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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Cine Especial (Sessão Aurora): O COMBOIO DO MEDO (1977)



Perdido em meio a brigas judiciais há mais de trinta e cinco anos, obra William Friedkin é redescoberta por uma nova geração de cinéfilos.

Sinopse: Em uma selva latina, um grupo de voluntários trabalha em uma companhia de petróleo. No entanto, uma torre de perfuração é incendiada, ameaçando incinerar toda a região. A solução é mandar um grupo de homens para o local com um carregamento de explosivos para conter o fogo. Liderados por Jackie Scanlon (Roy Scheider), o grupo terá de transportar os explosivos por mais de 200 milhas, em território selvagem, utilizando dois caminhões velhos.



Na ultima sessão Aurora (22/08/2014) da Usina do Gasômetro, eu já sabia que iria encarar mais um filme desafiador do cineasta William Friedkin, mas jamais imaginei que fosse tão assim perturbador e que fizesse com que os meus nervos ficassem a flor da pele. Com grande reconhecimento no cinema hollywoodiano durante os anos 70 (devido ao O Exorcista e Operação França) Friedkin exigiu aos estúdios Universal e Paramount o financiamento (no total de 10 milhões de dólares) para a refilmagem do cultuado filme francês de 1955 Le Convoi de la peur (O Salário do Medo) de Henri-Georges Clouzot; e o resultado final do trabalho do diretor americano faz com que qualquer cinéfilo que saia da sala do cinema, fique com o filme em sua mente por pelo menos uma semana. Um filme cru, perturbador, bruto, violento, critico (atenção na cena da igreja com a noiva de olho roxo) e que não poupa os nossos olhos.
Mais do que uma refilmagem, o filme é na realidade uma reimaginação da obra original, o que livra então de qualquer comparação (diferente do horror que foi Psicose de Gus Van Sant). A historia narra um grupo de quatro criminosos, cada um com crimes distintos, fugitivos em seus países de origem, contratados por uma companhia petrolífera para uma missão suicida: carregar seis caixas de nitroglicerina altamente instável, através de uma trilha cheia de desafios criados pela natureza, em uma selva tropical em dois caminhões para uma estação de extração de óleo sabotada.
O filme não parte para ação de imediato e com isso ele nos apresenta dois atos: o primeiro é na apresentação de cada um dos personagens (entre eles o conhecido Roy Scheider de Tubarão) de uma forma gradual, sem muitas palavras (lembrando o prólogo do Exorcista) e fazendo com a gente nos obrigue a prestar uma maior atenção aos eventos que ocorrem na tela. Já a segunda parte é na missão suicida. É neste momento que o filme nos coloca lado a lado com os personagens, gerando fortes momentos de suspense, como a passagem dos caminhões em uma frágil ponte de cordas, que desde já, é um dos momentos mais angustiantes do filme e que gera uma tensão em nós jamais vista.
A narrativa se passa em um país indefinido, que é produtor de petróleo da América latina. Neste aspecto Friedkin não faz concessões, sendo que o local é mostrado com a máxima dureza possível, corrupção, miséria, sujeira e morte fazem parte do ambiente daquele país e tornam o clima do filme pesadíssimo, realista e muito disso se deve graças aos closes e tomadas fortes do diretor nos rostos castigados dos habitantes locais. Seguindo bem a tendência da década de setenta, a obra termina com um final pessimista e inconclusivo, como o próprio Friedkin fez em seus outros filmes.
Infelizmente a obra foi um verdadeiro fracasso comercial nos EUA, angustiando o diretor pela dificuldade, dedicação que teve com as filmagens (ele dedica a obra a Clouzot) e pelo esforço que ele exigiu de todos os envolvidos na produção. Alguns apontam o motivo do fracasso pelo fato do filme ter estreado exatamente um mês depois do estouro que foi do primeiro “Guerra nas Estrelas”. Independente disso, o filme somente seguia a tendência de um cinema mais autoral e cru que o cinema americano dos anos 70 vivia e dizer que o publico daquele tempo já estava mais do que cansado dessa época de ouro do cinema americano é um tanto que precipitado.
A meu ver, talvez o filme estivesse até mesmo um pouco à frente do seu tempo. Colocando-me como espectador do final dos anos 70, me arrisco a dizer que o filme possui passagens que devem ter desconcertado o cinéfilo: o genial primeiro ato da trama e a explosão na companhia de petróleo que acabou gerando inúmeras mortes macabras com certeza foram momentos que atingiram um publico desprevenido.
Revisto atualmente por uma nova geração de cinéfilos, O Comboio do Medo é um filme que merece ser visto e revisto por todos e fazer nos lembrar, de um período em que o cinema americano desafiava a mente e os nervos do cinéfilo muito mais do que hoje em dia. 


