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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 12 de março de 2025

Cine Dica: Streaming - 'Setembro 5'

Sinopse: Durante as Olimpíadas de Munique em 1972, uma equipe norte-americana de transmissão esportiva se vê forçada a cobrir a crise de reféns envolvendo atletas israelenses. 

O papel do jornalismo já foi levado ao cinema nas mais diversas formas, sendo que o mesmo teve papel fundamental para o curso da história. Talvez um dos melhores exemplos até hoje ainda seja o filme "Todos os Homens do Presidente" (1976), onde dois jornalistas investigativos entraram de cabeça com relação ao escândalo Watergate. "Setembro 5" retrata o lado sério de um jornalismo perante um evento catastrófico, mas que entraria para a história.

Dirigido por Tim Fehlbaum, o filme reconta sobre o trágico Massacre de Munique de 1972 sob a perspectiva única da equipe de transmissão da ABC Sports. Durante os Jogos Olímpicos de Verão na Alemanha, a tranquilidade da Vila Olímpica é interrompida quando o grupo terrorista setembro Negro invade o local e faz 11 atletas israelenses reféns. O que deveria ser uma celebração esportiva se transformou no maior atentado terrorista da história dos eventos esportivos.

Eu particularmente somente soube desse atentado terrorista após os eventos do 11 de Setembro e onde os principais meios de comunicação deram uma retrospectiva dos principais ataques ao longo da história. Posteriormente eu assisti ao filme "Munique" (2005) do mestre Steven Spielberg que, não somente retrata o ataque contra os atletas de israelenses, como também os desdobramentos e a resposta da própria Israel. Já o diretor Tim Fehlbaum opta por um caminho inverso, ao focar a trama pela perspectiva jornalística profissional.

Neste último caso, por exemplo, vemos como era realmente uma equipe jornalística em busca de um grande furo, principalmente quando eles tinham roteiro pronto com relação aos eventos das Olimpíadas, mas tendo que mudar tudo a partir do momento que iniciou o ataque. É sempre interessante vermos como eram feitas as transmissões ao vivo de antigamente e toda a pirotecnia que hoje vista possa parecer antiquada, mas sendo ela eficaz para a época. A cena em que o canal registra um dos terroristas na sacada de um prédio meio que assombrou uma geração inteira que não tinha noção do significado da palavra terrorista.

Tecnicamente o filme possui um retrato preciso sobre aqueles tempos, cuja fotografia, por vezes, granulada remete aos tempos do bom cinema dos anos setenta. Curiosamente, há sempre um cuidado na transição das cenas reais para a reconstituição dos fatos, sendo que boa parte deles acontecem no estúdio onde os personagens principais se encontram, enquanto as cenas vistas nos monitores são verdadeiras. Porém, é na reação dos personagens centrais que tudo se torna mais verossímil e fazendo com que o desempenho de todo elenco se sobressaia ao longo do percurso.

Neste último caso destaque para a atriz alemã Leonie Benesch, vista recentemente no filme "A Sala dos Professores" (2024) e que aqui ela interpreta uma tradutora do canal. O ato final, logicamente, reserva momentos angustiantes, principalmente para aqueles que ainda são desinformados sobre os desdobramentos daquele fatídico dia, mas mesmo quem já tem conhecimento sobre o que aconteceu fica com um nó na garganta. Um evento trágico, mas que, infelizmente, não seria o último no decorrer da história.

"Setembro 5" é um retrato eficaz sobre o primeiro ataque terrorista que foi visto pela primeira vez por milhares de pessoas e que acabou assombrando uma geração inteira. 

Onde Assistir: Em breve no Prime Vídeo.  

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 13 A 19 DE MARÇO

 ESTREIAS:


LOUCOS POR CINEMA!

França/ Drama/2024/88min

Direção: Arnaud DESPLECHIN

Sinopse: Buscando celebrar os cinemas e sua magia diversificada, o cineasta segue os passos do jovem Paul Dédalus — seu alter ego — para narrar a história do seu amadurecimento como cinéfilo. Memórias, ficção e descobertas se misturam num fluxo irrefreável de imagens cinematográficas.

