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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 3 de maio de 2018

Cine Dica: MOSTRA APRESENTA FILMES E DEBATES SOBRE MAIO DE 1968 NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS



A Chinesa 

A partir de 3 de maio, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a mostra Destrua-se – Maio de 1968 no cinema, com filmes realizados no calor dos acontecimentos, durante a ebulição francesa do período, e reflexões posteriores que trazem novos olhares aos eventos de Maio de 1968. Há títulos de grandes cineastas, como Jean-Luc Godard, Philippe Garrel, Chris Marker, Alexander Kluge, além de obras essenciais, como o documentário Morrer aos 30 Anos, de Romain Goupil e recente No Intenso Agora, de João Moreira Salles. Um dos grandes destaques da mostra é a apresentação de três filmes do grupo Zanzibar, um movimento de jovens cineastas franceses, atuantes no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, que buscava estabelecer a ponte entre a Nouvelle Vague e o cinema underground norte-americano, em uma sintonia radical e experimental com as faíscas mais desconcertantes de Maio de 1968.
O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos. As sessões com debate têm entrada franca. A mostra Destrua-se – Maio de 1968 no cinema é uma realização da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia de Porto Alegre, em parceria com a Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, o Institut Français e o Goethe-Institut Porto Alegre.


GRUPO ZANZIBAR
Realizados de maneira praticamente clandestina e raros até os dias de hoje, os filmes do Grupo Zanzibar refletem, de alguma maneira, o espírito daqueles tempos de maio de 1968, quando a França viveu uma grande onda de protestos contra o governo, que culminaram numa greve geral. Na época, muitos dos filmes eram exibidos na calada da noite, por Henri Langlois, na Cinemateca Francesa. Fizeram parte desse movimento relevantes nomes do cinema francês, como Philippe Garrel, Jack Raynal e Patrick Deval (fundador, com Serge Daney, da revista "Visage du Cinéma”), entre outros.
No sábado, 12 de maio, às 19h30, acontece a sessão de um dos principais filmes do movimento, Acéfalo, de Patrick Deval, e logo após a projeção uma edição do Débats d'idées da Aliança Francesa de Porto Alegre com a presença do artista inglês Michael Chapman, um dos atores da obra, do diretor e curador Renato Coelho. A mediação será feita pelo jornalista Roger Lerina.

ALEXANDER KLUGE EM DEBATE
No dia 15 de maio, terça-feira, às 19h30, outra sessão especial apresenta Perplexos: Artistas na Cúpula do Circo, um dos primeiros longas do diretor alemão Alexander Kluge, filme essencial do pensamento político cinematográfico dos anos 1960. Após a exibição, acontece um debate com Gabriela Linck, pesquisadora da obra do diretor alemão.

PRÉ-ESTREIA DE A VIDA EXTRA-ORDINÁRIA DE TARSO DE CASTRO
No dia 16 de maio, às 20h, acontece a sessão de pré-lançamento do documentário A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro, de Leo Garcia e Zeca Brito, que revive, por meio da fascinante trajetória de Tarso de Castro, a história do Brasil dos anos 60, 70 e 80 e da geração de intelectuais que resistiram à ditadura militar e promoveram uma verdadeira revolução nos costumes e na cultura brasileira. Entrada franca.

FILMES
WEEK-END À FRANCESA
(WEEKEND)
dir. Jean-Luc Godard
França, 1967, 105 min.
Exibição em HD

Um casal ambicioso e inescrupuloso planeja uma viagem ao interior da França, na tentativa de conseguir uma herança. No meio do caminho, encontra estradas completamente engarrafadas, acidentes automobilísticos graves, personagens de histórias infantis e guerrilheiros. O que se segue é uma constante e complexa reflexão sobre o modo de vida burguês e os contrastes sociais sublinhados pela sociedade de classes.

A CHINESA
(LA CHINOISE)
dir. Jean-Luc Godard
França, 1967, 96 min.
Exibição em HD

Paris, Verão de 1967. Alguns tentavam aplicar os princípios que romperam com a burguesia da URSS e dos partidos comunistas ocidentais em nome de Mao Tsé-Tung. Imersos no pensamento de Mao e em literatura comunista, um grupo de estudantes franceses começa a questionar a sua posição no mundo e as possibilidades de o mudar, mesmo que isso signifique considerar o terrorismo como uma via possível.

