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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: DRIVE


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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cine Especial: A nova Hollywood: Parte 1




De 1967 a 1980, o cinema americano viveu o seu período mais criativo, onde era apresentado para o publico, historias sérias, reflexivas e que espelhasse um pouco que os EUA passavam naquele período (período pós Vietnam e o escândalo do Waltergate). Com uma nova e criativa geração de cineastas, Hollywood presenteou para os cinéfilos, algo que somente se via em outros países, como na França e sua “nova onda” (Nouvelle Vague).

A partir de hoje, apresentarei a cada dia deste mês, os principais filmes que nasceram desse importante período. 


BONNIE CLYDE: UMA RAJADA DE BALAS

Sinopse: Durante a Grande Depressão, Bonnie Parker (Faye Dunaway) conhece Clyde Barrow (Warren Beatty), um ex-presidiário que foi solto por bom comportamento, quando este tenta roubar o carro de sua mãe. Atraída pelo rapaz, ela o acompanha. Ambos iniciam uma carreira de crimes, assaltando bancos e roubando automóveis. Conhecem o mecânico C.W. Moss (Michael J. Pollard), que passa a ser o novo companheiro da dupla, mas durante um assalto matam uma pessoa e são caçados daí em diante como assassinos. Ao grupo une-se Buck (Gene Hackman), o irmão de Clyde recém-saído da cadeia, e Blanche (Estelle Parsons), sua mulher. Sucedem-se os assaltos e logo o quinteto ganha fama em todo o sul do país. Uma noite, são cercados por vários policiais e, obrigados a matar para fugir, são perseguidos em vários estados.

Filme clássico que resgata os dias de crime e de aventura desse famoso casal. Um  violento e fiel conto, baseado em fatos verídicos, que deu origem a vários filmes sobre gangues da época, sendo uma analise de costumes e tudo apresentado de uma maneira altamente profissional. Fazendo um retrato crítico, de um dos piores períodos dos EUA, onde em meio a uma crise sem precedentes, surgia criminosos, com um único intuito em sobreviver num país arruinado, mas que precisava enfrentar uma policia tão traiçoeira quanto eles.
O filme também se tornaria o primeiro sucesso da carreira de Gene Hackman, que no filme interpretaria o irmão de Clayde, e seu desempenho foi tão convincente, que o futuro astro ganharia já inicio de carreira, sua primeira indicação ao Oscar como ator coadjuvante. A produção também é muito bem lembrada, pela Trilha sonora eficiente e fotografia requintada. Além de Hachman, ocorreu a estréia do cinema (em seqüência muito engraçada), de Gene Wilder. O filme levaria os Oscar de atriz coadjuvante (Estelle Parsons) e fotografia, mas é muito pouco para um clássico como esse, que inauguraria o período conhecido como “a nova Hollywood,” e por possuir um dos finais mais corajosos e impactantes da historia do cinema. 

Curiosidade: O personagem C.W. Moss é na verdade fictício, sendo uma mescla de dois membros da gangue de Bonnie e Clyde: William Daniel Jones e Henry Methvin.



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Cine Especial: VIII Edição Fantaspoa: Nervo Craniano Zero



NOSTALGIA TRASH
Sinopse: A escritora de sucesso Bruna Bloch põe em prática um plano inescrupuloso para evitar que tenha uma crise criativa e saia da lista dos mais vendidos: adquirir um chip indutor de descargas de dopamina que, quando implantado no cérebro humano, gera surtos de inspiração. Para isso, ela contrata os serviços do criador desta invenção, Dr. Bartholomeu Bava, que perdeu sua licença médica após um acidente nas pesquisas para criação do chip. Mas Bruna não quer implantá-lo em si mesma, e sim em uma cobaia humana, a simplória garota Cristi.