Elenco: Milo Machado, Graner Françoise, Lebrun Micha Lescot


O MELHOR AMIGO

Brasil/Drama/ 2024/93min.

Direção: Allan Deberton

Sinopse: Na praia de Canoa Quebrada, o reencontro entre Lucas e Felipe faz acender antigos desejos. Enquanto Lucas se joga neste paraíso solar e musical, em busca de uma paixão ardente e incerta, Felipe, com sua presença sempre tão misteriosa, parece escorregar por entre os dedos.

Elenco: Vinicius Teixeira, Gabriel Fuentes, Léo Bahia, Mateus Carrieri, Cláudia Ohana, Gretchen, Dênis Lacerda, Souma, Muriel Cruz, Rodrigo Ferrera, Solange Teixeira, Adna Oliveira, Walmick de Holanda e Diego Montez.


EM CARTAZ:

AINDA ESTOU AQUI

Brasil/ Drama/2024/135min

Direção: Walter Salles

Sinopse: Ainda Estou Aqui se passa no Brasil, em 1970 e é uma adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva. Na trama, uma mulher casada com um importante político precisa mudar sua vida completamente depois que ele é exilado durante a ditadura. A dona de casa se vê obrigada a virar ativista de direitos humanos após o desaparecimento de seu marido.

Elenco: Fernanda Torres, Selton Mello, Fernanda Montenegro


HORÁRIOS DE 13 a 19 DE MARÇO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: AINDA ESTOU AQUI

17h20: LOUCOS POR CINEMA!

19h: O MELHOR AMIGO


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14,00 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7,00. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 7,00.

CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

terça-feira, 11 de março de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Verdadeira Dor'

Sinopse: Os primos David e Benji viajam pela Polônia para homenagear sua avó. A aventura se complica quando antigas tensões ressurgem enquanto exploram a história de sua família.  

Em vinte anos de carreira Jesse Eisenberg possui uma versatilidade fora do comum e atuando em filmes em que na maioria se tornaram indispensáveis, como no caso, por exemplo, "A Rede Social" (2010). Porém, o intérprete tentou se arriscar como cineasta no filme "Quando Você Terminar de Salvar o Mundo" (2023), mas que não teve muita repercussão. Não é o que acontece com o seu segundo longa "Verdadeira Dor" (2025) que anda colecionando prêmios no mundo e motivos é o que não faltam.

Na trama, acompanhamos David (Jesse Eisenberg), um pai reservado e pragmático, e Benji (Kieran Culkin), seu primo excêntrico e boêmio. Apesar de suas diferenças, eles embarcam juntos em uma viagem à Polônia para homenagear a avó recentemente falecida, participando de uma excursão que revisita memórias do Holocausto e conecta o grupo às raízes familiares. Durante a jornada, antigas tensões entre os primos ressurgem, transformando a viagem em uma experiência emocionalmente intensa.

Embora na trama David seja o protagonista quem rouba a cena é realmente o seu primo Benji e isso se deve muito a incrível atuação de  Kieran Culkin. Já na abertura, por exemplo, constatamos uma pessoa inquieta, como se guardasse camadas emocionais prontas para explodir, mas que procura se conter e para que assim não revele como um todo o seu real ser. Já David é mais preso à sua rotina, seja profissional ou familiar, mas sempre tendo lá no fundo o desejo de ser que nem o seu primo, mesmo quando o mesmo quase cometeu um terrível erro.

Com pinceladas de humor e momentos dramáticos, o filme é um de muitos que falam com relação ao que os Judeus passaram na época do Holocausto. Porém, assistimos pela perspectiva dos parentes, dos quais jamais haviam participado de tamanho horror e tendo somente uma dimensão pela superfície. Benji, por exemplo, procura sentir a dor daqueles que se foram, mas procurando fazer com que o seu irmão e os demais do passeio sintam o tamanho daquela tragédia e ao mesmo tempo fazendo com que eles se sintam mais vivos.

