Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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A Sessão Aurora
apresenta neste sábado, 3 de agosto, às 18h, na Sala P. F. Gastal (3º andar da
Usina do Gasômetro), Eles Vivem, uma das principais obras de John Carpenter.
Após a sessão, haverá um debate com os editores da revista Aurora e do
Zinematógrafo.
O filme parte da
chegada de John Nada (Roddy Piper) a uma Los Angeles de conflitos estéticos,
onde miséria e riqueza contrastam nas esquinas, nas lojas e nos supermercados.
A concentração do poder, através da mídia, do capital econômico e cultural, se
faz presente no cotidiano de todos os habitantes, mesmo que de forma invisível.
John, trabalhador autônomo, andarilho das cidades em busca de empregos para
seguir se alimentando, é o retrato da mão de obra braçal das metrópoles em meio
ao desenvolvimento vertical. Enquanto trabalha na construção civil, o
protagonista logo percebe a movimentação de um pequeno grupo que age no
submundo da cidade para tentar revelar a grande farsa pela qual a classe
dominante exerce seu poder. Utilizando óculos especiais, ele consegue ver o que
realmente está por trás de cada imagem que compõe o cenário da cidade.
Fruto de uma década
consagradora para o cinema de Carpenter – momento em que o cineasta lança
filmes como A Bruma Assassina, Christine, o Carro Assassino, Enigma do Outro
Mundo e Fuga de Nova York –, Eles Vivem é um de seus trabalhos mais abertamente
políticos, dono de uma ironia crítica fulminante que transcende as questões
mais pontuais de sua época. Do ponto de vista estético, para além de seu
conteúdo ideológico, o filme também é sintomático na obra do americano, com
destaque para a célebre e longa sequência na qual dois personagens trocam socos
e pontapés em um beco de Los Angeles.
Eles Vivem (They
Live), EUA, 1988, cor, 93 minutos. Direção: John
Carpenter.
Com Roddy Piper, Keith David, Meg Foster, George 'Buck' Flower, Peter
Jason, Raymond St. Jacques.
O filme será exibido
em DVD com legendas em português.
SESSÃO AURORA
Eles Vivem, de John
Carpenter
Dia 3 de agosto – às
18h
Sala P. F. Gastal (3º
andar da Usina do Gasômetro)
FOX APRENDE COM OS
ERROS DO PASSADO E CRIA UMA TRAMA QUE RESPEITA A ESSÊNCIA DO HERÓI.
Sinopse: Esta aventura épica
cheia de ação leva Wolverine o mais icônico personagem dentro do universo X-men
ao Japão moderno. Em um mundo desconhecido ele enfrenta seu nêmesis definitivo
e uma batalha de vida ou morte que o deixará marcado para sempre. Vulnerável
pela primeira vez pressionado até o limite ele confronta não apenas o mortal
aço samurai mas sua própria imortalidade que emerge mais forte do que ele
jamais viu.
Sempre quando começa a fazer
muito frio aqui no RS, me faz me lembrar de uma HQ de Wolverine nº 28 da
editora Abril, em que no inicio da trama o herói está no Canadá, dentro de uma
lagoa, nu e caçando peixe. Embora simples a trama, é o que melhor sintetiza
o que é o personagem, que embora seja mutante com poderes incríveis, ele não
deixa de ser um ser humano, que prefere as coisas mais simples como viver na
natureza e ao lado dos animais que o cercam como os lobos. Felizmente essas características
finalmente surgem no inicio do filme Wolverine: Imortal, que após os trágicos eventos
de X-Men 3, vemos o herói (Hugh Jackman, mais a vontade do que nunca com o
personagem) abatido, como um eremita e sem nenhum rumo, mas apenas usando a
natureza como o seu conforto.
Limando por completo dos
erros que cometeram em Wolverine: Origens, a Fox decidiu levar mais á sério a
sua pepita de ouro e decidiu explorar um lado mais sombrio e humano do personagem.
Para isso, decidiram adaptar a essência principal da clássica HQ Eu, Wolverine,
em que vemos um personagem mais humano, se apaixonando pela personagem Mariko e
tendo que encarar inúmeros samurais no sol nascente. Para isso, a idéia do
personagem querer ser um mortal e ter a oportunidade de alcançar isso, através de
alguém que ele salvou na explosão de Nagasaki (numa seqüência espetacular) é
uma mera desculpa para o protagonista mudar de cenário e ter que encarar novos
desafios até então inéditos para ele.
