Sinopse: Desde que sua curta
vida como super-heroína acabou de forma trágica, Jessica Jones (Krysten Ritter)
vem reconstruindo sua carreira e passou a levar a vida como detetive particular
no bairro de Hell's Kitchen, em Nova York, na sua própria agência de
investigações, a Alias Investigations. Traumatizada por eventos anteriores de
sua vida, ela sofre de Transtorno de Estresse Pós-Traumático, e tenta fazer com
que seus super-poderes passem despercebidos pelos seus clientes. Mas, mesmo
tentando fugir do passado, seus demônios particulares vão voltar a perseguí-la,
na figura de Zebediah Kilgrave (David Tennant), um obsessivo vilão que fará de
tudo para chamar a atenção de Jessica.
Quando estúdio Marvel
decidiu fazer parceria com a Netflix para levar os seus heróis suburbanos para
a telinha, muitos esperavam que as séries fossem mais adultas, mas ninguém
imaginava que chegariam tão longe. Demolidor na primeira temporada, por
exemplo, foi tudo que a adaptação em 2003 para o cinema não foi e respeitando,
não somente o personagem, como também os seus fãs que sempre sonharam em ver
uma adaptação à altura. Após isso, todas as atenções foram voltadas para a série Jessica
Jones e que, para nossa surpresa, também não faz feio.
No meu caso eu saí na
vantagem, já que, embora Jessica Jones seja uma adaptação da HQ adulta
intitulada ALIAS, eu nunca tive o privilégio de ler, mas isso serviu para eu
ficar livre de fazer comparações e, portanto tudo que eu vi na série me deu uma
sensação de estar experimentando um produto genuíno, fresco e muito bem vindo. Interpretada
pela jovem e talentosa atriz Krysten Ritter (Breaking Bad), Jessica Jones não está
nem ai para o heroísmo, mesmo tendo poderes (dar grandes saltos e super força),
mas sim trabalhar como investigadora em casos em que as mulheres são abusadas.
Porém, a protagonista vive sempre na corda bamba, se corroendo devido a um passado nebuloso e o que faz ela quase sempre cair na bebida inúmeras
vezes.
Confesso que os primeiros capítulos
começaram meio que arrastados, mas que, felizmente, foi à presença de alguns coadjuvantes
que ajudaram com que algumas subtramas se tornassem o verdadeiro chamariz do
programa. Temos a melhor amiga Trish Walker (Rachael Taylor) como conselheira;
o vizinho samaritano Malcolm (Eka Darville) e a dona da promotoria, e chefe da
Jessica, Jeri Hogarth (Carrie-Anne Moss). Porém, é Luke Cage (Mike Colter) que
recebe toda a nossa atenção, pois além dele ser outro herói da cidade (com o
poder de ter o corpo inquebrável), ele começa a ter uma relação forte com
Jessica, mas sem saber de uma terrível ligação dela com o seu passado.
Mas se alguns ainda tinham
duvidas sobre a qualidade da série, eis que todas elas vão para o espaço quando
surge em cena o verdadeiro vilão da trama que é Kilgrave (nas HQ conhecido como Homem Púrpura)
e interpretado com maestria pelo ator David Tennant (Doctor Who). Diferente dos
típicos vilões que somente desejam conquistar o mundo, Kilgrave tem somente o
desejo de conquistar Jessica Jones de corpo e alma, nem que para isso controle
todas as pessoas de Nova York a partir das ordens que vem de sua boca, sendo
esse o seu grande poder. Os melhores momentos da série são sem duvida quando
ele surge em cena e a sequência em que ele se encontra preso numa sala de
contenção e tendo que encarar pessoas do seu passado é disparado o melhor
momento do programa.
Mas nem tudo são flores para
Jessica Jones, já que a maioria das lutas de corpo a corpo não empolgam muito
em alguns episódios. Porém, quando as lutas acontecem para realmente empolgar,
pode esperar por momentos imprevisíveis, principalmente protagonizados pelo
personagem Will Simpson (Wil Traval). Para aqueles que não sabem, Simpson nas
HQ foi criado por Frank Miller para surgir na clássica HQ do Demolidor: A Queda
de Murdock, e da maneira que o personagem encerra a sua participação em Jessica
Jones, não me surpreenderia se ele surgisse na segunda temporada do homem sem
medo.
Falando ainda em Demolidor,
aguarde pela aparição de uma importante personagem no final de Jessica Jones e
que irá fazer com que ambos os programas tenham uma interligação forte
futuramente. Com um final morno, mas com potencial para ser mais bem explorado
na segunda temporada, Jessica Jones é uma serie indispensável para aqueles fãs
de HQ que buscam uma adaptação mais voltada para o lado adulto e que deixa um
pouco de lado as fantasias coloridas e os super poderes costumeiros desse
universo rico de personagens cheios de potencial.
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