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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cine Dica: Cinema contemporâneo brasileiro em exibição

NOVÍSSIMO CINEMA BRASILEIRO NA CINEMATECA CAPITÓLIO
A partir de 22 de novembro, a Cinemateca Capitólio exibe em parceria com a distribuidora Vitrine Filmes uma seleção de obras do Novíssimo Cinema Brasileiro. Na primeira semana, serão projetados Eles Voltam (2014), de Marcelo Lordello, Girimunho (2012), de Clarissa Campolina e Helvécio Marins Jr. e Histórias que Só Existem Quando Lembradas (2012), de Julia Murat. O valor do ingresso é R$ 10,00.   
 Colocado em debate no final da década de 2000, a partir de textos e discussões pautadas por críticos e pesquisadores como Marcelo Ikeda, Eduardo Valente e José Geraldo Couto, o rótulo “novíssimo cinema brasileiro” ganhou adesões e agressões imediatas e calorosas. Por mais que pairasse a dúvida sobre a validade da reunião de obras díspares, notou-se muitas vezes a necessidade de aproximar tais realizações dentro de um contexto de transformação da produção cinematográfica brasileira.
Mais do que reviver um debate sobre conceitos que parece adormecido nos últimos anos, a mostra oferece ao espectador porto-alegrense a oportunidade de rever e descobrir as proposições estéticas e narrativas de realizações contemporâneas brasileiras em conjunto. Resgatando filmes que tiveram vida curta no circuito comercial, em muitas cópias 35mm inéditas na cidade (boa parte foi exibida apenas em digital), a mostra reúne obras de diferentes realizadores possibilitando um olhar panorâmico e crítico da instigante produção da nova geração brasileira.
 Referências:
 O “novíssimo cinema brasileiro”. Sinais de uma renovação, artigo de Marcelo Ikeda. https://cinelatino.revues.org/597
 'Novíssimo' cinema brasileiro: práticas, representações e circuitos de independência, Tese de Doutorado de Maria Carolina de Vasconcelos e Oliveira. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-19032015-172224/pt-br.php

FILMES
 GIRIMUNHO
(2012, 88min)
Direção: Helvécio Marins Jr., Clarissa Campolina
Elenco: Maria Sebastiana

Esta é a história de duas mulheres que observam os redemoinhos no rio, em pleno sertão mineiro. Uma delas perdeu o marido, e sofre em silêncio, tendo apenas as novidades dos netos como consolação. A outra carrega consigo um tambor, e marca o ambiente com seus sons.

HISTÓRIAS QUE SÓ EXISTEM QUANDO LEMBRADAS
(2012, 98min)
Direção: Julia Murat
Elenco: Sonia Guedes, Lisa E. Favero, Luiz Serra

Jotuomba fica localizada no Vale do Paraíba, no estado do Rio de Janeiro. Nos anos 30 as até então ricas fazendas de café foram à falência, derrubando a economia local. Madalena (Sônia Guedes), uma velha padeira, continua vivendo na cidade. Ela é muito ligada à memória de seu marido morto, que está enterrado no único cemitério local, hoje trancado. Sua vida começa a mudar quando Rita (Lisa E. Fávaro), uma jovem fotógrafa, chega na cidade.


ELES VOLTAM
(2014, 100min)
Direção: Marcelo Lordello
Elenco: Maria Luiza Tavares, Georgio Kokkosi, Elayne de Moura

Cris (Maria Luíza Tavares) e Peu (Georgio Kokkosi), seu irmão mais velho, são deixados na beira de uma estrada pelos próprios pais. Os irmãos foram castigados por brigar constantemente durante uma viagem à praia. Após algumas horas, percebendo que os pais não retornaram, Peu parte em busca de um posto de gasolina. Cris permanece no local por um dia inteiro e, sem notícias dos pais ou do irmão, decide percorrer ela mesma o caminho de volta para casa.

GRADE DE HORÁRIOS
22 a 27 de novembro de 2016

22 de novembro (terça)
20h – Eles Voltam

23 de novembro (quarta)
16h – Eles Voltam
18h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas
20h – Girimunho
  
24 de novembro (quinta)
16h – Girimunho
18h – Eles Voltam
20h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas

25 de novembro (sexta)
16h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas
18h – Girimunho
20h – Eles Voltam 

26 de novembro (sábado)
16h – Amor Maldito
18h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas
20h – Girimunho

27 de novembro (domingo)
16h – Amor Maldito
18h – Eles Voltam
20h – Histórias que Só Existem Quando Lembradas

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: CREEPY



Sinopse: Um psicólogo criminal é chamado para investigar o desaparecimento de uma família. Apenas uma das filhas foi deixada para trás e agora ele precisa desvendar o mistério. Enquanto isso, ele fica intrigado com os novos vizinhos, que agem de forma suspeita.


