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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Cine Especial: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: Parte 3


Nos dias 10 e 11 de março, estarei participando do curso Brian de Palma: O Poder da Imagem, criado pelo CENA UM  e ministrado pelo jornalista Leonardo BomFim. Enquanto os dois dias não chegam, por aqui, estarei escrevendo tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta, que muitos o consideram como sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock.

VESTIDA PARA MATAR

Sinopse: Um terapeuta de Manhattan, o Dr. Robert Elliott, enfrenta o momento mais aterrorizante de sua vida, quando um assasino psicopata começa a atacar as mulheres de sua vida - usando uma navalha roubada de seu escritório. Desesperado para encontrar o assassino antes que outra pessoa seja ferida, Elliott logo se vê envolvido em um mundo de escusos e pertubadores desejos.

Ninguém duvida do talento de Brian De Palma, mas se há um defeito no diretor, talvez esteja no fato dele possuir uma mania de querer sempre homenagear (ou imitar) Alfred Hitchcock e esse filme é um grande exemplo disso, Contudo a trama é envolvente, onde o diretor usa e abusa da câmera em vários ângulos inusitados e é nestes momentos em que o diretor mais gosta em homenagear o diretor Inglês. Fora o fato da trama em muitos momentos lembrar elementos de Um Corpo que Cai e Psicose, mas o filme fala por si e é um dos meus favoritos no tempo do auge da carreira do diretor.
  
Curiosidades: Quando jovem Brian De Palma, incitado por sua mãe, seguiu seu pai com equipamento de gravação, para tentar flagrá-lo com outra mulher. Este fato serviu de inspiração para Vestida para Matar.Nos anos 70 Brian De Palma escreveu um roteiro baseado no artigo "Cruising", de Gerald Walker, que falava de uma série de assassinatos brutais no universo gay de Nova York. De Palma não conseguiu os direitos do artigo e, com isso, adaptou alguns elementos de seu roteiro para Vestida para Matar.

NOTA: 
Curso para o próximo final de semana foi destaque no Jornal do Comércio de hoje. 

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cine Especial: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: Parte 2


Nos dias 10 e 11 de março, estarei participando do curso Brian de Palma: O Poder da Imagem, criado pelo CENA UM  e ministrado pelo jornalista Leonardo BomFim. Enquanto os dois dias não chegam, por aqui, estarei escrevendo tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta, que muitos o consideram como sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock.

  Dublê de Corpo

Sinopse: O fracassado e claustrofóbico ator de filmes B Jake Scully acabam recebendo uma proposta irrecusável de Sam Bouchard: ficar no belo apartamento de um amigo seu enquanto procura lugar para ficar, após presenciar a traição de sua esposa. No novo apartamento, ele presencia estranhos acontecimentos com uma vizinha, e passa a persegui-la e a querer ajudá-la, mas não sabe o perigo que estará correndo.

Muitos podem culpar De Palma de ser um pretensioso, ou um mero imitador de Alfred Hitchcock, mas se analisarmos bem, de suas imitações (ou homenagens) ao mestre do suspense, ele acaba que por vezes criar algo novo. Foi assim com Vestida para Matar e com Dublê de Corpo não foi diferente. Usando elementos de Janela Indiscreta e principalmente Um Corpo que Cai, De Palma cria uma trama investigativa que nos leva em meio ao mundo do cinema onde o diretor, por vezes ou por outra, presta homenagem também.
Não faltam cenas que se tornaram clássicas como o beijo do casal na praia na qual a câmera faz um giro de 360º graus (Um pouco de Um Corpo que Cai e uma dica do que viria futuramente em Matrix) e a cena do assassinato de um determinado personagem através de uma furadeira (clara referencia ao Massacre da Serra Elétrica).

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Cine Dica: Em Cartaz: AS SESSÕES



Sinopse: Mark O'Brien (John Hawkes) é um escritor e poeta que, ainda criança, contraiu poliomielite. Devido à doença ele perdeu os movimentos do corpo, com exceção da cabeça, e precisa passar boa parte do dia dentro de um aparelho apelidado de "pulmão de aço". Mark passa os dias entre o trabalho e as visitas à igreja, onde conversa com o padre Brendan (William H. Macy), seu amigo pessoal. Sentindo-se incompleto por desconhecer o sexo, Mark passa a frequentar uma terapeuta sexual. Ela lhe indica os serviços de Cheryl Cohen Greene (Helen Hunt), uma especialista em exercícios de consciência corporal, que o inicia no sexo.

