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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Cine Especial: RETROSPECTIVA 2015: O MELHOR DO CINEMA INTERNACIONAL



Chega o final do ano e chega àquela tarefa ingrata de dizer qual foram os melhores filmes. Digo isso porque com certeza alguém sentirá falta de um filme preferido que não esteja na lista, ou virá alguém dizendo que não faz nenhum sentido um filme ou outro estar nela. Cada um cria a sua lista pessoal dos melhores do final de ano e que, se por um lado não convencerá a todos, por outro talvez desperte o interesse de alguns ou mais em procurar os filmes que foram citados.
Antes de qualquer coisa é preciso reconhecer que, mesmo num ano de crise, o público foi bastante ao cinema, como uma forma de escapar das mazelas do mundo real que nos causaram dores de cabeça nesses doze meses. Para nossa sorte foram lançados inúmeros títulos bons para ser conferido na tela grande, o que dificultou e muito o meu veredicto final aqui. Sem mais delongas, confiram abaixo os dez melhores filmes internacionais desse ano. Lembrando que vocês podem conferir a minha crítica de cada obra clicando nos títulos.


Pequeno filme, grande obra. Estreou no início do ano, mas todo mundo se lembrou da força da trama; da montagem frenética e da contagiante interpretação da dupla central de atores. Vencedor de 3 Oscar, um filme para ser visto e redescoberto por todos.      
 

Filme de Hollywood que critica a própria  Hollywood. Num tempo em que o cinema americano se encontra inflado com inúmeros títulos de adaptações de HQ, eis que esse filme faz uma corajosa crítica contra a galinha dos ovos de ouro que enche os cofres dos engravatados do cinema atual americano.

Mais do que um mero filme de ação futurista, o veterano George Miller cria uma verdadeira aula de como se faz um épico de enormes proporções. Com uma trama simples, o filme toca em inúmeros assuntos, desde a força da mulher atual contra o machismo, como também a ganância religiosa que se aproveita do povo em situações de desespero. Num único filme, o cineasta faz com que cada filme da cine série Velozes e Furiosos se torne obsoleto e  ao mesmo tempo nos brinda com uma metáfora das mazelas do mundo real contemporâneo.


Num mundo de hoje em que a felicidade é exigida a todo custo, o estúdio Pixar nos ensina nesse belo filme que a tristeza é essencial em nossas vidas.  Deixe de lado seus antidepressivos e coloquem realmente tudo pra fora.

Em menos de três anos trabalhando no cinema americano, o cineasta canadense Denis Villeneuve (Incêndios) vem provando que não está para brincadeira e em cada filme ele nos convida a testar os nossos próprios nervos. Neste filme, somos brindados com os horrores do combate contra as drogas, com cenas que não deve nada a um filme de terror e nos brinda com uma das mais poderosas interpretações de Benício Del Toro na carreira.  






Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, esse filme dirigido por  Jacques Audiard (Ferrugem e Osso) nos apresenta o lado obscuro da França muito pouco visto nos cartões postais e mostra a dura vida dos imigrantes perante esse cenário opressor.  


O cinema sueco está muito bem representado nas mãos de  Ruben Östlund, pois o seu filme Força Maior faria o mestre Ingmar Bergman ficar orgulhoso. De um quase desastre na neve, casal começa a repensar na sua relação e até que ponto isso pode afetar os seus filhos. Um filme que discute sobre as relações familiares atuais, mas moldado de uma forma autoral e muito bem caprichado. 



Com tantos filmes no currículo que são maiores do que a vida, o que  Jean-Luc Godard (Acossado) pode nos oferecer já nos seus 85 anos de vida? Ensinar como se deve usar o 3D!
Por incrível que pareça, Godard dá uma aula de como se faz um filme 3D de verdade, onde os objetos definitivamente acertam a nossa retina, mas ao mesmo tempo cria um curioso retrato sobre a falta de comunicação que os casais têm hoje em dia. Gênio da velha guarda ensinando a usar direito a tecnologia para contar uma boa história  criativa.         

Bastou somente um cenário e dois atores em cena para o veterano Roman Polanski  criar um dos melhores jogos de gato e rato do ano. Com altas doses de humor negro, o filme propõe até onde homem e a mulher são submissos um pelo outro e até onde eles estão certos em suas ações relativamente imprevisíveis.    

10º) Jauja 
Muitos amam outros odeiam, mas essa co-produção entre Argentina e outros países como Brasil, cria uma experiência extra sensorial poucas vezes vistas atualmente no cinema. Uma obra cujo seu final levanta inúmeras perguntas e faz a gente revisitá-la para compreendermos melhor ela. 


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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Cine Especial: O PLANETA DOS MACACOS: A CONSTRUÇÃO DE UM CLÁSSICO



O último curso do Cine Um desse ano (dias 19 e 20 de dezembro, no Cine Capitólio) será dedicado exclusivamente ao clássico O Planeta dos Macacos (1968), filme que foi um marco da ficção científica e que gerou uma das primeiras franquias da história do cinema. Abaixo, segue em ordem cronológica a cine série clássica do cinema:     

 

O PLANETA DOS MACACOS (1968)


Baseado no romance de Pierre Boulle (autor da Ponte do Rio Kwai) que julgava a história infilmável. Um triunfo dos roteiristas Michael Wilson e Rod Serling (criador do seriado Além da Imaginação) e de Schaffner. Rendeu quatro continuações e duas series de TV, uma delas como desenho animado. Ganhou um Oscar especial de melhor maquiagem para John Chambers. Com personagens cativantes, o grande destaque fica para o casal de macacos Cornelius (Roddy McDowell) e Zira (Kim Hnter) que seriam peças importantes de toda a saga. O filme em si, era um retrato do medo daquela época perante as mudanças que poderiam surgir futuramente e ao mesmo tempo uma espécie de critica a hostilidade, crenças e a guerra uns contra os outros. Tudo moldado num único filme e que se encerra com chave de ouro devido à inesperada cena final que entrou para história do cinema.