ONE + ONE
dir. Jean-Luc Godard
Inglaterra, 1968, 99 min.
Exibição digital

Em um arranjo polifônico e ensaístico, Jean-Luc Godard combina documentário e encenações ficcionais alternando o registro dos Rolling Stones durante os ensaios e gravações da canção Sympathy for the devil com discursos e ações sobre política e estética no fulgurante ano de 1968.

O FUNDO DO AR É VERMELHO
(LE FOND DE L’AIR EST ROUGE)
dir. Chris Marker, 1977, 180 min.
Exibição digital.
As esperanças e as decepções suscitadas pelos movimentos revolucionários de 68 no mundo inteiro. Desde o regime chinês ao cubano, passando pela Primavera de Praga ou os movimentos estudantis e operários franceses, Marker nos relembra constantemente que não se pode simplificar o que nada tem de simples: as manifestações populares, os movimentos da política, os rumos incertos da História e da sociedade. O filme é composto por duas partes: "As mãos frágeis" e "As mãos cortadas", ambas com 90 min (versão de 1998). Com as vozes de: Jim Broadbent , Cyril Cusack , Laurence Guvillier, Davos Hanich , François Maspero, Yves Montand François Périer Sandra Scarnati Jorge Semprún Simone Signoret.

ATÉ LOGO, EU ESPERO
(À BIENTÔT, J’ESPÈRE)
dir. Chris Marker
França, 1967, 45 min.
Exibição digital
Em 1967, uma greve de um novo gênero (ocupação, reivindicações, animação cultural) eclode na usina Rhodiaceta em Besançon. A reportagem foi julgada inaceitável pela ORTF (órgão público de rádio e TV francês da época) que a proibiu. Ao término de um interessante confronto, ele é exibido, junto com um debate entre gente séria, que acrescenta algo ao pitoresco desta aventura e que será mostrado aqui pela primeira vez.

MORRER AOS TRINTA ANOS
(Mourir à Trente Ans)
dir. Romain Goupil
França, 1982, 96 min.
Exibição digital
Em 1968 eles são já dois militantes empenhados e estão totalmente envolvidos nos acontecimentos de Maio. Goupil é um militante esquerdista, activo na LCR, mas continua a filmar tudo. É com esse material que, muitos anos mais tarde, ele fará este filme. O seu amigo Michel suicidou-se e essas imagens que Romain nunca parou de fazer vão servir para construir este filme inesquecível, que é tanto uma homenagem ao seu amigo precocemente desaparecido como sobretudo o retrato comovente de uma geração que se envolveu de uma forma radical na militância política, quando se pensava que o mundo podia mudar e que isso só dependeria do envolvimento daqueles que o queriam fazer…

PERPLEXOS: ARTISTAS NA CÚPULA DO CIRCO
(Die Artisten in der Zirkuskuppel: ratlos)
dir. Alexander Kluge
Alemanha, 1967, 104 min.
Exibição digital.
Como seu pai antes dela, a dona de circo Leni Peickert (Hannelore Hoger) também quer levar o desempenho artístico a seu ponto máximo. Ao mesmo tempo, seu ideal é a naturalidade. Ela quer mudar o circo, mas suas inovações levam a empresa à bancarrota. “Se o capitalista faz aquilo de que gosta,/ e não aquilo que lhe traz vantagem,/ Não recebe apoio de ninguém”. Revigorada, Leni Peickert busca uma segunda chance, agora na televisão comercial. Leão de Ouro no Festival de Veneza.

NO INTENSO AGORA
dir. João Moreira Salles
Brasil, 2017, 127 min.
Exibição em DCP
Feito a partir da descoberta de filmes caseiros rodados na China em 1966, durante a fase inicial da Revolução Cultural, No intenso agora investiga a natureza de registros audiovisuais gravados em momentos de grande intensidade. Às cenas da China somam-se imagens dos eventos de 1968 na França, na Tchecoslováquia e, em menor quantidade, no Brasil. As imagens, todas elas de arquivo, revelam o estado de espírito das pessoas filmadas e também a relação entre registro e circunstância política.

ACÉFALO
(ACÉPHALE)
dir. Patrick Deval
França, 1968, 56 min, 35mm PB
Exibição digital
O filme narra o desejo após maio de 68 de jovens marginais em cortar a cabeça de um homem.

DUAS VEZES
(DEUX FOIS)
dir. Jackie Raynal
França. 1969, 72 min, 35mm, PB
Exibição digital
A realizadora Jackie Raynal se coloca dentro do filme para se reinventar por e com ele.

