Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Los Angeles, 1937. J.J. Gittes (Jack Nicholson), um detetive
particular, recebe a visita de uma mulher que deseja contratá-lo, pois acredita
que seu marido, o engenheiro-chefe do Departamento de Águas e Energia, tem um
caso. Porém, Gittes logo descobre que sua cliente na verdade era uma farsante,
mas a verdadeira Evelyn Mulwray (Faye Dunaway) o encontra. Quando o marido
aparece morto no reservatório de água da cidade, Gittes percebe a gravidade do
caso. Seu envolvimento leva-o a ser atacado por gângsters e, após manter um
romance com Evelyn, descobre que ela é filha de Noah Cross (John Huston), um
dos homens mais poderosos da cidade. Gittes desconfia então que Cross, um rico
proprietário que tem interesses ilícitos nas terras próximas ao reservatório,
teve uma relação incestuosa com a filha, nascendo daí a jovem vista com o
marido de Evelyn.
Um dos filmes mais corajosos da historia do cinema e um dos melhores
do gênero noir. Muito embora, Polanski tenha optado por uma fotografia em cores,
com tons pastel (diferente do preto e branco habitual desse gênero), que
remetem a transição de uma época de ouro, para tempos mais sombrios. Todas as características
do gênero estão lá, desde casos estranhos, há mulheres fatais, que aqui, é
muito bem representada por Faye Dunaway, no auge da beleza e num papel corajoso
e que da o que pensar. John Huston interpreta o que muitos consideram um dos piores
e mais nojentos vilões do cinema, sendo que sua interpretação convincente, ajuda ainda
mais há odiá-lo, pois diferente de muitos vilões que sentimos certa simpatia,
não há nenhum modo de termos com relação a ele.
Mas novamente é Jack Nicholson que rouba cena, interpretando o típico detetive
particular desse tipo de filme, que embora demonstre segurança num primeiro
momento, começa há se desequilibrar perante o lado feio do caso em que ele
trabalha, com o direito de ter o nariz cortado numa cena clássica, onde o próprio
Polanski fez questão de interpretar um bandido, que comete tal ato. Os derradeiros minutos finais entraram para historia
do cinema, lançado ao espectador, a famosa frase que ficou no imaginário do cinéfilo
(“esqueça Jack. Isso é Chinatown!”), encerrando a trama com chave de ouro e
simbolizando o melhor do cinema corajoso de Hollywood daquele tempo.
Com a chegada do
Espetacular Homem Aranha nos cinemas, vamos relembrar um pouco da trilogia
comandada por Sam Raimi e estrelada por Tobey Maguire.
Homem Aranha
Sinopse: Peter Parker
(Tobey Maguire) é um jovem estudioso que vive com seus tios, Ben (Cliff
Robertson) e May (Rosemary Harris), desde que seus pais faleceram. Inteligente
e com um grande interesse pela ciência, Peter tem dificuldade em se relacionar
com seus colegas, por ser tímido e por eles o considerarem um nerd. Até que, em
uma demonstração científica, um acidente inesperado faz com que aranha
modificada geneticamente pique Peter. A partir de então seu corpo é
quimicamente alterado pela picada da aranha, fazendo com que Peter possa escalar
paredes e tetos, emitir pelos punhos um fluido ultra-resistente semelhante à
uma teia de aranha e passe a ter um "sentido de aranha", que o avisa
sempre que há perigo por perto, além de superforça e visão ampliada.
Inicialmente Peter pensa em usar seus novos poderes para ganhar dinheiro,
adotando o nome de Homem-Aranha e se apresentando em lutas de exibição. Porém,
ao permitir que um ladrão fuja por não considerar sua função capturá-lo, o
fugitivo acaba assassinando seu tio Ben. A partir de então, Peter decide não
mais usar seus poderes para proveito próprio e sim para enfrentar o mal, tendo
como seu primeiro grande desafio enfrentar o psicótico Duende Verde (Willem
Dafoe), que na verdade é o empresário Norman Osborn após ter sido exposto à um
gás experimental que lhe deu uma segunda personalidade e grande força física.
Durante muitos anos,
foi um verdadeiro parto levar as aventuras do popular herói Marvel para o
cinema, mas graças ao sucesso de Blade, e o primeiro filme dos X-Men, produtores
da Sony viram o potencial desses heróis no cinema, o que levou então a
produzirem adaptação que seria o inicio
da era de ouro das adaptações do inicio do século 21. Com a direção de Sam
Raimi, acompanhamos o nascimento do herói gradualmente e sem pressa, para
termos total simpatia por ele e compreender as suas motivações. Há primeira hora
é a montagem do palco, para a criação tanto do herói como do vilão, que aqui é
o Duende Verde, interpretado por competência habitual de Willem Dafoe.
