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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Cine Dica: Abertura de exposição, Grafite de Giz, cinema, música e dança na nossa programação!

No dia 27 de setembro, quarta-feira, às 19h, a Sala Redenção e a Okna Produções apresentam uma sessão especial do documentário “Sociedade Regenerativa” (2023). A projeção é seguida de um bate-papo, que conta com a participação da produtora Aletéia Selonk e do geólogo Rualdo Menegat.

“Sociedade Regenerativa” (2023) examina alternativas de desenvolvimento para o mundo contemporâneo, identificando estratégias capazes de superar o impacto do homem sobre os ecossistemas. Abordando as temáticas da natureza e da sustentabilidade, o filme apresenta depoimentos da bióloga Lara Lutzenberger, do geólogo Rualdo Menegat, do indigenista Ailton Krenak, e do escritor moçambicano Mia Couto.

O média-metragem “Sociedade Regenerativa” (2023) obteve financiamento através da Lei de Incentivo à Cultura e é uma realização do Ministério da Cultura e da Okna Produções, com parceria cultural do Fronteiras do Pensamento e patrocínio da Braskem e da Rio Grande Seguros.

A sessão tem entrada franca, é aberta à comunidade em geral e acontece na Sala Redenção – localizada no campus central da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Cine Especial: Revisitando 'Rashomon'

Akira Kurosawa foi um cineasta a frente do seu tempo, mas que nunca se esquecia com relação a história do passado do seu país e por conta disso vemos em seus filmes uma síntese dos altos e baixos do Japão como um todo. Embora "Rashomon" (1951) seja baseado nos contos do escritor Ryunosuke Akutagawa pode-se dizer que o cineasta criou uma espécie de paralelo com relação ao estado de espírito em que os japoneses viviam naqueles tempos, pois não fazia muito tempo que eles sofreram com a bomba atômica jogada contra Hiroshima.

O filme explora a faceta real do ser humano em não saber assumir os seus próprios erros e culminando assim em diversas mentiras que acabam gerando diversas formas de se contar determinado evento. Kurosawa explora, portanto, o lado sombrio das pessoas ao se entregarem ao seu lado mais selvagem e primitivo, a partir do momento em que se encontram frente a frente com os seus próprios erros. Tudo isso moldado em uma simples trama no meio da floresta, mas sendo revista por diversas formas e desfechos.

A trama começa no Japão do século XI. Durante uma forte tempestade um lenhador (Takashi Shimura), um sacerdote (Minoru Chiaki) e um camponês (Kichijiro Ueda) procuram refúgio nas ruínas de pedra do Portão de Rashomon. O sacerdote diz os detalhes de um julgamento que testemunhou, envolvendo o estupro de uma jovem chamada Masako (Machiko Kyô) e o assassinato do marido dela, Takehiro (Massayuki Kyô), um samurai. Em flashback é mostrado o julgamento do bandido Tajomaru (Toshirô Mifune), onde acontecem quatro testemunhos, inclusive de Takehiro através de um médium. Cada um é uma "verdade", mas qual é a legitima?

O flashback já não era uma novidade naqueles tempos, pois basta pegarmos o clássico "Cidadão Kane" (1941) como um belo exemplo de como começou a ser usado esse método narrativo. Porém, "Rashomon" foi pioneiro na forma de testemunharmos a mesma história, mas com consequências distintas uma da outra e fazendo com que não tenhamos uma resposta fácil sobre de qual delas era verdadeira, mas sim julgamos nós mesmos após a sessão sobre o que havíamos testemunhado. Curiosamente, o investigador jamais é mostrado, sendo que os envolvidos somente conversam na frente da câmera, como se nós assumíssemos esse papel e por assim julgando os fatos.

