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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Cine Especial: Clube de Cinema - "Festim Diabólico"

No ano que o Clube de Cinema foi fundado a sétima arte estava vivendo em metamorfose. É bem verdade que desde o seu nascimento os filmes sempre obtinham mudanças constantes, desde os tempos do mudo para o falado e com a intenção de sempre atrair o grande público. É claro que sempre havia realizadores ousados e que tinham a ambição de fazer tudo ao mesmo tempo.

Pode-se dizer que Alfred Hitchcock foi um dos primeiros diretores a serem reconhecidos como cineastas autorais, pois sempre quando era lançado uma de suas obras imediatamente o público reconhecia que era de sua autoria. Uma de suas principais marcas era o movimento pouco incomum de sua câmera, sendo que os limites de um estúdio não o impediam de fazer certas proezas. "Festim Diabólico" (1948) é um desses casos em que o realizador tinha a intenção de dar um passo à frente, mas mal sabendo da tamanha dificuldade.

O filme é baseado em uma peça de teatro da época, mas que por sua vez foi inspirada em fatos assombrosamente verdadeiros. Na trama, conhecemos Brandon (John Dall) e Philip (Farley Granger) que já na primeira cena eles matam David Kentley (Dick Hogan), um colega da escola e cujo crime eles cometeram para provarem para eles mesmos que poderiam obter o crime perfeito sem que possam ser julgados. Para piorar, a dupla de assassinos convida os familiares e amigos da vítima, enquanto o corpo se encontra dentro de um baú em que está sendo servido o banquete. Porém, o professor Rubert Cadell (James Stewart) vai a essa festa e começa a questionar as atitudes da dupla central desse macabro crime.

"Festim Diabólico" foi o primeiro filme do diretor rodado em cores, ou mais precisamente em Technicolor, e do qual exigiu muita paciência do realizador. Para começar, rodar um filme em cores naqueles tempos não era tarefa fácil, pois as suas câmeras não eram muito diferentes das primeiras câmeras IMAX, pois elas eram grandes e para movê-las exigia certo esforço para se dizer o mínimo. Além disso ela ocupava bom espaço do cenário principal do filme, sendo que a trama se passa em um único local, ou seja, em uma sala em que ocorre a festa e o assassinato visto anteriormente.

Transitando entre cinema e o teatro, o filme exigiu paciência também de seus intérpretes, pois havia várias marcações no chão onde os atores deveriam pisar e tomar cuidado para não dar de encontro com a câmera durante o percurso. Nota-se, por exemplo, que há um certo incômodo vindo dos atores e atrizes em cena, como se houvesse uma concentração redobrada e para que não houvesse nenhum erro durante as filmagens. Mas mal sabiam eles qual era a principal ambição do cineasta.

O plano-sequência, ou cenas sem cortes, é algo corriqueiro que se vê muito no cinema atual, pois basta pegarmos "1917" (2019) de Sam Mendes como um belo exemplo. Porém, a simplicidade surpreende ainda mais quando o realizador se empenha a rodar em um único take, como no caso do nosso filme gaúcho "Ainda Orangotangos" (2007), de Gustavo Spolidoro e cujo mesmo rodou seis contos perambulando diversas ruas de Porto Alegre e sendo revisto hoje ainda surpreende. O que Alfred Hitchcock faz em "Festim Diabólico" é algo similar ao que foi visto em "1917", já que o plano-sequência não foi rodado de forma direta.

Em 1948 se podia somente rodar uma cena sem cortes em no máximo dez minutos e é exatamente o que acorre no filme ao longo do percurso. Nota-se que há sim diversos momentos em que a câmera acompanha todos os eventos principais vistos no cenário, mas quando a mesma se aproxima de um determinado ponto, como nas costas de um dos protagonistas, há um corte brusco para que a cena continue com um novo rolo de filme. Se naqueles tempos isso não era perceptível, isso é notado claramente hoje em dia.

