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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: A CRIADA

Sinopse: Raquel (Catalina Saavedra) trabalha como empregada doméstica e babá em uma família chilena há 23 anos. Ela é aceita como "parte da família", mas ainda mora no quarto dos fundos e faz suas refeições separada dos moradores da casa. Com a intimidade que se desenvolveu ao longo das décadas, Raquel não hesita em criticar atitudes dos donos da casa e dos filhos destes, o que acaba gerando problemas com a filha adolescente. Quando os conflitos aumentam, a mãe descarta a possibilidade de demitir a empregada, preferindo contratar uma segunda ajudante, muito mais nova do que a primeira. Percebendo a diminuição de sua influência dentro do lar, Raquel fará de tudo para se impor contra a nova garota contratada.


Lá em 2009 no festival de Sundance um pequeno filme chileno virou sensação, ganhou dois prêmios, um deles inclusive pra sua atriz protagonista. Este filme era A Criada, que, depois de ter passado no Telecine Cult por algum tempo, foi lançado em circuito nacional finalmente. O filme pode ser visto numa forma de dois atos.
Primeiramente, Raquel (Catalina Saavedra, em espetacular atuação) nos é apresentada, tímida, quase não fala, porém, possui sua autoridade com as crianças e tem voz ativa dentro da casa. No entanto, os patrões sempre deixando bem claro que ela é empregada, mesmo ela se achando da família, sendo o “basicamente eu te amo”, mas fica aí no seu canto.
Ela gosta e desgosta, e apenas o adolescente que, se encontra numa fase de descobertas, lhe trata de forma diferenciada. O primeiro ato é basicamente ela usando todas as formas possíveis, e até incorretas, de não ser substituída por outra empregada mais jovem e rendendo inúmeros momentos inusitados, onde a câmera a segue como estivesse documentando cada ato de inflação vindo dela. Fica claro a duvida do porque a dona da casa (Claudia Celedón) não ser mais rígida com ela quando ela age assim, dando a entender que Raquel possui algum segredo e que pode usar isso ao seu favor.
Já o segundo ato da trama as situações vão gradualmente mudando, principalmente quando entra a terceira e ultima empregada chamada Lucy (Mariana Loyola). Ela aparece por conta de um desmaio causado pelo excesso de remédios que Raquel toma e é onde o filme se encontra no seu melhor momento, onde a protagonista se transforma. Lucy serve como o contraponto da mudança de atitude e personalidade de Raquel. A inserção da novata poderia ser péssima por ser aquele típico caso de aparece à fada madrinha e tudo muda na vida da pessoa e etc, Porém, a direção de Sebastián Silva  foi muito eficiente em tratar a aproximação das duas de forma simples e em momento algum forçada. A Criada, então, de um filme que poderia se encaminhar por um drama até mesmo pesado, se transforma num feel good movie, alcançando um humor que até tentou durante o primeiro ato inteiro, mas o adquiriu na reta final. Nas atuações, temos Claudia Celédon se mostrando muitíssimo eficiente em suas cenas de dúvida (quando tenta fechar as suas colegas de trabalho no lado de fora da casa) e pena. Já Mariana Loyola dá um show a parte, da mesma forma que conquista Raquel, conquista quem assiste com a naturalidade e o espírito livre. Mas o filme é mesmo de Catalina Saavedra, que, durante a primeira metade da obra se mostra uma pessoa impenetrável, fechada pra balanço e (quase) ninguém conseguia tirar algum traço de emoção da personagem. Na segunda metade a atuação melhora ainda mais, pois é quando Raquel começa se mostra muito mais solitária e não tão fechada, especificamente a cena em que ela liga pra mãe e descasca outro lado até então ainda inédito de sua personalidade. 
A Criada é um filme onde o primeiro ato podia definir todo o andamento do resto do filme, mas a direção mais intimista Sebastian Silva faz com que o cinéfilo se empolgue, vibre e faz com que tenha o desejo de seguir ao lado da protagonista nos momentos finais da trama.  




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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Cine Especial: Retrospectiva 2015: As melhores HQ que eu li esse ano



Num ano que eu assisti e escrevi sobre inúmeros filmes, se tornou meio que impossível para falar um pouco de uma das minhas paixões que é HQ. Se eu não tive tempo de escrever a respeito  pelo menos tive bastante tempo para ler durante minhas viagens de trem para o trabalho. Abaixo, segue as melhores leituras de HQ que eu tive esse ano na minha opinião e que 2016 eu consiga mais tempo para escrever sobre essa arte, pois como eu já disse uma vez, ela é algo que caminha de mãos dadas com o cinema atualmente mais do que nunca.