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Cine Dica: Sessão Plataforma exibe revelação do cinema independente americano

REVELAÇÃO DO CINEMA INDEPENDENTE DOS EUA 
NA SESSÃO PLATAFORMA

Nesta terça-feira, 26 de agosto, às 20h30, a Sessão Plataforma exibe na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) o filme Quando Eu era Sombrio, de Matthew Porterfield, destaque dos festivais de Sundance e Berlim em 2013.
Na história, Taryn foge e procura refúgio com seus tios Kim e Bill em Baltimore. Porém, quando chega à casa deles, Taryn encontra um cenário delicado: Kim e Bill buscam uma maneira de terminar seu casamento sem prejudicar a filha Abby, recém-chegada do primeiro ano na faculdade. Pessoas em diferentes fases da vida lidando com a mesma questão: quando deixar o outro partir. 
O elenco conta com o cantor Ned Oldham (irmão de Will Oldham, Bonnie Prince Billy) e o nome do filme surgiu inspirado na música "Jim Cain" do Bill Callahan. Além disso, o filme é permeado por ótimas e memoráveis canções.
A distância entre QUANDO EU ERA SOMBRIO e os filmes que se “parecem demais com a vida” é que (...) QUANDO EU ERA SOMBRIO deixa de parecer e alcança a potência do ser, de quando o cinema simplesmente é como a vida. Fábio Andrade, Revista Cinética.


SERVIÇO:
Sessão Plataforma #11 - Terça feira, 26 de agosto, 20h30
* Quando Eu Era Sombrio (I Used to be Darker), dir: Matthew Porterfield, 90min, EUA, 2013.
 
 Principais exibições anteriores:
- Sundance International Film Festival 2013
- Berlin International Film Festival 2013
- BAFICI 2013 (Prêmio de Melhor Diretor)
- IndieLisboa 2013
- CPH:PIX 2013

Sessão Plataforma.
Realização: Tokyo Filmes, Livre Associação, Coordenação de Cinema e Video da Secretaria de Cultura de Porto Alegre.
Apoio: Cervejaria Seasons 
Ingresso: R$ 3,00
Projeção: Bluray - legendas em português.
Reprise única - Sábado, 30 de agosto, 19h.
Sessão Plataforma é uma sessão de cinema, realizada mensalmente desde agosto de 2013 na cidade de Porto Alegre (RS), que exibe filmes recentes, de qualquer nacionalidade, duração e bitola, sem distribuição no Brasil.
 
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133 / 8135 / 8137



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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Cine Especial (HQ): OLDBOY



Sinopse: Após dez anos preso sem qualquer razão em um cubículo, um homem é solto e começa a investigar a identidade do responsável pelo seu misterioso calvário.

Quando Quentin Tarantino (Cães de Aluguel) apresentou ao mundo Oldboy no festival de Cannes em 2003, nem ele talvez imaginasse como isso influenciaria o mundo do cinema posteriormente. A obra dirigida pelo cineasta Park Chan-wook fez com que as distribuidoras de todo mundo começassem a olhar com mais atenção aos filmes dos vizinhos do Japão e fez com que inúmeros ótimos filmes de lá fossem descobertos. Mais de uma década depois, Oldboy é considerado para muitos uma grande obra prima, em que muitos veem e reveem o filme para fazer inúmeras analises e levantar novas teorias.
O que até a pouco tempo ninguém sabia, é que o filme é baseado num manga japonês com o mesmo nome. Criado por Garon Tsuchiya (roteiro) e Nobuaki Minegishi (arte), a historia é basicamente a mesma, mas eu lendo até agora, percebo que o filme condensou inúmeras subtramas e focando apenas o essencial. O interessante é ler e ter a sensação de estarmos diante de uma historia completamente diferente, mesmo a gente percebendo que todos os pontos da narrativa até agora estejam se encaminhando para o tão polêmico ato final visto no filme e que pegou todo mundo desprevenido.
Contudo, não me surpreenderia se aquele final visto no filme não esteja realmente no manga e, portanto é preciso ler a HQ sem muitas expectativas quanto a isso e esperar por um desfecho completamente diferente. O manga em si lembra muito as novelas policiais de antigamente e até mesmo o gênero noir, onde a arte de Minegishi, embora simples, sintetize muito bem esse gênero com suas luzes e sombras em destaque. Falando em simplicidade, os diálogos dos personagens e a narração do protagonista (que aqui se chama Goto) são deveras simplórios, se casando muito bem com a arte, mas não quer dizer que facilite a mente do leitor que lê a historia.
A trama começa a se tornar gradualmente um verdadeiro quebra cabeças, principalmente quando entra em cena uma professora (ausente na adaptação) que tem interligação com o passado de Goto e com o grande vilão da trama que o prendeu durante dez anos em um quarto. Mas assim como no filme, talvez o protagonista esteja indo para o caminho errado em busca das respostas. A questão não é achar o motivo de o vilão tê-lo prendido, mas sim porque tê-lo soltado. Ou melhor: porque soltar Goto depois de tantos anos preso?
A resposta(s) será relevada nas ultimas duas edições publicadas pela editora Nova Sampa, que se em parte está de parabéns por ter trazido esse ótimo manga para o nosso país, por outro lado peca em não publicar nenhuma menção ao filme que revelou o cinema Coreano ao mundo. Quem sabe nas duas ultimas edições eles corrigem esse erro grotesco.  