Tecnicamente, portanto, o filme era bastante desafiador, mas ao mesmo tempo se casando com abordagem ousada da trama para época. Em tempos conservadores, principalmente com a sombra do Código Hays, falar sobre Homossexualidade era algo impossível no ano de 1948, mas o filme é sobre dois rapazes que moram juntos e que decidem cometer um assassinato achando que poderiam ser seres superiores para cometerem tal ato. Além disso, o crime foi cometido pelo fato de um deles ter interpretado de forma equivocada os pensamentos do seu professor e fazendo desse terceiro ser responsável pelo crime mesmo de forma indireta.

O filme em si é um verdadeiro jogo de gato e rato, principalmente a partir do momento em que o professor entra em cena e cuja maneira que James Stewart o interpreta aumenta ainda mais a tensão, pois ele sempre fica com aquele olhar desconfiado sobre o que acontece. Vale destacar a performance de John Dall como Brando, um personagem frio e calculista, que se sente tão orgulhoso por ter cometido um crime bárbaro que em vários momentos da trama ele sente certo desejo de ser descoberto. A cena, por exemplo, em que o pai sente algo de ruim com a "não presença" do filho na festa e a posição de Brandon com relação a crimes hediondos sintetiza muito bem isso.

Curiosamente, o filme não foi muito bem aceito na época do seu lançamento nos EUA, sendo que a maioria do público conservador constatou o teor Homossexual nas entrelinhas. Porém, o filme foi muito bem aceito nos países da Europa, sendo que já na época se falava sobre o assunto abertamente, mesmo com algumas limitações impostas pelos governos de cada país. O sucesso do filme fora do território americano somente constatou o fato que Alfred Hitchcock obteria o status de cineasta autoral não graças ao público, ou a crítica norte americana, mas sim em outros países como a França e que muitos cineastas de lá o viam como modelo a ser seguido desde sempre.

No ano que o Clube de Cinema nasceu, "Festim Diabólico" veio com um pé à frente do seu tempo e que somente o mestre do suspense poderia proporcionar isso. 

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Cine Dica: Sessão Clube de Cinema (01/02): "Uma História Real" na Sala Redenção

Neste sábado, o Clube de Cinema te convida para uma sessão especial em homenagem a David Lynch, diretor lendário de "Cidade dos Sonhos" e "Twin Peaks", que faleceu aos 78 anos. Indicado quatro vezes ao Oscar, Lynch era conhecido por sua estética sombria e surrealista, deixando um legado inconfundível no cinema.

Para esta homenagem, exibiremos "Uma História Real" (1999), filme que contrasta com sua filmografia habitual. Baseado em fatos reais, acompanha Alvin Straight, um idoso que, ao saber que seu irmão está doente, decide atravessar quase 500 quilômetros para reencontrá-lo e fazer as pazes. Como não tem carteira de habilitação, embarca nessa jornada dirigindo um cortador de grama.


A exibição acontece na Sala Redenção, e a entrada é franca (traga os amigos!).

Confira os detalhes abaixo:  


SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Redenção (Campus central da UFRGS - Rua Eng. Luiz Englert, 333 - Bairro Farroupilha)  

Data: 01/02/2025, sábado, às 10h15  

Uma História Real (The Straight Story)  

EUA, 1999, 112 min, Livre  

Direção: David Lynch  

Elenco: Richard Farnsworth, Sissy Spacek, Harry Dean Stanton  


Esperamos por você!

Ademais, com após a apresentação da retrospectiva do ano passado, lançamos a enquete dos melhores filmes exibidos pelo Clube de Cinema em 2024. Sua opinião é essencial para relembrarmos os grandes momentos do ano!


Vote aqui.

