Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Pois é, os cinemas de nosso país estão inundados com o
ultimo capitulo da mais dispensável franquia dos últimos anos. Mas para aqueles(a)
que são espertos, outras opções é o que não faltam, principalmente para aqueles
que pretendem ficar em casa nos próximos dias. Melhor ver um ótimo filme em
casa, do que ver o final de uma franquia que daqui a três anos já estará esquecida.
Nos
dias 24 e 25 de novembro, estarei participando do curso Neorrealismo Italiano,
criado pelo Cena Um E ministrado pelo
jornalista Franthiesco Ballerini. Enquanto os dois dias não chegam, estarei por
aqui escrevendo sobre os principais filmes, desse movimento que é considerado
um dos mais importantes da historia do cinema mundial.
DOCE VIDA
Sinopse:
Marcello Rubini (Marcello Mastroianni) é um repórter de um jornal
sensacionalista que passa a questionar sua vida quando conhece uma linda atriz
de Hollywood.
Obra prima
de Federico Fellini de 1960 que acabou criando o termo paparazzi. Painel
da sociedade romana do pós guerra, criticando a hipocrisia das relações entre o
catolicismo e o Estado Italiano, a estrutura de classes é mostrado o desespero
dos homens e mulheres desencontrados. Inesquecível a seqüência em que a
deslumbrante Anita Ekberg dança com Celentano e em seguida se banha na Fontana di
Trevi. Bom uso da famosa canção Patrícia e temas musicais marcantes de Nino
Rota. Filme que despertou a atenção do grande publico, para o trabalho de
Fellini e um dos filmes mais lembrados da carreira de Marcello Mastroianni.
Curiosidades:O produtor Dino De Laurentiis deixou o
projeto de fazer Um Doce Amor após o diretor Federico Fellini se recusar a
escalar o ator Paul Newman como o personagem Marcello Rubini. O filme criou o
termo "paparazzi", que acabou sendo incluído no vocabulário mundial.
Sinopse:
Em 4 de novembro de 1979 a revolução iraniana chega ao seu ponto de ebulição
quando militares invadem a Embaixada americana em Teerã e levam 52 americanos
como reféns. Mas no meio do caos seis americanos conseguem fugir e se refugiar
na casa do Embaixador canadense KenTaylor. Sabendo que é apenas uma questão de
tempo até os seis serem encontrados e possivelmente mortos um especialista da
CIA em exfiltração chamado Tony Mendez bola um plano arriscado para tirá-los do
país em segurança. Um plano tão incrível que só poderia acontecer no cinema.
Até
alguns anos atrás era difícil de levar a sério Bem Affleck, não só pelas suas interpretações
regulares, mas por também escolher péssimos filmes para atuar. Mas eis que o
ator segue um novo caminho no cinema, trabalhando agora como cineasta e que
para surpresa de todos até agora não decepcionou nem um pouco. Se em sua
estréia como diretor em Medo da Verdade parecia ser uma duvidosa promessa, em
Atração Perigosa ele provou que tinha pulso firme e agora neste Argo ele
definitivamente prova que veio pra ficar na direção.
Em
seu terceiro projeto, Affleck abraça uma historia, que por mais absurda que ela
seja, na verdade realmente aconteceu. O resgate de seis americanos em solo
Iraniano no inicio dos anos 80, poderia ser feito de inúmeras formas, mas o
agente da Cia Tony Mendez (Affleck) cria um plano absurdo, de se fingir de
produtor de cinema, usar como desculpa os desertos daquela terra como possíveis
cenários, disfarçar os americanos (que estão escondidos no consulado Canadense)
de produtores do falso filme e sair de mansinho do país. Absurdo? Pois isso
realmente aconteceu, em eventos em que
Hollywood realmente salvou a pátria!
Dito
isso, Affleck foi feliz na construção desses fatos, contornando momentos de
pura tensão, com momentos de humor, onde a fabrica de sonhos se torna o cenário
da trama. Nestes momentos, os atores John Goodman e Alan Arkin
roubam a cena, ao interpretarem os produtores
que embarcam no falso filme sem fins lucrativos e para um bem maior.
Lembrando, que esses momentos na terra do faz de conta, servem principalmente
para deixar o espectador respirar um pouco, porque do segundo para o terceiro
ato, a tensão cresce freneticamente, quando o protagonista e os reféns se vêem
numa tentativa de fuga arriscada e que pode lhe custar a suas vidas. Essa
montanha russa de adrenalina é muito bem representado pelo personagem de Bem
Affleck, que passa todo o peso que sente nos ombros perante a situação, mas que
não irá desistir, mesmo que possa lhe custar um alto preço.
É bom salientar, que mesmo
que o filme represente o inicio dos anos 80, Argo possui uma trama mais atual
do que nunca, em termos de conflitos entre o ocidente e o país do Irã, que de
lá para cá não mudou muita coisa. Muito embora o filme não se prenda em tratar
os Iranianos como os verdadeiros vilões da historia, o que torna o filme
diferente de outros projetos, que sempre tratavam os outros povos estrangeiros
como animais, como no caso do erro absurdo criado em Falcão Negro em Perigo. Claro,
que para o bem da dramaticidade, existe alguns momentos (principalmente nos
momentos finais), que soam um tanto que inverossímeis, mas que acredito que
eles estejam ali unicamente para aumentar a tensão que o espectador já esta
sentido, pois naquelas alturas, ficamos torcendo para que a missão seja bem
sucedida. Com isso, essas invenções dramáticas acabam se tornando bem
vindas.
