unir para mais uma vez salvar o dia.
 
Nada melhor do que rever velhos conhecidos e descobrir que eles ainda têm muito a nos oferecer e nos surpreender. O grande charme dos filmes da Marvel está justamente ao fato que eles possuem inúmeros heróis poderosos, porém humanos, e como todo ser humano que se preze, possuem suas falhas, mas delas vem os seus aprendizados e amadurecimentos perante aos obstáculos. Vingadores: A Era de Ultron eleva o grupo de heróis ao um novo patamar, aonde os lados mais humanos e frágeis dos personagens conquistam o cinéfilo rapidamente.
Mas estamos falando de um dos filmes de aventura mais esperados da temporada, sendo que o público alvo espera no mínimo incríveis cenas de ação e é exatamente isso que acontece. Nem o filme começa e já vemos a equipe unida contra a Hidra, após descobrirem que eles possuem o cetro do Loki. A sequência de ação é ininterrupta, sendo que mal podemos piscar os olhos que algo importante já acontece. O diretor Joss Whedon meio que se arriscou em dar uma de Michael Bay (da franquia Transformers) nesse momento, mas felizmente isso não acontece, ou quase.
Após recuperarem o cetro, Tony (Robert Downey Jr) sofre de uma rápida ilusão criada pela Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), aonde ele tem uma terrível visão de que seus esforços em proteger a terra terem sido em vão. Devido a isso, ele une a gema encontrada no cetro, mais a tecnologia alienígena e cria então uma inteligência artificial, capaz de proteger a humanidade. Claro que tudo dá errado e a inteligência cria vida, gerando o megalomaníaco vilão Ultron (James Spader).
Percebe-se que nesse primeiro ato há certa pressa em apresentar os principais elementos que irão formar a trama, mas que felizmente isso não é prejudicial, mesmo com inúmeros personagens presentes (com participação rápida de Falcão e Maquina de Combate). Os Vingadores então encaram um novo desafio, devido aos erros cometidos por um dos seus integrantes, mas dos erros vem os acertos e o grupo precisa ignorar as diferenças e partir para a luta. No primeiro confronto, infelizmente todos os heróis encaram os seus maiores temores durante o combate contra Ultron, gerando então momentos angustiantes, onde cada um enfrentará os seus demônios interiores.
É nesse momento em que o filme entra num território bem mais sombrio, onde até mesmo temos um rápido vislumbre do passado ainda meio que nebuloso de Natacha (Scarlett Johansson). Banner (Mark Ruffalo) se descontrola novamente e libera um Hulk fora de si. Para a felicidade dos nerds de carteirinha, finalmente isso gera o confronto entre o gigante esmeralda e o Homem de Ferro que, usa finalmente uma super armadura, sendo que foi unicamente criada se caso Banner perdesse o controle do Hulk.
Após uma derrota vergonhosa, o grupo se acolhe num refugio, onde é revelado um lado até então desconhecido do Gavião Arqueiro (Jeremy Renner). Alias, é preciso dar os parabéns para os roteiristas terem dado mais espaço ao personagem, já que o Arqueiro é o mais próximo de nós que assiste. Sem poderes, apenas com artes marciais e arcos e flechas, o personagem é o que mais se sente perdido em meio a seres que quase são Deuses, mas acaba sendo justamente ele que dá uma melhorada no ego de cada um dos seus colegas, principalmente na Feiticeira Escarlate que, percebe os erros que cometeu, mas nunca é tarde em buscar uma redenção.
Falando da Feiticeira, tanto ela como o seu irmão Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) são bem introduzidos na trama. Porém, esse último não foi bem desenvolvido e compará-lo com a sua versão vista em X-Mem: Dias de Futuro Esquecido somente piora a sua situação. Felizmente Elizabeth Olsen contorna essa situação, nos brindando com uma boa interpretação e fazendo a gente desejar saber qual será a próxima evolução de sua personagem.
Mas dos heróis novos introduzidos, ninguém imaginava que um personagem que apareceria somente no início do ato final da trama fosse roubar a cena. Da união da tecnologia alienígena com a inteligência artificial Jarvis (voz de Paul Bettany) surge finalmente o Visão: herói clássico das HQ, que aqui, visualmente é bastante fiel a sua fonte original e o ator Bettany consegue de uma forma fantástica passar tanto a lógica que o personagem preza, como também a sua doçura quase humana que ele transmite, tanto vinda dos seus olhos expressivos como também na sua fala  mansa.
Com tantos atrativos no longa (como a relação amorosa e dramática entre Natasha e Banner como exemplo), por pouco Ultron não acaba sendo um vilão meramente secundário, mas isso somente não acontece graças a interpretação convincente de James Spader. Embora em meio a efeitos visuais que encobrem sua face, Spader constrói um Ultron digno de nota, sendo que suas ações contra a humanidade, não só são convincentes, como também são carregadas de um humor negro certeiro. Atenção para a piada em que ele solta com relação a Noé, sendo que não tem como não rir.
Voltando ao ato final, adianto que ele nos guarda inúmeras emoções, despedidas, perdas e verdadeiras lições de moral. Curiosamente é bom ver como o cineasta Joss Whedon e os roteiristas sempre se preocuparam em mostrar na tela qual é a verdadeira missão de todo herói que se preze que, não é somente derrotar o vilão, mas também salvar vidas. A todo o momento, não importa o quanto a ação é vertiginosa, sempre vemos Capitão América, Homem de Ferro, Thor  e companhia salvando inúmeras vidas em meio ao caos, sendo que é algo precioso de se ver, mas que infelizmente algumas adaptações de HQ de super heróis se esquecem de mostrarem isso hoje em dia. 
Com um final redondinho, mas que deixa inúmeras pontas soltas, para elas serem finalizadas nas próximas aventuras cinematográficas, Vingadores: Era de Ultron é um filme para toda a família, com inúmeras boas cenas de ação, mas nunca se esquecendo do lado humano dos personagens, pois sem isso não teria como nós meros mortais nos identificarmos com Deuses vindos do céu e da terra.  

