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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Cine Dica: FILME EXPERIMENTAL DE TINTO BRASS É A ATRAÇÃO DO ÚLTIMO PROJETO RAROS DE 2017




Nesta sexta-feira, 15 de dezembro, às 20h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a última edição do ano do Projeto Raros com a exibição de O Uivo (1970, 100’), filme político experimental do italiano Tinto Brass, presente na célebre lista criada por Carlos Reichenbach com os 60 filmes notáveis da história do cinema. Com exibição digital e legenda em inglês, a sessão tem entrada franca. 


 O UIVO

(L’Urlo)

Itália, 1970, 100’

Direção: Tinto Brass


Uma noiva fugitiva e um homem excêntrico embarcam em uma jornada surreal em um mundo bizarro que reflete a cultura pop, o sexo e a política dos anos 1960. Com a musa Tina Aumont vivendo a protagonista, O Uivo é um dos filmes emblemáticos do período político experimental de Tinto Brass, realizador mais conhecido na história do cinema pelos atrevimentos eróticos que excitaram plateias do mundo todo nos anos 1970 e 80.

Com a palavra, Carlos Reichenbach: “L´Urlo” nunca foi lançado comercialmente no Brasil. Um dos últimos filmes da fase “udigrudi” de Brass. Trata-se de um “Os Idiotas” muito anos à frente. Estranho e belíssimo, sobre uma garota burguesa que abandona o noivo no dia do casamento e foge com um homem qualquer para uma aventura onírica e transgressiva, sem obrigações, sem deveres sociais, sem respeito humano e sem temores. O encontro do “casal” com determinados personagens faz os dois se confrontarem com as convenções, a morte e a sociedade condicionada ao sexo, a guerra, a violência, as várias ideologias e ao mundo da cultura. Mundo este que, conforme o “casal”, “não tolera o amor”. 


“Filmes que você sempre quis ver ou nem imaginava que existiam”. O slogan do projeto Raros é a sua melhor definição. Iniciado em maio de 2003, o projeto foi concebido com a intenção de apresentar ao público local títulos nunca lançados no circuito exibidor brasileiro ou há muito tempo fora de circulação nos cinemas, procurando reproduzir o espírito das “midnight movies” realizadas em Nova York a partir do final dos anos 1960. Cada filme é apresentado uma única vez, nas noites de sexta-feira, e as sessões são comentadas. Imediatamente acolhido pelos cinéfilos porto-alegrenses, o Raros foi um sucesso instantâneo e logo inspiraria outras iniciativas similares, a mais conhecida delas sendo as Sessões do Comodoro, organizadas pelo saudoso diretor Carlos Reichenbach no Cinesesc de São Paulo. Em 2017, em função da reforma da Usina do Gasômetro, a Cinemateca Capitólio Petrobras passa a receber provisoriamente o projeto Raros.

 

GRADE DE HORÁRIOS

12 a 20 de dezembro de 2017

12 de dezembro (terça)

15h30 - Colo

18h – A Bela da Tarde

20h - Baronesa


13 de dezembro (quarta)

15h30 - Colo

18h – A Bela da Tarde

20h – Rei


14 de dezembro (quinta)

17h - A Bela da Tarde

19h – Viejo Calavera

20h30 – A Ideia de um Lago


15 de dezembro (sexta)

14h30 – O Mínimo Gesto

17h - A Bela da Tarde

19h – As Lindas

20h30 – Projeto Raros (O Uivo, de Tinto Brass)


16 de dezembro (sábado)

15h – António Um Dois Três

17h - A Bela da Tarde

19h – A Telenovela Errante

20h30 – Pré-estreia Jovem Mulher


17 de dezembro (domingo)

15h - Videofilia (e Outras Síndromes Virais)

17h - A Bela da Tarde

19h – Damiana + A Última Terra + debate


19 de dezembro (terça)

15h - Rei

17h - A Bela da Tarde

19h - Baronesa

20h30 – A Ideia de um Lago


20 de dezembro (quarta)

15h – A Última Terra

17h - A Bela da Tarde

20h – Arábia + debate

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Extraordinário



Sinopse: Nascido com uma deformidade facial que o impediu de ir a escola por muito tempo, um garoto vira o herói da quinta série.