DESTRUA-SE
(DÉTRUISEZ-VOUS)
dir. Serge Bard
França, 1968, 70 min, 35mm, PB
Exibição digital
O estudante de antropologia na universidade de de Nanterre, Sege Bard, larga a faculdade no fim de 1967, por considerá-la alienante. O filme surge então como um anúncio do que viria a ser o maio de 68, feito em abril, cujo título vem de um grafite: 'Aidez-nous: detruisez-vous'.

AMANTES CONSTANTES
(LES AMANTES RÉGULIERS)
dir. Philippe Garrel
França, 2005, 178 min
Exibição em 35mm
Maio de 1968 - Paris, a Europa, a juventude, tentações e perigos, tudo se mexeu muito, ou demasiado rápido. A vida de um grupo e o seu fim - a revolução que se apaga... E o primeiro grande amor a morrer...

A VIDA EXTRA-ORDINÁRIA DE TARSO DE CASTRO
dir. Leo Garcia e Zeca Brito
Brasil, 2017, 90 min
Exibição em DCP
Boêmio. Provocador. Sedutor. Revolucionário. Além de idealizador do “Pasquim”, Tarso de Castro foi um dos maiores jornalistas do Brasil. Ao investigar sua vida, vem à tona a história de um país embriagado pela ditadura e pela censura, onde o sonho de democracia nascia de uma geração libertária.

GRADE DE HORÁRIOS
03 a 16 de maio de 2018

03 de maio (quinta)
18h – A Chinesa
20h – Weekend à Francesa (entrada franca)

04 de maio (sexta)
18h – Morrer aos Trinta Anos
20h – Mai 68, Un étrange printemps

5 de maio (sábado)
14h - Arábia
16h – A Negra de…
18h – Até Logo, Eu Espero
19h - O Fundo do Ar é Vermelho

6 de maio (domingo)
14h - Arábia
16h – Monangambé + Carta Camponesa
18h – One + One
19h45 – No Intenso Agora

8 de maio (terça)
18h – Mai 68, Un étrange printemps
20h30 – Pré-estreia de O Parque

9 de maio (quarta)
18h – Até Logo, Eu Espero
19h – O Fundo do Ar é Vermelho

10 de maio (quinta)
18h30 – A Chinesa
20h – Morrer aos Trinta Anos

12 de maio (sábado)
18h – Destrua-se
19h30 – Acéfalo + debate

13 de maio (domingo)
16h – Duas Vezes
18h – Amantes Constantes

15 de maio (terça)
18h – Morrer aos Trinta Anos
19h30 – Perplexos: Artistas na Cúpula do Circo

16 de maio (quarta)
18h - Weekend à Francesa
20h – Pré-lançamento de A Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: O pacto de Adriana