Akira Kurosawa procura colocar os seus respectivos personagens frente a frente com os seus defeitos interiores, como se houvesse uma espécie de teste iminente para que eles se alto descobrissem e assim culminado em um caminho sem volta para eles. Dentre os personagens principais se destaca principalmente o bandido Tajomaru, interpretado de forma assombrosa por Toshirô Mifune e que se tornaria parceiro do cineasta em diversos filmes. O seu personagem, por sua vez, é uma entidade da natureza movida pelas raízes primitivas, das quais o fazem quase se tornar um animal perante o desejo que ele tem pela mulher que se torna o catalizador de todas as ações geradas no decorrer da trama.

Tecnicamente o filme é um verdadeiro show de imagens inesquecíveis, das quais saltaram aos olhos para os cinéfilos da época. Pela primeira vez vemos personagens adentrarem uma floresta de uma forma verossímil, cuja câmera vai sempre acompanhando os mesmos e nos passando a sensação quase documental para dizer o mínimo. Isso se deve graças ao fato do aparelho se encontrar em determinados trilhos, fazendo com que interprete jamais seja perdido de vista e obtendo assim essa sensação de câmera sempre em movimento constante na medida em que os personagens vão seguindo em frente.

A edição, por sua vez, é quase frenética em algumas passagens da trama, principalmente quando o bandido e a garota correm no meio da floresta e não devendo em nada em termos de ritmo se formos comparar ao que é feito hoje em dia. Vale destacar a belíssima fotografia em preto e branco, desde a que foi vista no templo de Rashomon que dá título ao filme, como também a que é vista na floresta, fazendo com que a mesma quase se torne uma pintura rica em detalhes em diversos frames. Curiosamente, kurosawa usou diversos espelhos para se refletir a luz do sol para destacar as expressões dos rostos dos personagens, sendo que o próprio sol é visto de uma forma até então inédita na história do cinema.

Em uma época em que o Oscar não premiava filmes estrangeiros em uma categoria específica, os membros da academia se viram obrigados a criar uma estatueta para o ano de 1952 para ser entregue especialmente a esse filme. Não demorou muito para os realizadores criarem uma categoria e muito se deve a genialidade de  Kurosawa. Antes disso, porém, o filme havia levado o Leão de Ouro no Festival de Veneza, além de outros diversos prêmios que fizeram somente se tornar ainda mais fortalecido e se tornando um dos mais importantes filmes do início dos anos 50.

Mesmo já tendo se passado vários anos se percebe o quanto o filme envelheceu muito bem, sendo que se tornou uma fonte de influência inesgotável e que é perceptível até hoje. Não me admira, por exemplo, que Quentin Tarantino tenha se inspirado neste filme na realização de suas obras, pois em alguns casos ele cria uma linha narrativa não linear e que, por vezes, lembra essa obra de Kurosawa. E se alguém ainda tiver dúvidas com relação a sua influência basta pegarmos como um belo exemplo "Herói" (2002) de Zhang Yimou, que embora possuem tramas distintas, a forma de se apresentar a mesma trama com consequências diferentes possuem similaridade quase explicita.

No geral, o filme fala sobre a selvageria do ser humano em se alto se destruir, mas ao mesmo tempo buscando uma redenção em seu limiar. Portanto, o final onde mostra o lenhador buscar uma maneira de se perdoar pela sua possível falta de sinceridade com relação aos eventos da trama, talvez seja um ato simbólico em provar que ainda há esperança para a humanidade mesmo quando a mesma ainda será posteriormente julgada pelas suas más ações e seus maus pensamentos. Talvez uma redenção que ainda hoje a humanidade busca incansavelmente ao longo do percurso.

Mais de sessenta anos já se passaram, mas "Rashomon" continua sendo um filme pioneiro, a frente do seu tempo e forte em sua análise sobre o que nos faz realmente ser seres humanos perante a selvageria do mesmo. 

