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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Cine Especial: FILME NOIR: CINEFILIA & SEXUALIDADE: Parte 2


Nos dias 24 e 25  de Outubro eu estarei me encaminhando para minha 40ª participação nos cursos do Cena Um. Na próxima aula o tema será sobre o gênero Noir, que será ministrado pelo Doutor de Cinema Fernando Mascarello. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu estarei postando sobre os filmes que eu assisti desse cinema inovador, corajoso para a época e que se não fosse por eles, não existiria filmes como Pulp Fiction ou Sin City.


LAURA


Sinopse: Mark McPherson é um policial encarregado de investigar o assassinato de Laura Hunt, uma bela publicitária que teve o rosto destruído por tiros de espingarda. Durante a investigação, McPherson se sente atraído pela mulher assassinada.

Laura tem uma certa similaridade com Casablanca, na medida em que eram dois filmes “B” que acabaram, por circunstâncias fortuitas, ganhando um tratamento “A”, com elenco e diretores de respeito, que se acertaram quase que por mágica. Esta é uma das graças do cinema, de vez em quando tudo dá certo e ninguém sabe explicar direito como tudo aquilo aconteceu. Sem dúvida, Laura foi favorecido pelos deuses do cinema, e, por extensão, foram agraciados todos os amantes dos grandes filmes, de ontem, hoje e sempre. 

 

Pacto de Sangue

Sinopse: Walter Neff (Fred MacMurray), um vendedor de seguros, é seduzido e induzido por Phyllis Dietrickson (Barbara Stanwyck), uma sedutora e manipuladora mulher, a matar seu marido, mas de uma forma que pareça acidente para a polícia e também em condições específicas, que façam o seguro ser pago em dobro (no caso, 100 mil dólares).

Para muitos cinéfilos, um dos melhores filmes da história do cinema. Criado brilhantemente por Billy Wilder, que com certeza foi decisivo para o resultado final dessa obra e que se tornasse um filme indispensável, se comparado com os outros filmes noir daquele tempo. O filme faz um verdadeiro giro em inúmeros gêneros dentro da historia: da comédia ao drama, do romance ao noir.
Tudo numa forma bem redonda e muito bem dirigida. Mas o grande trunfo está no roteiro, adaptado do romance homônimo de James Cain, e escrito a quatro mãos pelo próprio Wilder e por Raymond Chandler. O curioso, é que é de se espantar o roteiro ter ficado tão bom, já que, por motivos pessoais, Wilder e Chandler, simplesmente se odiavam.
Para a época, a historia de adultério e assassinato, levou anos para sair do papel devido ao código Hays, que ainda era vigente em 1944. Por isso a trama teve que ser moldada várias vezes para passar pela censura. O resultado final, foi um roteiro mais sugestivo em determinadas situações.

A atuação de Barbara Stanwyck, vivendo a fria Phyllis , que usou o tempo todo Walter para conseguir o que queria é magistral. Fred MacMurray, interpreta com desenvoltura Walter Neff. Mas o destaque do elenco é Edward Robinson, que interpreta o analista Barton Keyes e dá o tom irônico dos filmes de Wilder.

 

A Carta
 Sinopse: Leslie Crosbie (Bette Davis), a esposa do comerciante Robert Crosbie (Herbert Marshall), mata um homem e alega legítima defesa, mas omite que eles eram amantes. É quando a viúva procura o advogado da assassina, chantageando-a com uma carta.


Em 1940, Bette Davis no auge da fama estrela um belo suspense que até hoje não envelheceu.  Ótimo filme de suspense de William Wyler (Ben Hur), ao mesmo tempo em que apresenta toques de um belo filme Noir. Bette Davis está ótima como sempre e nas palavras da própria atriz, A Carta possui um dos melhores inícios de filme em que ela atuou. A cena por sinal é onde mata um personagem que se tornará importante ao longo do filme.



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Cine Especial: II Festival de Curtas A Hora do Cinema: Parte 5

Nos dias 19, 20 e 21 de novembro desse ano, ocorrerá o segundo festival de curtas metragens de A Hora do Cinema (Santander Cultural – Porto Alegre RS). Enquanto o festival não chega, por aqui estarei postando o que eu achei dos curtas metragens exibidos no ano passado. Confiram:

Tinha uma pedra no meio do caminho
Sinopse: Morador de rua, que vive numa casa abandonada, começa mais um dia andando pelas ruas de uma cidade e tentando sobreviver.

Curioso curta em que as imagens que são vistas na tela, são uma representação de primeira pessoa do que o protagonista vê. O que dá entender é que ele é morador de rua, que vive numa casa abandona e tenta sobreviver fazendo pequenos furtos durante o dia. No decorrer dos dez minutos de projeção, o cinéfilo então cria inúmeras teorias sobre a real natureza do protagonista e os motivos que o levou a ter chegado naquele ponto critico.          

O De Cima
Sinopse: Quando um homem está prestes a se matar, anjo surge para evitar, mas o caso não é bem assim. 

