Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: Animais Fantásticos e Onde Habitam



Sinopse:Baseado no livro Animais Fantásticos & Onde Habitam, lançado em 2001, o filme vai acompanhar as aventuras do escritor fictício Newt Scamander, que setenta anos antes da saga de Harry Potter, enfrentou e conheceu inúmeras criaturas do universo do bruxinho. A trama é uma extensão do mundo da magia.

Sete livros que deram origem a oito filmes de grande sucesso de público e crítica. Ao término das aventuras de Harry Potter no cinema, muitos ficaram órfãos, pois não puderam mais viajar para aquele mundo mágico, onde a fantasia e realidade ficavam separadas em apenas meros detalhes. Mas como o mundo de J.K Rowling é vasto, não me foi surpresa ao anunciarem Animais Fantásticos e Onde Habitam como uma nova franquia da qual se explorasse mais daquele mundo cheio de conteúdo.
Com roteiro da própria escritora J.K Rowling, a trama se passa no ano de 1926 em Nova York, onde vemos o jovem bruxo Newt Scamander (Eddie Redmayne) desembarcar na cidade para ajudar determinados animais dos quais ele carrega em sua maleta. Durante a sua chegada, ele acaba acidentalmente trocando a sua maleta por um humano chamado Jacob Kowalski (Dan Fogler) e fazendo com que alguns de seus animais acabassem se soltando. Além de ter que recuperá-los, Scamander enfrenta tanto resistência de regras impostas pela comunidade de bruxos da cidade, como também de forças malignas e misteriosas que colocam o local em perigo.
Responsável pelos títulos dos quais se explorou o amadurecimento de Harry Potter nas últimas aventuras para o cinema, David Yates retorna a cadeira de cineasta para comandar esse mundo mágico já tão familiarizado e que novamente consegue com certo êxito. Vale destacar o fato do filme não exigir da pessoa de primeira viagem a ter que ver todos os filmes anteriores, já que a trama se passa no passado e bem desprendido de tudo do que já foi visto. Sendo assim, nos é apresentado uma trama fresca, do qual se explora não somente a magia, como também outros temas, que vai desde a proteção aos animais, como também assuntos espinhosos com relação à igreja e o bullying.
Falando nisso, é preciso salientar que, embora a franquia tenha nascido  para atrair pessoas de todas as idades (principalmente os pequenos), esse primeiro filme possui dois tons distintos, dois quais fica oscilando do começo ao fim do filme. Se os primeiros filmes do jovem bruxo eram leves e coloridos, aqui isso também há, mas dando espaço para momentos sombrios e até mesmo assustadores. Isso causa uma sensação de estranheza, como se por um momento estivéssemos vendo dois filmes diferentes em um, mas nada que prejudique muito o resultado final da experiência.
Em termos de efeitos visuais, novamente eles dão um verdadeiro show. Aqui, por exemplo, não há regras a limites de espaço com relação a salas ou objetos, já que todos possuem um espaço vasto: a sequência onde mostra a real natureza da maleta do protagonista, onde se encontra todos os seus animais, é uma das melhores partes do filme.
Mas é claro que nada disso funcionária se não houvesse personagens cativantes, sendo que aqui há, pelo menos em parte. Diferente de Harry Potter, conhecemos Newt Scamander já como adulto, carregando consigo inúmeras histórias ainda misteriosas e que poderá ser futuramente exploradas. Embora já tenha provado o seu grande talento em filmes como Teoria de Tudo e Garota Dinamarquesa, Eddie Redmayne me passa a ligeira sensação de que não consegue se desvencilhar dos seus personagens anteriores, já que seus cacoetes e trejeitos remetem a eles. Se isso não ajuda, pelo menos não atrapalha na sua interpretação como Newt Scamander, já que ele nos passa um personagem que oscila entre timidez com excentricidade e se livrando de qualquer comparação com o jovem bruxo Potter.
Mas quem acaba realmente se destacando na trama é justamente um trouxa (ou 'não-maj', como se fala na Nova York) Jacob Kowalski, interpretado de uma forma leve e emocional por Dan Fogler. Fazendo o típico personagem que está no lugar errado e na hora errada, Jacob foi criado para o filme como uma espécie de representação de nós meros mortais perante as situações extraordinárias, mas que ao mesmo tempo consegue manter certa lucidez perante a tudo que vê. Alguns dos momentos tanto de humor, como também os emocionais, são justamente protagonizados por ele e os minutos finais da trama selam o seu destino dentro dela de uma forma muito bela e poética.
Claro que nem tudo são flores com relação a personagens. Porpentina Goldstein (Katherine Waterston) meio que se perde em alguns momentos na trama, mas ganhando nivelação graças à presença de sua irmã Queenie Goldstein (Alison Sudol). E se o veterano Jon Voight é jogado na produção para interpretar um personagem dispensável, sua situação acaba não sendo pior se comparada a de Colin Farrell, cuja sua interpretação engessada acaba prejudicando na construção do personagem Percival Graves. Pelo menos, tanto o personagem como interprete, dão lugar a uma revelação bombástica e que terá consequências nas próximas aventuras no cinema.
Entre acertos e erros, Animais Fantásticos e Onde Habitam começa muito bem e abrindo inúmeras possibilidades futuras para o universo de fantasia criado J.K Rowling para o cinema. 




Me sigam no Facebook, twitter e Google+

Cine Dica: Cinema contemporâneo brasileiro em exibição

NOVÍSSIMO CINEMA BRASILEIRO NA CINEMATECA CAPITÓLIO
A partir de 22 de novembro, a Cinemateca Capitólio exibe em parceria com a distribuidora Vitrine Filmes uma seleção de obras do Novíssimo Cinema Brasileiro. Na primeira semana, serão projetados Eles Voltam (2014), de Marcelo Lordello, Girimunho (2012), de Clarissa Campolina e Helvécio Marins Jr. e Histórias que Só Existem Quando Lembradas (2012), de Julia Murat. O valor do ingresso é R$ 10,00.   
 Colocado em debate no final da década de 2000, a partir de textos e discussões pautadas por críticos e pesquisadores como Marcelo Ikeda, Eduardo Valente e José Geraldo Couto, o rótulo “novíssimo cinema brasileiro” ganhou adesões e agressões imediatas e calorosas. Por mais que pairasse a dúvida sobre a validade da reunião de obras díspares, notou-se muitas vezes a necessidade de aproximar tais realizações dentro de um contexto de transformação da produção cinematográfica brasileira.
Mais do que reviver um debate sobre conceitos que parece adormecido nos últimos anos, a mostra oferece ao espectador porto-alegrense a oportunidade de rever e descobrir as proposições estéticas e narrativas de realizações contemporâneas brasileiras em conjunto. Resgatando filmes que tiveram vida curta no circuito comercial, em muitas cópias 35mm inéditas na cidade (boa parte foi exibida apenas em digital), a mostra reúne obras de diferentes realizadores possibilitando um olhar panorâmico e crítico da instigante produção da nova geração brasileira.
 Referências:
 O “novíssimo cinema brasileiro”. Sinais de uma renovação, artigo de Marcelo Ikeda. https://cinelatino.revues.org/597
 'Novíssimo' cinema brasileiro: práticas, representações e circuitos de independência, Tese de Doutorado de Maria Carolina de Vasconcelos e Oliveira. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-19032015-172224/pt-br.php

FILMES
 GIRIMUNHO
(2012, 88min)
Direção: Helvécio Marins Jr., Clarissa Campolina
Elenco: Maria Sebastiana

Esta é a história de duas mulheres que observam os redemoinhos no rio, em pleno sertão mineiro. Uma delas perdeu o marido, e sofre em silêncio, tendo apenas as novidades dos netos como consolação. A outra carrega consigo um tambor, e marca o ambiente com seus sons.