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quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (21/09/23)

SOM DA LIBERDADE

Sinopse: Baseado em uma incrível história real, #SomDaLiberdade ilumina até os caminhos mais sombrios. Depois de resgatar um menino de traficantes implacáveis, um agente federal descobre que a irmã do garoto ainda está em cativeiro e decide embarcar em uma missão arriscada para salvá-la. Com o tempo se esgotando, ele deixa seu emprego e viaja para as profundezas da selva Colombiana, colocando sua vida em risco para libertá-la de um destino pior do que a morte.



OS MERCENÁRIOS 4

Sinopse: O lendário grupo de mercenários liderado por Barney Ross (Sylvester Stallone) tem uma nova missão explosiva: impedir o início da Terceira Guerra Mundial. Quando as coisas saem do controle, Christmas (Jason Statham) e os novos membros da equipe (Megan Fox, 50 Cent e Tony Jaa) são recrutados para impedir que o pior aconteça. 

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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 21 A 27 DE SETEMBRO DE 2023

O Homem Que Copiava

 

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

A programação de 21 a 27 de setembro traz muitas novidades nas nossas salas. Uma delas é a estreia de ELIS & TOM, SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ, um belíssimo documentário sobre dois monstros sagrados da música brasileira. Também é musical a cinebiografia NOSSO SONHO, que mostra a trajetória da dupla Claudinho e Buchecha, assim como o longa italiano IL BOEMO, sobre o compositor tcheco Josef Myslivecek.

O público também poderá rever alguns “clássicos” do cinema gaúcho reunidos na mostra Primavera Gaúcha, que destaca a diversidade de temas e gêneros da nossa produção audiovisual. Seguem em cartaz três sucessos absolutos de público em nossas salas: o brasileiro RETRATOS FANTASMAS, de Kleber Mendonça Filho; o italiano OITO MONTANHAS, de Felix Van Groeningen e Charlotte Vandermeersch; e OLDBOY, de Park Chan-wook.


Confira nossa programação completa e o portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


14h45 – ESTRANHA FORMA DE VIDA Assista o trailer aqui.

(Strange Way of Life - Espanha/França, 2023, 83min). Direção de Pedro Almodóvar, com Ethan Hawke, Pedro Pascal, Manu Rios. O2Play/Mubi, 14 anos. Drama.

Sinopse: Depois de 25 anos, o rancheiro Silva resolve visitar seu velho amigo Jake, que é o xerife de Bitter Creek. Eles passam uma tarde de intimidades, reconciliação e lembranças - mas, no dia seguinte, as conexões com um crime do passado sugerem que há muito mais no encontro entre eles. Na versão para os cinemas, o média-metragem de 30min será exibido junto com uma entrevista exclusiva de Pedro Almodóvar.


16h15 – RETRATOS FANTASMAS Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 91min). Documentário de Kleber Mendonça Filho. Vitrine Filmes, 12 anos.

Sinopse:  O quinto filme do diretor é uma visão pessoal sobre memória e cotidiano. A partir de materiais de arquivo, próprios e pertencentes a instituições, ele costura lembranças sobre o apartamento onde cresceu e sobre os antigos cinemas de rua de Recife, o que acaba revelando algumas verdades sobre a vida em sociedade. O documentário estreou no Festival de Cannes, em maio, e foi o filme de abertura do Festival de Cinema de Gramado 2023.


18h – ESTRANHA FORMA DE VIDA

(Strange Way Of Life - Espanha/França, 2023, 83min). Direção de Pedro Almodóvar, com Ethan Hawke, Pedro Pascal, Manu Rios. O2Play/Mubi, 14 anos. Drama.

Sinopse: Depois de 25 anos, o rancheiro Silva resolve visitar seu velho amigo Jake, que é o xerife de Bitter Creek. Eles passam uma tarde de intimidades, reconciliação e lembranças - mas, no dia seguinte, as conexões com um crime do passado sugerem que há muito mais no encontro entre eles. Na versão para os cinemas, o média-metragem de 30min será exibido junto com uma entrevista exclusiva de Pedro Almodóvar.