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (30/01/25)

 Emilia Perez

Sinopse: Acompanhamos Rita (Saldãna), uma advogada de um grande escritório que está mais interessada em libertar os criminosos do que em levá-los à justiça. Certo dia, ela recebe uma inesperada proposta: o líder do cartel, Manitas (Gascón), a contrata para ajudá-lo a se retirar de seu negócio e realizar um plano que vem preparando secretamente há anos: tornar-se a mulher que ele sempre sonhou ser. 


COVIL DE LADRÕES 

Sinopse: Após executar seu plano com maestria e enganar a todos, incluindo o Big Nick (Gerard Butler), Donnie (O Shea Jackson Jr.) planeja um novo assalto elaborado em COVIL DE LADRÕES 2, focado agora em diamantes. 


SETEMBRO 5

Sinopse: Na noite de 5 de setembro de 1972, um grupo terrorista chamado Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica dos Jogos Olímpicos de Munique e fez atletas da delegação israelense reféns.


A Verdadeira Dor

Sinopse: Dois primos viajam à Polônia após a morte da avó para ver de onde vieram e acabam fazendo uma visita ao Holocausto.


Viva a Vida
Sinopse: Viva a Vida! é uma comédia dramática brasileira que segue a trajetória de Jessica (Thati Lopes), uma jovem dedicada ao trabalho e às responsabilidades, que leva uma vida regrada e cheia de contas a pagar.

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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 30 DE JANEIRO A 5 DE FEVEREIRO DE 2025

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

A cinesemana que começa em 30 de janeiro traz a estreia de TRILHA SONORA PARA UM GOLPE DE ESTADO, produção que combina música e política e que está na lista dos indicados ao Oscar de melhor documentário. Para pensar sobre as relações amorosas, entra em cartaz CRÔNICA DE UMA RELAÇÃO PASSAGEIRA, com dois grandes nomes do cinema francês: Sandrine Kiberlain e Vincent Macaigne.

Seguimos com dois representantes do cinema iraniano que são sucesso de público: A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO, indicado pela Alemanha ao Oscar de filme internacional, e MEU BOLO FAVORITO, premiado no Festival de Berlim. Para quem ainda não viu, temos mais uma semana de exibições do documentário LUIZ MELODIA – NO CORAÇÃO DO BRASIL, um dos destaques entre os títulos sobre a música brasileira.

Confira nossa programação completa e o Portal do Cinema Gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


14h30 – MEU BOLO FAVORITO Assista o trailer aqui.

(Keyke mahboobe man – Irã/França/ Suécia/Alemanha, 2024, 97min). Direção de Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha, com Lily Farhadpour e Esmail Mehrabi. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Mahin tem 70 anos, é viúva e vive sozinha em Teerã. Apesar da rotina solitária, ela mantém a vitalidade e o interesse pelas coisas do cotidiano – o que inclui afrontar a Polícia da Moral que controla os costumes no país. Disposta a revitalizar sua vida amorosa, a viúva convida o taxista Faramarz para um encontro. O filme foi o vencedor do prêmio Fipresci (da crítica) e do Juri Ecumênico no Festival de Berlim 2024, mas seus diretores foram proibidos de deixar o Irã para acompanhar a premiação.


16h30 – A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO Assista o trailer aqui.

(The Secret of the Sacred Fig - Alemanha/França/Irã, 2024, 165min). Direção de Mohammad Rasoulof, com Mahsa Rostami, Setareh Maleki, Niousha Akhshi. Mares Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Casado e pai de duas filhas, Iman acaba de ser promovido a juiz de instrução no Tribunal Revolucionário de Teerã. Isso representa uma vida mais confortável para a família, mas também obriga Iman a ignorar alguns valores éticos e morais. Ao mesmo tempo em que tenta se manter fiel ao regime, o protagonista vê as relações familiares se deteriorarem. O filme tem como pano de fundo os episódios recentes de protestos pela jovem que foi morta por usar o véu de maneira incorreta, que aparecem em imagens de arquivo. Proibido no Irã, o filme foi indicado pela Alemanha na corrida ao Oscar de filme internacional e já ganhou vários prêmios, incluindo o prêmio Especial do Júri e o da crítica no Festival de Cannes.