Simples, porém divertido curta que em parte lembra o clássico A Felicidade Não se Compra. Porém a pequena historia toma um rumo completamente diferente, onde humor negro, erros e mal entendidos se entre cruzam para se criar uma lição sobre esperança, mesmo que indiretamente.    



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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: ANNABELLE



Sinopse: Um casal se prepara para a chegada de sua primeira filha e compra para ela uma boneca. Quando sua casa é invadida por membros de uma seita, o casal é violentamente atacado e a boneca, Anabelle, se torna recipiente de uma entidade do mal.

Em 1968, Roman Polanski havia dirigido O Bebê de Rosemary (segunda parte de sua “trilogia dos Apartamentos”, iniciada com Repulsa do Sexo e encerrada em O Inquilino), em que uma mulher grávida (Mia Farrow) suspeita da possibilidade de dar a luz ao próximo anticristo. A esposa do diretor, Sharon Tate (que estava grávida de oito meses do primeiro filho do casal) foi assassinada brutalmente numa seita demoníaca no dia 9 de agosto de 1969 por integrantes da Família Manson, liderada por Charles Manson, num dos mais famosos e bárbaros crimes da história criminal dos Estados Unidos. Portanto, assistir o início do filme Annabelle me fez recordar desses eventos ocorridos no final dos anos 60 com Polanski, sendo que aquela época estranhamente havia muitos casos parecidos e que ainda hoje são inexplicáveis.
Derivado do grande sucesso de público e critica que foi Invocação do Mal, a figura da boneca Annabelle já naquele filme demonstrava potencial para estrelar um longa metragem só seu e embora não seja dirigido pelo mesmo cineasta, John R. Leonetti pelo visto fez sua lição de casa e aprendeu com James Wan (Sobrenatural 1 e 2) como se faz um bom filme de terror como se fazia antigamente. É claro que os fãs da obra de Wan sentiram muita saudade do simpático casal paranormal do filme anterior, interpretados respectivamente por Vera Farmiga e Patrick Wilson. Porém, se os atores Annabelle Wallis (você leu direito sim) e Ward Horton por um lado não superam os seus antecessores, por outro também não atrapalham o resultado final.
Interpretando um casal recém casado, ambos estão esperando o nascimento de sua filha. Ao mesmo tempo surge em suas vidas uma boneca parecida com que a esposa tinha no passado. Em meio a isso, (meio que sem querer), acabam testemunhando  um crime bárbaro e que remete aos casos de seitas demoníacas que rolavam no final dos anos 60.
Os minutos iniciais do filme já dão uma bela dica do que estará por vir e os fãs de Invocação do Mal não ficaram nenhum pouco decepcionados. Pode-se dizer que todas as formulas de sucesso vistas no filme anterior estão lá: cadeiras se mexendo, portas rangendo, sequências de cenas sem cortes, vultos em corredores e luz e sombras brincando com a expectativa do cinéfilo que assiste. Tudo isso muito bem moldurado em cenas que não há apelação nenhuma aos efeitos visuais e tão pouco ao sangue.
Pode-se dizer que os mais recentes filmes de terror estão recorrendo a fórmulas antigas de como se fazia uma obra desse gênero e pelo visto, velhos métodos sendo bem dirigidos nunca se desgastam. Pegamos um belo exemplo da cena da maquina de costura que entre corta com a cena da cozinha: o diretor foca o dedo da protagonista e a agulha em movimento e mesmo a gente sabendo que ela vai se machucar, a tensão começa a correr em nossas veias, pois a montagens de cenas muito bem dirigidas faz a diferença.
Mas quem espera a famigerada boneca sendo vista durante o tempo todo em cena pode se decepcionar um pouco. O caso que ela é apenas um fantoche (ou recipiente) ou simplesmente um cartão de visitas, para a vinda de forças sobrenaturais que ficam em volta do casal e do seu bebê o tempo todo. Claro que quando ela surge simplesmente rouba a cena e sua presença  já está mais do que registrada na galeria de monstros dos filmes de terror de qualidade.
Claro que nada é perfeito, sendo que o ato final passa a sensação de que tudo foi corrido demais para solucionar os conflitos trama. Isso sem contar o fato de já termos uma ideia sobre o destino da boneca, pois quem já viu Invocação do Mal, sabe que essa trama é anterior aquela historia. Apesar desses deslizes, felizmente o saldo é mais positivo do que negativo.
Com elenco que conta ainda com as participações de Alfre Woodard, Tony Amendola e Eric Ladin, Annabelle veio aterrorizando e cumprindo o que promete. Mas caso aja mais sequências, é para torcer para que ela não caia na vala de continuações dispensáveis como aconteceu com a sua cara metade Chucky.


NOTA: Abaixo posto a foto da real boneca Annabelle, que se encontra até hoje na casa do casal Lorraine e Ed Warren. Embora seja um tanto que diferente da boneca vista nos filmes, não quer dizer que seja menos estranha. 



Leia também: Minha critica sobre Invocação do Mal. 


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