Sinopse: Com o objetivo de conhecer realmente quem é sua tia Adriana, a diretora embarca na história passada e presente dessa mulher que era seu ídolo quando criança. Ainda na infância, 2007, sua tia foi presa por ter trabalhado na polícia secreta de Pinochet. Em 2011, ela fugiu do país enquanto enfrentava julgamento sobre o assassinato de um importante líder comunista. Em 2015, vive na iminência de uma extradição pelas mãos dos chilenos que vivem na Austrália. Um relato íntimo repleto de segredos.
A mentira pode se tornar o único meio de uma pessoa se salvar da justiça. Porém, ao omitir sempre a verdade, se cria uma realidade plástica que ela própria irá sempre acreditar, pois não consegue aceitar uma realidade em que ela própria veio a participar. O pacto de Adriana é sobre a desconstrução da palavra de alguém, da qual o passado lhe bate a porta, mas que se recusa em aceitar a verdade vinda à tona.
Dirigido pela jovem cineasta Lissette Orozco, o documentário conta a jornada dessa última em busca pela verdade sobre o passado de sua tia Adriana. Não a vendo por vários anos, e tendo guardado para ela a imagem de uma tia dócil, Lissette começa, aos poucos, a descobrir certas coisas do passado de Adriana, como o fato dela ter trabalhado para á policia secreta do Ditador Chinelo Pinochet. Sendo acusada por crimes de tortura, Adriana foge para Austrália, mas vive na iminência de uma extradição pelas mãos dos chilenos que vivem por lá e tenta convencer a sobrinha que é inocente de tais atos.
Com um trabalho iniciado em tentar conhecer e provar a inocência de sua tia, Lissette Orozco, aos poucos, começa a colher registros, fotos, depoimentos de pessoas ligadas Adriana e fazendo com que o documentário tome um novo rumo. Não havendo um roteiro, mas sim registrando acontecimentos que vão surgindo, Lissete cria uma espécie de documentário investigativo, onde graças a sua edição criativa, com vários ângulos de câmera de uma mesma cena, fazem com que a obra se torne dinâmica e reflexiva. Esses vários ângulos de uma mesma situação, aliás, acabam se tornando uma espécie de síntese de uma pessoa que diz uma coisa, mas que, através de um segundo ou terceiro olhar, não consegue ocultar uma nova versão dos fatos.
Embora a sua tia seja mote principal pelo nascimento da obra, Lissette Orozco é que acaba se tornando a verdadeira protagonista. Começando com um olhar ingênuo com relação Adriana, Lissette, aos poucos, começa amadurecer com a possibilidade de sua tia realmente ser culpada por tais atos do passado, mas não escondendo para si o peso da responsabilidade em culpar ou não alguém que uma vez tanto admirou. Começando o documentário com uma fotografia de cores quentes, sendo uma representação de um passado mais inocente, aos poucos, dá lugar a cores frias e que sintetiza o conflito interno da diretora com relação aos fatos que vão acontecendo.
O ato final do documentário reserva momentos reveladores e desconcertantes. O depoimento de um colega do passado de Adriana que, além de revelar novas peças do quebra cabeça, lança palavras poderosas e que dão uma ideia sobre o porquê do posicionamento dela de sempre negar as acusações. Já a conversa final entre tia e sobrinha, não só corresponde com as palavras do ex-colega de Adriana, como ela própria deixa cair a sua mascara e revelando em seu olhar os sinais de culpa em que ela tenta desvencilhar com a sua mentira.
O documentário O pacto de Adriana, não é somente a busca pelos verdadeiros fatos, como também sobre a desconstrução da imagem de uma pessoa e da qual essa jamais aceita os erros vindos do seu próprio passado.

Onde assistir: Cinebancários. Rua General da Câmara nº424. Centro de Porto Alegre. Horários: 15h e 19h.   



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Cine Dica: Arábia e O Parque em exibição

ARÁBIA EM CARTAZ
PRÉ-ESTREIA DE O PARQUE
 
O filme brasileiro Arábia, de Affonso Uchôa e João Dumans, segue em cartaz na Cinemateca Capitólio Petrobras até o dia 9 de maio. Na terça-feira, 8 de maio, às 20h30, acontece a sessão de pré-estreia do filme francês O Parque, dirigido por Damien Manivel. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

FILMES

O PARQUE
um filme de Damien Manivel
71 min., 2016, França, DCP
Distribuição: Zeta Filmes
sinopse Verão. Um garoto e uma garota têm seu primeiro encontro num parque. A princípio tímidos e inseguros, logo se descobrem, aproximam-se e, enquanto passeiam, acabam se apaixonando. Mas, à medida que o sol se põe, vai chegando a hora da separação... Começa, então, uma noite escura.

ARÁBIA
um filme de Affonso Uchôa e João Dumans
96 min., 2017. Brasil. DCP
Distribuição: Embaúba Filmes
sinopse André é um jovem morador da Vila Operária, bairro vizinho a uma velha fábrica de alumínio, em Ouro Preto, Minas Gerais. Um dia, ele encontra o misterioso caderno de um dos operários dessa firma.

GRADE DE HORÁRIOS
2 a 9 de maio de 2018

02 de maio (quarta)
16h – O Dia Depois
18h – Arábia
20h – Abertura do III Sul Audiovisual Market

03 de maio (quinta)
18h – A Chinesa
20h – Weekend à Francesa (entrada franca)

04 de maio (sexta)
18h – Morrer aos Trinta Anos
20h – Mai 68, Un étrange printemps

5 de maio (sábado)
14h - Arábia
16h – A Negra de…
18h – Até Logo, Eu Espero
19h - O Fundo do Ar é Vermelho

6 de maio (domingo)
14h - Arábia
16h – Monangambé + Carta Camponesa
18h – One + One
19h45 – No Instante Agora

8 de maio (terça)
14h - Arábia
16h – O Dia Depois
18h – Mai 68, Un étrange printemps
20h30 – Pré-estreia O Parque

9 de maio (quarta)
16h – Arábia
18h – Até Logo, Eu Espero
19h – O Fundo do Ar é Vermelho

terça-feira, 1 de maio de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Vingadores: Guerra Infinita

Sinopse: Homem de Ferro, Thor, Hulk e os Vingadores se unem para combater seu inimigo mais poderoso, o maligno Thanos. Em uma missão para coletar todas as seis pedras infinitas, Thanos planeja usá-las para infligir sua vontade maléfica sobre a realidade.

