Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: A Pele de Vênus



Sinopse: Thomas, um jovem dramaturgo que se desespera para encontrar uma atriz principal para sua nova peça. Uma jovem atriz chamada Vanda atende o chamado no último momento e logo os dois se envolvem em uma relação de dominação e submissão. 
A Pele de Vênus é uma adaptação da peça escrita por David Ives (co roteirista com Polanski), que por sua vez é inspirada no livro de Leopold Von Sacher-Masoch. Começa com uma câmera em primeira pessoa adentrando um velho teatro de Paris, ou seja, colocando o espectador literalmente dentro daquele ambiente. Em seguida vemos Vanda (a ótima Emmanuelle Seigner, esposa de Polanski) chegar atrasada para uma audição de uma peça homônima ao título do filme e encontrar Thomas (Mathieu Amalric), o diretor estreante da mesma. Ele já está de saída e num primeiro momento recusa-se a assistir ao teste da moça, porém após muita insistência ela acaba conseguindo sua atenção, e com isso os dois acabam entrando em um tipo de jogo masoquista, onde realidade e interpretação confundem-se.
É basicamente isso, sendo somente dois personagens e uma locação ao longo de 96 incríveis minutos, algo que é muito bem parecido visto em O Deus da Carnificina que também pertence ao diretor. Polanski é habilidoso mostrando todo seu domínio sobre a mise-en-scène, definição que engloba o posicionamento do que se encontra em cena, coisa fundamental em qualquer filme, mais ainda quando ele se passa em um teatro. Repleto de humor negro, o roteiro deixa um final aberto a inúmeras interpretações, o que torna a experiência das mais imprevisíveis. Ao extrair as interpretações e dirigir os atores, o diretor contradiz a idade que tem e algo sublime e original. Obviamente os atores têm os seus méritos, mas a mão de Polanski é diz tudo e cria sua própria magia cinematográfica. Ele os guia de maneira perfeita, mostrando sempre como devem se portar e indicando quais sentimentos os personagens trazem consigo em determinados momentos. 
A Pele de Vênus não é um filme para qualquer um, mas é de uma maestria enorme em sua realização. Um diretor que transcende sua idade na temática do filme, que sabe como lidar com situações adversas, fazendo tudo isso com extrema elegância, merece ser chamado de um dos gênios do cinema. 




Me sigam no Facebook, twitter e Google+

Cine Curiosidade: 21 de Outubro de 2015?? CHEGAMOS DOUTOR!!!


 “Se meus cálculos estiverem corretos, agora é, precisamente, 21 de outubro de 2015.
O futuro finalmente chegou! E sim, e é diferente do que achamos que ele seria.
Mas não se preocupe! Isso quer dizer que o seu futuro não foi escrito ainda… O de nenhum foi.
O seu futuro é qualquer coisa que você faça. Então faça um futuro bom.”

Me sigam no Facebook, twitter e Google+

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Cine Especial: JOHN CARPENTER: ELE VIVE: Parte 4



Nos dias 24 e 25 de outubro eu estarei no Cine Capítulo, participando do curso John Carpenter: Ele Vive, criado pelo Cine Um e ministrado pelo escritor, cineasta e especialista em Cinema  Fernando Mantelli. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei destrinchar sobre os principais filmes desse cineasta que está entre os mais cultuados da história do cinema.



Os Aventureiros do Bairro Proibido (1986)

 

Sinopse: Jack Burton (Kurt Russell) é um caminhoneiro que vai parar em Chinatown depois que a noiva de seu melhor amigo é raptada por um mago de 2.000 anos de idade. Cabe a ele recuperar a moça, embarcando no mundo macabro do mago e conhecendo novos amigos.


Os Aventureiros do Bairro Proibido (Big Trouble no original)   merece ser visto e revisto. Ainda bem que não ganhou o mesmo titulo que teve em Portugal que saiu com o nome As Aventuras de Jack Burton nas Garras do Mandarin. John Carpenter pode nunca saber, mas com certeza ele foi um dos reis da sessão da tarde que passava na Rede Globo, seu filme ficou marcado no imaginário popular e entrou para a história do cinema, o filme foi um fracasso comercial e de crítica, custou US$ 25 milhões e arrecadou US$ 11,1 milhões nos Estado Unidos. Carpenter ficou na época desiludido com Hollywood e se tornou um cineasta independente. Ele disse em uma entrevista: "A experiência (Big Trouble) foi a razão que eu parei de fazer filmes para os estúdios de Hollywood. Eu acho (Big Trouble) um filme maravilhoso, e estou muito orgulhoso dele." 
O filme ao longo dos anos criou uma legião de seguidores e virou cult. Na época seu concorrente era o filme de Eddie Murphy e O Rapto do Menino Dourado, mas (Big Trouble) saiu em Julho de 1986, cinco meses antes.



Príncipe as Sombras (1987)


Sinopse: O professor Howard Birack é chamado pelo padre Loomis para investigar um estranho líquido verde, encontrado em uma igreja abandonada.

