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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Infiltrado na Klan



Sinopse: Em 1978, Ron Stallworth, um policial negro do Colorado, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunicava com os outros membros do grupo por meio de telefonemas e cartas, quando precisava estar fisicamente presente enviava um outro policial branco no seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron se tornou o líder da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.
Na “era Bush” foi fácil para Spike Lee fazer ótimos filmes, já que foram tempos em que o preconceito aflorava através do típico “cidadão do bem”, principalmente devido os eventos do “11 de Setembro de 2001”. É então que o cineasta lançou títulos como A Última Noite (2003) e O Plano Perfeito (2005), sendo obras em que o preconceito era revelado, não de uma forma explícita, mas sim sempre surgindo onde menos se esperava. Eis que, então, veio a “era Obama” onde o sonho da união de todos os americanos, independente de raça ou crença, pudesse ser, enfim, concretizado.
O que não significava um mar de rosas para alguém que gosta de expressar a sua opinião forte, mas que sempre dependeu das engrenagens da sétima arte. Num tempo em que um homem negro trabalhava no cargo político mais importante do mundo, Spike Lee meio que relaxou e fazendo a gente se perguntar como teve a coragem de cair de cabeça em projetos dispensáveis como, por exemplo, a refilmagem americana de Old Boy. Contudo, infelizmente, voltamos para os tempos retrógrados, onde na “era Trump’ os discursos de ódio voltam aflorar no povo americano, mas fazendo também com que Spike Lee lançasse Infiltrado na Klan e se tornando, talvez, a sua melhor obra depois de muitos anos.
Baseado em fatos verídicos, a trama se passa no ano de 1978, onde vemos Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro do Colorado, conseguir se infiltrar na Ku Klux Klan da época. Esse grande feito só foi obtido através de telefonemas e cartas, mas quando precisava estar fisicamente presente enviava um policial branco chamado Flip (Adan Drive dos recentes capítulos de Star Wars) no seu lugar. Depois de algum tempo de investigação, Ron se tornou um dos líderes da seita, ao ponto de ir longe e impedir os membros em praticar certas atrocidades.
Aqui, Spike Lee não se intimida em começar já alfinetando a mão que o alimenta, ou seja, o próprio cinema. Nos primeiros minutos, por exemplo, testemunhamos uma cena clássica do filme E o Vento Levou (1939), onde mostra as consequências da Guerra Civil Americana. Embora seja um dos filmes mais importantes de todos os tempos, Spike Lee cobra neste momento da sétima arte, além de seus realizadores, os anos em que a própria retratou de forma errônea nas telas, tanto o povo negro, como também os índios que sempre foram vistos como selvagens e não donos de suas próprias terras.
Ao mesmo tempo, o cineasta aproveita para fazer uma belíssima reconstituição de época com relação aos últimos anos da década de 70, onde a sua fotografia e edição de arte remetem aos bons tempos dos filmes policiais barra pesada de antigamente.  Aliás, é óbvio que se veja na tela uma conexão direta com o subgênero blackexpoitation, filmes protagonizados por atores negros e que marcou aquele período. Ron Stallworth, por exemplo, não deve em nada ao clássico personagem policial Shaft e fazendo com que a gente desejasse revê-lo numa futura nova missão investigativa.
Contudo, o seu companheiro Flip não fica muito atrás com relação em obter a nossa atenção e muito se deve ao ótimo desempenho de Adam Drive em cena. Sendo judeu, Flip conhece de perto o horror vindo do preconceito, mas não se intimidando nesta missão suicida e pelo seu olhar já imaginamos muitas histórias que ele poderia vir a nos contar. Não me surpreenderia, portanto, se Adam Drive venha estar entre os possíveis indicados ao Oscar de melhor ator coadjuvante no ano que vem.
Transitando de forma sublime entre o humor sombrio e momentos de pura tensão, o ato final nos reserva uma verdadeira montanha russa, cujas consequências podem se tornar irreversíveis para os seus respectivos personagens. É aí que Spike Lee aproveita para discursar através dos seus personagens contra o racismo, onde testemunhamos um velho veterano falar sobre os tempos de perseguição e se intercalando com cenas onde ocorre um ritual do Ku Klux Klan. É aí que surge em cena o filme Nascimento de Uma Nação (1915) de D. W. Griffith, sendo que, embora seja o primeiro grande clássico do cinema norte americano, o filme veio a se tornar errôneo para os olhares de muitos ao longo do tempo.
Curiosamente, Spike Lee nos prega uma surpresa extra nos minutos finais em seu epílogo. Quando parecia que o filme terminaria de uma forma convencional, eis que ele joga os seus respectivos personagens, além de nós que assiste, para testemunharmos os horrores causados pelo racismo de ontem e hoje. Aliás, a forma que ele obtém esse feito fez me lembrar do filme em animação francesa Waltz with Bashir (2009), onde em seu derradeiro final descobrimos os motivos que levaram o protagonista a não conseguir se lembrar mais dos horrores que veio a testemunhar numa guerra sem sentido.
Em tempos cada vez mais retrógrados, tanto nos EUA como vistos aqui no Brasil, Spike Lee lança Infiltrado na Klan para nos dizer que os monstros do passado ressuscitaram através de discursos inflamados e politicamente incorretos. Depois de muito tempo, Spike Lee fez a coisa certa e em boa hora. 

