Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

segunda-feira, 25 de março de 2013

Cine Especial: O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?: Parte 8


Nos dias 26 e 28/Março; 02 e 03/Abril, estarei participando do curso "O que é um Documentário?", criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre últimos documentários nacionais e internacionais que eu assisti nos últimos anos. 

O DIAMANTE BRANCO

SINOPSE: O Diamante Branco, de Werner Herzog - Amazônia, 1992: um acidente com um protótipo de dirigível criado pelo cientista britânico Graham Dorrington mata seu amigo e diretor de filmes ecológicos, Dieter Plage, enquanto filmava animais selvagens junto ao Rio Amazonas. Doze anos depois, Werner Herzog retorna à região ao lado de Dorrington, disposto a fazer uma segunda tentativa. Melhor documentário pelo New York Film Critics Circle.

Sendo um filme de Werner Herzog, já podemos ter uma idéia do que esperar dessa produção, pois o que todos os seus filmes tem em comum é mostrar pessoas que buscam a realização dos seus desejos e ao mesmo tempo enfrentam seus próprios limites, mesmo que isso possa lhe custar muito. Ou seja: vemos nos personagens apresentados em seus filmes um reflexo do próprio diretor do que ele faz, que é simplesmente busca meios para tentar se desafiar ou buscar alguém para se espelhar. E a bola da vez nesta produção de 2004 foi o cientista britânico Graham Dorrington, uma pessoa completamente obstinada em atravessar o Rio Amazonas com um dirigível.
Embora nos estejamos vendo o lado meio que excêntrico de Graham, ao mesmo tempo ele demonstra que tem pleno conhecimento do que ele faz é perigoso e que tudo tem seus limites, mas ao mesmo tempo, quanto mais ele sente que algo lhe impede de realizar o seu desejo, mais ele quer ir em frente, principalmente por talvez buscar redenção e fazer as pazes com o passado quando perdeu o seu amigo Dieter Plage numa tentativa de auto risco.
Como sempre, o filme explora bastante a natureza do lugar e Werner busca pela câmera as melhores cenas em retratar tanto a natureza como também os perigos que ela traz consigo. Em determinados momentos ficamos aflitos pelo destino dos protagonistas do documentário, principalmente pelos personagens secundários que surgem na tela, como um nativo do lugar que vive com suas galinhas e ajuda o resto do grupo, se interagindo e fazendo parte desse sonho de Graham.
Um filme indispensável para quem é fã do diretor e sabe muito bem o que esperar da produção.

Me Sigam no Facebook e Twitter: 

Cine Dica: Mostra Dedicada a Odete Lara na Sala P. F. Gastal


MOSTRA NA SALA P. F. GASTAL HOMENAGEIA ODETE LARA, UMA DAS GRANDES ATRIZES DO CINEMA BRASILEIRO
  
 A Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) dedica a partir de terça-feira, 26 de março, uma pequena mostra em homenagem a Odete Lara, uma das mais importantes atrizes do cinema brasileiro. A mostra reúne quatro títulos, que estão entre os principais momentos da filmografia da atriz: Absolutamente Certo, de Anselmo Duarte, Bonitinha, mas Ordinária, de J. P. de Carvalho, Copacabana me Engana, de Antônio Carlos da Fontoura, e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro.
Nascida em São Paulo, em 1928, Odete Lara teve uma infância e uma adolescência difíceis (tanto sua mãe quanto seu pai se suicidaram, deixando-a sozinha, pois era filha única). Desde cedo chamou a atenção por sua beleza, o que lhe valeu o convite para trabalhar como manequim. Logo começa a atuar no teatro, no elenco do célebre TBC. A passagem para o cinema se dará naturalmente. Seu primeiro filme será a comédia O Gato de Madame, de 1956, ao lado do cômico Mazzaroppi. Após atuar em várias chanchadas, que exploravam sobretudo a sua beleza, o momento de virada acontecerá com Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri, no qual comprova seu talento dramático. A partir daí, se torna uma das atrizes mais requisitadas do cinema brasileiro, atuando sob a direção de nomes como Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Antônio Carlos da Fontoura, Cacá Diegues e Bruno Barreto, entre outros. Na metade da década de 70, decide abandonar a carreira artística, e passa a se dedicar ao budismo.
A mostra dedicada a Odete Lara tem o apoio da Programadora Brasil, projeto do Ministério da Cultura destinado à difusão do cinema brasileiro, e pode ser conferida em três sessões diárias, às 15h, 17h e 19h.

Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.

Me Sigam no Facebook e Twitter:

sexta-feira, 22 de março de 2013

Cine Especial: O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?: Parte 7


Nos dias 26 e 28/Março; 02 e 03/Abril, estarei participando do curso "O que é um Documentário?", criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre últimos documentários nacionais e internacionais que eu assisti nos últimos anos.
  
5x Pacificação

Sinopse: Para contar a história das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nas favelas do Rio de um modo diferente do que se vê nos noticiários, os produtores Cacá Diegues e Renata de Almeida Magalhães abraçaram o projeto de quatro diretores de "5x Favela -- agora por nós mesmos", para que as UPPs fossem examinadas de dentro, do ponto de vista dos que moram nas comunidades.