John Carpenter trilha o filme para um curioso caminho; a ciência em pró da religião e vice-versa. Coisa rara, tratando-se de uma película de terror, com pitada de ficção científica.
Príncipe as Sombras talvez não tenha agradado tanto o público devido a empolgação científica no roteiro de Carpenter. Somos bombardeados com diálogos sobre física quântica, que nem Stephen Hawking compreenderia bem. Contudo, o filme é um marco sim na rica filmografia "Carpenteriana", pois mescla conteúdo com belas doses de efeitos especiais.
Apesar da interessante trama, as atuações não são o ponto forte da película. Nem o veterano Donald Pleasence, que interpreta o padre que herdou o poder da "Sociedade do Sono", se salva nesse quésito. O baixinho Victor Wong, talvez seja o "dono" do personagem mais carismático de Príncipe das Sombras.

 

Eles Vivem (1988)



Sinopse: Nada é um trabalhador braçal que chega a Los Angeles e encontra trabalho numa fábrica. Durante uma inusitada operação repressiva, a polícia destrói um quarteirão inteiro do bairro miserável em que vive. Na confusão, Nada encontra óculos escuros aparentemente comuns, porém ao usá-los consegue enxergar horrendas criaturas alienígenas disfarçadas de seres humanos, bem como as mensagens subliminares que elas transmitem através da mídia em geral.


Esse filme fui somente conhecer numa sessão especial na sala P.F Gastal de Porto Alegre a uns dois anos e foi inesquecível. O filme em si, eu poderia dizer muita coisa devido as suas incríveis qualidades, mas falarei de uma em especial: os óculos que faz com que as pessoas que o usem enxerguem os alienígenas que aqui estão. Quem o usa, além de fazer você ver os seres de outro planeta, também deixa você como se estivesse drogado, assim quando Nada entra para a resistência a fim de exterminar os invasores, as pessoas que não estão sabendo o que está acontecendo só o vêem como um viciado assassino que está matando gente inocente. Depois a resistência aperfeiçoou o produto e fez eles como lentes de contato.
O filme tem um ritmo lento, deixando as cenas com mais ação para o fim do filme, inclusive a cena da luta entre John Nada e seu amigo Frank (Keith David) para fazer com que esse segundo coloque os óculos e perceba o que está acontecendo é uma das mais longas da história do cinema e uma das mais bacanas também. Isso sem falar que o filme é uma crítica ferrenha a sociedade de consumo, com cartazes, outdoors e revistas com dizeres como compre, consuma, gaste e outros. Nas notas de dólares está escrito Esse é seu deus. Genial!

Então para finalizar eu digo que aqui está mais um filme para assistirem em uma roda de amigos, e depois ficarem pensando porque não temos uns óculos legais como aqueles.



Memórias de um homem invisível (1992)


Sinopse: Acidente nulear num laboratório deixa Nick Halloway, um especialista da bolsa de valores, invisível. Ele passa a ser perseguido por um agente do governo traiçoeiro. Enquanto foge e tenta se adaptar a sua nova realidade conhece uma linda mulher que o ajuda.


O filme em si não é nenhuma obra prima e até é um filme menor da carreira cheio de grandes filmes de John Carpenter, mas o talento do cara continua afiadíssimo e sua direção tem muita força e ritmo que ganha mais nos pequenos detalhes do que na pretensão. Conseguir travestir ficção científica amarga de comédia despretensiosa de pequeno estúdio não é pra qualquer um, definitivamente. O espírito libertário e bagunceiro de Carpenter, autêntico cineasta dos anos setenta que continua incansável em suas temáticas há mais de trina anos, é o que move para a frente – e com muita força – esse filme. E também serve pra descobrir que só mesmo sendo invisível que alguém feio feito o Chevy Chase conseguiria algo com a Daryl Hannah.



Trilogia do Terror 1993


Sinopse: Três curtas de terror dirigidos por mestres no gênero. Em The Gas Station”, um serial killer ataca na madrugada uma balconista. No segundo episódio, intitulado de “Hair”, um homem com problemas de calvície aplica uma fórmula fatal para crescer o cabelo; essas duas são dirigidas por John Carpenter. E em “Eye”, na direção de Tobe Hooper, um jogador de baseball faz um transplante em um dos olhos que perdeu num acidente, só que o tal olho pertencia na verdade a um assassino, e ele começa a ter terríveis visões.

Esse filme é muito bom e tem uma coisa bem particular dele, o roteiro das histórias foram tão bem escritas que mesmo só havendo duas mortes o filme ficou ótimo. Foi uma coisa bem natural, não apelou para as mortes bem violentas, o filme são três contos contados pelo próprio John Carpenter que atuou como um morto do necrotério. O filme foi dirigido por John Carpenter e por Tobe Hooper e teve participação especial deles e do Sam Raimi diretor dos filmes A Morte do Demônio ou Evil Dead e o premiado Homem Aranha, contando ainda com a participação do Wes Craven da franquia Pânico. 