  

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Cine Dica: 4ª Mostra Mosfilm em Porto Alegre

Filmes restaurados são destaques da 4ª Mostra Mosfilm em Porto Alegre
O ciclo inicia no dia 29 de novembro com entrada franca

A 4ª Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo será realizada de 29 de novembro a 12 de dezembro  na Cinemateca Paulo Amorim. Serão exibidas nove produções do Mosfilm, maior e mais antigo estúdio da Europa e um dos mais importantes do mundo. 
Um dos destaques é o clássico “Vá e Veja” (1985), do diretor Elem Klimov. Frequentemente referenciado como um dos filmes mais perturbadores sobre a guerra e seus efeitos, o longa foi restaurado em 2017, em um processo que levou quatro meses para ser concluído e foi coordenado pelo próprio Karen Shakhnazarov, Diretor Geral do Mosfilm. 
As cópias restauradas são, inclusive, os destaques desta 4ª Mostra. Dos 9 filmes que serão exibidos estão disponíveis em cópias restauradas, além de “Vá e Veja”, o clássico “Quando Voam as Cegonhas” (1957), de Mikhail Kalatozov, “Cidade Zero” (1988), de Karen Shakhnazarov, e a épica adaptação do romance “Guerra e Paz”, de Liev Tolstoi. Dividido em quatro partes, o filme de Serguei Bondarchuk foi premiado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1969, sendo um dos melhores momentos do longa a reconstituição da Batalha de Borodino, que contou com mais de 300 atores, 120 mil figurantes, cerca de 200 canhões e 100 mil rifles.
A Mostra é uma realização do CPC-UMES Filmes com o Estúdio Mosfilm em parceria com a Cinemateca Paulo Amorim.Toda a programação tem entrada gratuita. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria uma hora antes de cada sessão, sujeito à lotação da sala. 

Informações: (51) 3023.3936
Realização: CPC UMES Filmes
Mosfilm
UGES
UMESPA
Parceria:Cinemateca Paulo Amorim
Instituto Estadual de Cinema do RS

PROGRAMAÇÃO:

29/11 – QUINTA – 19:15
GUERRA E PAZ I – ANDREI BOLKONSKY
1965 / COR / 146 MIN / DRAMA
Direção: Serguei Bondarchuk
Elenco: Serguei Bondarchuk, Lyudmila Saveleva, Vyacheslav Tikhonov e Boris Zakhava
Argumento original: Liev Tolstoi
Roteiro: Serguei Bondarchuk / Vassily Salovyov
Música: Vyacheslav Ovchinnikov

Sinopse: Considerada a mais fiel adaptação cinematográfica do clássico de Tolstoi, o filme retrata o confronto entre Napoleão Bonaparte e a Rússia, relacionando-o às vidas das famílias Bolkonsky, Rostov e Bezukhov. O que começa como um desastre para os russos termina, sete anos mais tarde, com uma reviravolta, à medida em que a união contra o inimigo comum dissolve o antagonismo entre aristocracia e campesinato. Em 1805, o príncipe Andrei Bolkonsky alista-se no Exército Russo. Gravemente ferido na Batalha de Austerlitz, onde os seus são esmagados, o príncipe é erroneamente dado como morto. Pierre Bezukhov, filho bastardo de um dos homens mais ricos do país, é apresentado à alta sociedade.