O filme se torna uma crítica ácida de uma geração atual que não desperta perante a beleza da vida e não aproveitando aquilo que um dia os seus parentes perderam devido ao horror vindo do fascismo. Por conta disso, Benji está desperto com relação ao mundo em volta e fazendo com que a todo momento quebre as regras para encontrar um significado coerente para continuar em frente. Sem sombra de dúvida  Kieran Culkin mereceu a estatueta de melhor ator coadjuvante  último Oscar.

Em suma, o filme é um daqueles roadie movies em que os personagens se redescobrem na vida durante a viagem e cujo roteiro é tão bom que nos faz desejar que tão cedo não acabe. Ao final, vemos Benji na mesma posição da abertura do filme, mas cujo seu próximo passo fica somente na nossa imaginação e fazendo a gente questionar o que viria depois. Nada melhor do que um filme terminar aparentemente de forma brusca, porém, na hora certa.

"A Verdadeira Dor" é um bela comédia dramática que há muito tempo eu não via e que merece ser vista e revista nas telas do cinema. 

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 13 a 19 de março de 2025

Encontro com o Ditador

SEGUNDA SEMANA DA MOSTRA CHANTAL AKERMAN

A mostra Chantal Akerman, 1085, Rua Demétrio Ribeiro, Porto Alegre segue em exibição até o dia 16 de março. Na segunda semana de programação, a pesquisadora Maria Henriqueta Satt participa de um debate após a exibição dos filmes Exploda Minha Cidade e Notícias de Casa, no sábado, 15 de março, às 18h30. No domingo, 16, às 17h, a sessão de encerramento apresenta o longa Jeanne Dielman, eleito recentemente o melhor filme de todos os tempos segundo a lista da prestigiosa revista inglesa Sight and Sound.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/8487/chantal-akerman-1085-rua-demetrio-ribeiro-porto-alegre/


FILME DE RITHY PANH EM CARTAZ

A partir de quinta-feira, 13 de março, a Cinemateca Capitólio exibe o mais novo filme do diretor cambojano Rithy Panh, Encontro com o Ditador. Na terça-feira, 18, às 19h, será realizada uma sessão de pré-estreia de Tempo Suspenso, o mais novo filme do diretor francês Olivier Assayas. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/8519/encontro-com-o-ditador/


GRADE DE HORÁRIOS

13 a 19 de março de 2025


13 de março (quinta-feira)

15h – As Cores e Amores de Lore

17h – Encontro com o Ditador

19h30 – Eu, Tu, Ele, Ela


14 de março (sexta-feira)

15h – Luiz Melodia – No Coração do Brasil

17h – Encontro com o Ditador

19h30 – Projeto Raros: 15 de Agosto + A Mudança


15 de março (sábado)

15h – As Cores e Amores de Lore

16h30 – Anos Dourados

18h30 – Exploda Minha Cidade + Notícias de Casa + debate


16 de março (domingo)

15h – Encontro com o Ditador

17h – Jeanne Dielman


18 de março (terça-feira)

15h – As Cores e Amores de Lore

17h – Encontro com o Ditador

19h – Tempo Suspenso (pré-estreia)


19 de março (quarta-feira)

15h – Luiz Melodia – No Coração do Brasil

17h – Encontro com o Ditador

19h30 – Milton Bituca Nascimento (pré-estreia)

segunda-feira, 10 de março de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - “Mickey 17”

Sinopse: Voluntário se torna descartável em um experimento de clonagem fora da terra.

