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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Meu Corpo é Político



Sinopse: O cotidiano de quatro militantes LGBT que vivem na periferia de São Paulo. A partir da intimidade e do contexto social dos personagens, o documentário levanta questões contemporâneas sobre a população trans e suas disputas políticas.

Uma coisa é saber que existe a comunidade LGBT, mas outra coisa é debater sobre o assunto para que então todos nós possamos assim compreendê-lo. Infelizmente num país como o nosso, principalmente no “pós-golpe 2016”, vivemos em uma realidade em que esse governo ilegítimo cada vez mais tenta esconder essas pessoas das demais, ou então criando propostas conservadoras e das quais somente tornariam a vida delas cada vez mais complicada. Em Meu Corpo é Político, testemunhamos uma realidade crua, do dia a dia de algumas dessas pessoas que vivem na luta contra o preconceito e no direito de obter um lugar ao sol.
Dirigido pela cineasta Alice Riff (Casa Vazia), acompanhamos o dia a dia de quatro militantes LGBT, que tentam viver o seu dia a dia através dos seus afazeres, trabalho e na luta pelo reconhecimento. Fernando Ribeiro é um homem transgênero batalhando para ter direito a utilizar o nome masculino em seus documentos. Giu Nonato, mulher trans, tem um importante trabalho fotográfico, feito na base da raça, que visa incentivar a valorização dos corpos. Paula Beatriz é a primeira trans diretora de escola do estado de São Paulo. E, por fim, Linn Santos é uma funkeira quer, ou “bicha lacradora”, como a própria provavelmente gostaria de ser chamada, em alusão às letras fortes de suas músicas.
Além dos quatro personagens centrais terem algo em comum, eles também vivem na periferia, região que, infelizmente, não é bem vista com bons olhos pelos poderosos, corruptos e conservadores. Esses últimos, aliás, dos quais são formados por políticos evangélicos, tem sido normalmente os principais responsáveis pela maioria da comunidade LGBT viver às vezes num verdadeiro calvário. Linn Santos, por exemplo, usa a sua musica do funk como uma espécie de protesto contra o presente e de um passado opressor, do qual se vivia preso nas mãos de pastores, mas que a partir do momento que largou dessa vida se sentiu livre para obter então o seu voo mais alto.
Seguindo a nova onda do cinema independente, dos quais esses filmes são uma espécie de ficção/documentário, ou simplesmente “cinema verdade”, o filme serve de plataforma para cada uma dessas pessoas falarem sobre suas vidas e, logicamente, soltar a voz numa forma de protesto e desabafo. Fernando Ribeiro, por exemplo, bota pra fora com um atendente sobre o fato de ainda não conseguir o direito de obter o seu nome masculino em seus documentos. É nesse momento em que a realidade transborda como um todo, não havendo nenhum resquício para que aquele momento soasse como artificial, mas sim uma espécie de desabafo sincero e do qual pudéssemos melhor apreciá-lo e compreende-lo.
Infelizmente o filme somente peca um pouco por não dar um espaço maior para alguns dos seus protagonistas. Paula Beatriz, por exemplo, é a que menos tem tempo em cena, mas que, toda vez que surge, ficamos nos perguntando como deve ter sido árdua a sua cruzada para ter chegado aonde chegou como diretora de uma escola. Em tempos em que os conservadores querem proibir assuntos de gênero dentro das escolas, Paula Beatriz seria uma voz forte contra esses retrocessos e que, pensando assim, um filme protagonizado somente pela própria seria muito bem vindo.
Com pouco mais de uma hora de duração, Meu Corpo é Político, é um manifesto contra esses tempos conservadores e que cada vez mais tornam o futuro do nosso país nebuloso e indefinido.   

Assista o trailer clicando aqui.

Onde assistir: Cinebancários. Rua General da Câmara 424, Porto Alegre. Horários: 15h e 19h. 


Cine Dica: Cine Dica: Em Blu-Ray - DVD – VOD: ATÔMICA

Leia a minha crítica já publicada clicando aqui. 


domingo, 3 de dezembro de 2017

Cine Dica: Cinema da América do Sul

MOSTRA CINEMA DA AMÉRICA DO SUL APRESENTA DESTAQUES DO CONTINENTE NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS

De 7 a 20 de dezembro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a mostra Cinema da América do Sul, com uma seleção de doze filmes contemporâneos produzidos em sete países – Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Paraguai e Peru. 
Com entrada franca, a programação reúne obras – inéditas em Porto Alegre – realizadas por jovens revelações do continente sul-americano comoLeonardo Mouramateus, Milagros Mumenthaler, Juliana Antunes, Pablo Lamar e Kiro Russo, e sessões especiais dos mais recentes filmes de nomes extraordinários como Lucrecia Martel e Raúl Ruiz. 
Olhares inquietantes e o gosto em comum pela experimentação da linguagem cinematográfica intensificam a diversidade temática, estética e cultural dos filmes reunidos na mostra, em um universo geograficamente complexo que ecoa angústias políticas de fantasmas do período colonial e das recentes ditaduras militares, as derivas juvenis nos espaços urbanos e as tensões sociais em contextos periféricos. 
A sessão de abertura apresenta Zama, o mais novo filme da argentina Lucrecia Martel. A adaptação do romance homônimo de Antonio Di Benedetto foi exibida com destaque no Festival de Veneza, tornando-se imediatamente um dos lançamentos mais aguardados do ano. 
Outra sessão de destaque da mostra é a exibição única de A Telenovela Errante, filmado em 1990 pelo mestre surrealista chileno Raúl Ruiz e finalizado apenas em 2017, após a sua morte, por sua companheira de vida e trabalho Valeria Sarmiento. Inacabada em seu tempo, essa obra extremamente inventiva e autocrítica marcava o retorno do diretor ao seu país após os anos de exílio na Europa.
Três filmes brasileiros fazem parte da programação. Realizado em Portugal, de forma independente, António Um Dois Três é o esperadíssimo primeiro longa-metragem do diretor prodígio Leonardo Mouramateus. Baronesa, de Juliana Antunes, vencedor da prestigiada Mostra Aurora do Festival de Tiradentes deste ano, apresenta a realidade periférica de Belo Horizonte a partir do cotidiano de duas vizinhas. Também de Minas Gerais, a sessão de encerramento da mostra será Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumans, o grande vencedor do Festival de Brasília deste ano, um filme que recoloca a luta de classes no centro das preocupações políticas do cinema brasileiro. 

A mostra Cinema da América do Sul faz parte do projeto Cinemateca Capitólio – Digitalização e Programação Especial 2017, patrocinado pela Petrobras e financiado através do Pró-Cultura RS da Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Estado do Rio Grande do Sul.

FILMES

ZAMA
Ficção
Cor/DCP 115'
Argentina / Brasil / Espanha / Portugal / México - 2017
Direção: Lucrecia Martel

Zama, um oficial da Coroa Espanhola nascido na América do Sul, aguarda uma carta do Rei que deverá autorizá-lo a se transferir da cidade em que vive estagnado para um lugar melhor. Sua situação é delicada: ele deve se certificar de que nada ofusque sua realocação e se vê forçado a aceitar submissamente todas as tarefas que lhe são confiadas por consecutivos governadores que vêm e vão enquanto, ele fica para trás. Os anos passam e a carta do Rei nunca chega. Quando Zama percebe que tudo está perdido, se junta a um grupo de soldados que saem a perseguir um perigoso bandido.