30/11 – SEXTA – 19:15
GUERRA E PAZ II – NATASHA ROSTOVA
1966 / COR / 97 MIN / DRAMA

Direção: Serguei Bondarchuk
Elenco: Serguei Bondarchuk, Lyudmila Saveleva, Vyacheslav Tikhonov e Boris Zakhava
Argumento original: Liev Tolstoi
Roteiro: Serguei Bondarchuk / Vassily Salovyov
Música: Vyacheslav Ovchinnikov

Sinopse: A segunda parte da adaptação do romance de Liev Tolstoi ocorre no ano de 1809. Andrei Bolkonsky se apaixona por Natasha Rostova, e a pede em casamento. Seu pai, o Conde Rostov, pede, porém, que aguardem o retorno do príncipe de uma viagem. Nesse interim, Natasha conhece Anatol Kuragin, e os dois acabam se envolvendo. Bolkonsky descobre o romance e anuncia o fim do noivado. Bezukhov declara seu amor por Rostova enquanto tenta consolá-la.

01/12 – SÁBADO – 19:15
GUERRA E PAZ III – O ANO DE 1812
1967 / COR / 141 MIN / DRAMA

Direção: Serguei Bondarchuk
Elenco: Serguei Bondarchuk, Lyudmila Saveleva, Vyacheslav Tikhonov e Boris Zakhava
Argumento original: Liev Tolstoi
Roteiro: Serguei Bondarchuk / Vassily Salovyov
Música: Vyacheslav Ovchinnikov

Sinopse: O exército de Napoleão invade a Rússia em 1812. Pierre Bezukhov acompanha a preparação para o iminente confronto. Ele se voluntaria para a artilharia na Batalha de Borodino, maior cena de guerra já filmada, que contou com 300 atores, 120 mil figurantes e o uso de 200 canhões e 100 mil fuzis. A unidade de Bolkonsky espera na reserva durante o conflito, e o príncipe é atingido por estilhaços de um tiro de canhão. À medida que presenciamos a guerra em toda a sua crueza, ressalta-se o repúdio de Tolstoi ao que o próprio escritor descreve como “o contrário da lógica da razão e da natureza humanas”. 

02/12 – DOMINGO – 19:15
GUERRA E PAZ IV – PIERRE BEZUKHOV
1967 / COR / 96 MIN / DRAMA

Direção: Serguei Bondarchuk
Elenco: Serguei Bondarchuk, Lyudmila Saveleva, Vyacheslav Tikhonov e Boris Zakhava 
Argumento original: Liev Tolstoi
Roteiro: Serguei Bondarchuk / Vassily Salovyov
Música: Vyacheslav Ovchinnikov

Sinopse: O Exército de Napoleão avança pelo território russo. Mas a evolução se mostra infrutífera pela efetividade da tática de “terra arrasada” do Exército Russo, sob o comando do marechal Mikhail Kutuzov, que não poupa Moscou, incendiando a cidade para que os invasores não encontrem “nem abrigo nem suprimentos”. Enquanto Moscou arde, os Rostovs se retiram e no caminho levam vários soldados feridos, entre eles Bolkonsky. Pierre Bezukhov permanece na cidade. Os franceses são derrotados na Batalha de Krasnoi, e iniciam o longo percurso de volta acossados pelas tropas russas.

04/12 – TERÇA – 19:15
CRIANÇA ABANDONADA
1939 / P&B / 68 MIN / COMÉDIA

Direção: Tatyana Lukashevich
Elenco: Veronika Lebedeva, Faina Ranevskaya e Pyotr Repnin e Rostislav Plyatt
Argumento e Roteiro: Agnya Barto / Ryna Zelyonaya
Música: Nikolai Kryukov

Sinopse: Quando sua mãe precisa sair de casa, a pequena Natasha é deixada sob a supervisão do irmão Yura. Travessa, escapa e vai passear sozinha pelas ruas de Moscou. A garotinha perambula pela cidade e faz muitos amigos, entre adultos e crianças. Participam de seu destino todos aqueles que Natasha conhece em sua fascinante aventura, cheia de diversão.

