Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Cine Especial: Halloween - 'Frankenstein de Mary Shelley'

Talvez nem a própria escritora Mary Shelley imaginava que o seu primeiro conto literário iria tão longe. Embora filha de um romancista a jovem testemunhou a miséria, fome e a arrogância do ser humano através dos anos e essas adversidades lhe serviram de inspiração naquilo que viria se tornar "Frankenstein" (1818), história sobre um cientista disposto em criar vida com as suas próprias mãos, mas não assumindo a responsabilidade com relação as suas consequências. Mais de dois séculos já se passaram, mas ainda é impressionante como ainda hoje esse conto é atual e como influenciou outras obras, assim como também diversas adaptações dela.

Para o cinema, sem sombra de dúvida adaptação mais conhecida se tornou a de 1931, dirigida por James Whale, onde a figura da criatura interpretada por Boris Karloff entrou no imaginário da cinefilia e se tornando até mesmo hoje insuperável. De lá para cá houve continuações, releituras e até mesmo sátira como o clássico "Jovem 'Frankenstein" (1974). Porém, de todas as adaptações até hoje, a minha preferida é sem sombra de dúvida "Frankenstein de Mary Shelley" (1994), dirigido por Kenneth Branagh.

O início dos anos 90 serviu para que o cinema norte americano decidisse revisitar alguns dos seus monstros clássicos e apresentar uma nova visão para um novo público. Quem se saiu melhor nessa brincadeira foi Francis Ford Coppola ao dirigir "Drácula de Bram Stoker" (1992), obra luxuosa, deslumbrante, vencedora de três Oscar e onde o realizador usou as velhas técnicas de cinema para criar o longa. Com um grande sucesso de público e crítica, o diretor decidiu então investir na produção de 'Frankenstein" e chamando Kenneth Branagh para a direção. Na época o cineasta britânico já era conhecido pelo seu primeiro longa-metragem intitulado "Henrique V" (1989) e que fez com que fosse notado pelos grandes estúdios.

Para "Frankenstein" Branagh não se poupou em assumir não somente a direção, como também ser o próprio cientista obcecado em trazer a vida de volta dos mortos. Até então esse longa foi sem sombra de dúvida adaptação mais fiel ao conto, pois já no início é apresentado o explorador do ártico, interpretado com intensidade por Aidan Quinn, que decide achar uma nova fronteira em meio ao gelo infinito. Lá ele encontra o enfraquecido Victor Frankenstein, que está sendo assombrado pela sua própria criatura e começa a contar a sua trágica história para o capitão.

Em um grande flashback iremos conhecer a vida do protagonista, desde a sua infância, assim como um evento trágico que o levará a querer desejar ter o poder de trazer os mortos a vida. Ao mesmo tempo conhecemos Elizabeth, interpretada por Helena Bonham Carter, uma jovem órfã que passa a ser adotada pela família de Victor. Crescendo juntos como irmãos ambos se apaixonam e se tornam o coração emocional do longa como um todo.

A partir deste momento que começamos a testemunhar a queda gradual do protagonista em busca do seu objetivo e é então que Kenneth Branagh surpreende não somente na direção, como também na atuação. Na tela podemos ter uma noção do trabalho árduo que o artista impôs com ele mesmo, pois vemos ele atuando, mas ao mesmo tempo notamos uma câmera em movimento constante, planos-sequência fantástico, além de giros de 360 graus entre os personagens que faz com que o filme nunca perca o seu ritmo. É como se estivéssemos testemunhando a mente de Victor sempre em movimento constante, como se entrássemos uma mente febril e pronta para abraçar os seus propósitos sombrios.

Visualmente o filme é um outro espetáculo do realizador, onde a edição de arte e fotografia andam de mãos dadas, assim como um figurino que inala o melhor e o pior da época em que a trama se passa. A sequência da criação da criatura em si sintetiza não somente ambição do protagonista, como também o lado perfeccionista do diretor que neste momento se encontra em sintonia máxima e culminando no surgimento imprevisível da criatura. É neste momento que existe um paralelo entre Deus e sua criação, sendo que o criador abandona a sua cria enquanto essa última é largada perante uma sociedade doente e cega devido ao preconceito e desinformação com relação ao próprio mundo.

