Sinopse:Heleno de Freitas é a figura do Rio de Janeiro de
1940, quando a cidade era cheia de glamour, sonho e promessas. Primeiro galã do
futebol, Heleno defendia o Botafogo e tinha tudo para ser o maior jogador do
Brasil. No entanto, a guerra mundial da época e a libertinagem que guiava sua
vida mudaram seu brilhante destino, abandonado em um sanatório e vítima da
sífilis aos 39 anos de idade.
Se em território americano,
Rodrigo Santoro ainda não achou o seu papel que o consagrasse por lá, em território
nacional pelo menos ele se entrega sem restrições, criando personagens maiores
do que a vida e em Heleno não é diferente. Ao interpretar um dos maiores ídolos
do futebol, que pertencia ao Botafogo em meados dos anos 40, Santoro se entrega
no que ouso dizer ser o seu melhor momento no cinema. Ao encarnar Heleno,
Santoro cria uma verdadeira entidade impulsiva, que não se restringe a nada que
esta em seu caminho, fazendo de tudo para conseguir os seus objetivos, seja
para fazer do seu time que tanto ama campeão, como se entregar os vícios como
mulheres, sexo, bebidas e cigarros.
O diretor José Henrique da
Fonseca foi feliz na escolha de Santoro, mas o cineasta também merece credito,
pois não é todo dia em que vemos um Rio de Janeiro, que solta na tela com exatidão,
como era a cidade carioca dos anos 40. O que também contribui com essa
verossimilhança, é graças a bela fotografia em preto e branco, criada por
Walter Carvalho, que foi corajoso nesta escolha, mas que convenhamos, fazia
todo o sentido, para combinar com a atmosfera daquele tempo. Com um elenco de
peso, que inclui uma Alinne Moraes inspirada. Heleno pode não ter feito muito
barulho na estréia ou durante o tempo que esteve no cinema, mas é um filme
corajoso e mais puramente cinema.