O filme se divide na
ação, com o amadurecimento do personagem perante as adversidades trágicas que o
fazem a se tornar um herói, com o amor impossível que ele sente pela personagem Mary
Jane (Kisten Dunst). Embora seja um filme que possua ótimas cenas de ação, e
efeitos especiais caprichados, os fãs habituais de Raimi podem se sentir um
tanto que desapontados, por não enxergarem em nenhum momento do filme as
marcas registradas habituais do cineasta, como movimento vertiginoso da câmera tão usado na trilogia Uma Noite Alucinante. Mas nada que comprometa o resultado
final, que acabou se tornando tanto um sucesso de critica, como de publico e que
alavancou a grande leva de super heróis para o cinema.
Homem Aranha 2
Sinopse:Após derrotar
o Duende Verde a vida de Peter Parker (Tobey Maguire) muda por completo.
Temendo que Mary Jane (Kirsten Dunst) sofra algum risco por ser ele o
Homem-Aranha, Peter continua escondendo o amor que sente e se mantém longe
dela. Ao mesmo tempo precisa lidar com Harry (James Franco), seu melhor amigo,
cuja raiva pelo Homem-Aranha aumenta cada vez mais por considerá-lo como sendo
o assassino de seu pai. Além disso sua tia May (Rosemary Harris) passa por uma
fase difícil após a morte de seu tio Ben, estranhando também o comportamento do
sobrinho. Enquanto precisa lidar com seus problemas particulares Peter recebe
ainda uma má notícia: o surgimento do Dr. Octopus (Alfred Molina), um homem que
possui tentáculos presos ao corpo.
Com o sucesso
estrondoso do primeiro filme, Sam Raimi teve total liberdade criativa para a
criação dessa seqüência. Com a origem já contada, o filme explora outros pontos
da vida do personagem, como se dividir nos estudos, trabalho e na vida de super
herói. Isso acaba gerando um estresse psicológico no personagem, rendendo
momentos antológicos, em que ele perde os poderes e rendendo situações constrangedoras
(a cena do elevador é hilária). Além do já habitual "chove e não molha" da relação
de Peter e Mary Jane, temos o nascimento de um novo vilão, o Doutor Octopus,
brilhantemente interpretado por Alfred Molina (Frida).
E se muitos sentiam
falta da total liberdade criativa do diretor no filme anterior, aqui Raimi
soltas as amarras, e trás a tona o que sabe fazer de melhor com a câmera, desde zooms
rápidos há giros da câmera vertiginosos. Bom exemplo disso, é na seqüência em
que Octopus está na mesa de cirurgia de um hospital, e que acaba matando todos os médicos,
numa cena, que imediatamente nos faz agente se lembrar dos melhores momentos
da trilogia Uma Noite Alucinante. Com cenas fantásticas de ação (a do trem está
entre as melhores cenas de ação da historia), e um ato final que nos brinda com
um verdadeiro gancho para derradeira terceira parte, Homem Aranha 2 até hoje é
a melhor aventura do herói no cinema, por ser feita com coração e de uma forma bem
pensada.
Homem Aranha 3
Sinopse:Peter Parker
(Tobey Maguire) conseguiu encontrar um meio-termo entre seus deveres como o
Homem-Aranha e seu relacionamento com Mary Jane (Kirsten Dunst). Porém o
sucesso como herói e a bajulação dos fãs, entre eles Gwen Stacy (Bryce Dallas
Howard), faz com que Peter se torne auto-confiante demais e passe a
negligenciar as pessoas que se importam com ele. Porém a situação muda quando
ele precisa enfrentar Flint Marko (Thomas Haden Church), mais conhecido como o
Homem-Areia, que possui ligações com a morte do seu tio Ben. Tendo que lidar
com o sentimento de vingança, Peter passa a usar um estranho uniforme negro,
que se adapta ao seu corpo.
É aqui que a porca
torce o rabo. Não que Homem Aranha 3 seja um desastre por completo, pois tem uns momentos bons, como a origem do Homem
Areia (Thomas Haden Church), mas da a sensação que houve muito enchimento na linguiça,
ao ponto que por muitos momentos, o filme acaba se perdendo em inúmeras sub-tramas.
Mas foi a pretensão que falou mais alto, principalmente pela inclusão do vilão
Venon na trama, que foi exigência tanto da Sony, como da própria Marvel, que
queriam um vilão popular dos quadrinhos recentes do herói, mas que convenhamos,
o personagem é símbolo de umas piores fases dessa arte nos anos 90.