Bateram tanto na tecla, pelo fato de Bem Affleck não ter sido indicado para melhor diretor por Argo, que muitos se esqueceram de reclamar da ausência de John Hawkes (Inverno da Alma), entre os indicados a melhor ator, por sua delicada e impressionante interpretação neste filme. Ao interpretar um portador de poliomielite (que o deixa paralisado do pescoço pra baixo), Hawkes incorpora de corpo e alma, uma pessoa impedida de fazer inúmeras coisas, mas que jamais se abaixa perante os obstáculos, mesmo naquele, que acredita  que seja o seu maior desafio: fazer sexo pela primeira vez na vida. A tarefa não é das mais fáceis, principalmente por acreditar em certos desígnios da igreja e que acaba o levando a sempre consultar com o seu melhor amigo e padre  (William H. Macy, espetacular). O encontro dos dois é sem sombra de duvida os momentos mais cômicos do filme, que ao mesmo tempo gera inúmeros debates sobre religião e do que é certo e errado no que irá  fazer durante a vida.
Ao procurar uma especialista de exercícios de consciência corporal (e ter sua primeira relação sexual), entra então em cena Helen Hunt, que surpreende ao passar tamanha segurança, em cenas na qual exige cenas de nudez. Embora já aparentando certa idade, Hunt surpreende ao passar tamanha segurança e profissionalismo que a personagem possui e sem sombra de duvida mereceu a indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. É claro que um tipo de filme como esse não é nada fácil de fazer, principalmente porque toca em assuntos, que mesmo em pleno século 21, ainda são um verdadeiro tabu. Mas o cineasta Bem Lewis surpreende ao contornar esses pontos espinhosos, com momentos delicados, humanos e embalados com um bom humor refinado.
Curto, provocativo e contagiante, As Sessões é um filme merecia ter tido mais atenção nesta temporada de Oscar, mas nunca é tarde para descobrir os melhores perfumes nos menores frascos.        

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Cine Especial: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: Parte 1


Nos dias 10 e 11 de março, estarei participando do curso Brian de Palma: O Poder da Imagem, criado pelo CENA UM  e ministrado pelo jornalista Leonardo BomFim. Enquanto os dois dias não chegam, por aqui, estarei escrevendo tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta, que muitos o consideram como sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock. 
Carrie: A Estranha

Sinopse: Carry White (Sissy Spacek) é uma jovem que não faz amigos em virtude de morar em quase total isolamento com Margareth (Piper Laurie), sua mãe e uma pregadora religiosa que se torna cada vez mais ensandecida. Carrie foi menosprezada pelas colegas, pois ao tomar banho achava que estava morrendo, quando na verdade estava tendo sua primeira menstruação. Uma professora fica espantada pela sua falta de informação e Sue Snell (Amy Irving), uma das alunas que zombaram dela, fica arrependida e pede a Tommy Ross (William Katt), seu namorado e um aluno muito popular, para que convide Carrie para um baile no colégio. Mas Chris Hargenson (Nancy Allen), uma aluna que foi proibida de ir à festa, prepara uma terrível armadilha que deixa Carrie ridicularizada em público. Mas ninguém imagina os poderes paranormais que a jovem possui e muito menos de sua capacidade vingança quando está repleta de ódio.