05/12 – QUARTA – 19:15
BOLA DE SEBO
1934 / P&B / 90 MIN / DRAMA

Direção: Mikhail Romm
Elenco: Galina Sergeeva, Andrei Fayt, Pyotr Repnin e Faina Renevskaya
Argumento Original: Guy de Maupassant
Roteiro: Mikhail Romm
Música: Mikhail Chulaki

Sinopse: Grupo de burgueses deixa Rouen, na França, para fugir da ocupação do exército prussiano em 1870. Já iniciada a viagem, uma prostituta conhecida como Bola de Sebo se junta à comitiva. Adaptado do conto homônimo de Guy de Maupassant, “Bola de Sebo” foi realizado em 1934 como um filme silencioso, sendo sonorizado em 1955 sob a supervisão do diretor, Mikhail Romm.

06/12 – QUINTA – 19:15
QUANDO VOAM AS CEGONHAS
1957 / P&B / 96 MIN / DRAMA

Direção: Mikhail Kalatozov
Elenco: Tatyana Samoylova, Aleksei Batalov, Vassily Merkurev e Aleksandr Shvorin
Argumento e Roteiro: Viktor Rozov
Música: Moisey Vaynberg

Sinopse: Veronika e Boris, um jovem casal de namorados, é separado pela convocação do rapaz para se juntar ao Exército Vermelho durante a 2ª Guerra Mundial. Ansiosa por notícias do front, a moça é acolhida pela família de Boris quando sua casa é destruída por um bombardeio, acaba forçada a se envolver com o primo do rapaz, com quem resignadamente se casa. Mas continua a esperar por Boris. Palma de Ouro de “melhor filme” no Festival de Cannes (1958).

07/12 – SEXTA – 19:15
VÁ E VEJA
1985 / COR / 136 MIN / GUERRA

Direção: Elem Klimov
Elenco: Aleksei Kravchenko, Olga Mironova, Vladas Bagdonas, Lyubomiras Lauciavicius
Argumento e Roteiro: Ales Adamovich
Música: Oleg Yanchenko

Sinopse: Na 2ª Guerra Mundial, o adolescente Floria, morador de uma aldeia bielorrussa, encontra um velho fuzil e se junta ao movimento guerrilheiro que resiste aos invasores. A ocupação da Bielorrússia foi de uma selvageria sem precedentes, com mais de 600 vilas aniquiladas e 2,2 milhões de mortos. Em 1985, o filme foi vencedor do Festival de Cinema de Moscou e ganhou o prêmio da Federação Internacional dos Críticos de Cinema. Em 2017, venceu o Festival de Veneza, na categoria de “melhor filme restaurado”.

08/12 – SÁBADO – 19:15
A ASCENSÃO
1977 / P&B / 109 MIN / DRAMA

Direção: Larisa Shepitko
Elenco: Boris Plotnikov, Vladimir Gostyukhin, Lyudmila Polyakova e Anatoly Solonitsyn
Argumento Original: Vassil Bykov
Roteiro: Yury Klepikov / Larisa Shepitko
Música: Alfred Schnittke

Sinopse: No rigoroso inverno que assola a URSS durante a 2a. Guerra Mundial, dois partisans deixam seu acampamento a procura de alimentos para o grupo. A jornada é de provações e sofrimento. Capturados pelos nazistas, reagem diferentemente ao mesmo tratamento brutal. Adaptação do romance ‘Sotnikov’, do escritor Vassil Bykov. O filme ganhou o Urso de Ouro, no Festival de Berlim (1977).

09/12 – DOMINGO – 19:15
O INCÓGNITO DE SÃO PETERSBURGO
1977 / COR / 86 MIN / COMÉDIA

Direção: Leonid Gayday
Elenco: Serguei Migitsko, Anatoly Papanov, Nonna Mordyukova e Valery Nosik
Argumento Original: Nikolai Gogol
Roteiro: Leonid Gayday / Vladlen Bakhnov
Música: Aleksandr Zatsepin

Sinopse: Autoridades de uma pequena cidade do Império Russo, na primeira metade do século 19, alarmam-se com a notícia de que receberão a visita de um fiscal da capital, São Petersburgo. A comédia de Leonid Gayday é uma adaptação da peça teatral “O Inspetor Geral”, farto e pedagógico inventário da corrupção na política, de autoria de Nikolai Gogol (1808-52).