No meu tempo de escola, entre os anos 80 e 90, não existia o temo “bullying”, mas sim alguns chamavam de “síndrome do Caratê Kid” quando um aluno sofria preconceito e até mesmo perseguição. Em maior ou menor grau muitos sofriam disso das mais diversas maneiras e provando que naquele tempo, ou você enfrentava isso de frente, ou isso lhe marcaria para sempre. Vivemos em tempos diferentes, onde o “politicamente correto” é a ordem universal, mas mesmo com toda a orientação vinda daquele que possui uma boa sintonia com o mundo real, sempre existem aqueles que descarregam o seu desejo de por para fora sua intolerância descomunal.
Seja na escola, política, religião, internet, ou vindo do mais insignificante programa sensacionalista da tv, o preconceito estará sempre lá nas entrelinhas aja o que houver. Cabe então a verdadeira cultura, seja ela vinda da arte, do cinema, da música, ou de uma boa leitura, orientar as pessoas a cometer a prática do bem e sempre se defender contra as intolerâncias que impregnam nossa sociedade. Extraordinário pode até ser um filme moldado para emocionar o espectador da forma mais previsível possível, mas é na sua mensagem universal que se encontra o seu bem mais precioso e para então ser compartilhado por todos. 
Dirigido por Stephen Chbosky (As Vantagens de ser Invisível) e baseado na obra de R.J. Palacio, acompanhamos a vida do pequeno Auggie (Jacob Tremblay, do filme Quarto do Jack), que vive isolado do mundo por possuir uma deformidade facial desde que nasceu. Mesmo sendo educado pelos seus pais (Julia Robert e Owen Wilson) e pela sua irmã Via (Izabela Vidovic) chegou a hora do jovem ter que ir para escola. O problema é que os primeiros dias não são nada bons para ele, mas que, gradualmente, vai fazendo com que os outros alunos enxerguem o seu lado especial escondido dentro dele.
Sendo contado em narração off pelo próprio protagonista mirim, acompanhamos o olhar de uma criança em ter que enfrentar uma dura realidade, mas sendo sempre escoltado pela sua imaginação do gênero fantástico e pelo qual ele tenta sempre se fortalecer. As referencias da cultura pop, vide Star Wars, são um deleite para qualquer um, pois a gente se identifica facilmente com o personagem e reconhecendo situações ali das quais soam semelhantes. Em menos de meia hora de filme já somos conquistados pelo dia a dia do personagem e fazendo com que a gente torça pelo melhor para ele. 
Se no Quarto do Jack Jacob Tremblay já havia surpreendido em sua atuação, aqui ele fica ainda mais a vontade para se expressar em seu olhar todos os sentimentos que o personagem sente, seja eles na alegria como também na tristeza. Já Julia Robert e Owen Wilson cumprem bem os seus respectivos papeis como pais do jovem talento, mesmo quando em alguns momentos a interpretações de ambos deixam a desejar. Atuação de Owen Wilson, aliás, nos lembrará e muito uma passagem do filme Marley e eu e, portanto, mesmo sendo a situação das mais previsíveis do mundo preparem os seus lenços.
A grande surpresa fica por conta da personagem Via, irmã do pequeno protagonista e interpretada com intensidade pela jovem atriz Izabela Vidovic. É por ela, aliás, que o filme explora as dificuldades que os jovens têm a deixar para trás uma época mais inocente e abraçar o tão complicado principio da vida de um adolescente. Não importa de que aparência então a pessoa seja, os problemas serão sempre um obstáculo do qual interfere na vida de cada um de nós, mas que basta ultrapassá-los e seguirmos adiante para que então quebrarmos novas barreiras a nossa frente.
Embora moldado plasticamente para nos emocionarmos facilmente, Extraordinário é um filme muito bem vindo em tempos em que o preconceito persiste em bater a nossa porta e nos lembrarmos que nunca é demais reforçarmos a fechadura.   


