Não, não, não.
Não me refiro a versão de 1996 na qual o protagonista é o Eddie Murphy, e sim me refiro a obra prima da comedia que foi dirigido, protagonizado e co-produzido por Jerry Lewis.
Infelizmente a geração mais nova se lembra somente da versão de 1996, o que é uma pena, já que a de 1963 é anos luz de distância bem melhor. Jerry Lewis foi um ator que se beneficiou do seu talento de caretas e trejeitos originais impagaveis, e assim como nosso mestre Chaplin deu uma de dirigir e atuar ao mesmo tempo. O resultado desse processo foi uma grande obra prima que ele criou por volta de 1963.
O professor Aloprado conta a historia do professor Julius Kelp (Lewis) é um professor universitário nerdy, trapalhão, tímido, introvertido e sem vida social. Freqüentemente ele é ameaçado de demissão da universidade, por continuamente destruir o laboratório com suas experiências. Depois de ser humilhado por alguns alunos, o professor resolve testar em si mesmo uma fórmula que o transformará numa pessoa completamente diferente. A fórmula é aparentemente um sucesso e a universidade vê surgir uma nova pessoa:elegante, charmosa, inteligente, bem falante, com dons de cantor e pianista. É o misterioso Buddy Love, a versão transformada e secreta do professor Kelp.
com a transformação, o professor enfim consegue atrair a atenção da sua amada aluna Stella Purdy. Mas, quando tudo parece correr bem para o Professor Kelp, as confusões recomeçam devido as interrupções bruscas dos efeitos da fórmula.
Inspirado claramente no clássico O Médico e o Monstro, O professor Aloprado entrou fácil na lista dentre as melhores filmes de comedia de todos os tempos. Lewis simplesmente se entregou de corpo e alma num personagem que simplesmente se divide em dois, fazendo Buddy Love e o professor pessoas completamente diferentes, só isso já é um grande feito. De um lado temos um professor feio e inseguro de si, do outro temos um cara bonito e mais seguro de si, tanto que as pessoas se sentem impressionadas com a sua segurança quando se aproxima. Mas fora a sua interpretação, Lewis se sai soberbo também na direção, usando e abusando da câmera. Com maestria na direção, ele faz cenas inesquecíveis, sendo minha parte favorita foi quando após a primeira transformação ele vai comprar roupas, só que em vez de focar ele, a câmera foca a reação das pessoas quando vêem ele. A pergunta que fica no ar é se a experiência foi bem sucedida, ou se foi um fracasso, pois pelos rostos espantados das pessoas da a entender que é a segunda opção, mas quando ele abre a porta da festa e todos olham para ele, finalmente a câmera o focaliza, eis um verdadeiro choque, a experiência foi realmente um sucesso, não só deixando ele bonito mas seguro de si o tempo todo, fazendo de um verdadeiro maioral.
No geral, O Professor Aloprado como toda boa historia nos traz uma mensagem que sai da própria boca do personagem que é, se você não gostar de você mesmo, como espera que os outros gostem de você?
Essa foi uma grande mensagem que Lewis nos entrega no clímax do filme, e por mais clichê que seja que a verdadeira beleza está no interior das pessoas, aqui funciona de uma maneira bem humorada e delicada.
Para aqueles que conhecem somente a versão de 1996, Professor Aloprado de 1963 é um filme a ser descoberto pelas novas platéias, principalmente para aqueles que não agüentam mais curtir comedias fáceis escrachadas e que ofendem a inteligência do espectador. Professor Aloprado não ofende e lhe rende gargalhadas de verdade.
Um comentário:
cara, eu gostei muito desse filme. e o Cinderfella e tem também o The Patsy.
o Jerry Lewis é muito bom. Um dos Melhores.
abraço
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