Carrie: A Estranha foi à primeira obra de Stephen King a ser levada para o cinema, bem como foi seu primeiro best-seller. Carrie White (interpretada de maneira sensacional por Sissy Spacek) é uma adolescente tímida e contraída, filha de uma fanática religiosa (Piper Laurie, magnífica), sempre hostilizada pelas colegas, mas que possui poderes paranormais, podendo mover objetos de acordo com sua vontade. Numa das cenas mais poéticas e selvagens da história do cinema, Carrie menstrua pela primeira vez no chuveiro do vestiário da escola: a câmera lenta mostra seu banho, unindo a queda da água do chuveiro com o escorrer do sangue nas suas pernas, vindo então a surpresa de Carrie pelo que ocorreu e, imediatamente depois, o seu terror por não saber do que se tratava. Desesperada, ela tenta procurar ajuda de suas colegas que, por sua vez, a humilham. Voltando para casa, é repreendida pela mãe, que na opinião dela, sua filha agora era possuía pelo pecado de ser mulher. Com remorso pelo que aconteceu, uma de suas colegas, Sue (Amy Irving, a futura mulher de Steven Spielberg) decide fazer com que seu namorado, Tommy (William Katt), um dos rapazes mais disputados pelas garotas na escola, leve Carrie no baile de formatura. Neste ínterim, a professora de educação física suspende Chris (Nancy Allen) do baile que, junto com seu namorado (John Travolta antes do sucesso espetacular de Os Embalos de Sábado à Noite), prepara para vingar-se da protagonista. Carrie, dominando melhor os seus poderes, impõe sua vontade à sua mãe, indo no baile com Tommy. No baile, o casal é eleito como os reis da festa e, na hora da premiação, são banhados com um balde cheios de sangue de porco - a vingança de Chris concretiza-se. Segue-se então uma das seqüências mais violentas da década de 70: Carrie, sentindo-se humilhada, usa seus poderes paranormais e destrói a escola, matando quase todos que estão na sua frente. Brian de Palma fez o uso do efeito tridimensional, ou seja: várias telas se abrindo e mostrando várias coisas acontecendo ao mesmo tempo  para o espectador (Ang Lee faria algo parecido na sua versão de Hulk de 2003). Voltando para sua casa, tem de enfrentar sua mãe, em outra seqüência espetacular de suspense, terror e violência. Criticado na época por seu excesso de violência, o filme apresentou muito mais do que devastação e sangue (foi utilizado xarope nestas cenas): a fragilidade e os elevados poderes de Carrie foram magistralmente retratados, criando a tensão necessária para prender o espectador por todo o filme. O enredo vai crescendo de tal maneira que fez com que a "resposta" da personagem, "esmagada" por sua mãe e por todos à sua volta, tivesse sentido.O final acrescentado ao filme (Sue, a única sobrevivente, sonha que uma mão sai da cova de Carrie e a agarra) é diferente do livro de Stephen King, chegando a assustar o próprio, que não o conhecia até a exibição do filme.
Sem sombra de duvida foi o grande momento da carreira do diretor Brian de Palma, que após esse, começou a fazer inúmeros filmes como o magistral Os Intocáveis, mas na minha humilde opinião, Carrie: A Estranha é sua maior obra prima,
  
OS INTOCAVEIS

Sinopse: Na Chicago dos anos 30, o jovem agente Eliot Ness (Kevin Costner) tenta acabar com o reinado de terror e corrupção instaurado pelo gângster Al Capone (Robert De Niro). Para isso, ele recruta um pequeno time de corajosos e incorruptíveis homens, dispostos a levar a tarefa a cabo.

No auge de sua forma como cineasta, Brian De Palma cria aqui um verdadeiro clássico de filmes de gangster baseado tanto em fatos reais como também de uma famosa série de TV. Ambientando nos anos 30, o filme possui uma excelente reconstituição de época da velha Chicago, onde gangster e policiais se enfrentavam devido ao trafico de bebidas em meio à lei seca. Com um elenco estelar de encher os olhos, cada um desempenha um ótimo papel, ao começar por Kevin Costner no papel certo e na hora certa no qual o consagrou. Já Robert De Niro uma reencarnação perfeita de Al Capone que transmite poder e medo, mas é Sean Connery com seu incorruptível personagem Jim Malone que da um verdadeiro show de interpretação principalmente em sua seqüência final que lhe valeu o Oscar de ator Coadjuvante.
E se já não bastasse tudo isso, o diretor nos brinda com uma impactante cena de tiroteio na escadaria do metro em que o cineasta presto uma homenagem mais do que bem vinda do clássico russo o Encouraçado de Potemkin.

Curiosidades: Albert H. Wolff, o único integrante vivo dos verdadeiros intocáveis, trabalhou como consultor do filme, auxiliando o ator Kevin Costner em como Eliot Ness deveria ser caracterizado nas telas.
As roupas utilizadas por Robert De Niro ao interpretar Al Capone são cópias idênticas das roupas verdadeiras que o gângster usava quando estava vivo.