A criatura em si é interpretada por ninguém menos do que Robert De Niro, que usa uma pesada maquiagem que se diferencia muito da versão conhecida apresentada por Boris Karloff. Uma vez abandonado pelo seu criador, o personagem conhece aos poucos o lado singelo da humanidade através de uma família da floresta que ele observa escondido e ao mesmo tempo começa aprender a ler através do diário de Victor que estava guardado na capa que ele acabou usando. Uma vez que a família da floresta sai de cena ele não somente perde a única chance de ser feliz, como também descobre a sua trágica origem através do diário e despertando em si uma ira contra o seu criador.

A partir daí o filme se torna uma descida ao inferno, onde vemos a criatura cometer crimes horríveis para afetar Victor. Tudo culmina na morte e ressurreição de Elizabeth e onde Helena Bonham Carter nos brinda com uma de suas melhores e mais trágicas atuações de sua carreira. Por mais que as outras adaptações tenham se tornado clássicos, essa cena faz com que o filme ganhasse o meu coração como um todo, pois sintetiza a obsessão cega de Victor, sua paixão por Elizabeth, mas nunca pensando nas consequências dos seus atos. O filme, portanto, termina com o criador obtendo, enfim, o seu descanso eterno enquanto a sua criatura finalmente o perdoa pelos seus atos mesmo depois de tudo que havia acontecido.

Diferente de "Drácula de Bram Stoker", o filme não se tornou um sucesso que os realizadores esperavam, sendo que um dos pontos que eu observo é que os críticos não aceitaram na época a direção autoral de Branagh, assim como a sua atuação em cena. O filme se distância do óbvio, ao nos brindar com uma crítica sobre a ganância do ser humano em acreditar que pode criar e controlar acima de tudo, quando na verdade deveriam se perguntar primeiro se deviam. Portanto, tanto o conto literário como as suas adaptações funcionam até hoje porque a sua temática é mais atual do que nunca e sendo que esses dilemas são debatidos até hoje em dia.

Mary Shelley, portanto, enxergou em sua época o lado sombrio do ser humano, sobre até que ponto ele acredita que pode alcançar o controle de tudo, quando na verdade mal sabe com relação ao que está se envolvendo. Na minha visão, Kenneth Branagh foi a escolha ideal para o projeto, onde não escondeu a sua ambição em realizar um filme perfeito e se casando com o lado obsessivo de Victor. O tempo passou e constatamos o quanto o filme envelheceu bem devido às obsessões do seu realizador que compreendeu os pensamentos conflituosos de uma escritora de tempos distantes.

Com uma bela trilha sonora monumental de Patrick Doyle, "Frankenstein de Mary Shelley" é uma das melhores adaptações da obra clássica e que sempre merece ser revisitada na medida em que o tempo passa.   

Onde Assistir: Amazom Prime, Apple Tv, Google Play Filmes.  

     Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

Cine Dica: Clube de Cinema de Porto Alegre: O Sétimo Selo (01/11) na Cinemateca Paulo Amorim

Nosso encontro deste sábado será às 10h15 da manhã, na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim, com a exibição de O Sétimo Selo, clássico de Ingmar Bergman.


🎬 SESSÃO DE SÁBADO NO CLUBE DE CINEMA

📅 Data: Sábado, 01/11/2025, às 10h15 da manhã

📍 Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim


O Sétimo Selo (Det sjunde inseglet)

Suécia, 1957, 96 min, 12 anos 

Direção: Ingmar Bergman 

Elenco:  Gunnar Björnstrand, Bengt Ekerot, Nils Poppe, Max von Sydow, Bibi Andersson, Inga Landgré, Åke Fridell   

Sinopse:  De volta das Cruzadas após dez anos, um cavaleiro encontra seu país devastado pela peste negra. Com a fé abalada e refletindo sobre o sentido da vida, ele é abordado por uma estranha e enigmática figura: a Morte. Pronta para levá-lo, a Morte é desafiada para uma partida de xadrez, cujo resultado determinará o destino do cavaleiro. A Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.

Esperamos por você!

     Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (30/10/25)

 BOM MENINO

Sinopse: Um cão leal se muda para uma casa rural com seu dono, Todd, apenas para descobrir forças sobrenaturais à espreita nas sombras. Enquanto entidades sombrias ameaçam seu companheiro humano, o corajoso cãozinho precisa lutar para proteger aquele que ele mais ama.


SPRINGSTEEN: SALVE-ME DO DESCONHECIDO

Sinopse: Bruce Springsteen dá uma guinada na carreira ao preparar seu sexto álbum, Nebraska, uma criação reveladora e diferente de tudo que havia lançado até então.