Tendo conhecido Kiyoshi Kurosawa pelo belo filme Sonata em Tóquio (numa sessão inesquecível na Sala P.F Gastal de Porto Alegre), tive então muito interesse de conhecer a sua mais nova obra. Creepy é um filme que se destaca mais pela forma pessoal que o cineasta filma as cenas do que pelo roteiro em si. A trama, inspirada num livro de um escritor chamado Yutaka Maekawa não trás nenhum frescor em termos de originalidade e se apoia até mesmo a fórmulas já conhecidas para aqueles que apreciam o gênero de suspense investigativo ao estilo Seven e O Silêncio dos Inocentes. 
Porém, embora o final esteja longe de nos surpreender, é na forma pessoal de Kurosawa em filmar que torna Creepy um filme diferente de outras obras. Os movimentos mínimos com a câmera, mas ao mesmo tempo firmes e alinhado com inúmeros planos sequências, conseguem criar um clima mórbido de suspense que poucas vezes se vê dentro do gênero. Isso ajuda até mesmo em cenas das quais poderiam soar banais, mas que aqui passam uma sensação de estranheza e, aparentemente, de originalidade. 
Chama também atenção do uso da luz, do qual foge um pouco da realidade, mas que se casa de acordo com os sentimentos e tensões que os personagens passam. Se há uma cena de tensão envolvendo um interrogatório, por exemplo, não estranhe se o cenário escurecer, pois faz parte dessa proposta do cineasta. É nesse momento, aliás, que ouso dizer que Kurosawa prestou uma pequena homenagem ao mestre Alfred Hitchcock, principalmente quando soa uma trilha vagamente familiar e que remete aos seus clássicos como Um Corpo que Cai. 
Com todos esses ingredientes inseridos, fez então com que Creepy se torne um filme acima da média dentro do gênero de suspense policial e faz com que tenhamos mais interesse em conhecer o restante da obra de Kiyoshi Kurosawa. 


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Cine Curiosidade: Pauta: Atriz internacional Cris Lopes em cerimônia de premiação Festival Pop Corn Sorocaba com prêmio para filme AGS




Atriz internacional Cris Lopes em cerimônia de premiação no Festival Pop Corn Sorocaba com prêmio para filme AGS

 Clayton Esteves (Festival Pop Corn-UNIP), atriz internacional Cris Lopes (protagonista do filme AGS), Rodney Borges (diretor do filme AGS) e Euler Santi (protagonista e roteirista do filme AGS).

A atriz internacional Cris Lopes marcou presença na cerimônia de premiação do Festival de Cinema Pop Corn em Sorocaba no estado de São Paulo, juntamente com o Diretor Rodney Borges e o ator e roteirista Euler Santi, realizadores e protagonistas do filme AGS. O festival foi realizado na UNIP Sorocaba com organização e direção de Clayton Esteves e Omar Carline Bueno.
O filme AGS - Agence Génerale du S... que foi exibido e selecionado em diversos festivais no Brasil nos últimos meses, tem feito sucesso com o público com seu humor negro e ganhou o prêmio na categoria de Melhor Roteiro no Festival Pop Corn Sorocaba/SP, que teve roteiro baseado em obra francesa de mesmo nome (AGS que quer dizer Agencia Geral do Suicidio) do poeta Jacques Rigaut, que viveu nos anos 20 em Paris.
Estiveram presentes os apresentadores Chukka Paz e Luiz Gustavo Pacces do SBT, Programa Quiz D+, que foram os mestres de cerimônia, convidados especiais na premiação do festival Pop Corn Sorocaba. Também esteve presente o Diretor Cleiner Micceno do filme SEDE que levou o prêmio de Melhor Fotografia, entre outros cineastas.
A atriz Cris Lopes que já atuou em mais de 10 filmes no Brasil e exterior, é especializada como atriz de cinema na Inglaterra onde já filmou nos estúdios onde foram rodados os famosos filmes 007 e o Star Wars, e na França atuou em Une Journeé a Paris e estrela o elenco do filme canadense FREER atuando em inglês com estréia USA e Canadá 2017. Cris Lopes conta com diversos filmes selecionados e premiados entre eles A Ultima Cena também do Diretor Rodney Borges sobre a ditadura militar com seleção oficial no Uruguai e em 2 festivais na Itália, além de receber menção honrosa na categoria de melhor atriz, Cris também protagonizou o filme Miguel de Natalia Grecco sobre violência contra mulher, selecionado nos Festivais de Caruaru (Mostra Direitos Humanos) e Cinefest Votorantim 2016, entre outros filmes. A atriz também atuou no SBT, na Record e na Rede Tv no seriado infanto-juvenil Vila Maluca em mais de 150 capitulos.
Página oficial da atriz Cris Lopes: Facebook @crislopesoficial
Assista aqui o Trailer do Filme AGS: https://www.youtube.com/watch?v=W8tnO05edfQ
atriz internacional Cris Lopes (ao centro) com apresentadores SBT: Chukka Paz (esq) e Luiz Gustavo Pacces (dir) do Programa Quiz D+