Num determinado momento do clássico Matar ou Morrer, a personagem de Grace Kelly pergunta para o dono de um hotel, porque ele não gosta do marido dela, que é o xerife local da cidade (Gary Cooper)? A resposta é mórbida, pois o dono do estabelecimento respondeu que ganhava muito mais na cidade, quando não havia o xerife Cooper e quando a bandidagem controlava as redondezas. Essa cena me veio à mente imediatamente ao assistir esse documentário, quando um dono de um bar na favela do alemão, disse que ganhava bem mais, quando os bandidos e o universo do trafico dominavam aquela região, até é claro a chegada da invasão da policia e do UPPs  (Unidades de Polícia Pacificadora).
Os produtores Cacá Diegues e Renata de Almeida Magalhães decidiram destrinchar esse novo universo apresentado na favela, entrevistando tanto pessoas satisfeitas com essa nova situação, como também aquelas que estavam a anos acostumados com aquela realidade em que a criminalidade dominava o território. Se por um momento ficamos chocados por declarações de pessoas que preferem como era antes, por outro devemos compreender que aquele mundo em que eles viviam já durava há anos e sempre um mundo novo é difícil de acostumar num primeiro momento. Principalmente com suas novas regras impostas pela lei, que para o bem ou para o mal, será algo para o bem futuramente para os dois lados da mesma moeda.  
Embora o documentário foque ao máximo todo o lado positivo dessa pacificação, por outro fica a sensação no ar, que sempre a qualquer momento pode tudo voltar como era antes. Mas é claro que isso somente irá acontecer se caso a boa vontade e determinação dos mesmos que criaram essa pacificação, venha a desaparecer conforme o tempo passe. 

Me Sigam no Facebook e Twitter:

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

Leia a minha critica já publicada clicando aqui. 

Me Sigam no Facebook e Twitter:

quinta-feira, 21 de março de 2013

Cine Dica: CineBancários estréia longa nacional DISPAROS


CineBancários estreia longa nacional com trama sobre violência urbana

O CineBancários lança com exclusividade a partir de 26 de março o longa nacional Disparos, de Juliana Reis, tenso drama sobre violência urbana, valorizado por seu excelente elenco e pela fotografia de Gustavo Hadba, um dos mais competentes profissionais da área no cinema brasileiro.

A trama de Disparos, inspirada em fatos reais, mostra o envolvimento de um fotógrafo (Gustavo Machado) em um caso de violência pela cidade ao ser assaltado por motoqueiros, que são atropelados por um carro não identificado. Após recuperar sua câmera, ele percebe que precisa voltar ao local para encontrar o seu cartão de memória. Questionado por um policial (Sílvio Guindane), ele é acusado do crime por omissão de socorro e, consequentemente, é levado a uma delegacia. Lá precisa lidar com Freire (Caco Ciocler) e Gomes (Thelmo Fernandes), que não estão dispostos a facilitar a situação para ele.
 A diretora Juliana Reis, estreante no formato longa-metragem, consegue construir uma trama que evita o velho clichê dos mocinhos contra bandidos, criando uma tensa narrativa sobre um embate moral. De um lado, o fotógrafo arrogante que foi vítima de assalto. Do outro, o policial que prolonga a investigação ao máximo como resposta à postura superior do primeiro. É a partir deste conflito, sem uma única bala ser disparada – o título é uma referência ao disparo das máquinas fotográficas e também uma ironia em relação ao tema principal –, que o longa-metragem é apresentado. Disparos revela uma direção segura, que ma ntém a atenção do espectador desde o início. Também chama a atenção do espectador a habilidade da diretora em tirar bons desempenhos de seu elenco, formado por atores de talento comprovado, como Gustavo Machado, Caco Ciocler e Sílvio Guindane.

Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.  

Me Sigam no Facebook e Twitter:

Cine Dica: Em Cartaz: ANNA KARENINA (2012)



Sinopse: Na Rússia de 1874, Anna Karenina (Keira Knightley), jovem aristocrata casada com Karenin (Jude Law), um alto funcionário do governo, envolve-se com o Conde Vronsky (Aaron Taylor-Johnson), oficial da cavalaria filho da Condessa Vronsky (Olivia Williams), chocando a alta sociedade de São Petersburgo.