As frases "paciência é uma virtude", ou "quem espera sempre alcança", nunca se encaixaram tão bem quanto para o estúdio Marvel. Diferente de certos concorrentes, o estúdio preferiu apresentar o seu universo expandido no cinema de uma forma gradual ao longo desses dez anos, ao ponto de vermos heróis se cruzarem no mesmo filme passou a ser algo rotineiro e um colírio para os olhos de qualquer fã que se preze. Porém, Vingadores: Guerra Infinita é o ápice desse projeto ambicioso, onde vemos praticamente todos heróis se reunirem para combater o maior perigo que eles jamais enfrentaram.
Dirigido pelos irmãos Joe Russo e Anthony Russo (dos últimos filmes do Capitão América), o filme finalmente apresenta Thanos, alienígena da Lua Titã, cuja a ambição é reunir as seis joias do infinito, para que assim possa dizimar metade do universo e obter o equilíbrio que ele tanto deseja. Porém, o vilão terá que cometer certos sacrifícios, dos quais não terão  volta e que terá sérias consequências futuramente. Vendo o genocídio se aproximar, os principais heróis da terra e da galáxia unem suas forças para tentar deter Thanos e para que ele nunca consiga obter todas as joias. 
Tendo feito um ótimo trabalho em Capitão América: Soldado Invernal e Guerra Civil, os irmãos Russo tiveram carta branca para comandar o projeto que todos estavam esperando ao longo desses anos, mas ninguém imaginou que o filme se tornaria tao épico e imprevisível. O início já começa arrasador, onde voltamos aonde Thor Ragnarok havia terminado e mostrando as consequências com a chegada de Thanos a nave de Asgard. Os minutos iniciais já nos tiram o fôlego e nos dando uma dica do que irá prosseguir ao longo das mais de duas horas de filme. 
O que mais impressiona é que, finalmente, a Marvel apresentou um vilão que realmente rouba a cena e essa tarefa acabou no colo do ator Josh Broli (que será visto no próximo Deadpool). Surgindo rapidamente durante os créditos de Vingadores e como mero coadjuvante no primeiro filme de Guardiões da Galáxia, Thanos surge aqui com um objetivo megalomaníaco, mas que, graças a interpretação de Broli, faz com que compreendemos o seus sentimentos com relação em querer salvar o universo do seu modo, mesmo que por mais horrível que seja as consequências que irão surgir para obter tal feito. Embora seja moldado com efeitos visuais, Thanos é, surpreendentemente, o personagem mais humano,  melhor trabalhado ao longo de todo filme e sendo o verdadeiro protagonista da obra como um todo.
Outro fator surpresa, o que faz com nos identifiquemos ainda mais com o personagem, é a sua relação complexa que ele possui com a sua filha adotiva Gamora (Zoe Saldana) da equipe dos Guardiões Da Galáxia. É nesses momentos que se tornam o maior trunfo do filme, onde as perseguições e efeitos visuais ficam um pouco de lado e dando lugar a interpretações comoventes, principalmente de Saldana onde tem um papel essencial  em meio ao grande conflito. E se alguns heróis acabam se tornando mera decoração devido a tantos eventos e personagens que surgem ao mesmo tempo, eis que outros, como o Doutor Estranho, por exemplo, se tornam as peças principais com relação ao futuro de todos. 
Divididas em três subtramas, duas no espaço e uma na terra, o filme é um verdadeiro show de efeitos visuais de ponta, além de lutas corpo a corpo e batalhas campal de tirar o fôlego. Vale lembrar que o filme ainda vem no embalo do grande sucesso que foi Pantera Negra e o cenário de Wakanda não poderia ficar de fora. Adianto que os momentos mais dramáticos de toda a trama se encontram lá e que irá culminar no momento mais trágico de todos esses dez anos de Marvel no cinema.
Se muitos reclamaram da falta de coragem da Marvel em ousar, eis que aqui o estúdio paga para nós e com juros. Espere por perdas, mortes, tristeza e falta de esperança. É O Império contra ataca do estúdio e que só veremos a conclusão dessa tragédia grega ano que vem. 
Vingadores - Guerra Infinita possui todos os ingredientes do sucesso Marvel lançados até aqui e gerando um épico cinematográfico que dificilmente iremos esquecer.