Me sigam no Facebook, twitter e Google+

Cine Curiosidade: Novo trailer de Star Wars 7 bomba na internet.



Para o bem ou para o mau, o novo trailer de Star Wars: O Despertar da Força é o assunto do momento para os cinéfilos. Embora seja um bom trailer, se percebe que os criadores estão mostrando pouca coisa e guardando, talvez, inúmeras surpresas que possam vir nessa nova trilogia. Será que teremos um grau de surpresa tão grande quando o clássico “Luke, eu sou o seu pai”? Só o tempo irá dizer!


Me sigam no Facebook, twitter e Google+

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: Numa Escola de Havana



Sinopse: Sinopse: O menino Chala (Armando Valdes Freire) tem uma vida difícil em casa com a mãe viciada em drogas e tem de sustentá-los treinando cães para rinha. Na escola não é diferente, ele vive brigando com colegas, mas tem um respeito profundo pela professora Carmela (Alina Rodríguez). Ela tem de se afastar da escola por problemas de saúde, causando a tristeza de Chala, que corre o risco de ir para um internato por causa da nova professora.
Cada vez mais nos damos de encontro com o cinema cubano e Numa Escola de Havana é o mais novo exemplar, do qual nas entrelinhas, questiona o seu próprio regime, através do oficio do professor, cujo seu papel estar em ensinar e até mesmo colocar nos trilhos a vida desagrada de certos alunos. O filme possui altas doses de licenças poéticas, mas não esconde um alto grau de verossimilhança, transformando a produção em algo cru, mas muito bem visto aos nossos olhos. Vemos aqui a história da professora Carmela (interpretada pela ótima Alina Rodriguez), uma veterana em sua profissão, muito respeitada por todos, sendo que, inclusive, ela ajudou na formação de alguns de seus colegas de profissão mais jovens.
Porém, ela tem um neto doente e vai visitá-lo no hospital, que fica num bairro distante de sua casa e da escola onde ela trabalha. De volta para sua casa depois da visita, ela é acometida de um enfarte e é substituída por uma professora mais nova, para o desanimo do jovem aluno Chala (interpretado brilhantemente por Armando Valdes Freire), um garoto problema e que somente respeita Carmela. Com a veterana professora fora de cena, o menino se envolve em inúmeros problemas de disciplina e vai para uma escola que é uma espécie de pequeno reformatório para alunos como ele.
Quando Carmela volta novamente em cena, ela não aceita a situação de Chala e o retira do tal reformatório, trazendo-o de volta para a escola habitual e tomando conta do menino. Obviamente, as instâncias educacionais superiores não vão se conformar com essa atitude independente de Carmela, mas há o problema dela ser uma excelente profissional com muitos anos de carreira e simplesmente mandar ela embora não é das decisões mais fáceis. 
É um filme tocante sobre a professora militante e seu aluno “rebelde sem causa” que ela vai recuperar com afeição e carinho, algo que raramente se vê no mundo real dos professores de hoje, mas que nunca é tarde em acreditar que exista certas Carmelas por ai. Licença poética a parte, o filme vai muito além da relação professora e aluno. A situação sem solução de Chala também é analisada e ela se enlaça muito bem com o que vemos no nosso mundo real.
Boa parte da indisciplina dos alunos vem de uma mutilação familiar elevada, que é justamente o caso de nosso pequeno protagonista, que tem uma mãe prostituta e drogada, onde o filho mais a sustenta do que o contrário. O menino, inclusive tem um ofício que desperta repulsa, mas que ao mesmo tempo desejamos que ele se livre disso. Ele cuida de cachorros para rinhas.
Cabe então uma menina, pela qual ele esta apaixonado, não queria nada com ele justamente por seu ofício, o que faz Chala repensar novas formas de se ganhar dinheiro na vida. À propósito, a menina que se chama Yeni (interpretada por Amaly Junco), é outra personagem interessante, já que ela não podia ter uma matrícula regularizada, pois seu pai era de outra região de Cuba e, pelas regras, ele vivia de forma ilegal na região de Havana. Chala também tem um amigo, cujo pai estava na cadeia por ser opositor do regime. Essas sub-tramas nos mostram as críticas que os cineastas de lá parecem que agora podem fazer ao regime, assim como outros filmes vindos de lá como Ruan dos Mortos. 
Dessa forma, Numa Escola de Havana é mais um filme que nos dá a chance de ter uma ideia sobre o dia a dia de Cuba contemporânea e que tem mais liberdade de criticar os procedimentos do governo para com a sociedade. Um filme comovente e com altas doses de reflexão, pois embora com políticas diferentes da nossa, é uma trama que facilmente nos identificamos com ela.    


Em Cartaz na sala Cinebancários: Rua General da Câmara 424. Horários: 15h, 17h e 19horas  



Me sigam no Facebook, twitter e Google+