Embora o cinema e o teatro sejam artes de entretenimento distintas, ambas possuem atores e atrizes que atuam em historias fictícias. Existem casos da união dessas duas artes, mas nenhuma me surpreendeu mais do que essa: a mais nova versão do clássico de Leon Tolstoi. Dirigido com empenho pelo cineasta Joe Wright (Orgulho e Preconceito), boa parte da trama se desenrola em um palco, onde elenco entra e sai de acordo com a mudança de cenário, que quando ocorre não existe cortes e simplesmente as coisas transcorrem com total normalidade, sendo que os atores prosseguem com suas interpretações sem mais nem menos. Se num primeiro momento isso possa parecer um tanto estranho, á formula nos fisga rapidamente, tornando o ritmo da trama dinâmico e muito bem orquestrado. Talvez essa forma de contar essa trama, seja uma espécie de representação da forma que vivia a sociedade aristocracia russa daquele período, em que as aparências (aparentemente) politicamente corretas, eram uma forma de representação dos bons costumes que as pessoas criavam umas com as outras, para então sempre se manterem na mesma roda.
Claro que tudo isso muda, quando Anna Karenina (Keira Knightley, competente) começa a ter um caso com o jovem Vronsky (Aaron Taylor – Johnson) e chega ao ponto de abandonar o próprio marido Karenin (Jude Law, espetacular) e filho. Diferente da versão clássica estrelada por Greta Garbo, aqui a personagem, pode até ser um tanto ambígua, mas não vitima, sendo que ela não mede esforços para manter essa relação, ao ponto de perder a boa aparência que tinha perante a sociedade russa.  Outro ponto a favor dessa versão é terem tornado os personagens masculinos mais humanos, onde não escondem as suas falhas e fraquezas perante a uma situação que foge de seu controle.
Vale lembrar, que as versões anteriores sempre sofriam uma readaptação quando a obra era levada as telas, devido a sua longa trama. Mas aqui, Joe Wright foi abiu ao inserir uma sub-trama de um romance mais suave: do fazendeiro Levin (Domhnaill Gleeson), que não deseja fazer parte desse universo de aparências, com a personagem Kitty (Alicia Vikander). Se esse pequeno romance pode-se esperar um final feliz, o mesmo não se pode dizer do triangulo amoroso da trama principal, sendo que as escolhas e conseqüências de ambos os personagem levam há um caminho sem volta. Vitimas das aparências impostas pela sociedade? Ou vitimas de seus atos impulsivos? Cada um que assiste tira suas próprias conclusões!    

Me Sigam no Facebook e Twitter:

quarta-feira, 20 de março de 2013

Cine Especial: O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?: Parte 6


Nos dias 26 e 28/Março; 02 e 03/Abril, estarei participando do curso "O que é um Documentário?", criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre últimos documentários nacionais e internacionais que eu assisti nos últimos anos.
  
VOU RIFAR MEU CORAÇÃO

Sinopse: Assinado por Ana Rieper, o documentário Vou Rifar Meu Coração utiliza a obra dos principais nomes da música popular romântica - também conhecida como música brega - para falar sobre o imaginário romântico, erótico e afetivo do brasileiro.

O grande acerto desse documentário de Ana Rieper, foi ter escolhido as pessoas certas, acertar no tom das declarações dessas pessoas que vai do bem humorado ao mais puro desabafo. O documentário tem inicio focando as origens da musica brega, mais precisamente sobre os cantores e suas motivações que os levaram a cantar esses tipos de musicas. De todos os entrevistados, Vando é o que mais não se intimida em explicar, sobre as origens de suas musicas de sucesso, sendo que elas estão ligadas a sua vida amorosa do passado, que de uma forma ou de outra acaba em amor não correspondido ou traição.
Alias, Vando é de um grupo de geração de cantores, que decidiram não somente criar musica que contavam suas vidas amorosas, como também era uma forma de laçar o publico em geral que iria se identificar com elas. Mesmo reconhecendo que a musica não é aquelas coisas ou simplesmente brega, as pessoas entrevistadas reconhecem que se vêem em varias letras famosas e não tendo nenhum tipo de vergonha de ter ouvido e chorado junto com elas. O grande acerto da cineasta foi fazer a transição sobre as origens da musica brega, para focar os depoimentos de pessoas, cuja suas vidas poderiam gerar outras melodias semelhantes, através de suas historias de corações partidos e de uma grande bagagem para contar. O que vemos na tela, são pessoas humildes, humanas, sem papas na língua e não tendo nada para esconder. A sorte da diretora, foi ter pegado como exemplo, o depoimento do ex prefeito Osmar, que mesmo tendo tido uma relação fora do casamento durante 33 anos, e ter gerado filhos e netos do outro lado, ele ainda tenha a capacidade de chamar a outra nesta altura do campeonato de amante e focar a esposa como a sua prioridade.  
O que vemos, é a declaração de um ser humano reconhecendo os seus erros, que não deseja que outros façam o mesmo e que sente no fundo o sofrimento das suas mulheres que surgem na tela com as marcas das dores do passado que ainda as assombram. São momentos como esse e outros, que o publico em geral se vê na tela, compreendendo as pessoas que surgem, com seus erros e acertos e sem poder julgá-las se estão certas ou erradas. Pois no final das contas, há de todos nos cometermos erros semelhantes, mesmo quando não admitimos abertamente para outras pessoas. Para um documentário, cujo ponto de partida era descobrir as origens das musicas bregas, a proposta foi muito mais longe do que se poderia imaginar, e nos meros mortais com nossos inúmeros erros e defeitos, temos mais do que agradecer.

Me Sigam no Facebook e Twitter: