Nos dias 13
e 14 de abril, estarei participando do curso
"MARVEL - 15 ANOS DE AVENTURA NO CINEMA" criado pelo Cena Um e ministrado pelo
critico de cinema ROBERTO SADOVSKI. Enquanto os dias da atividade não chegam,
por aqui, estarei postando sobre as quinze melhores adaptações da Marvel para o
cinema (em ordem cronológica) nestes últimos quinze anos.
HULK
Sinopse: O
Cientista Bruce Banner (Eric Bana) tem
dificuldades em lidar com a sua ira. Sua vida tranquila de brilhante ciêntista
que trabalha com a ex-namorada Betty Ross (Jennifer Connely) esconde um passado
doloroso. Um acidente de laboratório revela os heróicos impulsos de Bruce mas
também liberta seus demônios. E ele se torna o mais poderoso ser na face da
terra. Um super-herói e um monstro.
Tem certas sessões
de filmes que nunca me esqueço e a sessão que eu assisti ao filme Hulk (2003)
era uma delas. Fui assistir no saudoso cinema Imperial de Porto Alegre e na
minha frente estava um pai e o seu filho, sendo que esse ultimo estava muito eufórico
para ver o Hulk na tela grande. Mas depois de quase uma hora de filme (legendado)
e sem o gigante esmeralda aparecer, a criança não agüentava mais e queria logo
ir embora, mas quando ia fazer isso, o personagem surge finalmente na tela,
muito embora o estrago já estivesse mais do que feito.
Esse
pequeno exemplo que estava na minha frente na sessão, sintetizou o que foi para
o publico ao assistir a primeira adaptação do cinema para o gigante esmeralda:
muitos amaram, outros (como o pequeno na frente) odiaram, mas visto hoje,
podemos ter absoluta certeza, que foi realmente uma adaptação de HQ a frente
daquele tempo e muito se deve ao diretor que estava no comando, Ang Lee. O
recém premiado com sua obra prima O Tigre e o Dragão, Lee optou em deixar as cenas
de ação em segundo plano e decidindo então explorar o lado psicológico dos
personagens, mais precisamente uma trama que escava os conflitos familiares e
as conseqüências que isso gera. Por eu ser um colecionador de HQ, percebi
imediatamente, que Ang Lee se baseou bastante na fase em que o roteirista Peter
David injetou novas idéias e significados sobre a origem do monstro, como o
fato de Bruce Banner quando pequeno ter visto o seu próprio pai matar a sua mãe
quando a estava defendendo dele.
Essa
passagem da historia do personagem nas HQ, serviu de ponta pé inicial para a
criação da historia para o personagem no cinema, mas diferente da HQ, o pai do
protagonista teria um papel essencial, não somente por ter causado um trauma na
vida dele, como na sua própria criação. Nick Nolte é sem sombra de duvida o
melhor interprete da produção, ao interpretar o pai e cientista louco responsável
pela criação do monstro, que se escondia dentro do seu filho Bruce (Eric Bana).
Sempre quando surge, Nolte da um show de
interpretação e seu desabafo sobre o dia fatídico que acabou provocando a morte
da sua esposa, é sem sombra de duvida a melhor parte do filme. Já Eric Bana tem
uma interpretação pra lá de competente, ao passar para o espectador que assiste,
todo lado de conflito interior que o personagem tem, dando a sensação de que a
qualquer momento ele irá explodir.
Mas não é só
isso: o filme ainda nos brinda com a relação conflituosa entre Betty Ross (Jennifer
Connelly) e Bruce, sendo que antes namorados do passado, ambos se separaram
devido a medos desconhecidos. O motivo da não união dos dois, esta precisamente
num sonho em que Betty
era assombrada, no qual ela pequena, é abandonada pelo pai General Ross (Sam
Eliott), para logo em seguida ser morta pelo próprio Bruce. Esse sonho não só
representava a relação difícil de Betty com o seu pai, como também levantava duvidas
sobre as origens do casal da trama, mas que acredito que seria mais explorado,
caso houvesse uma seqüência dessa versão.
Mas com
tudo isso que eu já disse como fica o Hulk em si e as cenas de ação que ele protagoniza?
Quando a criatura surge nas suas duas primeiras transformações, infelizmente é
de noite, o que dificulta um pouco em ver o que estava acontecendo na tela (principalmente
na sala Imperial que era muito escura). Contudo, Ang Lee foi sábio em jogar a
criatura no decerto e na luz do dia, onde ele enfrenta o exercito de Ross e
sintetiza o verdadeiro “Hulk esmaga” das HQ. Nesta parte, os fãs não têm o que
reclamar, pois Hulk, ruge, salta (mais do que o normal) e trata os soldados
como não se fosse nada. Tudo embalado com uma impressionante trilha sonora composta
pelo compositor Danny Elfman (Batman) e com uma impressionante edição, que faz
com que as tão lembradas montagens de câmera de Brian de Palma dos seus filmes,
se parecerem nada.
Tai uma
coisa que nunca irei entender como o fato dos membros da academia do Oscar não
ter indicado o filme nesta parte técnica (montagem), pois Ang Lee cria uma
verdadeira HQ em movimento na tela, jogando inúmeros quadros, onde cada um
deles mostra um ângulo diferente de determinada situação que esta acontecendo
na tela. Na época, eu ainda não era familiarizado com as famosas imagens de inúmeros
ângulos diferentes que o diretor Brian de Palma criava, mas pelo visto, Ang Lee
se sobressaiu, atingindo patamares nunca antes alcançados por De Palma neste quesito.
Uma pena, portanto que muita porcaria havia sido escrita sobre o filme na época,
pois além do fato de alguns não terem compreendido a proposta do diretor, essa
edição quase nunca era lembrada, sendo reconhecida um tanto que tardiamente.
Tendo apenas
obtido um relativo sucesso nos cinemas, a versão Hulk de Ang Lee jamais teve seqüência, mas
sempre foi defendida por aqueles que viam algo além do que uma mera adaptação
de HQ. Hulk voltaria novamente em mais duas tentativas para o cinema, mas isso é
uma outra historia.
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