Se há algo que conseguimos identificar em quase toda a filmografia de Bong Joon Ho é no seu interesse em histórias em que se retrata a divisão entre as classes e o consumismo desenfreado que torna a humanidade dependente. Se na primeira questão foi vista em títulos como "Expresso do Amanhã" (2013) e principalmente "Parasita" (2019), por outro lado, o consumo doentio que abastece a humanidade se vê de uma forma hilária e ao mesmo tempo trágica em "Okja" (2017). Em "Mickey 17" (2025) o realizador prova novamente que ele consegue reunir esses ingredientes em um único filme, mesmo quando achamos que o projeto poderia ter ido mais longe.

Baseado no livro de Edward Ashton, o filme conta a história de Mickey Barnes (Robert Pattinson), um cara endividado que decide ser enviado para uma missão em colonizar o planeta gelado de Niflheim. Ele tem o trabalho de ser descartável, sendo que toda vez que ele for morrer em uma espécie de experimento ele logo é substituído por um clone que tem suas memórias a partir de uma máquina de impressão.  Porém, as coisas dão errado quando o 17º Mickey não morre e ao mesmo tempo o numero 18º é criado e possuindo uma personalidade um tanto diferente.

Embora seja baseado em um livro publicado em 2022 é curioso observar que a premissa tem muita similaridade com o filme "Lunar" (2009), além de umas pitadas de elementos que me fizeram lembrar também "Tropas Estelares" (1997). Contudo, a trama se sustenta graças a sua crítica ácida entrelaçada com um humor sombrio contagiante e que obtêm a nossa atenção do começo até o final da história. Não espere um filme de ficção de ação costumeiro, já que aqui o foco está mais em criar reflexo sobre o nosso próprio mundo atual em que vivemos.

Bong Joon Ho procura criar uma realidade verossímil, onde os efeitos visuais são usados em prol de uma história coerente ao invés de somente encher a tela e que poderiam se tornar dispensáveis. Se isso já havia dado certo em "Expresso do Amanhã" aqui as coisas novamente fluem, assim como também a sua fotografia e edição de arte que nos enche os olhos com os seus diversos detalhes. Curiosamente, o visual remete aos elementos vistos na HQ francesa "Valerian" de  Pierre Christin.

Além disso, o filme deixa da forma mais explicita possível o quanto a humanidade se torna cada vez mais hipócrita e da qual a mesma usa a religião como cortina de fumaça para colocar em prática a sua real ambição e destacando políticos que usam esses métodos a todo custo. Mark Ruffalo dá um show de interpretação ao interpretar um político que se torna o líder desta expedição e que usa a palavra de Deus em meio a maquinações para tentar de todas as formas tornar- se um verdadeiro mito dentro da história. Qualquer semelhança com certos políticos da Extrema Direita do nosso mundo real não é mera coincidência.

Já Mickey é um personagem que facilmente nos identificamos, já que ele é apenas um cara comum sendo mastigado pelo sistema que controla a vida dos humanos e optando ao se entregar em uma experiência em que se explora a questão sobre o que nos faz sermos humanos. Embora a temática sobre a clonagem já tenha sido revisitada no cinema e literatura diversas vezes, é curioso constatarmos o quanto ainda pode-se criar algo novo, desde que seja feita pelas mãos certas. Claro que se o filme funciona não se deve somente ao seu cineasta, como também ao seu astro Robert Pattinson.

Ao interpretar dois personagens em cena, é curioso que o artista procura diferenciá-los até mesmo com o tom de voz, já que o Mickey 17 possui uma voz desengonçada, enquanto numero 18 se distancia de uma forma surpreendente. O protagonista é uma representação de uma humanidade já muito cansada e que procura uma razão de continuar em frente através de suas escolhas. Porém, a partir do momento em que os alienígenas, que mais parecem morsas, surgem em sua vida é então que ele se encontra em um novo jogo de xadrez e que fará com que tenha que decidir sobre o que irá fazer em seguida.

Embora seja um ótimo filme, eu não o colocaria entre os melhores de Bong Joon Ho, já que algumas passagens da trama poderiam ter sido melhor exploradas. Além disso, alguns personagens secundários simplesmente acabam sendo descartados, como no caso daquela vivida pela atriz Anamaria Vartolomei, que rouba a cena na hilária cena do jantar, mas que logo desaparece no decorrer da história. Mas o ponto mais negativo se encontra mesmo em seu ato final da trama.