19h30 – ELIS & TOM, SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 100min). Documentário de Roberto de Oliveira. O2 Play, 12 anos.

Sinopse: Lançado em 1974, "Elis & Tom" é um dos discos mais importantes da história da música brasileira. As gravações deste encontro entre Elis Regina e Tom Jobim ficaram guardadas por mais de quatro décadas e ganham às telas dos cinemas depois de um cuidadoso processo de restauração e remasterização. Além de clássicos como “Águas de Março”, Chovendo na Roseira” e “Modinha”, o público vai conhecer os bastidores no estúdio, incluindo algumas tensões e um pouco do processo criativo destes monstros sagrados da nossa música. A produção é também um reencontro emocionante do diretor com amigos e com os artistas envolvidos no projeto.


SALA EDUARDO HIRTZ


14h30 – NOSSO SONHO - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 120min). Direção de Eduardo Albergaria, com Lucas Penteado, Juan Paiva. Manequim Filmes, 12 anos. Musical.

Sinopse:  A dupla Claudinho e Buchecha foi um fenômeno da cultura brasileira nos anos 1990, alcançando fama e sucesso com o estilo musical funk melody. Eles eram amigos de infância em uma comunidade de Niterói, no Rio de Janeiro, e conquistaram o Brasil com ritmo e melodias envolventes. A cinebiografia é narrada do ponto de vista de Buchecha e faz uma homenagem a Claudinho, que morreu em 2002 em um acidente de carro.


16h45 – OLDBOY Assista o trailer aqui.

(Coréia do Sul, 2023, 120min). Direção de Park Chan-wook, com Choi Min-sik, Yoo Ji-tae, Kang Hye-jeong. Pandora Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Oh Dae-su passou 15 anos em um cativeiro, tendo somente uma televisão como entretenimento. Quando finalmente é liberto, ele tem cinco dias para identificar seu raptor e realizar sua vingança. Lançado há 20 anos, o filme foi um grande sucesso de público, ganhou muitos prêmios internacionais e abriu caminho para que outros títulos do cinema coreano ganhassem popularidade e estreassem pelo mundo afora. OLDBOY volta a cartaz em cópia restaurada e remasterizada a partir do negativo original em 35mm, sob supervisão do próprio diretor Park Chan-wook.


MOSTRA PRIMAVERA GAÚCHA

 PROGRAMAÇÃO COMPLETA AQUI.


QUINTA, DIA 21, ÀS 19h. – ENTRADA FRANCA

ANAHY DE LAS MISIONES

(Brasil, 1997, 107min). Direção de Sérgio Silva, com Araci Esteves, Marcos Palmeira, Dira Paes, Paulo José, Fernando Alves Pinto. 16 anos. Drama. 


SEXTA, DIA 22, ÀS 19h. – ENTRADA FRANCA

O HOMEM QUE COPIAVA

(Brasil, 2003, 123min). Direção de Jorge Furtado, com Lázaro Ramos, Leandra Leal, Luana Piovani, Pedro Cardoso, Júlio Andrade. 14 anos. Drama. 


SÁBADO, DIA 23, ÀS 19h. – ENTRADA FRANCA

O CÁRCERE E A RUA

(Brasil, 2004, 80min). Direção de Liliana Sulzbach. 12 anos. Documentário.


DOMINGO, DIA 24, ÀS 19h. – ENTRADA FRANCA

ANTES QUE O MUNDO ACABE

(Brasil, 2009, 100min). Direção de Ana Luiza Azevedo, com Pedro Tergolina, Eduardo Cardoso, Bianca Menti. 10 anos. Drama.


TERÇA, DIA 26, ÀS 19h. – ENTRADA FRANCA

MORRO DO CÉU

(Brasil, 2009, 71min). Direção de Gustavo Spolidoro. 14 anos. Documentário.