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Cine Dica: Em Cartaz: MEU NAMORADO É UM ZUMBI



Sinopse: Em um cenário pós-apocalíptico,  o zumbi R (Nicholas Hoult) passa por uma crise existencial e criando laços de amizade com uma humana chamada Julie (Teresa Palmer), uma de suas vítimas por quem acaba se interessando amorosamente. O problema é que este relacionamento acaba causando uma reação em cadeia em outros mortos-vivos, mas o general Grigio (John Malkovich) não está interessado neste tipo de mudança e sim no total extermínio da ameaça zumbi.
  
Embora lembre em alguns momentos formulas usadas a exaustão na saga Crepúsculo, a historia de amor de uma garota e um zumbi em um mundo pós apocalíptico até que agrada, tanto para aqueles que curtem um romance açucarado, como também o publico mais exigente. Isso se deve ao fato do humor sobressair em vários momentos bem sacados: a seqüência de abertura, onde vemos o zumbi "R" (Nicholas Hoult) contando para nos (narração off) o seu dia a dia como um morto vivo e comedor de carne, em um aeroporto é genial. Na verdade o filme aproveita esse cenário de fim de mundo, para levantar questionamentos sobre como as pessoas atuais se afastam cada vez mais um do outro e se entregando a tecnologias de hoje, o que acaba então gerando uma vida alienada e sem vida.
Embora seja um morto vivo, "R" sente lá no fundo algo já muito esquecido e começa a senti-lo novamente, a partir do momento que conhece Julie (Teresa Palmer), onde ao mesmo tempo ele acaba comendo o cérebro de seu namorado. Curiosamente "R" começa a ter lembranças não da sua vida passada, mas sim do falecido namorado de Julie e partir disso começa gradualmente a sua volta para a vida. Embora o protagonista  nos convença que começa a ter vida e sentimentos (muito se deve a boa interpretação de Nicolas Hoult), o mesmo não se pode dizer dos outros mortos vivos, que com eles, essa formula de voltar a sentir como um ser humano, não é só rápida demais como soa muito forçada. Felizmente isso é contornado pelo bom desempenho de outro zumbi que é amigo de R, interpretado com delicadeza pelo ator Rob Corddry, que em alguns momentos acaba até mesmo roubando a cena.    
 Dirigido pelo cineasta Jonathan Levine (50%) Meu Namorado um Zumbi possui uma historia com começo, meio e fim e não tem pretensão nenhuma de ir  além disso. Muito diferente da interminável saga Crepúsculo, que diferente do seu conterrâneo zumbi, teve que nos apresentar cinco filmes, cuja trama poderia facilmente ser resumida num único e dispensável filme.  

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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: ARGO


VENCEDOR DO OSCAR DE MELHOR FILME DESSE ANO JÁ SE ENCONTRA PARA LOCAÇÃO

Leia minha critica já publicada clicando aqui.

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Cine Dica: Meu Amigo Cláudia


Documentário sobre ícone da cena underground, entra em cartaz no CineBancários

Após ter aberto a edição de 2011 do Close - Festival Nacional de Cinema da Diversidade Sexual na capital gaúcha, o documentário brasileiro Meu Amigo Cláudia finalmente entra em cartaz no CineBancários a partir de 26 de fevereiro, e permanece em cartaz até dia 3 de março, com sessões às 15h, 17h e 19h, de terça a domingo.

Dirigido pelo estreante Dácio Pinheiro, Meu Amigo Cláudia retrata a trajetória de Cláudia Wonder (1955-2010), uma das artistas mais importantes da cena “underground” brasileira durante as décadas de 80 e 90. Transexual que ficou conhecida por suas performances e apresentações musicais na noite de São Paulo, Wonder também ganharia notoriedade por sua militância em prol do livre exercício da diversidade sexual. Além de seus disputados shows, ela atuou em filmes da Boca do Lixo de São Paulo e também participou de espetáculos dirigidos por Zé Celso Martinez Corrêa no Teatro Oficina. O título do documentário de Dácio Pinheiro é o mesmo de uma crônica dedicada a Wonder pelo escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, que era amigo e fã da artista.
A exemplo de outros documentários recentes, como Dzi Croquettes, Meu Amigo Cláudia traz depoimentos reveladores e um rico material de arquivo, com imagens marcantes de um período ainda pouco explorado pelo cinema brasileiro, as décadas de 80 e 90.

Meu Amigo Cláudia, de Dácio Pinheiro. Brasil, 2009, 87 minutos. Classificação indicativa: 16 anos.

Mais informações e horários da sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui. 


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