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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Cine Especial: Blaxploitation – O Cinema Negro Americano dos Anos 70: FINAL

Começa hoje o curso Blaxploitation – O Cinema Negro Americano dos Anos 70,criado pelo Cine Um e ministrado por César Almeida. Para finalizar minhas postagens especiais sobre esse subgênero, posto abaixo mais cinco títulos indispensáveis e uma entrevista com o ministrante que ocorreu na Estação Cultura (TVE) no dia 20/04/15.    

 FOXY BROWN (1974)

Sinopse: A voluptuosa Foxy Brown infiltra-se como prostituta num bordel da alta classe gerido pela máfia, para tentar descobrir a identidade do assassino do seu namorado, morto quando se encontrava a investigar o dito bordel

Devido ao imenso sucesso de Coffy (1973), isso fez com que a carreira de Pam Grier se estabilizasse e se tornasse uma das mais promissoras atrizes dentro do subgênero blaxploitation. Sua personagem Foxy Brown veio somente mais para fortalecer essa sua imagem de mulher sedutora, mas ao mesmo tempo forte e que não se intimida  perante  os obstáculos.   Não me surpreenda então que, anos mais tarde, o cineasta  Quentin Tarantino a tenha convido para ser a protagonista em Jackie Browm (1997),filme alias que presta uma bela homenagem a esse período. 
Curiosamente Foxy Brown é um dos raros clássicos de blaxploitation que foram realizados por um cineasta branco (Jack Hill).


SUPER FLY (1972)

Sinpse:“Super Fly aka Priest”, é um traficante de cocaína que se apercebe que no seu mundo apenas existem duas saídas: a cadeia, ou a morte. A menos que surja uma terceira via… Um último golpe, que o liberte do “game”.
Dono de uma das mais representativas bandas sonoras na história do cinema, assinada por Curtis Mayfield (autor de muitas trilhas que fizeram parte da onda blaxploitation). Este foi também o filme com maior influencia  da cultura Hip hop dos nossos dias. Das roupas  coloridas, aos carros bem ao estilo daquele período. Também do ponto em que retrata o cotidiano daquele tempo, este foi um filme que previu comportamentos das pessoas, incluindo o estouro da cocaína nas ruas como a droga do momento e fez com que estourasse uma verdadeira guerra entre gangsters e a policia (corrupta digas se de passagem).

O Chefão de Nova York (1973)

Sinopse: Tommy Gibbs é um jovem do ghetto que cresceu a pulso nas ruas do Harlem, sonhando tornar-se um dia no “Padrinho de Harlem”. Revoltado contra sociedade racista em seu redor, ele traça um plano, e dá início a uma luta sanguinária entre gangs com o intuito de chegar ao poder a todo custo.
Na época do seu lançamento o filme foi apelidado do “Poderoso chefão Negro’, mas visto atualmente, O Chefão de Nova York guarda mais elementos vistos em Scarface de Brian de Palma, muito embora esse ultimo tenha sido lançado depois nos anos 80. Ambos em comum, existe a sede de vingança que move o protagonista e o conduz para caminhos dos quais pode o levar ao grande poder, mas também a sua queda. Tecnicamente perfeita, é uma das obras mais celebradas pela critica na época do subgênero Blaxploitation, onde sempre é citado na lista dos melhores desse período.
Ao interpretar o personagem principal,  Fred Williamson teve uma consagração imediata, já que ele dá um show em cena e se transformando na verdadeira alma do filme. Astro do período, eu somente fui conhecer Williamson anos mais tarde no filme Um Drinque no Inferno de Robert Rodriguez.  


A Mafia não Perdoa (1972)

Sinopse: Quando 3 ladrões de pequena monta do Harlem roubam de forma surpreendente 300 mil dólares a Mafia Italiana. Torna-se claro para eles que acabaram de assinar as suas sentenças de morte, sendo apenas uma questão de quem os encontrara primeiro, a mafia, ou os dois detectives de métodos pouco ortodoxos (protagonizados por Anthony Quinn e Yaphet Kotto).
Poderosa produção produzida e estrelada por Anthony Quinn (Duelo de Titas). Na verdade esta é uma obra que extravasa o género blaxploitation, e que se .assume como um dos melhores filmes de crime e que não deve para outros do gênero como o Poderoso Chefão. Uma palavra, uma verdadeira obra-prima que merece ser redescoberta pelo público atual. 
Curiosamente há  fragmentos de Tarantino. Esse é o filme onde Tarantino tirou a Música de Abertura de "Jack Brown", música está, que é interpretada por Bobby Womack e é o Titulo do Filme em questão "Across 110th Street".