Vale lembrar que um dos principais
problemas de Origens a meu ver, foi o acumulo desenfreado de inúmeros personagens
inseridos ali sem propósito, mas que aqui é diferente, sendo que eles surgem
por um motivo e por nossa sorte são muito bem explorados. Para nossa surpresa,
a personagem Yukio (Rila Fukushima) é quem rouba a cena, ao se tornar uma espécie
de companheira mirim de Logan e nos fazendo nos lembrar de suas parceiras
jovens dos quadrinhos (vide Jubileu e kitty pryde). Os seus momentos em que
contracena com o herói, principalmente num intenso momento no final do segundo
ato da trama, estão entre os melhores momentos do filme.
Porém, a força matriz do
filme está no relacionamento que Logan começa a ter com Mariko (Tao Okamoto),
sendo que o nascimento de um possível amor entre eles nos convence, mesmo quando
ela no principio demonstra certa frieza perante o protagonista. É interessante
observar, que embora seja um filme de aventura e ação estrelado por um dos
personagens mais populares das HQ, o filme não se intimida ao se entregar aos
momentos de calmaria, onde o casal se mistura com a cultura japonesa e rendendo
momentos singelos e muito bem construídos. Mas ao mesmo tempo em que isso soa
positivo para o filme, acaba se tornando meio que estranho, quando de uma hora
para outra surge às cenas de ação cheia de adrenalina (como as do trem) e
fazendo a gente ter a sensação que os personagens entraram em outro filme
completamente diferente do que a gente estava assistindo.
Além disso, o terceiro ato
da trama acaba meio que se entregando ao esquema de entreter a todo o custo o
espectador, sendo que a ação incessante desvirtuou um pouco a proposta inicial
da trama. Para piorar, a vilã Víbora, mesmo perigosa em alguns momentos, não
nos convence com suas caras e bocas pra lá de canastronas, que são vindas da
atriz sem sal Svetlana Khodchenkova. Pelo menos, os minutos finais nos brindam
com revelações importantes de certos personagens e da um novo rumo ao
protagonista, que por fim, consegue vencer os seus demônios interiores
(representado por certa ruiva conhecida nossa).
Embora não tendo a perfeição
de X-Men 2 e tão pouco de X-men: Primeira Classe, Wolverine: Imortal pelo menos
respeita a nossa mentalidade em boa parte das mais de duas horas de projeção e
comprova que os estúdios estão cada vez mais querendo melhorar através dos seus
próprios erros. Resta saber se o equilibro de boa historia e entretenimento terá
longa vida nas adaptações de HQ a seguir.
NOTA: Não deixe de ver o
inicio dos créditos, pois nela há uma importantíssima cena extra, que da uma
deliciosa dica do que virá ano que vem em X-Men: Dias do Futuro Esquecido.
Com o Homem de Aço
nos cinemas, irei recapitular aqui um pouco sobre as melhores adaptações que
Superman teve no cinema ao longo de sua historia.
Superman 2 - A Aventura Continua
Sinopse: Três perigosos
prisioneiros do extinto planeta Krypton, que estavam confinados na Zona
Fantasma, se libertam graças à uma explosão. O trio parte então para a Terra,
onde passam a ter os mesmos poderes do Super-Homem, mas o objetivo deles é
dominar o planeta.
Embora Richard Lester esteja
creditado como diretor, muitas cenas desse segundo filme foram rodadas juntas
com as do primeiro, mas infelizmente devido a divergências criativas com os
produtores, Richard Donner acabou sendo afastado e sem poder concluir o
trabalho que tinha em mente com relação
a segunda aventura. Felizmente boa parte do seu trabalho filmado está lá, sendo
que até mesmo podemos diferenciar quando são cenas rodadas do Donner ou de
Lester, já que esse ultimo sempre queria criar alguma piada lá ou aqui em
determinadas cenas. Bom exemplo disso são algumas situações cômicas quando a
trindade do mal sopra contra as pessoas de Metrópoles, onde claramente vemos o
dedo de Lester se metendo.
Apesar desses deslizes, o filme
chega há ser tão bom quando o primeiro, principalmente em colocar o herói num dilema:
querer continuar sua batalha contra o crime, ou viver uma vida normal com Lois
Lane. As cenas de Christopher Reeve e Margot Kidder, comprova uma química perfeita
de ambos, rendendo cenas bem românticas e com direito até mesmo "cama" na Fortaleza
da Solidão. Essa consumação do casal, alias, foi muito bem lembrada em Superman:
O Retorno, mas isso fica para depois, na postagem que eu irei fazer sobre aquele
filme.