19h30 – SEBASTIAN (NOS DIAS 30 E 1) Assista o trailer aqui.

(Reino Unido/Finlândia/Bélgica, 2024, 110min). Direção de Mikko Mäkelä, com Ruaridh Mollica, Hiftu Quasem, Jonathan Hyde. Imovision, 18 anos. Drama.

Sinopse: Max é um escritor freelancer de 25 anos que vive em Londres. Durante a noite, ele se apresenta como Sebastian, um profissional do sexo. Sebastian é, na verdade, um personagem que Max criou para inspirar seu romance de estreia. Conforme Max luta para equilibrar essa vida dupla, ele recebe o reconhecimento pelos seus textos e começa a questionar se Sebastian é apenas uma ferramenta criativa ou se há algo mais em jogo.


19h30 – BABY (NOS DIAS 31, 2 E 5) Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2024, 106min). Direção de Marcelo Caetano, com João Pedro Mariano e Ricardo Teodoro. Vitrine Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Após ser liberado de um centro de detenção juvenil, Wellington se vê sozinho nas ruas de São Paulo, sem nenhum contato com os pais ou recursos para reconstruir a vida. Ele encontra Ronaldo, um homem maduro que lhe ensina novas formas de sobrevivência. Prêmios de melhor filme e ator no Festival do Rio.


SESSÃO ACCIRS

DIA 4 ÀS 19h30 – INGRESSOS À R$ 8,00.


PASTRANA + ATÉ QUE A MÚSICA PARE

Exibição dos filmes vencedores do Prêmio Accirs de melhor curta-metragem gaúcho (“Pastrana”, de Melissa Brogni e Gabriel Motta) e longa-metragem gaúcho (“Até que a Música Pare”, de Cristiane Oliveira).

Na sessão, haverá bate-papo com as equipes dos filmes e serão entregues os certificados da premiação.

SALA EDUARDO HIRTZ


15h – CRÔNICA DE UMA RELAÇÃO PASSAGEIRA - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Chronique d'une liaison passagère - França, 2023, 100min). Direção de Emmanuel Mouret, com Sandrine Kiberlain, Vincent Macaigne. Mares Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Charlotte é uma mulher divorciada, independente e bem resolvida. Simon é casado e tem um jeito mais introspectivo. Eles se conhecem em uma festa e, apesar de terem personalidades opostas, acabam se envolvendo. A princípio, seria um caso sem compromisso e feito de encontros furtivos, mas aos poucos a situação assume outra dimensão e o casal precisa repensar suas convicções.


17h – LUIZ MELODIA - NO CORAÇÃO DO BRASIL Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2024, 75min). Documentário de Alessandra Dorgan. Embaúba Filmes, 12 anos.

Sinopse: Carioca do Morro do Estácio, Luiz Melodia (1951 - 2017) é um dos principais representantes da música brasileira dos anos 1970 e 1980, lembrado pela sua originalidade e mistura de ritmos. O filme, com narrativa em primeira pessoa, traz imagens raras e vídeos de arquivo que contam a história de canções como “Estácio Holly, Estácio”, “Pérola Negra” e “Juventude Transviada”, além das parcerias com Gal Costa, Elza Soares, Jards Macalé e outros artistas. Vencedor do prêmio de melhor filme no Festival In-Edit de 2024.


18h45 – TRILHA SONORA PARA UM GOLPE DE ESTADO - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Soundtrack to a Coup d'État – Bélgica/Holanda/França, 2024, 150min). Documentário de Johan Grimonprez. Pandora Filmes, 14 anos.