Curiosidade: O Oscar especial dado a John Chambers aconteceu porque na época o Oscar não tinha entre suas categorias a de melhor maquiagem. Assim sendo, como forma de reconhecimento pelo trabalho feito em O Planeta dos Macacos nesta área, resolveu-se por dar a Chambers um Oscar honorário;

 

De Volta ao Planeta dos Macacos (1970)


Em termos de comparação, essa sequência é inferior ao original, tanto em história como tecnicamente em termos de produção. Tudo devido a um orçamento apertado que acabou em parte prejudicando o filme em alguns momentos (como alguns macacos figurantes usando somente máscara inanimada em vez da maquiagem especial do primeiro filme). Porém, o ato final reserva momentos emocionantes, com uma sequência final que, se por um lado não superou a cena final marcante do filme anterior, por outro demonstrou novamente ousadia em terminar a trama de uma forma pessimista e que faz pensar.

 Curiosidade: É o único dos cinco filmes da série que não é estrelado por Roddy McDowell, que não pôde participar por já estar comprometido com outro filme.

 

Fuga do Planeta dos Macacos(1971)

 

Pode não ser o melhor, mas é o filme que mais tenho carinho por focar no casal Cornelius (Roddy McDowell) e Zira (Kim Hnter) que antes personagens secundários, (mas que roubavam a cena nos filmes anteriores), desta vez são os protagonistas no passado, onde os humanos ainda dominavam a terra. Os momentos em que os personagens contracenam e são paparicados no mundo dos humanos são as melhores partes do filme, mas ao mesmo tempo, a trama não foge do lado mais sério dos filmes anteriores. O final é trágico e talvez o mais triste da serie, mas como sempre, deixa uma luz de esperança futura e ao mesmo tempo uma desculpa para dar continuidade à série cinematográfica.


 

A Conquista do Planeta dos Macacos (1972)


O mais violento filme da serie, tanto que muitos considerarão na época violento demais para ser assistido por certos jovens, mas se a intenção era mostrar os macacos dominando a terra e derrotando uma humanidade sem escrúpulos, não havia como ser diferente. Principalmente que os filmes da série Planeta dos Macacos caminhavam um pouco com a realidade do que estava acontecendo e quando essa quarta parte foi lançada (1973) havia um numero cada vez maior de atos de violência, rebeldia, protestos e a luta cada vez maior pelo direito de expressão do lado discriminado, como no caso a comunidade negra. Visualmente o filme lembra por alguns momentos Fahrenheit 451 (de François Truffaut) que era a mais recente referencia em retratar um futuro opressor onde os governantes que comandavam com mão de ferro. Roddy McDowell, que antes havia feito Cornelius nos filmes anteriores, aqui era mais do que lógico interpretar o seu filho Cesar que se levanta contra os humanos e liderará os macacos para um futuro melhor para a sua raça, e aqui, consegue obter uma de suas melhores interpretações de toda a série.

Curiosidades: A Conquista do Planeta dos Macacos traz a primeira aparição de Natalie Trundy como macaca. Nos filmes anteriores ela foi vista como humana. A cena da batalha final sofreu cortes da 20th Century Fox, devido à violência. A intenção era obter uma censura mais branda para o filme.

 

A Batalha do Planeta dos Macacos (1973)


Diferente do filme anterior, esse é o mais leve da série e que encerra de uma forma satisfatória toda a saga, mostrando os macacos e os humanos que restaram de uma guerra nuclear, unidos de uma forma pacifica. McDowall novamente interpreta o líder Cesar e encerrando um circulo que começou no primeiro filme ao interpretar o personagem Cornelios. Atualmente, muitos fãs da serie reconhecem que o grande segredo do sucesso dessa saga cinematográfica se deve a, não somente ter tido boas histórias, como também por ter personagens carismáticos e interpretados com atores competentes (como Mcdowall) que atuaram como se fossem seus últimos papeis de suas carreiras.

Durante a produção desse filme, foi acertado que esse seria o ultimo da saga, mas a mania pelo mundo dos macacos falantes continuaria: série de TV de 13 capítulos e numa série de desenho animado. Isso fora uma série de HQ e inúmeros brinquedos que foram lançados, após o grande sucesso de audiência que os filmes obtiveram quando foram exibidos para TV. Situação como essa que só se viria de novo no final dos anos 70 com a chegada de Star Wars, mas como a história conta, foram os macacos que chegaram primeiro.

Curiosidade: Roddy MacDowall e Natalie Trundy são os únicos atores a aparecerem em quatro dos cinco filmes da série. Roddy MacDowell apenas não esteve em De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), enquanto que Natalie Trundy não integrou o elenco de O Planeta dos Macacos (1968).

Inscrições para o curso cliquem aqui. 



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