Filme que foi exibido na abertura do 8º festival do Fantaspoa na semana passada, com a presença do diretor Paulo Biscaia Filho (Morte Story) e da atriz e cantora  Uyara Torrente. Biscaia Filho, com certeza é fã dos filmes de terror dos anos 80, já que o filme carrega elementos de outros filmes daquela época, como no caso de Re-Animator e Scannner: Desafie a sua Mente. A produção toda em si é tosca, puramente trash, que poderia facilmente ter sido exibido na saudosa sessão do Cine Trash da Band nos anos 90, e só por isso, é um filme que merece ser visto.
Embora tenha elementos macabros (com direitos há aberturas de crânio e retiradas de coração do corpo), o filme vai mais para o lado do terrir, já que em nenhum momento da para levar a historia a sério, muito menos para o elenco, que se por um lado são talentosos, no primeiro ato, eles apenas aparentam estar interpretando, tudo de uma forma proposital, para não levar nada a sério, onde até mesmo Daniel Colombo, que é um ótimo ator, consegue passar tamanha ruindade proposital para o seu personagem. Quem se sai melhor, é a atriz e cantora Uyara Torrente, cujo seu personagem vai se descascando nos três atos da trama de tal modo, que simplesmente rouba a cena do filme, até mesmo no inicio, quando a intenção era apenas passar uma interpretação ruim.
Com um final bem previsível, mas que funciona com a proposta que o filme passa, Nervo Craniano Zero, é uma divertida e redondinha trama de terror que faz nos relembrar dos tempos de um gênero de terror mais inocente que pipocava aos montes nos anos 80, e acredito que está mais do que na hora do cinema Brasileiro investir em outros gêneros como esse, mesmo sendo com orçamentos curtos, mas com idéias criativas.


Leia mais sobre o 8º Festival do Fantaspoa clicando aqui.




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terça-feira, 8 de maio de 2012

Cine Especial: MICHELANGELO ANTONIONI EM 4 ATOS: Parte 1


Nos dias 19 e 20 de Maio, participarei do curso MICHELANGELO ANTONIONI EM 4 ATOS, criado pelo CENA UM e ministrado pelo professor de cinema Henrique Marcusso. Diferente dos cursos anteriores que eu já participei, Marcusso irá somente fazer uma analise minuciosa sobre a Tetralogia Existencial que Antonioni havia criado nos anos 60. Enquanto a atividade não chega, por aqui, falarei um pouco dos quatro filmes que serão abordados durante o curso.  

  A AVENTURA
CRISE DO HOMEM É O TEMA DA OBRA FEITA DE VAZIOS QUE ABRE A TETRALOGIA EXISTENCIAL.

Sinopse: Tudo começa com um grupo de ricos, passeando de Barco pela costa do mediterrâneo. Três amigos – Claudia (Monica Vitti) e o casal Anna (Lea Massari) e Sandro (Gabriele Ferzetti), resolvem dar um mergulho no mar. Anna e Sandro brigam, e ela some inexplicavelmente. Ele e Claudia saem para procurá-la e acabam se envolvendo.

Quando foi lançado em Cannes em 1960, A aventura dividiu a critica do publico. Enquanto a critica se maravilhou com o estilo do até então desconhecido Michelangelo Antonioni, o publico, na maioria dele, odiou ao assistir uma trama sem movimento, cujo  o ponto de interrogação (o desaparecimento de uma das personagens) não é solucionado, e para a surpresa de todos, é deixado de lado ao longo da trama. Mas foi o tempo que comprovou que o diretor Italiano acertou em explorar a crise existencial do ser humano daquela época, cuja essa forma de filmar e contar historia, seguiria na chamada Tetralogia Existencial, formada por A Noite (1961), Eclipse (1962) e O Deserto Vermelho (1964).
Os temas explorados nesses trabalhos são sobre o vazio da burguesia e das classes abastadas (e a tomada de consciência de seus indivíduos sobre esse vazio), a alienação provocada pelos avanços industriais e o desenvolvimento urbano, que afastam o  homem de um mundo mais simples, do sentimentos, e a falta de comunicação um com o outro, tanto entre as famílias, como na amizade e no amor.
O relacionamento que surge (após o desaparecimento de uma das protagonistas) não é nenhum pouco especial, mas há emoções conduzidas pela monotonia. As conversas são raras, sendo que os estados psicológicos e os sentimentos dos personagens mostrados na tela ficam em aberto para o espectador tirar suas próprias conclusões. O ritmo é lento, com cuidado para as paisagens e campos abertos, o que acabou influenciando muitos outros cineastas, como  o alemão Wim Wenders.  Com o sucesso que teve com a critica e com o reconhecimento gradual que teve com o publico  ao longo do tempo, o diretor conseguiu sinal verde, para que  trabalhasse em países como Inglaterra (Depois daquele Beijo, 1966), Estados Unidos (Zabriskie Point, de 1970) e Espanha (Profissão Repórter, de 1975). Ironicamente, em 1986, Antonioni sofreu derrame e perdeu a fala, além de ter perdido parte do corpo paralisada. Digo irônico, devido ao fato que foi o cineasta que melhor filmou a falta de comunicação entre os personagens. 

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Cine Curiosidade: ANTONIONE NA MÍDIA


Curso criado pelo CENA UM, que irá focar a Tetralogia Existencial do cineasta (formada por A aventura, A noite, O eclipse e O deserto vermelho), é  destaque de hoje no Jornal do Comércio. 
Para ler melhor, clique na imagem. 


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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Martin Scorsese: Cinema, Fé e Violência: EXTRA



Encerrou-se ontem o curso Martin Scorsese: Cinema, Fé e Violência, criado pelo CENA UM e ministrado por  Rodrigo Fonseca. Diferente dos outros cursos que eu participei, esse começou de uma forma bem curiosa, não contando especificamente sobre Scorsese, mas sim sobre o cinema que o moldou e fez ele se tornar o que é hoje. Durante as primeiras horas do primeiro dia de curso, Fonseca abriu uma janela do tempo para os interessados, dissecando um pouco sobre o que foi o cinema neo-realista italiano, onde sempre se destaca clássicos que melhor representam essa época como Roma: Cidade Aberta e Ladrões de Bicicletas.
Esse cinema mais real e cru, fez com que em muitos cantos do mundo fizessem um tipo de cinema similar, como no caso de 1959, quando surgiu a Nouvelle Vague (a nova onda) do cinema francês, onde um grupo de críticos de cinema (liderados por Jean Luc Godard e François Truffaut), saiu às ruas e começou a fazer um tipo de cinema mais critico, onde eles criaram historias sobre os problemas e o dia a dia do cidadão francês, que ao mesmo tempo, criaram um tipo de visão particular de se fazer cinema. Sendo que, tanto como Godard e Truffaut e outros desse movimento, criaram o que hoje é muito conhecido como o termo “cinema de autor”, onde cada um possuía uma visão particular de se contar uma historia na tela grande. A nova onda acabou influenciando também outras partes do mundo, como no caso do nosso país, onde em tempos de época de chumbo, surgia o que chamamos atualmente de “cinema novo”, onde filmes como Terra em Transe e Deus e o Diabo na Terra do Sol, se tornaram pilares e os melhores representantes daquele período.
Com todas essas mudanças significativas do cinema pelo mundo na época, o cinema americano é que acabou demorando mais um pouco para acordar, principalmente por ser um país mais conservador, mas isso não significava que estava tudo perdido. Em 1967 dois títulos cortam as amarras de um cinema plástico, dando lugar ao lado mais critico e reflexivo, como Bonnie  Clyde: Uma Rajada de Balas e A primeira noite de um homem. O primeiro, aliás, (de Artur Penn), colocava o espectador na torcida, por um casal de assaltantes em plena depressão americana dos anos 30, enquanto os oficiais da lei eram vistos como os verdadeiros vilões da trama. O filme consagra de vez os jovens Faye Dunaway e Warren Beatty e trás para as telas o que seria astro nos anos 70, Gene Hackman. O final do filme é com certeza (e ainda hoje) um dos mais impactantes da historia e o cinema, e como se isso não bastasse, Mike Nichols (que há havia abalado o circuito um ano antes com Quem tem medo de Virginia Woolf?), coloca um jovem (Dustin Hoffman) perdido na vida, após o termino da faculdade, se relacionar com uma mulher bem mais velha (Anne Bancroft). E se muitos da época achavam casos como esses isolados, eis que Dennis Hopper e Peter Fonda pegam suas motos envenenadas e partem para as estradas dos EUA vender maconha em Sem Destino. O cinema americano perde sua inocência e tem inicio o "novo cinema americano".      