1º O Monstro do Pântano

Tive o primeiro contato com a obra de Alan Moore em 2008 quando a editora Pixel lançou o primeiro volume em capa dura e com a promessa de publicar toda a saga. Infelizmente em épocas de vacas magras a editora acabou não cumprindo com o objetivo e fazendo os fãs verem navios por anos. Felizmente entrou em cena a Panini que, apesar de não ter a mesma qualidade que a Pixel estava prometendo, pelo menos brindou os leitores com a saga completa do personagem.
Embora seja uma trama que se passe nos anos 80, é impressionante como ela estava à frente do seu tempo. Alan Moore explorou ao máximo o personagem, ao colocá-lo em tramas que explorassem, não só gênero fantástico, como até mesmo histórias comuns, humanas e até mesmo tão  assustadoras quanto qualquer outra ficção que se preze. De brinde, Moore inseriu o seu personagem Constantine trama, mas mal sabendo que esse mago canalha iria tão longe.          



2° Os Invisíveis

Ainda em andamento por aqui (e com alguns atrasos) a obra Grant Morrison segue com um roteiro adulto, cuja leitura cria em nós uma experiência extra sensorial fora do comum. A trama se passa em diversas épocas, onde os personagens se veem em desafios dos quais desafiam as suas próprias mentes, para não dizer a nossa. Uma leitura obrigatória, mas que não pode começar a ler no meio do caminho, mas sim desde o princípio.          



3º Constantine: Infernal  

Constantine sempre será um dos meus personagens preferidos do selo adulto da Vertigo, mas é preciso reconhecer que suas tramas foram muito além do que deveriam. Nos EUA, o personagem protagonizou trezentas edições pelo selo, para daí então embarcar na própria DC e protagonizar  tramas dispensáveis. Felizmente, a Panini nesse momento republica a melhor fase do personagem, intitulada aqui como Infernal e roteirizada e desenhada pela premiada dupla GARTH ENNIS (PREACHER) e STEVE DILLON (PREACHER). Preciso dizer mais alguma coisa?  



4º Fabulas  
Embora seja uma das minhas leituras preferidas, Fabulas se estendeu mais do que deveria. Felizmente a equipe criativa de roteiristas se empenhou para que a segunda fase não caísse numa vala comum e surpreendeu pelo fato de explorar mais um pouco alguns dos personagens principais, como no caso de Rosa Vermelha que se tornou uma das grandes protagonistas das ultimas edições.  Por aqui falta somente um volume para ser publicado, mas só espero que o mundo não acabe antes disso.       



5º O Inescrito 

Infelizmente pouca coisa foi publicada do O Inescrito nesse ano por aqui, mas o que tiver para ser comprado dessa saga vale à pena.  Mike Carey e Peter Gross, dupla responsável por grandes sucessos dos quadrinhos, entre eles Lúcifer, cria uma espécie de saga literária, onde o personagem entra e sai em inúmeros contos de fadas conhecidos pelo público. Nas últimas edições o personagem deu de encontro com o universo das Fabulas e atualmente se encaminha para uma nova fase de sua jornada.     

 

6º  Demolidor
 

Das HQ atuais de super heróis O Demolidor é a única que vale a pena ser acompanhada. Digo isso porque ela é limpa, sem se preocupar com que acontece  com o resto do universo Marvel. Apenas acompanhamos o personagem defender o seu bairro, mas ao mesmo tempo trabalhando como advogado. Dessa forma simples, temos uma leitura prazerosa e isso graças ao roteirista Mark Waid e pelo desenhista Chris Samnee. Atualmente essa fase se encaminhou numa segunda etapa, onde vemos herói se mudando para Sam Francisco.  


7°Homem Formiga 
 

Graças ao lançamento do filme, eis que a Panini republica as primeiras aparições do personagem nos anos sessenta. Ler o Homem Formiga dessa época é algo curioso, pois estamos falando dos anos sessenta, época mais conservadora, onde o bem e o mal eram bem definidos. Porém, o personagem é interessante, onde não esconde o desejo de ajudar as pessoas, mas não esconde suas frustrações quando não consegue pegar determinados bandidos. Isso seria mais bem explorado nas décadas seguintes, onde o personagem é mais humano e cheio de falhas.