Sinopse: No início dos anos 1960, auge da Guerra Fria, Estados Unidos e Bélgica se uniram para impedir a posse de Patrice Lumumba, primeiro presidente eleito democraticamente na República do Congo. Em jogo, estavam os interesses comerciais das grandes nações do Ocidente e também da URSS nas riquezas do país africano. Em protesto, os instrumentistas Abbey Lincoln e Max Roach invadiram o Conselho de Segurança da ONU e fizeram uma apresentação musical. Ao mesmo tempo, Louis Armstrong foi enviado ao Congo para gerar uma cortina de fumaça sobre os planos norte-americanos de depor Patrice. O diretor Johan Grimonprez parte deste episódio para refletir sobre as conexões entre imperialismo, capitalismo e jazz. Um dos cinco indicados ao Oscar de melhor documentário, o filme traz um rico material de arquivo com imagens da música e da política da época.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 16,00 (R$ 8,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 20,00 (R$ 10,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Cine Dica: Streaming - 'Round 6 -2ª Temporada'

Sinopse: Após vencer o sádico e famoso torneio, Gi-hun (Lee Jung-jae) busca vingança.

Hwang Dong-hyuk criou um dos maiores fenômenos da Netflix nos últimos tempos. "Round 6" (2021) retrata um reality show não muito diferente do que se vê no mundo real, mas cuja palavra "eliminado" significa ser morto durante o processo. Essa segunda temporada dá continuidade aos eventos vistos no ano anterior, mas alcançando um novo patamar e cuja violência se torna cada vez mais extrema.

Neste segundo ano, Gi-hun (Lee Jung-jae) decide investigar quem está por trás da competição para colocar um fim no cruel reality show. Usando o dinheiro que ele adquiriu na última competição, ele financia uma investigação particular para tentar localizar primeiramente o homem de terno que lhe deu o convite no passado. Porém, durante essa busca Gi-hun acaba retornando ao jogo e decide tentar salvar o maior número de vidas possíveis durante esse processo.

Embora a premissa seja semelhante ao ano anterior o personagem  Gi-hun não esconde em seu rosto as cicatrizes emocionais que ele adquiriu no passado após ter enfrentado inúmeros desafios. Portanto, vemos um protagonista maduro, entendedor sobre onde está pisando e procurando fazer com que os demais competidores esqueçam do grande prêmio e decidam em se manter vivos. Porém, os personagens vistos na tela se dividem entre a ganância e o desejo de resolver as suas vidas fora do jogo.

Por mais absurdo que seja a escolha de muitos ali dentro da história em continuar nesta competição mortal, a série é o retrato de uma sociedade cada vez mais presa na necessidade de continuar existindo através de um sistema capitalista que fazem com que o indivíduo se torne cada vez mais miserável, endividado e preso ao símbolo do poder do dinheiro. Se  Gi-hun aprendeu com duras penas que dinheiro não é tudo, por outro lado, conhecemos novos personagens que não possuem o mesmo pensamento, desde a influencer como também pessoas comuns endividadas e que se sentem em um beco sem saída.

Hwang Dong-hyuk nos apresenta personagens dos quais nos identificamos facilmente e fazendo com que as suas mortes se tornem ainda mais sentidas no decorrer dos jogos. Ao mesmo tempo, a aflição aumenta ainda mais a partir do momento que sabemos que os líderes desse misterioso e mortal reality show não facilitará a vida do protagonista e usando métodos que o fará acreditar que pode sim driblar esse sistema. O segundo ano termina de uma forma abrupta e fazendo com que o protagonista se sinta impotente perante as consequências de suas próprias ações.

Com um tremendo gancho para o terceiro ano, 'Round 6 -2ª Temporada' dá continuidade ao enorme sucesso da Netflix, mas não se deixando cair no óbvio e indo para um novo patamar em temos de desdobramentos dentro do enredo.

Onde Assistir: Netflix. 

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Cine Curiosidade: Retrospectiva Clube de Cinema de Porto Alegre | 2024

 
Confira o que os cinéfilos associados do clube assistiram em 2024 clicando aqui. 