11/12 – TERÇA – 19:15
CIDADE ZERO
1988 / COR / 101 MIN / COMÉDIA

Direção: Karen Shakhnazarov
Elenco: Leonid Filatov, Vladimir Menshov, Evgeny Evstigneev e Oleg Basilashvili
Argumento e Roteiro: Aleksandr Borodyansky / Karen Shakhnazarov
Música: Eduard Artemev

Sinopse: Durante a perestroika, quando tudo parece estar de cabeça para baixo, Aleksei Varakin, representante de uma indústria de Moscou, é enviado a uma pequena cidade para tratar com um fornecedor de máquinas de ar condicionado. O que era uma viagem de negócios corriqueira se transforma em pesadelo, à medida que Varakin se envolve em situações bizarras.

12/12 – QUARTA – 19:15
DECISÃO: ANIQUILAÇÃO
2018 / COR / 96 MIN / AÇÃO
Direção: Aleksandr Aravin
Elenco: Igor Petrenko, Aleksei Vertkov, Ayub Tsingaev e Ivan Shakhnazarov
Argumento e Roteiro: Buzin Alexey / Kosov Pavel / Pavlov Pavel
Música: Yuri Poteenko

Sinopse: Em setembro de 2004, terroristas chechenos invadiram a Escola Número Um, na cidade russa de Beslan, fazendo mais de 1200 reféns. Dois dias depois detonaram explosivos que tinham plantado na escola e atiraram nos reféns, matando mais de 330 pessoas, entre elas 186 crianças. “Decisão: Aniquilação” relata a ação do serviço de inteligência russo para eliminar o líder dos terroristas, Shamil Bazgaev.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Cine Especial: GOLPE