Tudo isso, serviu de prólogo para só depois entrarmos no universo de Martin Scorsese no curso, pois todas essas mudanças que estavam acontecendo, tanto no cinema americano como no mundo a fora, serviu de faculdade de cinema para Scorsese, para então ele criar sua forma particular de se fazer cinema. Nos anos 70, o cineasta chamou atenção em Caminhos Perigosos, ganhando elogios com Alice não Mora mais aqui e consagrando como diretor autoral em Taxi Drive, no que talvez seja o melhor filme daquele tempo. Devido a novas mudanças que estavam acontecendo no cinema, onde títulos como Tubarão e Star Wars, estavam reescrevendo a historia, Martin Scorsese por pouco não desistiu de ser diretor (devido também a problemas pessoais), até cair em seu colo (com uma ajuda de Robert De Niro), Touro Indomável, filme que, na opinião de Fonseca, se encerra o período do "novo cinema americano".

Após esse período, Scorsese renderia títulos nos anos 80, que embora não fossem sucessos a principio, seria reconhecido tempo depois como O Rei da Comédia e Depois das Horas. Apesar de se render a filmes mais convencionais como A Cor do Dinheiro, o cineasta faria um dos seus filmes mais corajosos de sua carreira que foi a Ultima Tentação de Cristo. Embora a produção tenha gerado inúmeros protestos pelo globo, serviu para Scorsese fortalecer sua aura de cinema de autor. Com isso, no inicio dos anos 90, entrega um dos melhores filmes sobre a máfia que é os Bons Companheiros (90), refilma um clássico com estilo em Cabo do Medo (91), retorna ao passado nos fins do século 19 em A Época da Inocência (93) e cria um dos seus melhores filmes desse período que é Cassino (95). Isso graças à forma em que ele montou o filme, fazendo da trama uma verdadeira montanha russa cheia de acontecimentos, obrigando o espectador a não piscar os olhos e dando a sensação que três horas de duração (tempo do filme) passassem voando.

Embora tenha sofrido alguns arranhões com Vivendo no Limite, Scorsese ataca com tudo nos anos 2000, fazendo uma feliz parceria com Leonardo Dicaprio em Gangues de Nova York, O Aviador, Os Infiltrados (Oscar de melhor filme e diretor), A Ilha do Medo e provando que se pode fazer arte com 3D em A Invenção de Hugo Cabret. Lembrando também, que Fonseca deu destaque aos documentários que Scorsese dirigiu também ao longo da carreira, como no caso de  No Direction Home: Bob Dylan , embora eu deva reconhecer, que infelizmente não vi nenhum dessas produções, mas nunca é tarde para conhecê-las.
O que vem a seguir sobre Scorsese (Sinatra?) só o futuro irá dizer, mas com relação ao curso, digo que foi um dos melhores que eu participei, pois Rodrigo Fonseca não só dissecou sobre a carreira do cineasta, como também falou do cinema em si e dos ingredientes que moldou ele.  Com tudo isso, só venho a agradecer ao CENA UM  e ao Fonseca, e com essa matéria, encerro (por enquanto)  sobre Martin Scorsese, dando lugar a outras matérias, como no caso as próximas com relação aos cursos sobre Michelangelo Antonioni e Como se ver um Filme 2. Portanto aguardem e boas sessões a todos.   

Leia também: Martin Scorsese: Cinema, Fé e Violência: Partes 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Especial  Nouvelle Vague.





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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cine Especial: MARTIN SCORSESE – CINEMA, FÉ & VIOLÊNCIA: FINAL


Como o curso sobre Martin Scorsese se inicia amanhã, encerro aqui esse especial, onde eu simplesmente revi (e descobri) grandes clássicos desse mestre do cinema. Com o termino desse especial, dou destaque a outro mestre, Michelangelo Antonioni, que também terá um curso sobre ele neste mês, no qual irei participar. Portanto aguardem.
Abaixo, dedico aos filmes de Scorsese, onde ele fez parceira com Leonardo Dicaprio, que muitos apontam, como uma pareceria similar que ele fez por anos com Robert De Niro, mas isso só o tempo irá dizer.