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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - ''Anora"

Sinopse: Anora é uma prostituta do Brooklyn que casa impulsivamente com o filho de um oligarca russo. Mas o seu conto de fadas é ameaçado quando a família dele quer anular o casamento.

Sean Baker já pode ser apontado facilmente como um dos melhores diretores norte americanos que surgiram nos últimos tempos. Se eu forcei essa observação basta pegarmos títulos como "Projeto Flórida" (2018) para termos uma dimensão de sua criatividade através de tramas que exploram a vida complexa da vida das pessoas por mais simplória que ela seja. Em "Anora" (2024) o realizador cria uma análise sobre a geração Z completamente perdida dentro da nossa realidade cada vez mais absurda.

Na trama, acompanhamos Anora (Mikey Madison), uma dançarina que trabalha em uma boate no Brooklyn, nos Estados Unidos. Em uma noite normal, a garota descobre que pode ter tirado a sorte grande, pois acredita ter encontrado o seu verdadeiro amor após se casar de forma impulsiva com o filho de um oligarca, o herdeiro russo Ivan (Mark Eidelshtein). Porém, não demora muito para a mesma se dar conta que tudo o que ela sonhou pode desmoronar, pois ela não conhece o seu marido como deveria.

Assim como foi em "Projeto Flórida", o diretor Sean Baker procura filmar de uma forma um pouco mais crua, com a sua câmera quase tremendo e parecendo que em alguns momentos a ficção se torna um curioso documentário. Essa sensação aumenta ainda mais quando os protagonistas contracenam com pessoas que, podem ser figurantes, ou simplesmente pessoas normais que estavam passando no decorrer da filmagem e fazendo tudo mais verossímil e ao mesmo tempo dando a chance para os intérpretes agirem com maior naturalidade. Isso, porém, logo vai dando a lugar a situações que beiram ao absurdo, mas cujo o mundo real não é muito diferente do que é apresentado na história como um todo.

Alguns apontam "Anora" como uma espécie de "Uma Linda Mulher" (1990) do século vinte um, mas tiramos o lado de conto de fadas inserido naquela trama e temos então uma realidade nua e crua e cujo o termo "felizes para sempre" fica apenas na superfície. Brilhantemente interpretada por Mikey Madison, Anora sabe onde está pisando, mesmo quando aceita de forma impulsiva o pedido de casamento de Ivan. No lado de cá da tela sabemos que isso não acabará bem, mas jamais imaginávamos de que maneira começaria.

Sean Baker cria uma história que transita entre a comédia pastelão para dramática e culminando em situações absurdas a partir do momento que os responsáveis de Ivan descobrem que ele havia se casado. Se a câmera do realizador já estava frenética durante as cenas de festas e sexo entre os protagonistas, aguardem para os momentos em que o sonho de Anora se desmancha e participando de situações que beiram quase ao surrealismo. Só mesmo um filme não convencional como esse é que veríamos russos agirem de uma forma mais humana, menos grotesca e ao mesmo tempo atrapalhada.

Neste último caso, o personagem russo Igor, vivido pelo ator Yura Borisov, se torna uma espécie de representante do nosso olhar com relação aos principais eventos que ocorrem a partir do momento que o conto de fadas da protagonista acaba. Com ele, nós procuramos compreender a dimensão de toda a situação, além de tentarmos aceitar o fato que Anora, por mais que tivesse os dois pés no chão, ainda tinha um fio de esperança em achar que havia encontrado a felicidade que tanto procurava. Portanto, a cena final dela com Igor seriamos nós com desejo de abraçá-la para consolá-la, pois vivemos com uma geração de jovens que se dizem adultos cada vez mais alienados e fazendo com que certos valores acabem cada vez mais se perdendo ao vento.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2024, "Anora" é uma comédia extremamente humana, da qual ficamos de frente perante uma situação absurda, porém, muito mais próxima de nossa realidade do que a gente imagina. 

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