Nota: exibido no último mês de Agosto no Cinebancários, documentário terá nova exibição amanhã na Sala Redenção às 22h e com entrada franca.
Sinopse: O documentário traz uma cronologia e reflexão sobre os fatos políticos que marcaram o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva Lula.
No documentário O Processo, dirigido pela cineasta Maria Ramo, a câmera somente registra os fatos que desencadearam o afastamento da até então Presidente Dilma Rouseff em 2016 e fazendo com que o público tire suas próprias conclusões com relação aos eventos que viriam posteriormente em nosso país. Já o documentário Dedo na Ferida, de Silvio Tendler, possui uma edição ágil, com inúmeras entrevistas e criando um mosaico sobre os males vindos de ontem e hoje do capitalismo. É então que chegamos ao documentário “Golpe”, em que se reúne a fórmula do melhor dos dois mundos e se cria um “filme denuncia” sobre os eventos que estão nos levando ao retrocesso social e econômico.
Dirigido por Guilherme Castro e Luiz Alberto Cassol, o documentário reúne testemunhos de cientistas sociais, historiadores, jornalistas, artistas e ativistas de movimentos sociais. Analisam desde o sistema eleitoral, até a influência do judiciário, da mídia e das redes sociais na crise política. Resumidamente, o documentário é um resumo de eventos que ocorreram no Brasil nos últimos cinco anos e dos quais se encontram longe de um epilogo.
Com pouco mais de uma hora de duração, o documentário é ágil em sua edição, mesmo jogando na tela inúmeros eventos, dos quais datam a partir dos movimentos estudantis que desencadearam o nascimento de inúmeros protestos em 2013 pelo país. Guilherme Castro e Luiz Alberto Cassol deixam mais do que claro que aqueles movimentos serviram de desculpa para que a elite, da qual é moldada por uma direita atual conservadora, usasse isso como desculpa para armar inúmeros planos para sabotar o governo de quase dez anos da esquerda. Testemunhamos, então, as eleições de 2014, a perseguição intolerante vinda da direita, a derrocada de Aécio Neves, o plano B que foi Eduardo Cunha e do qual liderou o pior congresso de nossa história.
Falando nisso, o documentário também aborda o contexto das reformas neoliberais impostas à população e a ascensão do fascismo político e social que seguem em curso no país. "Dentro do possível, a gente tentou dar um outro olhar: o que representa e o que representará, por muitos anos, a falta de investimento em educação, saúde, intervenção militar (no Rio de Janeiro), extermínio da juventude negra, inclusive a questão da Marielle Franco", explica Gleidson Dias, do Movimento Negro Unificado. A cientista política Katia Azambuja foi uma das entrevistadas e falou sobre aspectos machistas no golpe que derrubou Dilma Rousseff. "Várias facetas do golpe tiveram presença do machismo e da misoginia, contra a presidenta Dilma. Muitos elementos que aconteceram foram pelo fato de ela ser mulher", afirma.
Mas, talvez, o ápice do documentário se encontre nos momentos em que se vê na tela uma mídia brasileira que se vendeu somente para um lado da história, criando uma realidade mentirosa e da qual desconsiderou os outros movimentos em favor do governo Dilma e do ex-presidente Lula. Logicamente, a Globo é o alvo fácil na representação desse mosaico de informações parciais, principalmente com a presença de William Bonner na tela que é, talvez, a melhor face que represente um jornalismo falido e completamente desencontrado. Dentre os entrevistados, o jornalista Moisés Mendes, destaca também o grande veneno que foi e o que são os fake news, elaborado, por exemplo, pelo MBL e que revelou outros movimentos criados por pessoas preconceituosas e que reacenderam tempos intolerantes de perseguição e medo. 
Curiosamente, o documentário vem justamente num momento de vésperas de eleições, sendo que os articuladores do golpe ainda tentam a todo custo obter uma vitória por meio de mentiras, seduzindo pessoas desinformadas e das quais perderam a sua fé com relação à política. A obra vem, portanto, para reacender o debate entre as pessoas, para que elas se recordem de tempos do pré - golpe e de quão elas foram enganadas por políticos gananciosos, por uma elite que possui raízes dos colonizadores escravistas e que tentam retirar todos os direitos dos trabalhadores e tornando eles os escravos de hoje. O documentário “Golpe” é testemunharmos um soco no estômago, mas que é preciso ser sentido, para então realmente acordarmos e voltarmos a obter o que é nosso.  


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Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Head (1968)



Neste sábado, 24 de Novembro, as 10h15min, na Cinemateca Capitólio,  o Clube de Cinema de Porto Alegre irá exibir para os seus associados, e também não associados, o clássico Head – Os Monkees Estão Soltos (1968, 86 minutos), de Bob Rafelson, o filme psicodélico da cultuada banda norte-americana. Com roteiro co-escrito por Jack Nicholson e participações de Frank Zappa, Victor Mature e Dennis Hopper, o filme acabou chamado de “A Hard Day’s Night on acid”, numa referência ao lendário filme de estreia dos Beatles, dirigido por Richard Lester.
Sinopse:  As aventuras dos Monkees em viagem psicodélica através de uma série de paródias de todos os gêneros importantes, incluindo os faroestes, os musicais e os filmes de guerra. Essas traquinagens estilizadas são intercaladas por várias canções memoráveis e cenas surreais, como a sequência clássica em que os Monkees são sugados por um aspirador gigante e depois vomitados como pedaços de caspa no cabelo de Victor Mature.



Os Monkees vinham de uma relação turbulenta com os produtores – há algum tempo lutavam para poder compor e tocar instrumentos nos discos e fugir de vez da pecha de “um grupo pop pré-fabricado”. Head marca a radicalização autoral da banda em plena febre psicodélica, após grandes discos em que os quatro integrantes tomaram as rédeas: Headquarters e Pisces, Aquarius, Capricorn & Jones Ltd. O filme foi idealizado por Bob Rafelson após o fim do programa de televisão da banda. Chamou o amigo Jack Nicholson para ajudar no roteiro. O resultado? Um filme completamente insano que enfureceu os fãs da banda. Mais tarde definido como um “A Hard Day’s Night on acid”, faz críticas ao universo asfixiante da música pop, ao mesmo tempo em que tenta confirmar uma identidade psicodélica ao grupo.

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