QUARTA, DIA 27, ÀS 19h. – ENTRADA FRANCA

EM TEU NOME

(Brasil, 2009, 100min). Direção de Paulo Nascimento, com Leonardo Machado, Fernanda Moro, Nelson Diniz, César Troncoso, Silvia Buarque. 14 anos. Drama.


SALA NORBERTO LUBISCO


15h – AS OITO MONTANHAS Assista o trailer aqui.

(Le Otto Montagne - Itália, 2022, 145min). Direção de Felix Van Groeningen e Charlotte Vandermeersch, com Lupo Barbiero, Cristiano Sassella, Elena Lietti, Chiara Jorrioz, Filippo Timi. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Pietro é um menino da cidade, enquanto Bruno é o último filho de uma aldeia esquecida nas montanhas. Entre eles nasce uma amizade improvável e, apesar de tentarem trilhar um caminho diferente dos pais, sempre acabam voltando para casa. Ao longo da vida, descobrem sobre amor, perdas e o significado da verdadeira amizade. O filme é baseado no livro homônimo de Paolo Cognetti, vencedor do Prêmio Strega de literatura, e venceu o prêmio do júri no Festival de Cannes 2022.


18h30 – IL BOEMO - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Itália/República Tcheca, 2022, 140min). Direção de Petr Vaclav, com Vojtech Dyk, Barbara Ronchi, Elena Radonicich. Distribuidora Bonfilm, 14 anos. Drama biográfico.

Sinopse: O compositor Josef Myslivecek (1737-1781) era tcheco, mas construiu sua carreira na Itália. Em uma época em que a ópera era um gênero popular, o compositor mantinha um caso com uma mulher da corte e, assim, circulava entre os teatros e os principais nomes do gênero - o jovem Mozart era um de seus admiradores. O músico compôs 26 óperas e ficou praticamente esquecido devido às mudanças históricas e estéticas trazidas pelo século XIX. O protagonista é vivido pelo cantor e ator tcheco Vojtech Dyk, que divide a cena com outros artistas músicos. O filme foi indicado pela República Tcheca ao Oscar de filme internacional.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 21 A 27 DE SETEMBRO

 ESTREIAS:

ELIS E TOM - SÓ TINHA QUE SER VOCÊ

Brasil/Documentário/ 2023/101min.

Direção: Roberto de Oliveira      

Sinopse: "Elis & Tom" é o nome do álbum considerado um dos mais importantes na história da música brasileira. A gravação aconteceu em Los Angeles, no início de 1974, e as imagens foram registradas em película pela equipe de cineastas liderada pelo diretor Roberto de Oliveira, idealizador do encontro. Os rolos originais das filmagens ficaram guardados por 45 anos até serem restaurados e remasterizados em 2018. São essas imagens raras e inéditas que conduzem o documentário musical.

Elis e Tom, Só Tinha de Ser Com Você mostra os bastidores e todos os dramas e tensões que cercaram as gravações do álbum a ponto de o projeto quase ser interrompido. No fim, no entanto, a força da música se sobrepõe e conduz Elis Regina, Tom Jobim e um grupo de jovens músicos talentosos a uma obra-prima.

No documentário, o espectador é levado numa viagem no tempo, participando de momentos de conflito e também de pura alegria, revelando momentos íntimos do processo criativo e das personalidades extraordinárias desses artistas. A produção é também um emocionante reencontro do diretor com os artistas e o material filmado há quase cinco décadas.

Elenco: André Midani, Roberto Menescal, Roberto de Oliveira, Nelson Motta, Wayne Shorter, Ron Carter, Jon Pareles, João Marcelo Bôscoli, Cesar Camargo Mariano, Beth Jobim, Humberto Gatica, Hélio Delmiro, Paulo Braga.


NOSSO SONHO

Brasil/ Drama/ 2022/ 120  min.