8º  Batman: Lenda do Cavaleiro das Trevas
 

Ótima iniciativa da Panini em republicar HQ clássicas (algumas ineditas) e comandadas por roteiristas e desenhistas que ajudaram a moldar o personagem a ser o que ele é agora. Alan Davis, Jim Aparo e agora Neal Adans. O que ficou ainda na promessa foram tramas comandadas pelo Marchall Rorgers que ainda é inédita para mim.  



9º Superman: O ultimo filho 


Eu já tinha lido essa trama pelo mix do personagem, mas reler agora em capa dura num único volume é uma experiência única. O cineasta Richard Donner (Superman: O filme) cria aqui o que poderia ter sido o seu Superman II nos cinemas e faz inúmera referencias deliciosas aos filmes clássicos do personagem estrelado por Cristofer reeves  



10° Batman: Silêncio

Depois de muito tempo esperar, finalmente pude ler a controversa saga roteirizada por  Jeph Loeb (Longo Dia das Bruxas) e desenhada por ninguém menos que Jin Lee. Com essa dupla inusitada, a trama se torna boa, mas aquém do esperado se for comparado ao já citado clássico comandado por Loeb. Porém, Lee me surpreendeu por ter criado belas imagens com o seu traço, mas sem abusar do seu lápis, coisa que ele fazia com muita frequência quando comandava os X-Men nos anos 90.      




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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Cine Especial: Retrospectiva 2015: Melhores séries do ano.



O ano está acabando e começo a me despedir dele me relembrando do que assisti de bom. Foi um ano que eu finalmente me rendi a séries de TV, porque cá pra nós, cada vez mais as séries possuem uma linguagem cinematográfica e porque não dizer até mesmo superior aos filmes que são exibidos atualmente no cinema. O Caso que chegamos num patamar que séries de TV não são fáceis de acompanhar todas, pois existem tantas espalhadas pelos canais a cabo, e mais netflix pelo caminho, que a pessoa pode passar um ano inteiro assistindo inúmeras, mas jamais irá assistir todas.
Pois bem, diferente dos filmes internacionais e nacionais, o top 10 abaixo inclui algumas séries que já foram até mesmo concluídas antes de 2015, mas como eu as assisti pela primeira vez algumas delas nesse ano  então está valendo.



1°) Breaking Bad

 

Criada pelo diretor, produtor e roteirista Vince Gilligan, a série é considerada para muitos como a obra prima da televisão dos últimos dez anos. Protagonizado por Walter White (Bryan Cranston), acompanhamos o personagem adentrar no submundo das drogas, para adquirir um auto-grau de dinheiro e para assim deixar para a sua família caso ele venha morrer de câncer. No meio do caminho, acaba tendo ajuda do jovem Jesse Pinkman (Aaron Paul), viciado em drogas e que conhece bem esse submundo.
Não demora muito para que a dupla se meta em inúmeras enrascadas ao longo das cinco temporadas, gerando inúmeros momentos inusitados, dos quais testam os nossos nervos. Com pitadas de humor negro que não deve a nenhum filme de Tarantino, Breaking Bad é um série viciante no bom sentido. Série completa pela netflix.

 

2º) Game Of Throne

Baseada na série de livros de George R. R. Martin, e que ainda está em andamento,  Game of Thrones vem conquistando uma legião de fãs ao longo de suas cinco temporadas. A trama se passa num período fictício, inspirado nas mitologias Nórdicas e que, por vezes, lembra o mundo fantástico do Senhor dos Anéis. Mas as comparações param por ai, pois o enredo dos episódios possui uma carga muito mais adulta, com alto grau de violência, sexo e jogos políticos ao extremo para adquirir o tão cobiçado trono de ferro. 
Com a promessa de mais três temporadas adiante, ficamos na expectativa se Game of Thrones irá conseguirá manter o pique em termos boas histórias. Independente disso, uma coisa os fãs podem ter certeza....O INVERNO ESTÁ CHEGANDO.       