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Cine Curiosidade: Cris Lopes concorre a prêmio "Melhor Atriz" no Brasil no FFF - Festival de Filmes de Faina

Atriz vive a francesa do premiado AGS: filme concorre em 6 categorias,  já exibido na Espanha, Uruguai e Argentina e 15 cidades brasileiras
A atriz internacional de cinema Cris Lopes acaba de receber mais uma indicação na categoria Melhor Atriz no Brasil este ano com a personagem madame francesa que interpreta ao lado do ator e roteirista Euler Santi no filme "AGS" com direção de Rodney Borges, o premiado humor negro concorre em 06 categorias no FFF - Festival de Filmes de Faina: MELHOR FILME, MELHOR DIREÇÃO, MELHOR ATRIZ, MELHOR ATOR, MELHOR ROTEIRO, MELHOR EDIÇÃO. Cris Lopes que já marcou presença em mais de 20 festivais no Brasil e no exterior (2015 a 2017) divulgando os filmes que atuou, exibindo nas telonas suas personagens e concorrendo a prêmios com os filmes, atua como atriz multilingue de cine e tv e recebeu Menção Honrosa como Atriz Destaque no Instituto Moreira Salles/MG no Festcine e Indicação na categoria Melhor Atriz no festival Curta Canedo 2017 com premiação na categoria Direção de Arte com AGS realizada pela atriz. Cris acaba de retornar da Argentina onde também promoveu o filme AGS que estreou na telona do Cine Cosmos no Festival Inusual de Buenos Aires e comemorou com seus amigos artistas argentinos.
Já em sua terceira edição, o FFF - Festival de Filmes de Faina em Goiás recebeu 324 filmes incritos, exibirá mais de 100 filmes e distribuirá mais de 50 prêmios. O evento acontece na Câmara Municipal de Vereadores na cidade de Faina/GO no dia 16 de dezembro às 10:30h manhã com exibição de 03 mostras (manhã, tarde e noite): 10:30h MOSTRA INDEPENDENTE: exibição filme AGS concorre em 6 categorias;  14:30h MOSTRA SUPER DOC e 18:30h MOSTRA OURO DO VALE. Haverá a Mostra Transertão que será exibida nos distritos e povoados em dias variados.
O festival presta homenagem a Ivan Lima (Mostra Ouro do Vale); William Spalla (Mostra Independente); Francisco Lillo (Mostra Super Doc). Lilli é chileno radicado no Brasil;  MOSTRA TRANSERTÃO (CERTIFICADOS AOS MELHORES). Os homenageados foram escolhidos de acordo com os traços de amizade cultural com a cidade de Faina. O festival tem realização de Weslle Fellippe de Araujo e Daiane Bastos. Colaboradores: Junim Borges e Rafael Sepulveda.

Confira Programação do Festival FFF: https://www.facebook.com/fainafff/
Assistir Trailer filme AGS concorrendo em 06 categorias no FFF: https://www.youtube.com/watch?v=W8tnO05edfQ
Curtir Fan Page Cine & TV:  atriz internacional Cris Lopes: https://www.facebook.com/crislopesoficial
Crédito Fotos: @crislopesoficial  @filmeags
Divulgação: Brasil/Portugal/Argentina/Uruguai :  Imprensa CL  (5511) 3835.7205  - Entrevistas (5511) 996530651                                      

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Cine Dica: A NOITE MAIS FRIA DA CIDADE.



Sinopse: No dia 14 de junho, cerca de 70 famílias viveram uma noite de angústia à espera de serem retiradas do prédio onde moram desde dezembro de 2015. Um forte aparato da Brigada Militar foi mobilizado por determinação da Justiça para retirar as famílias da LANCEIROS NEGROS do local. A história da desocupação é o tema do documentário A NOITE MAIS FRIA DA CIDADE.