Gangues de Nova York

Sinopse: Em plena Nova York de 1840, o jovem Amsterdam (Leonardo DiCaprio) busca se vingar de William "The Butcher" Cutting (Daniel Day-Lewis), o assassino de seu pai (Liam Neeson), que era o líder da gangue Dead Rabbits. Em sua jornada Amsterdam acaba se tornando amigo e homem de confiança de William, apaixonando-se também por Jenny Everdane (Cameron Diaz), uma bela jovem que é integrante de uma gangue rival.




Um retrato interessante, sobre os primórdios de uma das mais conhecidas cidades dos EUA, através de brigas de gangues, que por sua vez, seriam a semente que germinaria posteriormente outros gângsteres mais conhecidos da historia.  Baseado no livro homônimo, a produção faz uma extraordinária reconstituição de época que impressiona, pois é sempre interessante ver as tão conhecidas ruas da cidade, como elas eram anteriormente naquele período. Bom exemplo disso é a seqüência inicial (após a primeira guerra de gangue) em que a câmera se afasta e faz uma panorâmica, mostrando como seria a cidade de longe naquele tempo. 
Daniel Day Lewis (que já havia trabalhado com o diretor em A Época da Inocência) constrói o seu William "The Butcher" Cutting um ser assustador, por vezes engraçado pelo seu tom sarcástico, mas jamais se esquivando do seu adversário e que não mede esforços para manter o poder que adquiriu na cidade. O filme também marca o inicio da pareceria de Scorsese com Leonardo Dicaprio, que posteriormente renderiam mais ótimos filmes juntos e que a meu ver, seria uma espécie de laço para atrair um publico mais jovem e acabasse conhecendo o tipo de cinema do cineasta. Com direção de arte, fotografia e figurinos primorosos, Gangues de Nova York pode-se figurar tranquilamente entre melhores super produções dos últimos 10 anos, não só pelo seu requinte, mas pela sua coragem em retratar as origens, por uma perspectiva obscura, de uma das maiores cidades do mundo.      
    
 O Aviador

Sinopse: Howard Hughes (Leonardo DiCaprio) ficou milionário já aos 18 anos, devido à herança que seu pai, um inventor texano, deixou para ele. Pouco depois ele se mudou para Los Angeles, onde passou a investir na indústria do cinema. Hughes ajudou a carreira de vários astros, como Jean Harlow (Gwen Stefani), e ainda trabalhou em filmes de grande sucesso, como "Hell's Angels", que dirigiu. Paralelamente Hughes se dedicou a uma de suas maiores paixões, a aviação, e se envolveu com as atrizes Katharine Hepburn (Cate Blanchett) e Ava Gardner (Kate Beckinsale).


Um dos melhores filmes do cinema recente, ao retratar a era de ouro do cinema, através da perspectiva de Howard Hughes(Leonardo Dicaprio, ótimo) , que não mede esforços para adquirir lucro, tanto no cinema daquele tempo, como nos primórdios da aviação. O inicio do filme, possui uma fotografia que remete ao lindo technicolor, que gradualmente vai mudando, conforme os anos vão passando. O filme explora os altos e baixos de Hughes, que além de ter que enfrentar pessoas gananciosas, tanto do cinema no inicio, como monopólio da Pan American, também sofria um mal de saúde, mais precisamente uma fobia absurda por germes, em que acreditava que estavam em todo lugar.
Leonardo Dicaprio apresenta aqui um dos seus melhores desempenhos, em que ele simplesmente some na pele de Hughes, e o que vemos, é um homem com uma mente engenhosa para os negócios, mas frágil perante as suas paranóias e que acabam sendo prejudiciais, tanto fisicamente como mentalmente. O filme também valeu a primeira vitoria de Cate Blanchett no Oscar, onde ela interpretou de uma forma incrível (e sem exageros) um dos ícones do cinema que foi Katharine Hepburn. Assim como recentemente  Michelle Williams fez  em Sete dias Com Marilyn, Blanchett não imitou Hepurn, muito pelo contrario, ela criou um personagem diferente, que embora lembrasse a atriz, fizesse com que ela ficasse mais a vontade em cada cena em que aparece, roubando a cena  até mesmo de Dicaprio.
Com um final arrebatador e que não se preocupa em explicar o destino do protagonista, O Aviador (assim como Gangues de Nova York), mostrou que Scorsese tinha mão firme para super produções de época (vide posteriormente A Ilha do Medo e A Invenção de Hugo Cabret). 