Repito, o filme tem os seus
momentos, quando o simbiose alienígena começa a dominar Peter, através do traje,
criando então, uma nova personalidade até então desconhecida do personagem. Mas
daí o filme se perde em muitas coincidências forçadas, tanto na origem de Venon,
como na modificação desnecessária sobre o verdadeiro assassino de Tio Bem. O
filme se tornou o mais lucrativo dos três, mas não impediu de ser bombardeado
pelos fãs do herói, o que acabou fazendo a Sony repensar numa trama que
recomeçasse tudo do zero, culminando então no novo O Espetacular Homem Aranha.
Nos dias 14 e 15 de Julho,
estarei participando do curso TODAS AS CORES DE PEDRO ALMODÓVAR, criado pelo
CENA UM e ministrado pelo Doutor em Ciências da Comunicação Josmar Reyes. E
enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o
que eu sei desse cineasta, que adora
explorar o universo feminino de várias maneiras possíveis.
MULHERES A BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS
Sinopse: Numa das
coberturas mais chiques da Espanha, três mulheres chegaram a seu limite
psicológico. Super-sexy Pepa (Carmen Maura) sempre obcecada com Iván (Fernando
Guillén), o amante que terminou com ela deixando um recado na secretária
eletrônica! Sua melhor amiga, a neurótica Candela (Maria Barranco) procura
refúgio na casa de Pepa, pois recentemente descobriu que seu amante é um
terrorista shiita. E a ex-esposa de Ivan, Lucia (Julieta Serrano), acaba de
voltar de uma estadia de 20 anos em uma instituição para doentes mentais. Elas
são todas completamente malucas - na verdade, estão à beira de um ataque de
nervos... e uma delas está prestes a cometer um assassinato, a menos que as
outras amalucadas "femmes fatales" possam detê-la.
Um dos primeiros e grandes
sucessos da carreira de Almodóvar, que obteve não somente na Espannha, como
internacionalmente. Essa hilariante comédia revisita o gênero, da forma como
ele era criado no cinema americano dos anos 40, que por sua vez, é vagamente
inspirado na peça A Voz Humana, de Jean Cocteau. A produção foi uma das primeira que fez finalmente o mercado internacional ficar de olho em Antonio Bandeiras e Carmen Maura da um verdadeiro
banho de interpretação como Pepa, em momentos inesquecíveis. Indicado ao Oscar de melhor filme
estrangeiro, que infelizmente, acabou perdendo para Pelle, o Conquistador.
Sinopse: Hubert tem
dezessete anos e não ama sua mãe. Além de só ter olhos para o gosto kitsch, as
roupas bregas e pequenos detalhes como a forma que ela come, ele a contempla
com desprezo. Os mecanismos de manipulação e a culpabilização empregados por
ela também não lhe passam desapercebidos e Hubert se vê progressivamente tomado
por uma relação de amor e ódio fora do seu controle. Confuso, ele vaga por uma
adolescência ao mesmo tempo marginal e típica, repleta de descobertas
artísticas, experiências ilícitas, amizades e sexo.
Primeiro filme de Xavier
Dolan, que já em sua estréia, acabou atraindo inúmeras atenções em festivais ao
redor do globo. Diferente do que se pode imaginar sobre um filme adolescente, Eu
Matei Minha Mãe vai mais para um lado obscuro, sobre os conflitos de quem passa
essa época de incertezas da vida. De uma maneira crível, vemos o protagonista
(o próprio Xavier Dolan) ser sufocado até o pescoço pela atenção descontrolada
da mãe, o que acaba não escondendo o ódio que sente pela situação, muito embora
tenta ter um auto controle interior, para não cometer algo pior. Embora com
esse titulo, a trama em si não envolve nenhum assassinato, mas sim sobre um rapaz
com seu lado emocional afetado, em busca de um caminho na vida, para então, se
ver definitivamente livre para voar.
J. Edgar
Sinopse: O drama que explora
a vida pública e privada de uma das figuras mais poderosas, controversas e
enigmáticas do século 20. Principal nome da lei nos Estados Unidos por quase
cinquenta anos, J. Edgar Hoover era temido e admirado, odiado e reverenciado.
Mas, na intimidade, ele mantinha segredos que teriam destruído sua imagem, sua
carreira e sua vida.
Clint Eastwood já fez de
tudo na vida como cineasta, que embora esse seu ultimo filme não entre os dez melhores
filmes de sua impecável carreira, é uma produção que não ofende a inteligência de
ninguém, diferente de tantas produções dispensáveis que estréia atualmente. Embora
todos conheçam Eastwood como machão, sua pareceria com o roteirista gay(Dustin Lance Black),vencedor do Oscar por Milk: A Voz da Igualdade, acabou se saindo muito bem a
principio, para retratar a vida do fundador do FBI de uma forma humana e
sincera. A trama entra na vida pouca explorada de J.Edgar, que sempre foi muito
bem reservada, o que acabou não impedindo de alguns saberem do verdadeiro "eu" dele, muito
embora não tenha tido problemas de discriminação, mesmo numa época mais
conservadora.