ANTÓNIO UM DOIS TRÈS
Ficção
Cor/DCP 95'
Brasil / Portugal - 2017
Direção: Leonardo Mouramateus


António foge de casa e tenta passar a noite na casa da ex-namorada. Lá ele encontra uma garota brasileira, uma visita inesperada. Johnny tem dificuldades de encenar sua primeira peça de teatro em Lisboa. Sua amizade com o jovem iluminador o obriga a encarar seus verdadeiros problemas. Débora está de passagem para finalmente voltar para casa. Numa ida ao teatro, ela adormece e é acordada pelo protagonista da peça. Três dimensões da mesma história. António Um Dois Três marca a estreia em longas-metragens do jovem cineasta cearense Leonardo Mouramateus, cuja prolífica carreira em curtas e médias nos últimos anos resultou em inúmeros prêmios em festivais importantes no Brasil e no exterior.

VIEJO CALAVERA
Ficção
Cor/DCP 80'
Bolívia - Qatar - 2016
Direção: Kiro Russo


O pai de Elder Mamaní morreu. Aparentemente, o garoto não poderia se importar menos. Na perifeira da cidade mineira de Huanuni, ele começa uma nova vida ao lado de sua avó e do padrinho Francisco, que lhe arrumou um emprego em uma mina da região. Mas a nova rotina não dura muito tempo, já que Elder está mais preocupado em se drogar e vagar pelas áreas perigosas da cidade durante a noite. A vida pacata daquele núcleo familiar ganha uma nova face quando o jovem se depara com um segredo obscuro envolvendo Francisco e a morte de seu pai.

VIDEOFILIA (E OUTRAS SÍNDROMES VIRAIS)
(Videofilia: y Otros Síndromes Virales)
Ficção
Cor/DCP 112'
Peru - 2015
Direção: Juan Daniel Fernández


Luz (Muki Sabogal) é uma adolescente desajustada que acabou de sair do colégio. Nos seus primeiros "dias de liberdade", ela passa a fazer experimentos com drogas e sexo virtual. A jovem conhece Júnior (Terom) on-line, um garoto obcecado com a previsão do apocalipse dos Maias que sonha em viver fazendo pornôs amadores. Quando os dois se encontram no "mundo real", uma série de eventos bizarros acontecem.


AS LINDAS
(Las Lindas)
Documentário
Cor/HD – 77’
Argentina – 2016
Direção, roteiro: Melisa Liebenthal

Melisa entrevista as amigas sobre suas experiências da infância e da adolescência. Os relatos feitos na intimidade e diretamente para a câmera são intercalados com as vivências da diretora e protagonista, reconstruídas a partir da voz over e de imagens de seu arquivo pessoal de vídeos caseiros e fotos. Esse cruzamento de testemunhos e lembranças – os looks, as canções e coreografias, o mundo teen de começo dos anos 2000 – funciona como campo para pensar, com humor, inteligência e doçura (além de uma hilária capacidade de autocrítica), sobre a construção de um modelo de mulher, e para tentar desnaturalizar suas supostas obrigações e proibições, especialmente aquelas vinculados à imagem.

BARONESA
Ficção
Cor/DCP - 70'
Brasil - 2017
Direção: Juliana Antunes

Andreia quer se mudar. Leid espera pelo marido preso. Vizinhas em um bairro na periferia de Belo Horizonte, elas tentam se desviar dos perigos de uma guerra do tráfico e evitar as tragédias trazidas junto com a chuva.

REI
(Rey)
Ficção
Cor/DCP 91'
Chile - 2017
Direção: Niles Atallah

Orélie-Antoine de Tounens foi um advogado e explorador francês do século XIX que se dedicou a conquistar a Patagônia. Suas aventuras são exploradas de forma imaginativa e em alto estilo pelo chileno-americano Niles Atallah. O rei se depara com seres flutuantes e inimigos vestindo máscaras enormes enquanto ele percorre espaços fotografados por filme celuloide. Este filme, frequentemente alucinatório, mostra a história rompendo e brotando um caminho para a transcendência.