Os Infiltrados

Sinopse: A polícia trava uma verdadeira guerra contra o crime organizado em Boston. Billy Costigan (Leonardo DiCaprio), um jovem policial, recebe a missão de se infiltrar na máfia, mais especificamente no grupo comandado por Frank Costello (Jack Nicholson). Aos poucos Billy conquista sua confiança, ao mesmo tempo em que Colin Sullivan (Matt Damon), um criminoso que foi infiltrado na polícia como informante de Costello, também ascende dentro da corporação. Tanto Billy quanto Colin sentem-se aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo.


Na primeira vez que vi Os Infiltrados (numa sessão inesquecível), fiquei me perguntando por que o cineasta não trabalhou antes com Jack Nicholson, pois o seu personagem Costellho está entre os melhores desempenhos da carreira do ator. Claro que muitos vão dizer que ele já fez personagens melhores (como em Um Estranho no Ninho), ou até alguns dizendo, que Jack Nicholson sempre faz um personagem parecido, se comparados as suas atuações anteriores. Mas não a como negar, que sempre em que ele surge em cena, ele domina a tela, graças ao seu tom sarcástico e psicótico.
A produção em si, é um dos melhores jogos de gato e rato do cinema recente, onde ninguém é confiável. Sendo assim, tanto o personagem de Dicaprio (policial infiltrado na gangue), como de Matt Damon (informante de Costello, infiltrado na policia), passam para o espectador todo o peso que sentem devido ao seu serviço, onde a cada momento, podem levar um tiro na cabeça (literalmente). O filme também é lembrado pelo ótimo desempenho de praticamente todos do elenco, como no caso Mark Wahlberg (indicado ao Oscar) e Martin Sheen, que exercem momentos fundamentais e peças chaves durante a trama. O ato final reserva momentos imprevisíveis para historia, em que deixa o espectador de queixo caído, principalmente para aquele pouco familiarizado ao cinema de Scorsese, mas isso foi essencial, para o sucesso do filme e pela (finalmente) consagração do cineasta no Oscar, onde produção levou os prêmios  de melhor filme e melhor diretor.  

A Ilha do Medo

Sinopse: 1954. Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) investiga o desaparecimento de um paciente no Shutter Island Ashecliffe Hospital, em Boston. No local, ele descobre que os médicos realizam experiências radicais com os pacientes, envolvendo métodos ilegais e anti-éticos. Teddy tenta buscar mais informações, mas enfrenta a resistência dos médicos em lhe fornecer os arquivos que possam permitir que o caso seja aberto. Quando um furacão deixa a ilha sem comunicação, diversos prisioneiros conseguem escapar e tornam a situação ainda mais perigosa.


Martin Scorsese cria aqui uma verdadeira mistura de filme noir com O Gabinete do Dr Galigari, para ilustrar um suspense psicológico que apresenta uma trama aonde mostra até que ponto a nossa mente pode nos enganar para nos não podermos ver certas verdades. Já no inicio, o diretor mostra que o cenário da trama não é um bom lugar graças a uma ótima trilha sonora que impõe medo e insegurança do que esta por vir. Leonardo Dicaprio novamente esbanja talento num personagem que já a primeira vista mostra inúmeras camadas de problemas que logo serão descascadas ao longo do filme. Mark Ruffalo , Ben Kingsley , Emily Mortimer e Michelle Williams completam um super elenco nesse suspense de primeira e com um dos finais mais corajosos dos últimos anos.


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