Mas como estamos falando de
um filme Superman, o romance sede nos momentos certos para as cenas de ação,
principalmente com há vinda do trio vilanesco, liderado pelo General Zod. Para
muitos até hoje, Terence Stamp é sem sombra de duvida encarnação perfeita do
personagem, onde sua presença e falas (ajoelhe-se perante Zod) se tornaram marcantes
para os fãs. O ponto alto de toda a produção é quando os três vilões kryptonianos
enfrentam o herói nos céus e ruas de Metrópoles.
Por muito tempo (até a
chegada de X-men: O filme), a super briga que acontece em Metrópoles era
considerada o melhor exemplo de como se fazia uma boa cena de ação em uma
adaptação de HQ. E olha que estamos falando de um período que nem existiam
efeitos digitais ainda, sendo que tudo visto ali foi feito na raça e com o que
tinha de recursos na época. Não tem como não entrar em êxtase quando Superman
pega Zod, o rodopia e o joga num cartaz da Coca Cola de um prédio.
Embora com um final que soluciona
alguns pontos da trama de uma maneira forçada (super beijo??), Superman II é ainda
um bom exemplo de seqüência que não deve nada ao filme original. Uma pena que
no terceiro filme, Richard Lester teve total liberdade criativa em transformar o
filme numa verdadeira comedia e que muitos fãs até hoje tentam esquecer.
Pouco conhecida até
mesmo entre os cinéfilos, a fascinante obra do diretor francês Jacques Rivette
está chegando a Porto Alegre, em mostra que acontece na Sala P. F. Gastal entre
os dias 6 e 11 de agosto, depois de ter passado pelo Centro Cultural Banco do
Brasil em São Paulo e no Rio de Janeiro. Para introduzir o universo do
cineasta, o cinema da Usina do Gasômetro (3º andar) promove entre os dias 30 de
julho e 4 de agosto a mostra Esperando Rivette, com alguns dos filmes favoritos
do cultuado realizador da Nouvelle Vague.
Nos anos 1950, antes de começar a filmar,
Jacques Rivette foi um dos críticos mais atuantes da primeira fase da revista
francesa Cahiers du Cinéma, escrevendo textos que ajudaram a redefinir a
história do cinema. No início da década de 1960, tornou-se chefe de redação da
revista, possibilitando uma abertura editorial para jovens cinemas vanguardistas
de países distantes, sem abandonar a paixão pelos clássicos e a reverência aos
primeiros modernos do pós-guerra. Grande defensor da cinefilia, Rivette sempre
faz questão de ressaltar a importância do ato de ver filmes como um passo
fundamental para a formação do olhar.
A mostra Esperando Rivette apresenta nove
longa-metragens lançados nos anos 1950 que contribuíram para compor o invejável
repertório cinematográfico do realizador. A fase tardia de Fritz Lang, venerada
por boa parte da crítica francesa da época, é representada pelos dois filmes
que o mestre alemão realizou na Índia, O Tigre de Bengala e O Sepulcro Indiano.
Outra incursão indiana presente na mostra é O Rio Sagrado, primeiro filme
pós-exílio de Jean Renoir, nome tão influente para a geração da Nouvelle Vague
que Rivette o apelidou de “patrão” numa série de documentários produzida nos
anos 1960.
Kenji Mizoguchi e Otto Preminger, dois
exemplos de requinte naquilo que Rivette via como o grande mistério
cinematográfico – a mise en scène –, estão presentes na mostra com dois
impressionantes filmes a cores: A Imperatriz Yang Kwei-fei e Bom Dia, Tristeza.
A relação entre cinema e teatro, um dos temas que encantou o jovem Rivette e
acabou intensificado em sua filmografia, especialmente nos anos 1970, também
ganha destaque em nossa programação com uma das obras-primas do dinamarquês
Carl Theodor Dreyer, A Palavra.
A virada do clássico para o moderno é outro
tópico que ganhou atenção nos textos de Rivette. Em Hollywood, celebrava na
obra de Howard Hawks, em filmes como O Inventor da Mocidade, um cinema
preponderantemente físico, revelando “uma beleza que manifesta a existência
pelo respirar e o movimento pelo andar”. Na Europa, Rossellini era o porta-voz
do moderno com o seu Viagem à Itália, filme que o crítico aproximou à obra de
Henri Matisse no influente artigo “Carta Sobre Rossellini”, publicado em 1955.
Ainda no terreno moderno, será exibido Grilhões do Passado, um dos
quebra-cabeças mais ousados de Orson Welles, autor que Rivette define como o
pai da abusada geração hollywoodiana dos anos 1950 que ajudou a acender o pavio
criador dos futuros cineastas da Nouvelle Vague.