ENTERRE SEUS MORTOS

Sinopse: Na pequena cidade de Abalurdes, Edgar Wilson trabalha como recolhedor de animais mortos nas estradas para mantê-las funcionando. Junto dele estão o colega de profissão Tomás, um ex-padre excomungado que distribui a extrema-unção aos seres moribundos que cruzam seu caminho, e sua chefe Nete — com quem Edgar tem um relacionamento incipiente e um desejo de fugir dali. 


TERROR EM SHELBY OAKS

Sinopse: Uma mulher procura pela irmã que perdeu há anos e percebe que o demônio imaginário da sua infância pode ter existido de verdade.


     Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

Cine Dica: "O Filho de Mil Homens” e “Novembro” são as estreias do CineBancários em 30 de outubro

 O FILHO DE MIL HOMENS,

Dia 30 de outubro estreia no CineBancários o filme O FILHO DE MIL HOMENS, adaptação do romance best-seller de Valter Hugo Mãe, junto de NOVEMBRO, baseado em um dos acontecimentos mais trágicos e complexos na história da Colômbia, a tomada do Palácio da Justiça pelo grupo de guerrilheiros M-19 em 1985.

A sala recebe ainda mais uma sessão de pré-estreia de O AGENTE SECRETO, esperado longa de Kleber Mendonça Filho, dia 1 de novembro, às 19h. SALVE ROSA, suspense nacional com Klara Castanho e Karine Teles, segue em cartaz no cinema da Casa dos Bancários.


PROGRAMAÇÃO DE 30 DE OUTUBRO A 5 DE NOVEMBRO


ESTREIAS:

NOVEMBRO

Colômbia-Brasil/Drama/78min.

Direção: Tomás Corredor

Sinopse: Presos em um banheiro por mais de 27 horas durante a tomada do Palácio da Justiça, guerrilheiros, juízes e civis enfrentam algo mais devastador que as balas: suas próprias convicções — ou o colapso delas. Fora, o caos. Dentro, uma nação à beira do precipício.

Elenco: Natalia Reyes, Santiago Alarcon, Juan Prada, Max Durán, Juan Morales, Jagdy López, Pancho Rueda, Adrián Carreón, Anderson Otálvaro, Susana Morales, Diana Belmonte, Juanita Cetina, Juana Arboleda, Guillermo Nava, Germán De Greiff, Johanna Robledo, Iozé Peñaloza, Juan Angarita, Ana Nieto De Gamboa, Ella Becerra, Mateo Galvis, Juan Villalobos, Carlos Mariño, Kike Rodríguez, Sue Posada, Aída Morales, Rafaela Zea, Alejandro Calva, Alejandro Cuétara, Bernardo García


O FILHO DE MIL HOMENS

Brasil/Drama/ 2025/126min.

Direção: Daniel Rezende

Sinopse: Primeira adaptação do romance de Valter Hugo Mãe, o filme conta a estória de Crisóstomo, pescador solitário de 40 anos que sonha em ser pai e encontra o menino órfão Camilo. Unidos pelo destino, formam uma família não convencional e descobrem juntos o amor.

Elenco: Rodrigo Santoro, Johnny Massaro, Miguel Martines e Rebeca Jamir


PRÉ-ESTREIA:

O AGENTE SECRETO

Brasil/França/Holanda/Alemanha /Drama/2024/ 158 min.

Direção: Kleber Mendonça Filho

Sinopse: O longa é um thriller político, que acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz, mas logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.

Elenco: Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Carlos Francisco, Hermila Guedes, Alice Carvalho, Roberto Diogenes.


EM CARTAZ:

SALVE ROSA

Brasil/ Drama/2025/ 100min.

Direção: Susanna Lira

Sinopse: Após sofrer um desmaio na escola, a jovem Rosa resolve partir para a investigação sobre o seu passado. A descoberta dela acaba colocando, não apenas a relação com a sua mãe muito protetora em risco, como a sua própria vida.

Elenco: Klara Castanho; Karine Teles; Ricardo Teodoro; Indira Nascimento


HORÁRIOS DIAS 30/10, 31/10, 02/11, 04/11 E 05/11

Não há sessões nas segundas

15h: SALVE ROSA

17h: NOVEMBRO

19h: O FILHO DE MIL HOMENS


DIA 01/11:

15h: SALVE ROSA

17h: NOVEMBRO

19h: O AGENTE SECRETO


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

Na quinta-feira, a meia-entrada (R$ 7) é para todos e todas.