Direção: Eduardo Albergaria

Sinopse: “Nosso Sonho” é uma cinebiografia de “Claudinho e Buchecha”, dupla de maior sucesso do funk melody nacional de todos os tempos e ícone máximo do gênero na música brasileira.A história de uma amizade que se transforma em força de superação e conquista. Um filme que mostra como o ritmo e a poesia da periferia conquistaram o Brasil. Uma história real repleta de fantasia. Um musical, emocionante e divertido, feito de drama e tragédias, mas também de humor, surpresas e redenção.

Elenco: Juan Paiva, Lucas Penteado, Tatiana Tiburcio


EM CARTAZ:

ANGELA

Brasil/ Drama/ 2023/ 104min.

Direção: Hugo Prata

Sinopse: Após uma tumultuada separação e ter que ceder a guarda dos seus três filhos, a famosa socialite Ângela Diniz conhece raul e acredita ter encontrado alguém que ama seu espírito livre tanto quanto quanto ela.A atração avassaladora fez o casal largar tudo e viver o sonho de reconstruir suas vidas na casa de praia. Mas a vida tranquila rapidamente se transforma quando raul começa a se mostrar um homem agressivo, violento e controlador. A relação declina para o abuso e a violência, dando origem a um dos casos de assassinato mais famosos de todos os tempos no Brasil.

Elenco: Isis Valverde, Gabriel Braga Nunes, Alice Carvalho, Emilio Orciollo Netto, Bianca Bin,carolina Manica, Gustavo Machado e Chris Couto.


HORÁRIOS DE 21 A 27 DE SETEMBRO (não há sessões nas segundas):

14h45: ANGELA

16h45: NOSSO SONHO

19h15: ELIS E TOM- SÓ TINHA QUE SER VOCÊ


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

ATENÇÃO: NAS QUINTAS-FEIRAS TODOS PAGAM MEIA ENTRADA EM TODAS AS SESSÕES!


CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email:cinebancarios@sindbancarios.org.br

C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 21 a 27 de setembro de 2023


CLÁSSICOS DE BRUCE LEE REMASTERIZADOS

Em homenagem ao 50º aniversário da morte de Bruce Lee, a SATO COMPANY em parceria com a SINNY ASSESSORIA apresentam na Cinemateca Capitólio, a partir do dia 21 de setembro, a Mostra especial Bruce Lee: 50 anos, com cinco dos filmes mais icônicos do fundador do estilo Jeet Kune Do, todos remasterizados em 4K. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6645/bruce-lee-50-anos/


FILMES DE GUNVOR NELSON NO PROJETO RAROS

Na sexta-feira, 22 de setembro, às 19h30, a Cinemateca Capitólio apresenta uma edição do Projeto Raros, com cinco filmes da diretora experimental Gunvor Nelson.  A sessão será apresentada pela pesquisadora, gravurista e cineclubista Helena Pavan. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6643/projeto-raros-filmes-de-gunvor-nelson/


ÚLTIMA SEMANA PARA VER O ACIDENTE E MIRANTE

O Acidente, de Bruno Carboni, e Mirante, de Rodrigo John seguem em exibição ao longo da semana. O valor do ingresso é R$ 16,00.


GRADE DE HORÁRIOS

21 a 27 de setembro de 2023


21 de setembro (quinta)

15h – O Acidente

17h – Jogo da Morte

19h – O Dragão Chinês


22 de setembro (sexta)

15h – Mirante

17h – Jogo da Morte 2

19h30 – Projeto Raros: Gunvor Nelson


23 de setembro (sábado)

15h – O Acidente

17h – O Dragão Chinês

19h – O Vôo do Dragão


24 de setembro (domingo)

15h – Mirante

17h – A Fúria do Dragão + debate


26 de setembro (terça-feira)

15h – O Acidente

17h – A Fúria do Dragão

19h – Jogo da Morte


27 de setembro (quarta-feira)

15h – Mirante

17h – O Vôo do Dragão

19h – Jogo da Morte 2

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Cine Especial: 'Oldboy - 20 Anos Depois'


Embora Hollywood não seja proprietária da sétima arte a mesma acredita friamente nisso, ao ponto de fazer com que percamos a chance de assistirmos inúmeros grandes filmes de outros países e fazendo a gente ser obrigado em assistir aos seus filmes ou franquias intermináveis. Felizmente os festivais pelo mundo se tornam uma espécie de janela para apreciarmos grandes obras feitas por realizadores que tem muito a dizer do que se imagina. O ano é 2003, onde o festival de Cannes era presidido por Quentin Tarantino e do qual o mesmo ficou maravilhado com o sul coreano "OldBoy" de Park Chan-Wook.