A mostra Esperando
Rivette tem o apoio da distribuidora MPLC e da locadora E o Vídeo Levou e pode
ser conferida em três sessões diárias.
Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na
pagina da sala clicandoaqui.
Sinopse: Inspirado na
autobiografia de Hiroto de Moraes Joanide (interpretado por Daniel de
Oliveira), o filme é ambientalizado na Boca do Lixo, zona de prostituição em
São Paulo durante os anos 1950 e 1960. Hiroto é um homem de família nobre que
frequenta a região em busca de prazer, até que algo muda completamente em sua
vida. Seu pai é assassinado e ele se torna o principal suspeito. Hiroto então
entra na vida do crime e se muda para a Boca.
Destaque no Cine Pe 2012,
onde venceu os prêmios de melhor direção, atriz para Hermila Guedes, direção de
arte e trilha sonora, Boca narra a conturbada trajetória de Hiroito Joanides
(Daniel de Oliveira ótimo como sempre). Ele reinou soberano na Boca do Lixo
paulistana dos anos 1950 e 1960, envolvido em prostituição e drogas, que o levou há riquezas, mas ao mesmo tempo sempre perseguido pelas autoridades.
Visualmente o filme possui
uma bela reconstituição de época, onde a fotografia com tons pastel remete bem aquele
período. Por vezes, o filme se concentra na ação e também na investigação subjetiva
das motivações de Hiroito, vagamente inspirada em sua autobiografia.
Infelizmente o filme se perde em alguns momentos, devido a certas interpretações
mecânicas do elenco secundário, sendo que Daniel de Oliveira é o que mais se
esforça e carrega o filme todo nas costas, muito embora esteja anos luz de
superar o seu melhor desempenho na carreira que foi em A Festa da Menina Morta.
Embora seja um tanto longo
(mesmo sendo pouco mais de uma hora e meia), A Boca é uma pequena e interessante
reconstituição dos fatos de uma pessoa, mas que na verdade a famosa Boca do Lixo
tem muito mais a oferecer com relação a inúmeros fatos verídicos que
aconteceram no auge de sua época.
Em Cartaz: CineBancários:
Rua General Câmara, nº 424 - Centro Porto Alegre. Sessões: 15h, 17h e 19horas.
O Cineterapia exibe
na segunda-feira, dia 29 de julho, às 20h, o premiado longa gaúcho Os Famosos Duendes da Morte, comentado pelo autor da história, Ismael
Caneppele. A sessão tem entrada franca, e as senhas devem ser reservadas pelo
e-mail projetocineterapia@gmail.com.
Considerado uma das revelações da literatura brasileira contemporânea,
Caneppele é romancista, desenvolve argumentos e roteiros para o cinema e morou
na Alemanha e Croácia, onde foi assistente de direção em ópera e ator de
teatro.
Os famosos duendes da morte: Um garoto de dezesseis anos, fã de Bob Dylan,
acessa o mundo através da internet enquanto vê seus dias passarem em uma
pequena cidade alemã, no interior do Rio Grande do Sul. “Estar perto não é
físico”, diz ele em seu blog. Por identificação, aproxima-se de uma garota que
o apresenta um mundo diferente.
Quando a garota parte para outro mundo, deixa imortalizada sua história em
fotos e vídeos na internet, e então guiado pela música de Dylan, ele mergulha
em lembranças até o surgimento de uma figura misteriosa que desencadeia
diversos acontecimentos em sua vida.
Com roteiro do próprio autor que também participa do elenco do filme, e direção
de Esmir Filho (conhecido pela direção do hit online Tapa na Pantera), Os Famosos e Os Duendes da Morte dialoga com uma geração que acredita na
internet não como passatempo, mas como opção existencial.
A película participou de diversos festivais, dentre os quais o 60º Festival de
Berlim, 62º Film Festival Locarno e ganhou o prêmio de melhor filme no Festival
do Rio, onde ainda foi agraciada pela crítica internacional.
Em sua 24ª edição e quarto ano consecutivo, o projeto disponibiliza clássicos
que estudam novas formas de desenvolver a sensibilidade e possibilita análise
comportamental por destacados pensadores, psiquiatras e escritores gaúchos. Já
participaram do evento nomes como Thedy Correa, Frank Jorge, Tatata Pimentel,
Jorge Furtado e outros. A mediação da conversa fica por conta dos terapeutas
Cínthya Verri e Roberto Azambuja.