CineBancários

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre

Mais informações pelo telefone (51) 3030.9405

ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Cine Dica: Streaming - 'O Pacificador - 2ª Temporada'

Quando James Gunn comandou "Esquadrão Suicida" (2021) talvez nem ele imaginaria que o próprio seria o responsável pela nova fase DC/Warner no cinema. Porém, o que menos ainda a gente imaginava era que um personagem menor como o Pacificador roubaria a cena, mas foi graças atuação inspirada de John Cena que obteste os holofotes e adquirindo uma série própria. Em "O Pacificador - 2ª Temporada" (2025) não vemos somente novos rumos do personagem, como também do próprio universo DC envolta dele.

Curiosamente, em tempos que a temática do multiverso simplesmente se desgastou nas mãos da Marvel, James Guun usa como proveito para fazer piada sobre o assunto, mas ao mesmo tempo levantando-se até mesmo reflexões sobre tempos contemporâneos. Uma vez que o protagonista encontra uma porta que o leva em uma realidade alternativa da sua se abre um leque de diversas possibilidades, não somente para a trama central da série, como também até mesmo futuro deste novo universo criado por Gunn. Claro que ele sempre deixa claro que nunca irá fazer projetos que dependam necessariamente de outro, mesmo quando surge elementos nesta segunda temporada que dizem ao contrário. 

John Cena novamente é o coração que pulsa nesta nova temporada, ao interpretar um herói que não sabe ao certo onde se encaixar no seu próprio mundo e fazendo da possibilidade de embarcar em uma nova realidade ser mais tentadora. Vale destacar também atuação de Jennifer Holland como agente Emília, que faz de sua personagem alguém complexa, cheia de dúvidas e procurando lidar com os seus conflitos através de lutas em bares onde ela frequenta. Não há como negar que ela protagonista as melhores cenas de luta da série como um todo e fazendo a gente desejar vê-la com mais frequência neste novo universo cinematográfico.  

Porém, é preciso dar palmas para a presença contagiante do personagem Vigilante, interpretado com intensidade pelo ator Freddie Stroma e que rouba a cena toda vez que surge. Só a cena em que ele se encontra com a sua versão alternativa já é disparado o momento mais engraçado da série como um todo. Não me surpreenderia se James Gunn fizesse uma série derivada deste personagem maluco, pois ingredientes para obter sucesso não faltam.

Curiosamente, a série termina de uma forma bem anticlímax o que pode desagradar os fãs mais ferrenhos que esperavam algo mais glorioso. A meu ver, James Gunn apenas deixou pistas do que poderá vir acontecer na terceira temporada, ou então em um eventual filme que ele comandará para o estúdio. Claro que existe todo o perigo de cair nas mesmas armadilhas que o estúdio rival Marvel acabou caindo, mas James Gunn até agora fez o seu dever de casa com um ótimo empenho.

'O Pacificador - 2ª Temporada" diverte, nos surpreende e nos prende sobre os principais desdobramentos que poderá acontecer futuramente para essa nova fase da Warner/DC. 


     Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

Cine Dica: Cinesemana de 30 de outubro a 5 de novembro de 2025

A cinesemana da virada de outubro para novembro traz o tão aguardado longa ENTERRE SEUS MORTOS, o novo terror do brasileiro Marco Dutra e com Selton Mello como protagonista. Também recebemos o relançamento do impactante INCÊNDIOS, que pavimentou o caminho do canadense Denis Villeneuve para o reconhecimento mundial. Para quem gosta de jazz, a estreia é MISTY, um mergulho na trajetória do genial pianista Erroll Garner. O primeiro sábado de novembro apresenta mais uma sessão de pré-estreia de O AGENTE SECRETO, de Kleber Mendonça Filho, um dos principais filmes brasileiros deste ano.

A semana também traz dois festivais tradicionais de Porto Alegre com programação em nossas salas: o Festival Cinema Negro em Ação, dedicado ao trabalho de realizadores negros brasileiros, e o Frapa (Festival de Roteiro de Porto Alegre), com encontros sobre a produção audiovisual e conversas com realizadores.

Entrando em sua nona semana, o longa brasileiro O ÚLTIMO AZUL segue entre os preferidos do público da Cinemateca Paulo Amorim, enquanto o francês UMA MULHER DIFERENTE vem atraindo o debate sobre a questão do autismo na vida adulta. Também seguem em cartaz MALÊS, projeto encabeçado pelo ator e diretor Antonio Pitanga, e a comédia imprevisível CONSELHOS DE UM SERIAL KILLER APOSENTADO, com Steve Buscemi como protagonista.