Com engenhosos créditos
finais, que fortalece a veracidade dos fatos ocorridos, Argo entra facilmente
na lista dos melhores filmes do ano e que com certeza irá estar na lista dos
finalistas do próximo Oscar. Pois afinal de contas, não é todo dia que a
fabrica de sonhos (mesmo que falsos) sirva ao seu país e de uma forma tão bem
sucedida.
Nos dias 24 e 25 de
novembro, estarei participando do curso Neorrealismo Italiano, criado pelo Cena
Um E ministrado pelo jornalista
Franthiesco Ballerini. Enquanto os dois dias não chegam, estarei por aqui
escrevendo sobre os principais filmes, desse movimento que é considerado um dos
mais importantes da historia do cinema mundial.
LADRÕES DE BICICLETA
Sinopse: Em Roma um
trabalhador de origem humilde, Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani), é
razoavelmente feliz e trabalha para sustentar a família. Precisando ter uma
bicicleta para pegar um emprego, com sacrifício ele consegue recuperar a sua
bicicleta, que estava empenhada. Entretanto ela é roubada, para seu desespero.
Juntamente com seu filho Bruno (Enzo Staiola), Antonio a procura pela cidade.
Como não consegue encontrá-la, ele resolve cometer o mesmo crime.
A Guerra não impediu
que a Itália criasse uma das suas maiores obras primas. Para passar puro
realismo, todos os atores presentes no filme são amadores. Esta foi uma decisão
do diretor Vittorio De Sica, que preferiu não usar profissionais no elenco.
Essa obsessão de realismo chegou ao ponto, que o cineasta declarou que
escolheu os atores que interpretam os personagens Antonio e Bruno devido ao
modo de andar de ambos que era bem natural.
O filme é um dos
melhores representantes do cinema Italiano, que renasce das ruínas da II Guerra
Mundial, situações do dia a dia, personagens comuns vividos por atores não
profissionais, filmagens nas ruas e sem recursos do estúdio. Uma obra prima com
argumento de Cezare Zavattini, fiel colaborador de De Sica. Oscar de melhor
filme estrangeiro. Um dos grandes clássicos do cinema mundial.
Curiosidade: O pôster que o personagem
Antonio Ricci coloca é de Gilda (1946).
Nos dias 24 e 25 de novembro,
estarei participando do curso Neorrealismo Italiano, criado pelo Cena Um E ministrado pelo jornalista Franthiesco Ballerini.
Enquanto os dois dias não chegam, estarei por aqui escrevendo sobre os
principais filmes, desse movimento que é considerado um dos mais importantes da
historia do cinema mundial.
Roma, Cidade Aberta
Sinopse:Roma, 1944.
Um dos líderes da Resistência, Giorgio Manfredi (Marcello Pagliero), é
procurado pelo nazistas. Giorgio planeja entregar um milhão de liras para seus
compatriotas. Ele se esconde no apartamento de Francesco (Francesco
Grandjacquet) e pede ajuda à noiva de Francesco, Pina (Anna Magnani), que está
grávida. Giorgio planeja deixar um padre católico, Don Pietro (Aldo Fabrizi),
fazer a entrega do dinheiro. Quando o prédio é cercado, Francesco é preso pelos
alemães e levado para um caminhão. Gritando, Pina corre em sua direção e é
metralhada no meio da rua. Giorgio foge para o apartamento de sua amante,
Marina (Maria Michi), sem imaginar que este seria o maior erro da sua vida.
Os críticos de ontem e hoje definem Roma, Cidade Aberta como um filme mais capitado do que representado. Roberto Rossellini fez o primeiro longa do chamado neorrelismo Italiano onde ele simplesmente filmou os efeitos que a Itália sentiu durante a guerra. Numa Roma devastada pela chegada das tropas aliadas, em 1945, o cineasta, com uma câmera na mão e restos de negativo que não seriam utilizados, filmou uma trama fictícia inspirada em fatos verídicos mostrando a força do povo contra a ocupação alemã. Usando atores amadores, rodado nas ruas, sem nenhum retoque, Rossellini criou imagens cruas, sujas, retratando uma realidade de material pessimista e que jamais foi visto anteriormente no cinema.
O impacto foi tão arrasador, que o cineasta passou a ser cultuado por uma série de realizadores ao redor do mundo como Jean Luc Godard.Roma, Cidade Aberta foi uma experiência inovadora para as plateias que estavam acostumadas ao cinema plástico norte americano. Rosseline, mais radical que Vitorio De Sica (O Ladrão de Bicicleta, de 1948), menos preso a dramaturgia e ás facilidades que um ator pode carregar no rosto, radicalizaria esse procedimento naquele que é o mais neo-realista dos filmes Alemanha ano Zero (1948), em que a desgraça de um menino perambula por uma Berlim destruída é filmada como um documentário de observação.
Mais tarde faria trabalhos extraordinários, menos ou mais encenados, como Stromboli (1950) e a obra prima viagem a Italia (1954), ambos estrelados por Ingrid Berman, sua esposa. Mas a imagem ficou na historia do cinema é a de Anna Magnani caindo na rua, abatida por soldados alemães, em Roma, Cidade Aberta.
Hoje todas as salas da rede Cinemark exibem somente títulos nacionais
que passaram esse ano e por um preço popular (R$ 3,00). Portanto para aqueles que perderam algum titulo que
gostariam de ver essa é a chance. Abaixo, confiram alguns títulos que eu
assisti e tive o prazer de escrever sobre o que eu achei.