Novamente, Leonardo Dicaprio
tem um desempenho espetacular, ao retratar um ser com conflitos internos, que
se vê dividido em suas
responsabilidades e pelos desejos internos que sente dentro de si. Sendo que
isso é muito bem retratado, quando ele se vê no espelho, numa cena espetacular e digna de indicação de Oscar, que injustamente acabou não acontecendo.
Com uma reconstituição de época primorosa e uma fotografia que quase se oscila
para o preto e branco, J. Edgar é uma prova que Clint Eastwood não tem
restrição nenhuma em dirigir determinadas historias, diferente do que muitos
achavam por ai.
Mulheres do 6º Andar
Sinopse: Ao lado de esposa
Suzanne, Joubert leva uma típica vida burguesa no filme "As Mulheres do
Sexto Andar", mas quando a antiga empregada do casal decide deixar sua
casa eles conhecem de perto esses novos trabalhadores.
O encontro da classe
francesa, com feliz despojada vida espanhola, o diretor e roteirista Philippe
Le Guay (Três Turnos) constrói humor, drama e romance de uma forma bem descontraída,
leve e divertida, fazendo agente não querer abandonar tão cedo aquele universo
cheio de vida que ocorre dentro daquele prédio.
Enquanto o novo filme do morcegão não chega, ficamos
curtindo uma encenação do clássico A Piada Mortal, que rolou no ultimo
Multiverso Comiccon 2012.Cortesia de Gabriel Luiz Elvilbiel, que é uma verdadeira copia exata
do Coringa imaginada por Alan Moore e que sempre rouba a cena no evento.
Nos dias 14 e 15 de Julho, estarei participando do curso TODAS AS CORES DE
PEDRO ALMODÓVAR,criado peloCENA UMe ministrado pelo Doutor em Ciências da
Comunicação Josmar Reyes. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui,
estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei desse cineasta, que adora explorar o universo feminino
de várias maneiras possíveis.
FALE COM ELA
Sinopse:
Benigno e Marco são dois desconhecidos que acabam virando amigos em decorrência
do destino. Enquanto esperam com toda a esperança possível as mulheres por quem
são apaixonados, – Alicia e Lydia –, saírem do estado de coma do hospital,
acabam tendo uma afinidade muito grande. Benigno possui uma espécie de amor
platônico por Alicia, pois apaixonou-se sem ter tido tempo de ser
correspondido, antes do acidente dela. Marco, em contrapartida, após o
acidente, não consegue definir muito bem seus sentimentos com relação a Lydia,
e tem dificuldades de lidar com ela na cama do hospital. Ambos só podem fazer
uma coisa enquanto esperam: falar com elas.
Almodóvar prima pela
originalidade ao contar uma historia no mínimo bizarra na relação obsessiva de Benigno (Grandionetti) pela bailarina
Alicia (Watling) e no enfoque do estado de coma. Ao mesmo tempo, são notáveis os
rumos dados ás situações de Benigno e do jornalista (Câmara), bem como a
inserção do filme mudo dentro do filme. Neste melodrama com alguns lances de
humor, participações especiais da bailarina e coreógrafa Pina Baush em seqüências
que se interligam com os conflitos, e do cantor Caetano Veloso, além da voz de
Elis Regina na trilha sonora. Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.e Oscar
de melhor roteiro original.
TUDO SOBRE MINHA MÃE
Sinopse: Esteban
(Eloy Azorín) é um precoce escritor de dezessete anos que, em seu aniversário,
pede como presente para sua mãe, Manuela (Cecilia Roth), que ela vá a uma
apresentação da peça "Um Bonde Chamado Desejo". Após o término,
Esteban espera ansiosamente pela saída da estrela Huma Rojo (Marisa Paredes)
dos camarins, afim de pegar um autógrafo com ela. Em meio ao temporal, Esteban
é atropelado, falecendo logo a seguir no hospital. Sozinha, sua mãe decide
voltar para Barcelona, cidade de onde fugira há alguns anos atrás, para
encontrar o pai do menino, que vive como travesti, e dar-lhe a difícil notícia.
A viagem de Manuela (Roth, notável)
permite a Almodóvar fazer uma obra prima em que a diversidade de sentimentos e
impulsos convive ora de forma densa, ora com um humor escrachado, em especial,
quando surgem personagens bizarros como o do travesti (Sam Juan). Emocionante
do começo ao fim, equilibrando-se poeticamente nas raias do folhetim, o
cineasta espanhol fez um filme perfeito, apoiado com um elenco extraordinário.
Oscar de melhor filme estrangeiro, Globo de Ouro nesta categoria e prêmio de
melhor direção no festival de Cannes.