Confira a programação completa no site oficial da Cinemateca clicando aqui.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Cine Dica: Streaming - 'Casa de Dinamite'

Sinopse: Os radares em Fort Greely, Alasca, detectam um míssil nuclear. O presidente e sua comitiva devem usar o tempo limitado que têm para tentar derrubar o míssil antes que ele atinja Chicago.

Kathryn Bigelow construiu uma espécie de trilogia não oficial com relação à guerra, principalmente nos tempos pós 11 de Setembro. Se "Guerra ao Terror" (2010) retrata soldados sendo jogados em uma guerra cujo seu início ainda hoje é rodeado de polêmicas, por outro lado, "A Hora Mais Escura" (2012) é a busca pelo encerramento de um conflito, mas do qual continua até hoje inconclusivo. "Casa de Dinamite" (2025) é uma espécie de encerramento desta trilogia, mas da qual termina de uma forma abrupta e que com certeza irá incomodar muitas pessoas.

Na trama, acompanhamos as investigações norte-americanas perante a um atentado. Atingidos por um míssil não identificado, os Estados Unidos precisam correr para descobrir quem foi e determinar os responsáveis para garantir um ataque eficaz e ao mesmo nível. Porém, no decorrer da trama, a situação culmina de uma maneira irreversível.

Curiosamente, toda a trama gira em torno de 19 minutos em que é anunciado um míssil em direção aos EUA, mas cujo desdobramentos do decorrer disso assistimos através de três perspectivas interligadas. Assistimos, portanto, o núcleo desse sistema de defesa, mas do qual é movido por homens e mulheres que se acham intocáveis, mas que se tornam despreparados a partir do momento que se dão conta que não têm controle da situação desastrosa.

Kathryn Bigelow capricha na montagem de cenas, onde assistimos uma determinada situação de grande tensão, para posteriormente presenciarmos a mesma por outro ponto de vista. Se isso é sentido na live em que os responsáveis pela segurança não sabem o que fazer, o mesmo pode-se dizer daqueles que se encontram no lado de fora e que somente de forma gradual terão uma ligeira ideia do que está acontecendo. Imediatamente começamos a nos simpatizamos com alguns personagens, principalmente pelo fato deles não conseguirem manter o seu lado profissional e se entregando em uma tensão irreversível.

Além de claustrofóbico em alguns momentos, a cineasta acertou na escolha do seu compositor para a trilha sonora. O pianista e compositor alemão Hauschka capricha na construção de uma melodia sombria, da qual nos transmite um perigo que vem se aproximando e não devendo nada ao que nós assistimos em um filme de horror tradicional. Não me surpreenderia se ele viesse a ser indicado no Oscar do ano que vem pela categoria.

Com um elenco de peso, cada um exerce um papel primordial dentro da trama, sendo que cada um transmite a certeza que tudo acabará bem, pois foram formados acreditando que o país até então era intocável. Talvez a melhor atuação mesmo fique por conta de Idris Elba como o Presidente, já que ele transmite através do seu personagem uma pessoa insegura, mesmo tendo o cargo mais importante do mundo, mas não tendo uma noção do que fazer perante algo que pode custar a vida de milhares. Rebecca Ferguson também se sobressai ao interpretar a chefe de segurança do governo, mas acaba não escondendo o seu lado impotente ao se dar conta que poderá encarar o juízo final.

Curiosamente, as três perspectivas interligadas uma na outra culminam em algo não conclusivo e que poderá com certeza frustrar muitos. A meu ver, Kathryn Bigelow cria um paralelo com o nosso próprio mundo real, do qual é comandado por pessoas despreparadas e não tendo uma noção da responsabilidade que tem em mãos. Se os mais diversos sistemas de hoje são eficazes até certo ponto, o que dizer então da segurança nacional perante um inimigo que pode vir de dentro ou de fora do país e do qual deixa os poderosos cegos e não sabendo ao certo para onde disparar.

Embora crie uma onda de críticas devido ao seu final polêmico, "Casa de Dinamite" é um filme inquietante, do qual retrata uma guerra nuclear iminente, mas cujo seu final é inconclusivo, assim como o nosso futuro real nebuloso. 

Onde Assistir: Netflix.

     Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok