Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Neste mês das bruxas, vamos relembrar de umas das sessões de filmes que agente assistia na TV que mais deixou saudades, o Cine Trash. O programa comandado pelo saudoso Zé do Caixão exibia filmes de terror de baixo orçamento, mas muitos se tornaram pequenos clássicos do gênero e que muitos se lembram com bastante saudosismo.
A BOLHA ASSASSINA
Sinopse:Arborville, EUA. Um velho passeia entre os arbustos da periferia quando encontra uma bolha gelatinosa que veio do espaço. Logo a bolha gruda em seu corpo, devorando-o em seguida. Uma amostra dela é levada a um médico, que não consegue identificar sua formação. A bolha cada vez necessita mais de nutrientes, o que faz com que ataque um teatro, um depósito de carnes e enfrente a população da cidade em campo aberto, devorando centenas de pessoas.
Momento de confissão. Não tenho certeza se esse filme passou no Cine Trash. Lembro-me que assisti numa tarde longínqua dos anos 90, só não me lembro se foi no Cine Trash ou no Cinema em Casa, pois a sessão de filmes do SBT gostava de passar filme de terror na época, como Carnossauros e Re-animator 2. Contudo, A Bolha Assassina possui todas as características dos filmes que passava na Band, portanto ta valendo.
Dirigido por Chuck Russell (O Maskara), o diretor conseguiu o inesperado. Essa refilmagem é considerada por muitos como muito superior ao clássico do cinema B (A Bolha) dos anos 50. Talvez isso se deva aos engenhosos efeitos visuais da época, bem eficazes, além de manter todas as características dos filmes de terror dos anos 80, como jovens sendo protagonistas, ligados ao sexo e a cultura pop, em meio ao terror explicito.
Curiosidade: Mais de uma centena de modelos da bolha foram usados nas filmagens, todos compostos por seda, látex, silicone e Methocil, um agente químico usado para tornar fast foods mais consistentes. - O diretor Chuck Russell aparece em uma pequena ponta, como o patrono do teatro. - Todas as cenas externas foram rodadas na cidade de Abbeville, na Louisiana. Estas cenas não foram rodadas na verdadeira Arbeville porque, na época das filmagens, a cidade estava coberta de neve.
Sinopse: Leonardo (Rafael Spreguelburd) é um designer industrial que vive com a esposa Anne, a filha Lola e a empregada Elba. Eles moram na única casa da América feita pelo famoso arquiteto Le Corbusier, na cidade de La Plata. A vida da família era tranqüila até o início das obras em uma casa adjacente, onde o vizinho (Daniel Aráoz) resolveu ilegalmente fazer uma janela que dava pra sua casa.
O cinema Argentino esta provando que é versátil em vários gêneros de filme, e foi apartir de O Segredo dos seusOlhos, que o mercado estrangeiro começou a enxergar o cinema dos nossos hermanos com outros olhos. O homem ao lado é uma prova dessa onda de qualidade cinematográfica Argentina, ao mostrar uma situação corriqueira (vista em qualquer esquina) numa situação incomum. Isso graças a direção eficaz dos irmãos Mariano Cohn e Gastón Duprat, onde injetam momentos realistas, mas com doses de humor negro e umas pitadas de um pequeno suspense, já que não temos uma idéia precisa sobre o que rola exatamente nas cabeças de ambos vizinhos protagonistas. De um lado, temos designer industrial bem sucedido (Rafael Spreguelburd), mas que não esconde os seus defeitos, e do outro lado, um vizinho com o grande desejo de pegar luzes do sol dentro da sua casa, (interpretado de forma incrível pelo ator Daniel Araoz) e com isso, acaba abrindo uma janela bem em frente do primeiro.
O que temos aqui é um retrato do cotidiano de ontem e hoje, mas mostrado na tela, soa de uma forma original, principalmente por mostrar personagens ambíguos e estranhos. E a palavra ambígua está escrito na testa do personagem Araoz, que por vezes, parece assustador e por vezes simpático, mas com segundas intenções, nas quais, não deixa exatamente claras em (quase) em nenhum momento.
Uma pequena análise do comportamento humano, perante uma situação que poderia facilmente ser resolvida, mas que acaba ganhando contornos inesperados. Bem que poderia que outras situações corriqueiras da vida fossem levadas a tela dessa forma tão boa.
Final de semana cheia de opções para cinéfilos. No meu caso estarei ocupado participando do curso sobre Steven Spielberg. Os especiais que eu fiz aqui (e que se encerra hoje) são um aquecimento para esses dois dias que ficarei envolvido dentro do universo mágico do diretor de ET. Mas isso é só o começo, já que inicio de novembro, estarei participando de um novo curso sobre Ingmar Bergman. Portanto, apartir de segunda, estejam prontos para entrar no universo incomum desse diretor incomum.
Confiram as estréias:
Gigantes de Aço
Sinopse: Num futuro não muito distante, as lutas de boxe já não são mais travadas entre seres humanos e sim através de robôs enormes, capazes de desferir golpes ultrapotentes e impactantes no oponente e para o espectador. Neste ambiente, Charlie (Hugh Jackman) é um ex-boxeador falido, que se vira com máquinas obsoletas e, quase sempre, perdedoras. Morando de favor com Bailey (Evangeline Lilly), filha de seu falecido treinador, ele acaba sendo chamado pela Justiça por causa da morte da ex-mulher e a futura guarda do filho deles. O problema é que Max (Dakota Goyo) tem 11 anos, Charlie nunca teve o menor contato com ele e, por isso, prefere que ele fique com a cunhada, mediante o pagamento de uma polpuda "recompensa". Mas o garoto é muito esperto e aos poucos vai conquistando o coração do lutador. Para completar, o menino é uma fera nos videos games e tem chances reais de ajudá-lo a treinar uma nova máquina de combate e mudar para sempre o destino deles. Agora, tudo que eles precisam é começar do zero e ir subindo no ranking para enfrentar o campeão dos campeões.
Atividade Paranormal 3
Sinopse: Dennis (Christopher Nicholas Smith) adora filmar e possuí até uma ilha edição em casa, montada na garagem. Casado com Julie (Lauren Bittner), com quem tem duas lindas filhas Katie (Chloe Csengery) e Kristi (Jessica Tyler Brown), ele resolve propor a ela que seja feita uma filmagem de uma transa dos dois. O que ele não contava é que um terremoto iria atrapalhar o momento de fetiche, mas também revelaria uma estranha imagem em sua gravação. Curioso com o fato, ele mostra para a esposa que não liga e também para um amigo (Dustin Ingram), que fica igualmente intrigado. Os dois acabam instalando mais de uma câmera na casa e o que eles passam a ver marcará para sempre o futuro de todos.
Um Gato em Paris
Sinopse: Dino é um gato que divide a vida entre duas casas. Durante o dia ele fica ao lado de Zoé (Oriane Zani), a filha de Jeanne (Dominique Blanc), que é delegada de polícia. À noite ele acompanha Nico (Bruno Salomone), um ladrão de grande habilidade que perambula pelos tetos de Paris em busca de novos roubos. Jeanne investiga vários roubos de joias e ainda precisa proteger o Colosso de Nairóbi, um monumento famoso cobiçado por Victor Costa (Jean Benguigui). Dino é testemunha de tudo o que acontece com seus dois donos e, por causa disto, vive várias aventuras.
Entre Segredos e Mentiras
Sinopse: 1971. David Marks (Ryan Gosling) é filho de um influente empresário, Sanford Marks (Frank Langella), mas nada quer com as empresas da família. Ele conhece e posteriormente se casa com Katie Mars (Kirsten Dunst), com quem abre uma loja de produtos orgânicos em uma cidade no interior dos Estados Unidos. O problema é que David não se sustenta e ainda depende da mesada da família. Um dia, ao receber a visita do pai, David recebe uma nova proposta para trabalhar em Nova York. Desta vez acompanhada com uma ameaça velada, de que Katie pode abandoná-lo caso mantenha o atual nível de vida. Temendo perdê-la, ele aceita o emprego e ambos se mudam mais uma vez. É o início dos problemas de relacionamento entre David e Katie, já que ele passa a querer agradá-la de todas as formas, mesmo que isto o torne infeliz.
180º
Sinopse: Anna (Malu Galli) e Russell (Eduardo Moscovis) são jornalistas e vivem juntos. Bernardo (Felipe Abib) começou a trabalhar há pouco tempo na redação, mas logo se torna amigo da dupla. Quando Anna e Russell decidem se separar, ele abandona a carreira e decide tocar o negócio do pai, envolvendo a plantação de laranjas, enquanto que ela resolve abrir uma editora. Um dia, após uma noite de bebedeira, Bernardo encontra uma caderneta que o inspira a escrever um livro. Ele o apresenta a Anna, que decide publicá-lo. Logo o livro torna-se um best seller, fazendo com que Bernardo vire uma estrela da literatura nacional. Só que, repentinamente, ele passa a receber ameaças do dono da caderneta.
Nos dias 22 e 23 de outubro, estarei participando do curso O FANTASTICO CINEMA DE STEVEN SPIELBERG, na Rua General da Câmera 424 – Porto Alegre/RS. Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme que esse fantástico diretor criou e que foi um dos primeiros que fez nascer o conceito “blockbuster”.
Prenda-me Se For Capaz
Sinopse: Baseado na história de Frank Abagnale, ladrão mestre na arte do disfarce e um dos criminosos mais procurados na história dos Estados Unidos. Aqui o agente do FBI, Carl Hanratty, está em seu encalço e faz de tudo para capturá-lo.
Poderia ser mais uma aventura de um vigarista se Steven Spielberg com uma genialidade quase imperceptível não tivesse dado o calor humano e uma diferente empatia a essa história verídica. Com uma forma narrativa que remete aos filmes feitos nos anos 60 e 70 e neste sentido atendem para os letreiros da apresentação, o cineasta expõe esse jogo de gato e rato com mais ênfase na personalidade de Frank Abagnagle Jr (Dicaprio extraordinário) e nos seus conflitos familiares que se entrelaçam a perfeição com a trajetória das vigarices. Produção notável de recriação de época e um sugestivo toque de gênio do mago de trilhas Jhon Willians.
Curiosidade: O sistema de alarme de incêndio do hospital foi desenvolvido no final da década de 80/início da década de 90, bem depois da época em que o filme se passa (década de 60).
Guerra dos Mundos(2005)
Sinopse: Ray (Tom Cruise) é um homem divorciado que trabalha nas docas. Ele não se sente à vontade no papel de pai, mas precisa cuidar de seus filhos, Robbie (Justin Chatwin) e Rachel (Dakota Fanning), quando eles lhe fazem uma de suas raras visitas. Pouco após eles chegarem Ray presencia um evento que mudará para sempre sua vida: o surgimento de uma gigantesca máquina de guerra, que emerge do chão e incinera tudo o que encontra. Trata-se do primeiro golpe de um devastador ataque alienígena à Terra, que faz com que Ray pegue seus filhos e tente protegê-los, levando-os o mais longe possível das armas extra-terrestres.
Apesar da versão clássica do conto ter se tornado bastante conhecida pela narração de Orson Welles na rádio e pela adaptação para o cinema nos anos 50, esse filme tem seus méritos, principalmente pelo fato de Spielberg ser fã, tanto do livro como também suas adaptações anteriores, e com isso, não fez feio. Nos, acostumados a nos vermos Spielberg dirigindo filmes em que os ETs eram sempre bonzinhos (vide ET e Contatos Imediatos de 3º grau), esse filme fecha a trilogia espacial do diretor, onde os aliens não têm nada de bom, e ao mesmo tempo, um retrato “pós 11 de setembro”, já que alguns momentos, o filme faz referencias aquele fatídico dia.
O filme já vale pelo primeiro ato, onde acontece o primeiro ataque. Poderia o diretor simplesmente mostrar os ETs atacando direto, mas em vez disso, ele cria uma verdadeira seqüência de suspense, efeitos especiais, truques de montagem e som, para criar um clima de verdadeira expectativa, para só então, a primeira nave dos seres alienígenas, surgir de uma maneira inusitada e muito bem engenhosa. Muitos na época reclamaram do final, que a trama foi resolvida de uma forma simples demais, mas o caso que essa solução estava no livro desde o principio e Spielberg se tornou fiel a ela, mesmo colocando a trama no dias atuais. O que, da minha parte realmente me incomodou, foi o fato de Spielberg não ter sido corajoso o suficiente com relação ao destino de um dos personagens principais, sendo que na ultima vez que nos vimos ele, era impossível ele ter sobrevivido. Assim como em AI, Spielberg mostrou sinais que perdeu a coragem de ser um pouco mais ousado depois de ter ficado mais velho.
Criticas a parte, eu gosto de me lembrar desse filme, mais pelo fato de ter conhecido pela primeira vez Dakota Fanning e ter tido a certeza que ela iria mais longe, o que realmente aconteceu.
Curiosidade: Steven Spielberg possui uma das poucas cópias do manuscrito usado por Orson Welles em sua transmissão pelo rádio do livro "Guerra dos Mundos", a qual leu em uma audição juntamente com o elenco do filme;
Munique
Sinopse: Apos atentado de 11 atletas nas Olimpíadas de Munique, em 1972, o governo israelense convoca um jovem patriota e sua equipe para matar os acusados pelo planejamento do massacre.
Assistir a Munique é como se voltasse no tempo e chegássemos em pleno inicio dos anos 70, pois Spielberg faz uma fantástica reconstituição da época, dando a ligeira sensação que o filme foi feito realmente em 1972. O filme também serve como alivio para o critico mais exigente, já que foi uma prova, de que Spielberg não perdeu sua ousadia, em tentar se superar, e novamente ele cria um filme adulto ousado e que pode muito bem se equiparar a outras obras primas adultas dele, como A Lista de Schindler. Aqui, o mundo da espionagem e terrorismo são postos na mesma mesa, elevando a um novo grau de ambos os lados, e ao mesmo tempo, é um assustador retrato de ontem e hoje sobre esse delicado assunto que é o terrorismo, que sempre existiu e sempre existira enquanto não houver uma solução definitiva. Os segundos finais enlaçam o que foi o terrorismo daquele tempo e do mundo "pós 11 de setembro". Uma imagem simples, mas que diz tudo. Destaco o incrível desempenho de Eric Bana, que provou que não viveria apenas sendo conhecido por ter sido um dos interpretes do Hulk no cinema.
Curiosidade: Bem Kingsley faria parte do elenco de Munique mas teve que deixar o papel devido a conflitos de agenda. Em seu lugar foi contratado Geoffrey Rush. - Guri Weinberg interpreta o próprio pai em Munique.
Neste mês das bruxas, vamos relembrar de umas das sessões de filmes que agente assistia na TV que mais deixou saudades, o Cine Trash. O programa comandado pelo saudoso Zé do Caixão exibia filmes de terror de baixo orçamento, mas muitos se tornaram pequenos clássicos do gênero e que muitos se lembram com bastante saudosismo.
DO ALEM
Sinopse: Cientistas constróem uma máquina para estimular a glândula pineal, considerada por muitos a responsável pelo sexto sentido humano. A experiência, porém, acaba abrindo um portal para uma dimensão dominada por criaturas bizarras e hostis que podem manipular os instintos humanos.
Stuart Gordon é o mesmo que dirigiu “Re-Animator” em 1985, e só por isso, esse Do Além já temos então uma ligeira idéia do que se esperar dele. Filme barato, efeitos especiais simples, bastante maquiagem, bastante nojeira, um roteiro bobo, mas engenhoso, atuações horríveis e humor negro. O legal do filme esta pelo fato de ele carregar todas as características que marcaram o cinema de horror dos anos 80, onde o prólogo lança o mistério no ar como todo bom clichê descompromissado.Destaque para Crawford Tillinghast e Bárbara Crampton, ambos a vontade em seus respectivos papeis, talvez pelo fato de já terem trabalho com o diretor em Re-Animator. Seus personagens carregam inúmeras camadas de personalidade, nos quais, surpreendem até os mais fãs de carteirinha do gênero.