Truck Turner (1974)
 
Sinopse: Truck Turner é um ex-jogador de futebol profissional que se torna caçador de recompensas, juntamente com seu parceiro Harry.


Trailer de ação policial que, visto hoje, todos irão reparar que a sua trilha sonora inicial fez parte das inúmeras trilhas inseridas no filme Kill Bill de Tarantino. O papel principal foi interpretado por Isaac Hayes, famoso pela música de Shaft. Vendo-o ele atuar como anti-herói da trama, não é toa que ele por pouco não foi o próprio Shaft na época.


 Entrevista com César Almeida

Leia também: partes 1, 2, 3 e 4.


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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: FORÇA MAIOR



Sinopse: Ebba e Tomas decidem passar cinco dias de férias esquiando nos Alpes franceses com seus dois filhos. Tomas deve passar mais tempo com a família pois Ebba acha que ele trabalha demais. Quando os quatro almoçam num restaurante nas montanhas uma avalanche se aproxima rapidamente e ameaça soterrar o local. Nenhum deles fica ferido mas a atitude de Tomas durante o incidente pode causar danos irreparáveis.
 
Força Maior já um dos filmes mais cultuados do momento e motivos para isso é o que não faltam. O filme é dirigido por Ruben Östlund que, para os mais entusiasmados, é considerado o novo Ingmar Bergman (Sétimo selo). Exageros a parte, o jovem cineasta na realidade pertence a um grupo de diretores jovens que está em sintonia com o mundo contemporâneo, sendo que a ideia para a criação do filme surgiu quando ele assistia a um vídeo pelo youtube. 
Tomas (Johannes Bah Kuhnke) e sua esposa Ebba (Lisa Loven Kongsli) vão para os Alpes franceses com seus filhos, Vera e Harry (Clara e Vincent Wettergren). Tudo parece um sonho, mas o que poderia dar de errado?  A família parece ser feliz e bem sucedida, mas desde os primeiros segundos de projeção, parece que há algo no ar que os deixa incômodos um com o outro. As crianças estão inquietas e o casal troca olhares estranhos, como se estivessem analisando um ao outro a todo o momento. 
Durante os seis dias em que a família planejou esquiar, acompanhamos o desmanche gradual do quadro aparentemente "feliz para sempre" que, antes viviam acomodados com isso, mas que na realidade já sofriam problemas de relacionamentos e qualquer deslize, de maior ou menor grau, seria o suficiente para tudo desmoronar. O desmanche das aparências acontece justamente no momento em que eles presenciam uma avalanche nos Alpes. Tomas começa a filmar e diz que é algo controlado, mas a velocidade da queda da neve é tão grande que, enquanto Ebba protege seus filhos, o homem sai correndo desesperadamente.
A seguir, Ebba passa a descontar toda sua raiva (acumulada?) em seu marido com tentativas de desmoralizá-lo perante amigos do casal (Kristofer Hivju e Fanni Metelius), sendo esses últimos que rendem momentos até mesmo engraçados do filme, pois eles se espelham no casal e ficam se perguntando a todo o momento como eles agiriam se passassem por algo parecido. O grande atrativo desse filme é ele saber colocar na mesa um drama familiar de uma forma realista, do qual todos conseguem se identificar, mas aliada com uma trilha perfeita e toque de humor negro (protagonizado pelo segundo casal já citado) que faz com que o filme se diferencie de outros filmes nórdicos atuais.
Cada cena é um enquadramento maravilhoso, sendo que são notáveis as características de cada uma delas ao longo das duas horas de projeção e fazendo com que criemos um jogo de cena em nossas mentes. Claro que as paisagens brancas do cenário da trama aumentam ainda mais a expectativa do cinéfilo. “Há algo de podre na Dinamarca’ mas ficamos nos perguntando até o final quais eram realmente os problemas do casal central antes da neve cair e desencadear novos rumos para a história.
O filme levanta inúmeras questões: relacionamentos de hoje; até que ponto conseguimos manter as aparências; até aonde temos que ser julgados pelos nossos erros e quando devemos finalmente abraçar a nossa redenção com nós mesmos e perante ao nosso próximo. É mais correto sermos sinceros com a gente e aceitarmos os nossos defeitos, ou manter as aparências para não magoar aqueles que nós amamos? Escolhas difíceis, das quais querendo ou não, haverá consequências!
Lembrando até mesmo clássicos como Quem Tem Medo de Virginia Olf?, Força Maior é um filme sobre o comportamento humano, de ontem e hoje e que nos faz a gente se perguntar qual será o nosso quadro futuramente, com relação da maneira que iremos agir com nós mesmos e com aqueles que esperam o melhor de nós.   


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