Tudo se envereda para que ela se encerre de uma forma mais convencional para o público ocidental, já que o mesmo se encontra mais do que acostumado pelo óbvio e não se esforçando em sair de sua zona de conforto. E quando achamos que a trama iria se encerrar de uma forma corajosa, e tendo mais haver com tudo o que tínhamos assistido até ali, eis que o roteiro nos prega uma pegadinha e criando uma sensação mórbida. Ao meu ver Bong Joon Ho precisará lutar ainda mais para manter a sua genialidade na direção caso ainda queira trabalhar em solo americano.

"Mickey 17" nos revela um Bong Joon Ho ainda melhor no que faz, mesmo quando essa última obra não se equipara a sua obra prima "Parasita".

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Cine Especial: Próxima Sessão Clube de Cinema (11/03): "As Bicicletas de Belleville" na Sala Redenção

Na próxima terça-feira, nosso encontro será às 19h na Sala Redenção, para a grande estreia do nosso Ciclo de Cinema de Animação! E já começamos bem, com a encantadora animação francesa As Bicicletas de Belleville (2003), indicada ao Oscar e reconhecida por seu estilo único, humor excêntrico e inventividade visual. Uma verdadeira homenagem à força dos afetos e ao poder da imaginação.

Traga os seus amigos para conhecer o Clube de Cinema, a entrada na Sala Redenção é franca!


Confira os detalhes abaixo:


SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Redenção – Cinema Universitário da UFRGS (Rua Eng. Luiz Englert, 333 – Campus Central)

Data: Terça-feira, 11/03, às 19h

As Bicicletas de Belleville (Les Triplettes de Belleville)

França, 2003, 80 min, classificação livre

Direção: Sylvain Chomet

Vozes: Michel Robin, Jean-Claude Donda, Monica Viegas

Sinopse: Champion é um menino introspectivo que descobre a alegria sobre duas rodas. Incentivado pela avó, treina para disputar a Volta da França. No entanto, durante a prova, ele é sequestrado por uma organização misteriosa. Sua avó e o cachorro Bruno embarcam em uma jornada improvável até a extravagante cidade de Belleville para resgatá-lo. Uma obra visualmente deslumbrante, quase sem diálogos, que mistura humor, melancolia e afeto com um estilo gráfico inconfundível.

Sobre o Filme: Na época (2003) o estreante em longas-metragens, o animador Sylvain Chomet põe em prática tudo o que aprendeu em quarenta anos de vida e duas décadas de devoção aos quadrinhos e aos desenhos. Assim, o visual desse filme já espanta de cara, pela mistura impressionantemente harmoniosa entre o tradicionalismo artesanal e os artifícios tridimensionais, além de personagens cativantes e melancólicos.

Visualmente o filme presta homenagem ao cinema expressionista alemão e o cinema mudo, contudo é uma obra diferente de tudo que já se viu e que fala por si só. E é por isso mesmo que o filme volta em cartaz em Porto Alegre e nada mais do que justo, uma obra prima como essa, ser apreciada no escurinho do cinema.

Esperamos você para a primeira sessão do nosso Ciclo de Cinema de Animação 2025!

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domingo, 9 de março de 2025

Cine Especial: Próximo Cine Debate -'O Trem Italiano Para a Felicidade'

Sinopse: conta a história de Amerigo, um menino de sete anos que deixa Nápoles para morar no norte da Itália. 

O neorrealismo italiano foi um dos principais movimentos do cinema do país, onde cineastas decidiram criar tramas em meio aos escombros da guerra e retratar as suas histórias da forma mais realista possível. Esse momento não somente serviu de inspiração para outros países, como também provou que aquela nação prosseguiu diante de um novo conflito que foi perante a fome e a miséria. "O Trem Italiano Para a Felicidade" (2024) herda um pouco desse realismo, mas ao mesmo tempo nos transmitindo certa esperança e da qual a própria Itália acabou obtendo no seu devido tempo.