Se hoje muitos assistem a filmes e séries coreanas muito se deve ao fato de Tarantino ter feito questão deste filme ser assistido pelo Juri do festival naquela época. O filme acabou levando o Prêmio do Juri e abrindo assim uma janela para que fosse exibido nos demais países. Além de obter ainda mais premiações a obra de Park Chan-Wook foi atraindo cada vez mais olhares e fazendo muitos concordarem de que o filme era um dos mais cultuados do início do século 21.

Poucos na verdade sabem, mas o filme é uma segunda parte de uma trilogia moldada pelo cineasta, começando por "Mr. Vingança" (2002) e encerrada por "Lady Vingança" (2005). Porém, o filme do meio pode ser visto de forma isolada, pois a trama tem começo meio e fim e baseado em uma manga japonês. Curiosamente, essa HQ acaba se tornando inferior se comparada a sua adaptação, pois Park Chan-Wook não faz um mero filme de vingança, mas sim sobre a fragilidade do ser humano em não saber controlar os seus sentimos de dor e culpa.

O protagonista Oh Dae-Soo, interpretado por Min-sik Choi, é um homem comum, porém, problemático, que vive arranjando briga e se relacionando com mulheres casadas. Certa noite o mesmo estava se dirigindo para ver a sua filha no seu aniversário, mas no meio do percurso é raptado e ficando preso dentro de um apartamento por quinze anos. Esse é o mote inicial do filme, mas do qual nos consegue obter a nossa atenção de imediato, pois ficamos nos perguntando por que ele foi preso e quem fez isso?

Esse primeiro ato podemos interpreta-lo como uma espécie de curta metragem, já que o protagonista se transforma gradualmente, desde em treinar fisicamente como também aprendendo e testemunhando as mudanças que ocorreram no mundo nos quinze anos em que ficou clausulado e quase sempre na frente de uma tv. É neste momento que Park Chan-Wook mostra o seu dom na direção, ao criar uma edição dinâmica, closes fechados, uma fotografia que transita entre o sombrio e cores vibrantes e cuja as mesmas se tornam simbólicas e das  quais guardam segredos que posteriormente serão revelados ao longo da narrativa.

Para a nossa surpresa, o protagonista acorda dentro de uma caixa e na cobertura de um prédio onde um homem está prestes em cometer suicídio. Interessante observar a carência que o protagonista tem nesta cena devido a falta do toque humano após vários anos sem contato e obrigando o suicida ao ouvir a sua história. A situação, por vezes, absurda segue adiante, onde ouvimos a narração off do protagonista e cujo seu desejo por vingança só aumenta.

De imediato não sabemos quem armou esse cenário para o protagonista, mas logo elementos surgem para moldar um mosaico de informações e dos quais fazem ainda maior sentido após uma segunda sessão. Eu me lembro que o filme gerou certa polêmica pela famosa cena em que Oh Dae-Soo come uma Lula viva logo após receber uma ligação do misterioso homem que o prendeu. Na Coreia é comum comer Lula viva, mas para o olhar ocidental essa cena se tornou chocante e principalmente para aqueles que quase sempre estão acostumados pelo cinema convencional.