Em março desse ano eu havia prestigiado a pré estreia do filme Era o Hotel Cambridge no cinebancáros de Porto Alegre, cuja trama mostrava aflição de um grupo de moradores que moram numa ocupação de um prédio, mas que sofrem com o possível despejo vindo por ordens do governo. Na mesma rua do cinema (rua general da Câmara) se encontra o antigo prédio do Ministério Público Estadual do qual abrigava pessoas humildes e que era organizado pelo Movimento Livre nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). No dia 17 de Junho a ficção se torna em uma terrível realidade quando o governo do estado manda uma ordem de despejo e forçando os moradores a ser retirados a força pela Brigada Militar.
Embora eu sendo frequentador da rua, devido ao cinema e as livrarias que se tem por lá, eu não estava no local no momento dos acontecimentos, mas estava acompanhando na minha casa ao vivo por uma câmera amadora de um celular de alguém que estava registrando. A sensação da qual eu senti foi no mínimo angustiante, pois além de temer pelo pior que viria acontecer com os moradores, havia também conhecidos e amigos meus no local e que sabia que sofreriam consequências nas mãos de uma brigada truculenta. Após aquela noite fatídica, a imprensa tentava informar os acontecimentos, mas tudo de uma forma superficial, como se não quisesse tomar partido e tão pouco se comprometer com os poderosos de plantão.
Contudo, o documentário A Noite Mais Fria da Cidade propõe lançar um novo olhar daquela noite, onde não somente possui depoimentos de pessoas que se encontravam no local dos acontecimentos, como também testemunhamos situações que nem ao menos foram vistas na TV. Dirigido pelo estreante Antonio Padeiro, o documentário começa com a tela preta, onde ouvimos uma voz familiar de um locutor de uma rádio do estado do RS que, descaradamente, elogia atuação da Brigada Militar daquela noite. A narração é entre cortada pelas cenas violentas da Brigada, onde arrastam jovens pelo meio da rua, atiram gás lacrimogêneo contra as pessoas e usam de toda a força para derrubar a porta do prédio que se encontrava bloqueada.
Além do depoimento dos integrantes do MLB, o documentário destaca a participação do Deputado e Presidente da Comissão de Cidadania e dos Direitos Humanos Jeferson Fernandes, que simplesmente se colocou na frente da porta do prédio e tentando dialogar com a brigada para que eles não entrassem no local. Surpreendentemente, testemunhamos a brigada não correspondendo o apelo do deputado, começando então atirar e a empurrar as pessoas na frente da porta. O ápice das cenas é vermos um dos militares arrastando o político no meio da rua como se fosse um boneco, assim como também ferindo gravemente outras pessoas que protestavam no local. 
Em meio a sangue, fumaça e gritos, assistimos um apocalipse dentro do prédio que, antes havia vida, mas que acabou se tornando entulhos destruídos e sem o menor sentido. Diferente da nova onda do “cinema verdade” que acontece atualmente no Brasil através do cinema independente, A Noite Mais Fria da Cidade é mais do que um registro sobre a verdade dos fatos daquela noite, como também um pequeno exemplo sobre o real papel sobre os meios tecnológicos atuais, cuja sua capacidade de informação rápida nos coloca em meio ao furacão dos acontecimentos. Porém, parece que nem mesmo isso é o suficiente para frear essa onda conservadora, capitalista e retrógrada que anda assolando o estado e o resto do país. 
A Noite Mais Fria da Cidade é um pequeno registro histórico de um acontecimento infeliz que ocorreu em Porto Alegre, do qual não pode ser esquecido e jamais ser repetido.    

NOTA: O documentário foi exibido numa sessão especial ontem (11/12/17) no Cinebancários de Porto Alegre. Datas e horários de possíveis novas sessões da obra vocês conferem clicando aqui.

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