Dirigido por Cristina Comencini, o longa é uma adaptação do romance best-seller de Viola Ardone, sendo que a história se situa em 1946, cidade de Nápoles, logo após a Segunda Guerra Mundial. Amerigo Speranza (Stefano Accorsi) é um menino de sete anos que nunca saiu de Nápoles, onde mora com sua mãe, Antonietta (Serena Rossi). Em meio a falta de esperança, Antonietta decide enviar o seu filho para o norte da Itália, onde há um movimento Comunista para ajudar os necessitados e fazendo o jovem obter uma nova perspectiva com relação ao seu próprio mundo.

Ao assistir ao filme não tinha como evitar de me relembrar dos principais títulos do neorrealismo italiano, que vai desde amado "Ladrões de Bicicletas" (1948) como também o magistral "Roma, Cidade Aberta" (1945). Isso se deve principalmente à sua reconstituição de época, onde vemos uma Nápoles procurando se reerguer, mesmo que para isso a inocência de algumas crianças seja extinta de forma precoce. Porém, diferente desses clássicos, o filme procura sempre nos passar um fio de esperança através do olhar do pequeno protagonista.

Curiosamente, o filme brinca com as mais diversas teorias de conspiração com relação ao Comunismo em solo italiano pós guerra, o que não deixa de ser uma crítica acida ao que o ocidente pensava e ainda pensa hoje em dia. Embora essa observação fique em grande destaque em boa parte do primeiro ato, é através da relação complexa entre mãe e filho que o filme nos conquista e fazendo com que obtenhamos diversos sentimentos durante a projeção. Em certo momento podemos até mesmo sentir raiva da mãe do protagonista, e com razão, mas tudo o que ela faz é para ambos sobreviverem, nem que para isso perca um pouco de sua própria humanidade.

Serena Rossi se sai muito bem ao interpretar uma mulher que perdeu tudo, mas que busca uma forma para que ao menos o seu filho saia vivo dessa realidade sombria e opressora do pós guerra. Porém, o filme pertence ao jovem Stefano Accorsi, ao saber construir, tanto fisicamente como também psicologicamente, uma criança que procura sobreviver perante os obstáculos, mesmo quando o universo dos adultos possa parecer opressor em alguns momentos. Ao conhecer os dois lados da mesma moeda de uma Itália que busca se reerguer,  Speranza se dá conta que a cultura e a prática do bem podem lhe abrir novas portas, mesmo quando há certos sacríficos durante a jornada.

Neste último caso, por exemplo, a questão maternal é colocada a prova, que vai desde a questão do abandono, como também saber quando devemos deixar que os nossos filhos deem o seu voo mais alto. No caso da trama, a boa oportunidade para obter novas chances na vida deve ser abraçada, mesmo quando o protagonista acha que foi abandonado durante a sua cruzada. Ao final, constatamos que nunca saberemos ao certo sobre o que molda realmente uma pessoa, mas basta a suas pequenas ações para obtermos uma vaga ideia.

Curiosamente, o filme me relembrou de outro clássico italiano que foi “Cinema Paradiso” (1988), já que ambos os protagonistas retornam para as suas raízes e para que só assim possam descobrir uma peça importante de suas vidas e que havia ficado para trás. Se o final não chega a ser tão emocionante se for comparado ao clássico de Giuseppe Tornatore, ao menos faz com que a sessão termine de forma satisfatória e os nossos sentimentos com relação ao papel da mãe e filho se torne mais esclarecedores para dizer o mínimo. Pode não se tornar um novo clássico italiano, mas nos emociona na medida do possível.

"O Trem Italiano Para a Felicidade" transita entre o cinema mais pessimista para o mais esperançoso do cinema italiano e é por isso mesmo que vale a pena ser descoberto. 

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