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Cine Dica: O Comboio do Medo na Sessão Aurora

SESSÃO AURORA EXIBE CLÁSSICO MALDITO DE WILLIAM FRIEDKIN
 
Neste sábado, 23 de agosto, às 19h, a Sessão Aurora exibe na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro a cópia restaurada de O Comboio do Medo (Sorcerer, 1977), clássico maldito do norte-americano William Friedkin. Com projeção digital, a sessão tem entrada franca. Depois da exibição, acontece um debate com os editores do Zinematógrafo.  
Numa refilmagem autoral do clássico de Henri-Georges Clouzot, O Salário do Medo (1953), quatro marginais fogem de seus respectivos países e se refugiam em uma vila isolada do mundo em algum ponto da América do Sul, onde funciona uma petrolífera. Depois de uma explosão na usina de extração, eles vêem uma chance de ganhar muito dinheiro aceitando transportar, em meio à mata selvagem e sobre montanhas rochosas, caixas de nitroglicerina - altamente instáveis e com vazamento - que serão utilizadas para explodir o poço e evitar uma tragédia maior.
Produção problemática, fracasso de bilheteria, poucos elogios entre a crítica da época: o prejuízo que O Comboio do Medo deu a Paramount foi de dez milhões de dólares. Vindo do sucesso absoluto de O Exorcista (1974), William Friedkin nunca mais recuperou o mesmo prestígio entre os grandes estúdios norte-americanos.
Também responsável por frear a guinada autoral da geração que tomou Hollywood nos anos 1970, O Comboio do Medo permaneceu muitos anos sem uma cópia razoável para exibição. Aos poucos, ganhou reavaliações entre novas gerações de críticos e cinéfilos, que passaram a situar o filme entre as produções mais expressivas do diretor. Em 2013, durante o Festival de Veneza, finalmente foi exibida uma cópia restaurada do filme, com sucesso absoluto de público e crítica.
  
Sessão Aurora
O COMBOIO DO MEDO
(Sorcerer)
Estados Unidos, 1977, 120 minutos
Direção: William Friedkin
Elenco: Roy Scheider, Bruno Cremer, Francisco Rabal, Amidou,Ramon Bieri
Exibição digital com legendas em português
 
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133 / 8135 / 8137

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Cine Dicas: Estreias do final de semana (21/08/14)



                                                  A Casa Elétrica 


Sinopse: A história de três irmãos imigrantes italianos que abriram a primeira fábrica de gramofones da América Latina. Savério (Nicola Siri), Carlino (André Di Mauro) e Aquille (Juan Arana) fundaram em Porto Alegre, em 1913, a Casa A Electrica. A história da música na América do Sul contada junto com a história da realização dos sonhos de um imigrante, a do Brasil e também a de um amor.


Deus Não Está Morto


Sinopse: Quando o jovem Josh Wheaton (Shane Harper) entra na universidade, ele conhece um arrogante professor de filosofia que não acredita em Deus. O aluno reafirma sua fé, e é desafiado pelo professor a comprovar a existência de Deus. Começa uma batalha entre os dois homens, que estão dispostos a tudo para justificar o seu ponto de vista - até se afastar das pessoas mais importantes para eles.

 
O Que Será de Nozes?
 


Sinopse: Quando o teimoso esquilo Surly é expulso de um parque na cidade grande, ele precisa encontrar outras maneiras de sobreviver. Mas o lugar dos seus sonhos está muito perto dele: trata-se de Maury's Nut Store, uma loja repleta de nozes, castanhas, amêndoas... Surly reúne os amigos e bola um plano para invadir o lugar e roubar toda a comida para suportar o inverno.

Os Mercenários 3


Sinopse: Em Os Mercenários 3 Barney Ross (Stallone) Lee Christmas (Statham) e o resto da equipe ficam frente a frente com Conrad Stonebanks (Gibson) que anos atrás foi um dos co-fundadores dos Mercenários com Barney. Stonebanks acabou se tornando um impiedoso traficante de armas e foi alguém que Barney se viu forçado a matar ou pelo menos ele pensou que tinha. ... Stonebanks que já enganou a morte antes faz agora de sua missão eliminar Os Mercenários mas Barney tem outros planos. Barney decide que ele tem que lutar contra o velho sangue trazendo novo sangue e traz uma nova era da equipe dos Mercenários recrutando indivíduos que são mais jovens rápidos e experientes com tecnologia. A última missão se torna um embate entre o clássico estilo old-school contra a experiência tecnológica na batalha mais pessoal dos Mercenários até então.


Sex Tape: Perdido na Nuvem


Sinopse: Um casal (Cameron Diaz e Jason Segel) vive um longo relacionamento que começa a esfriar. Para tentar esquentar as coisas, eles decidem se gravar fazendo sexo. Para desespero da dupla, a fita de sexo desaparece e eles se veem em uma série de confusões na procura pelo constrangedor objeto.



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