3º) House Of Cards

Num ano em que o nosso país entrou numa crise, graças à oposição querendo desgastar o governo a todo custo, a pessoa com juízo deve acima de tudo assistir a série House Of Cards para entendermos melhor como funciona as engrenagens de um governo corrupto e dividido. Em três temporadas, assistimos Francis Underwood (Kevin Spacey) um deputado que usa toda a sua inteligência, malícia poder e ambição, para chegar ao posto mais poderoso do mundo. Sem escrúpulos, ele chega ao seu objetivo, mas ao mesmo tempo terá que driblar contra aqueles que lhe querem tira-lo do poder.
Não faltam mentiras, traições e até mesmo mortes nesse percurso, mas o mais surpreende que o espectador que assisti fica meio que dividido em torcer ou odiar o protagonista. Isso muito se deve a interpretação de Kevin Spacey em que, talvez, esteja vivenciando o melhor momento de sua carreira atuando nessa série. Atualmente as três temporadas podem ser vistas na Netflix e a quarta já está em andamento.  

 

4º) Orange Is The New Black

 

Baseado em fatos verídicos, a série começou acompanhando o dia a dia Piper Chapman (Taylor Schilling) que se vê obrigada a cumprir pena numa prisão feminina. Porém, gradualmente ao longo das três temporadas que já teve, a série foi nos brindando com personagens muito mais interessantes que a própria protagonista e que, por vezes, roubam a cena. Nesse meio tempo, o programa foi ganhando uma legião enorme de fãs e se tornando com razão um dos grandes sucessos da Netflix.    




5º) The Killing

 

Refilmagem de uma série dinamarquesa, o programa nunca teve uma grande audiência e fazendo com que o canal AMC cancelasse em duas tentativas. Porém,  The Killing  é aquele tipo de série que conquista um público pequeno mas fiel, ao ponto de a Netflix ter reparado no seu potencial. Com isso, eles não só compraram os direitos de exibirem como eles mesmos concluíram a série numa quarta temporada de seis episódios.





6º) Better call Saul


Para aqueles que estavam se sentindo órfãos, a Netflix surpreendeu o mundo ao produzir uma série derivada de  Breaking Bad. Na realidade a série é protagonizada por Saul Goodman (Bob Odenkirk) que, por vezes, roubava a cena na série original e aqui vemos uma trama anterior aqueles eventos. Aqui vemos um Saul ainda ingênuo, tentando ganhar a vida como um advogado decente, mas gradualmente, eventos fazem para o que levem a ser o que se tornou um dia. Segunda temporada garantida e sendo encaminhada.



7º) Black Mirror

 

Com meros sete episódios, essa série britânica foi gradualmente conquistando o público e a crítica e fazendo com que a netflix (de novo!) comprasse os seus direitos e já com previsão de lançar mais doze episódios ano que vem. Na realidade, a série  lembra o clássico seriado Além da imaginação, que apresentava inúmeras tramas surpreendentes e fantásticas. Aqui isso também acontece, mas envolve uma dose cavalar de críticas com relação ao nosso mundo contemporâneo, que está cada vez mais preso a tecnologias de ponta,  reality shows vazios e pelo circo que a mídia cria.




8º) Demolidor


Marvel e netflix decidiram criar uma parceria, para que levasse para a telinha os heróis mais suburbanos da editora. O primeiro grande sucesso foi justamente a primeira temporada de Demolidor, personagem de grande porte que, teve uma adaptação ruim para o cinema em 2003, mas que aqui finalmente ganha uma adaptação que merece respeito.  Com um teor adulto e que, não freia nas cenas de violência, a série conquistou a crítica e público e abriu as portas para a série do momento Jessica Jones.


9º) Narcos


Indicado recentemente pelo Globo de Ouro  e de melhor série dramática e melhor ator, essa série da Netflix dividiu a opinião da critica e do público. Porém, é preciso tirar o chapéu para o desempenho assombroso de Vagner Moura (Tropa de Elite), que, não se intimidou diante das críticas, mas sim nos brindou com mais uma inesquecível   interpretação        



10º) Bates motel

Pelo menos nas duas temporadas que eu assisti pela Netflix, essa série me surpreendeu pelo fato de nos brindar com uma trama que, já sabemos como ela terminará, mas até lá, somos surpreendidos por aquele mundo de Norman Bates  que só conhecíamos um pouco  através do clássico Psicose. Se por um lado a série possui algumas subtramas desnecessárias, por outro, nos somos recompensados pelas interpretações assombrosas de Vera Farmiga (Invocação do Mal) e  Freddie Highmore, como Norma e Norman Bates. 


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