HISTÓRIAS QUE SÓ EXISTEM QUANDO LEMBRADAS
(2012, 98min)
Direção: Julia Murat
Elenco: Sonia Guedes, Lisa E. Favero, Luiz Serra

Jotuomba fica localizada no Vale do Paraíba, no estado do Rio de Janeiro. Nos anos 30 as até então ricas fazendas de café foram à falência, derrubando a economia local. Madalena (Sônia Guedes), uma velha padeira, continua vivendo na cidade. Ela é muito ligada à memória de seu marido morto, que está enterrado no único cemitério local, hoje trancado. Sua vida começa a mudar quando Rita (Lisa E. Fávaro), uma jovem fotógrafa, chega na cidade.


ELES VOLTAM
(2014, 100min)
Direção: Marcelo Lordello
Elenco: Maria Luiza Tavares, Georgio Kokkosi, Elayne de Moura

Cris (Maria Luíza Tavares) e Peu (Georgio Kokkosi), seu irmão mais velho, são deixados na beira de uma estrada pelos próprios pais. Os irmãos foram castigados por brigar constantemente durante uma viagem à praia. Após algumas horas, percebendo que os pais não retornaram, Peu parte em busca de um posto de gasolina. Cris permanece no local por um dia inteiro e, sem notícias dos pais ou do irmão, decide percorrer ela mesma o caminho de volta para casa.

GRADE DE HORÁRIOS
22 a 27 de novembro de 2016

22 de novembro (terça)
20h – Eles Voltam

23 de novembro (quarta)
16h – Eles Voltam
18h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas
20h – Girimunho
  
24 de novembro (quinta)
16h – Girimunho
18h – Eles Voltam
20h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas

25 de novembro (sexta)
16h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas
18h – Girimunho
20h – Eles Voltam 

26 de novembro (sábado)
16h – Amor Maldito
18h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas
20h – Girimunho

27 de novembro (domingo)
16h – Amor Maldito
18h – Eles Voltam
20h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: CREEPY



Sinopse: Um psicólogo criminal é chamado para investigar o desaparecimento de uma família. Apenas uma das filhas foi deixada para trás e agora ele precisa desvendar o mistério. Enquanto isso, ele fica intrigado com os novos vizinhos, que agem de forma suspeita.


Tendo conhecido Kiyoshi Kurosawa pelo belo filme Sonata em Tóquio (numa sessão inesquecível na Sala P.F Gastal de Porto Alegre), tive então muito interesse de conhecer a sua mais nova obra. Creepy é um filme que se destaca mais pela forma pessoal que o cineasta filma as cenas do que pelo roteiro em si. A trama, inspirada num livro de um escritor chamado Yutaka Maekawa não trás nenhum frescor em termos de originalidade e se apoia até mesmo a fórmulas já conhecidas para aqueles que apreciam o gênero de suspense investigativo ao estilo Seven e O Silêncio dos Inocentes. 
Porém, embora o final esteja longe de nos surpreender, é na forma pessoal de Kurosawa em filmar que torna Creepy um filme diferente de outras obras. Os movimentos mínimos com a câmera, mas ao mesmo tempo firmes e alinhado com inúmeros planos sequências, conseguem criar um clima mórbido de suspense que poucas vezes se vê dentro do gênero. Isso ajuda até mesmo em cenas das quais poderiam soar banais, mas que aqui passam uma sensação de estranheza e, aparentemente, de originalidade. 
Chama também atenção do uso da luz, do qual foge um pouco da realidade, mas que se casa de acordo com os sentimentos e tensões que os personagens passam. Se há uma cena de tensão envolvendo um interrogatório, por exemplo, não estranhe se o cenário escurecer, pois faz parte dessa proposta do cineasta. É nesse momento, aliás, que ouso dizer que Kurosawa prestou uma pequena homenagem ao mestre Alfred Hitchcock, principalmente quando soa uma trilha vagamente familiar e que remete aos seus clássicos como Um Corpo que Cai. 
Com todos esses ingredientes inseridos, fez então com que Creepy se torne um filme acima da média dentro do gênero de suspense policial e faz com que tenhamos mais interesse em conhecer o restante da obra de Kiyoshi Kurosawa. 


Me sigam no Facebook, twitter e Google+