A IDEIA DE UM LAGO
(La Idea de un Lago)
Ficção
Cor/ DCP 82'
Argentina / Suíça / Qatar - 2016
Direção: Milagros Mumenthaler


Inès, uma fotógrafa profissional, decide terminar o livro em que está trabalhando antes de dar à luz a seu primeiro filho. O projeto, relacionado às memórias de sua infância, sempre a leva ao mesmo lugar: a casa de sua família no sul da Argentina, cenário de sua juventude e da formação do seu caráter. Em meio a essas memórias, a única foto de Inès com seu pai, desaparecido durante a ditadura militar, serve como ponto de partida para um quebra-cabeça de lembranças fragmentadas sobre as relações de Inès com sua mãe e seu irmão. Da mesma diretora de Abrir portas e janelas

A TELENOVELA ERRANTE
(La Telenovela Errante)
Ficção
Cor/DCP – 80’
Chile – 2017
Direção: Raúl Ruiz e Valeria Sarmiento

A realidade chilena não existe; é, na verdade, um conjunto de telenovelas que funcionam como um filtro revelador. Os problemas políticos e econômicos estão imersos em uma mistura ficcional, divida em episódios noturnos. Filmado por Raúl Ruiz no Chile em 1990, o longa foi finalizado com a direção de Valeria Sarmiento neste ano.

DAMIANA
Ficção
Cor/DCP / 15'
Colômbia / Brasil - 2017
Roteiro, Direção: Andrés Ramírez Pulido


Nas profundezas da selva, um grupo de meninas adolescentes é mantido sob vigilância. Apesar do abandono e da hostilidade, Damiana espera conseguir entrar em contato com seu pai.

A ÚLTIMA TERRA
Ficção
Cor/ DCP/ 77’
Paraguai/Holanda/Chile/Catar - 2015
Direção: Pablo Lamar

Em uma colina isolada, um casal de idosos vivem em solidão. Ela está morrendo e ele a acompanha em sua passagem. Sua morte transforma os dias seguintes.

ARÁBIA
Ficção
Cor/DCP/ 96’
Brasil - 2017
Roteiro, direção: Affonso Uchoa e João Dumans

André é um jovem morador da Vila Operária, bairro vizinho a uma velha fábrica de alumínio, em Ouro Preto, Minas Gerais. Um dia, ele encontra o misterioso caderno de um dos operários dessa firma.

GRADE DE HORÁRIOS
7 a 20 de dezembro de 2017

7 de dezembro (quinta)
15h30 - Colo
18h – A Bela da Tarde
20h – Zama

8 de dezembro (sexta)
15h30 - Colo
18h – A Bela da Tarde
20h - António Um, Dois, Três

9 de dezembro (sábado)
16h – Mostra BAIA
18h – A Bela da Tarde
20h - Viejo Calavera

10 de dezembro (domingo)
16h - Videofilia (e Outras Síndromes Virais)
18h – A Bela da Tarde
20h - As Lindas

12 de dezembro (terça)
15h30 - Colo
18h – A Bela da Tarde
20h - Baronesa

13 de dezembro (quarta)
15h30 - Colo
18h – A Bela da Tarde
20h – Rei

14 de dezembro (quinta)
17h - A Bela da Tarde
19h – Viejo Calavera
20h30 – A Ideia de um Lago

15 de dezembro (sexta)
14h30 – O Mínimo Gesto
17h - A Bela da Tarde
19h – As Lindas
20h30 – Projeto Raros (O Uivo, de Tinto Brass)

16 de dezembro (sábado)
15h – António Um Dois Três
17h - A Bela da Tarde
19h – A Telenovela Errante
20h30 – Pré-estreia Jovem Mulher

17 de dezembro (domingo)
15h - Videofilia (e Outras Síndromes Virais)
17h - A Bela da Tarde
19h – Damiana + A Última Terra + debate

19 de dezembro (terça)
15h - Rei
17h - A Bela da Tarde
19h - Baronesa
20h30 – A Ideia de um Lago

20 de dezembro (quarta)
15h – A Última Terra
17h - A Bela da Tarde
20h – Arábia + debate