Divulgação: Imprensa CL 
Entrevistas: imprensacl@terra.com.br
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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: ELLE



Sinopse:Michèle (Isabelle Huppert) é a executiva-chefe de uma empresa de videogames, a qual administra do mesmo jeito que administra sua vida amorosa e sentimental: com mão de ferro, organizando tudo de maneira precisa e ordenada. Sua rotina é quebrada quando ela é atacada por um desconhecido, dentro de sua própria casa. No entanto, ela decide não deixar que isso a abale. O problema é que o agressor misterioso ainda não desistiu dela.

Até a pouco tempo me perguntava por onde andava Paul Verhoeven, pois estamos falando do cineasta responsável pelo nascimento de pérolas como Robocop, Vingador do Futuro, Instinto Selvagem e dentre outros. Mas devido a sua visão crítica, cuja maioria dos seus filmes explora a frieza da alma humana contemporânea, ele meio que acabou se tornando um autor estranho numa terra americana dominada pelo politicamente correto. Nada melhor então do que mudar de território, mais precisamente na França, onde lança Elle, provavelmente um dos melhores e mais provocativos filmes do ano.
Baseado na obra de Philippe Djian, o filme já começa com um soco no estômago, onde presenciamos Michèle (Isabelle Huppert, extraordinária), uma bem sucedida dona de uma empresa de vídeo games, ser brutalmente estuprada por um misterioso mascarado dentro de sua casa. Mas ao invés de cair na fragilização, Michèle age como se nada tivesse acontecido e segue na vida de negócios com punho de ferro. Mas ao mesmo tempo em que ela tenta descobrir o autor do tal ato, aos poucos o seu passado trágico bate a sua porta, assim como também atraindo certos lobos, mas que, aos poucos, vão caindo em sua teia bem arquitetada.
Com toques de suspense (bem ao estilo Hitchcock), drama, humor negro e sensualidade, o filme é uma pequena representação do mundo de hoje, mais precisamente sobre determinados grupos de pessoas que possuem a faca e o queijo na mão para obterem a felicidade, mas que não conseguem saber administrar tal feito. Dinheiro, traições e interesses rondam a vida de Michèle, sendo que esses elementos a tornam uma mulher fria e calculista. Porém, ela prefere ser assim, a ser então mastigada facilmente pelo lado hipócrita do universo da burguesia.
Enfrentar essa realidade é não transmitir fragilidade e coube Isabelle Huppert para tal feito. Dona de alguns dos papeis mais fortes do inicio do século 21 (como A professora de Piano), Isabelle Huppert transmite em sua personagem um ar de fria, calculista e que não se deixa abalar por ameaças vindas de baixo ou de cima. Aos poucos, percebemos que sua imagem de “Malévola contemporânea” é mais para se defender contra aqueles que tentam obter poder as suas custas, mesmo sendo pessoas muito próximas a ela.
São através dessas pessoas que obtemos um mosaico de figuras pálidas perante a sua personalidade forte: ex-marido (Charles Berling) vivendo pela sua sombra; um filho (Jonas Bloquet) dependente dela e pau mandado da namorada; um amante (Christian Berkel) mau caráter e justamente marido de sua melhor amiga (Anne Consigny) e uma mãe (Judith Magre) fora de sintonia com a realidade e sendo sugada por um namorado Gigolô. Mas fora esses personagens, em que pé se encontra o estuprador?
Por muitos momentos, o mistério em torno da real identidade do estuprador, serve apenas para movimentar as pedras desse xadrez e revelar cada vez mais o ser por detrás da superfície da protagonista. Aos poucos conhecemos o seu passado nebuloso, onde se confirma cada vez mais o fato de que ela vive num mundo onde o homem tenta oprimir a mulher, quando na realidade não passam de seres perdidos perante essa realidade complexa do mundo cada vez mais dominado por elas. Aliás, é preciso reconhecer a idéia engenhosa do cineasta em colocar o mundo do vídeo games na trama, já que eles servem para expor os desejos e extravasamento mais primitivos do ser humano.
Em um único filme, Paul Verhoeven coloca todos esses elementos vistos em suas obras anteriores e criando então uma trama provocativa e cheia de simbolismos. Um filme que, talvez, simbolize um pouco de sua busca pela estabilidade e controle criativo de suas obras. Coisa que talvez ele nunca tenha adquirido em território americano, mas antes tarde do que nunca.
Ao final de Elle, chego à conclusão que Paul Verhoeven nos passa idéia de que o mundo será um dia realmente governado pelas mulheres e a gente só agradece.    



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