Neste meio tempo surge uma jovem misteriosa chamada Mido, interpretada pela atriz Kang Hye-Jeong e que, por alguma razão, começa a querer ajudar a protagonista em sua jornada de vingança. É através dela, por exemplo, que presenciamos uma passagem simbólica dela estar solitária dentro do trem e observando uma formiga gigante sentada do outro lado do vagão. Por alguma razão, essa cena me lembrou do clássico "O Cão Andaluz" (1929) do diretor Luís Buñuel e cujo papel das formigas tem algo simbólico com relação aos sentimentos de solidão de ambas as obras como um todo.

Vale salientar que o filme é lembrado pelas suas cenas de violência, que vai desde aos momentos de luta como também de tortura. Alguns compararam ao clássico "Laranja Mecânica" (1971), outros afirmaram que é uma espécie de fusão entre esse clássico e "1984", já que o Oh Dae-Soo é observado e ouvido o tempo todo e sintetizando os tempos atuais em que cada vez mais a sociedade está sendo observada pelas redes sociais e cuja privacidade vai se tornando uma lembrança distante. O visual do filme também lembra o subgênero Cyberpunk, sendo conhecido por seu enfoque de alta tecnologia e baixa qualidade de vida e da qual é exatamente como o personagem se encontra.

Park Chan-Wook também foi responsável pelo início dessa nova atração que os cineastas autorais têm pelo plano-sequência, sendo que o realizador fez a famosa cena do corredor com poucos recursos, mas que graças a sua direção e o esforço descomunal do ator Min-sik Choi fizeram com que ela fosse lembrada até nos dias de hoje. É somente após essa cena que conhecemos finalmente o causador de toda essa enigmática trama e do qual se chama Lee Woo-Jin, interpretado brilhantemente pelo ator Yoo Ji-tae. Arrisco dizer que esse personagem é um dos melhores e mais trágicos vilões do início deste século, já que o seu plano em fazer do protagonista um fantoche em sua teia é perfeito e culminando em revelações surpreendentes.

Tudo gira em torno da vingança, seja vinda pelo desejo Oh Dae-Soo como também de Lee Woo-Jin. Ambos são dois lados da mesma moeda e que, mesmo de forma indireta, moldaram um ao outro com relação aos seus atos e consequências. Isso se torna ainda mais simbólico com o uso de espelho, cujo objeto se torna peça primordial vinda do passado e do qual é revelado as motivações de Lee Woo-Jin contra Oh Dae-Soo. Por fim, tudo culmina em um grande segredo que é guardado dentro de uma caixa e cuja revelação se tornou bombástica para época.

Revendo o filme pela segunda vez se acha elementos que fariam a gente não se chocar tanto com a revelação final, mas a forma que o diretor filmou foi tão perfeita que fez com que não direcionássemos para o obvio e fazendo da revelação algo que se equipara ao chocante final de "Seven" (1996) de David Fincher. Com desejo de vingança sanados, ambos os dois lados da mesma moeda se encontram em frangalhos, pois a dor prossegue, mesmo tendo sido cumprido os objetivos. Embora Park Chan-Wook dê um meio termo para que o protagonista siga em frente com que lhe restou nós, por outro lado, sentimos o peso da situação e levamos consigo por muito tempo após a sessão.

O filme inaugurou o ponta pé inicial para que o cinema Sul Coreano fosse observado mais de perto pelos olhares do restante do mundo e fazendo com que obtivéssemos a chance de assistir outros ótimos filmes. Pode-se dizer que foi graças a "OldBoy" que chegamos a testemunhar um filme coreano participar dos principais prêmios do Oscar como foi no caso de "Parasita" (2019) e se tornando o primeiro filme estrangeiro a conquistar o principal prêmio daquela noite. Por fim, tudo se deve a iniciativa de Tarantino em enxergamos um cinema que vai muito além do que os gringos nos oferecem e temos mais do que agradecer por isso.

"Oldboy" é um dos melhores e mais importantes filmes do início do século 21, por ser brutal, filosófico, surpreendente e culminando na onda cinematográfica Coreana que perdura até nos dias de hoje.


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