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Quem sou eu
- Marcelo Castro Moraes
- Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
- Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
Cine Curiosidade: Curso de Iniciação a arte cinematográfica
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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domingo, 9 de dezembro de 2018
Cine Dica: Em Cartaz: As Viúvas
Sinopse: Um assalto
frustrado faz com que Harry Rawlins (Liam Neeson) e sua gangue sejam mortos
pela polícia e o dinheiro que roubaram seja destruído pelas chamas. Isto faz
com que a viúva de Harry, Veronica (Viola Davis), seja cobrada para que a
quantia roubada seja devolvida. Veronica então decide realizar o roubo, tendo a ajuda das demais viúvas dos
mortos no assalto frustrado.
Embora perfeccionista Steve
McQueen, por enquanto, não opta em apresentar uma visão autoral em suas obras,
mas sim diferentes uma da outra. Se em Shame ele explorava a obsessão pelo sexo da
sociedade contemporânea, 12 Anos de Escravidão fazia uma dura crítica a própria América conservadora e racista em tempos de escravidão. As Viúvas, portanto, se difere também
das demais obras, mas aumentando um grau cada vez mais elevado sobre o que o
cineasta quer falar com relação ao mundo em que vivemos.
Baseado na obra de Gillian Flynn (Garota Exemplar) o filme acompanha as consequências de um assalto frustrado comandado por Harry Rawlin (Liam Neeson), onde o mesmo e mais os seus companheiros foram mortos em uma emboscada orquestrada pela policia. A viúva de Harry, Verônica (Viola Davis) acaba sendo cobrada por mafiosos e descobrindo o submundo por detrás das eleições que acontecem nesse momento em Chicago. Para escapar dos problemas que estão em seu encalço, Verônica decide reunir as outras viúvas dos ladrões mortos, para assim roubar o valor do qual o seu marido ficou devendo para o submundo.
A premissa pode até lembrar o recente 8 Mulheres e um Segredo, mas aqui o exagero vai para o escanteio e Steve McQueen elabora um belo filme de assalto em que a verossimilhança dá as suas cartas. O filme não deve em nada se compará-lo a fase áurea do gênero policial americano dos anos 70, sendo que a fotografia crua de Sean Bobbitt, parceiro de McQueen na maioria de suas obras, nos faz relembrar de tempos de um cinema mais imprevisível e impiedoso. Imprevisível, aliás, é a palavra chave que molda o filme, mas não somente pelas situações que acontecem, como também através da câmera de McQueen.
Além de elaborados planos sequências, o cineasta coloca a sua câmera em posicionamentos que vão contra as nossas perspectivas. É como se a sua lente, propositalmente, não registrasse situações em que os seus respectivos personagens gostariam que a gente presenciasse, como no caso sobre o que realmente aconteceu numa determinada explosão, ou quando ouvimos determinadas conversas dentro de um carro, mas não testemunhamos os mesmos dentro dele. Isso faz com que se gere uma pequena tensão dentro da gente e fazendo a gente se perguntar o que virá em seguida.
Além disso, assim como em 12 Anos de Escravidão, McQueen consegue escalar um elenco estelar, formando por um time de qualidade que impressiona: Viola Davis, Michelle Rodriguez, Elizabeth Debicki, Colin Farrell, Carrie Coon, Liam Neeson, Daniel Kaluuya, Robert Duvall, Jon Bernthal e dentre outros. Logicamente, as atrizes em cena que se sobressaem, já que cada uma de suas respectivas personagens possui personalidades distintas e muito bem construídas em cena.
Viola Davis, aliás, vive uma mulher envolvente e sempre complexa. Por sinal, o filme é um thriller de assalto que não se julga prepotente e não abusa nas reviravoltas para se criar um bom suspense. Na verdade, há sim um momento em que desvia demais da história principal para explicar uma situação, em um flashback, mas nada que comprometa a narrativa.
Com As Viúvas, Steve McQueen conseguiu criar uma produção que funciona como filme de assalto e ao mesmo tempo seguindo uma crítica social cada vez mais acentuada do cinema contemporâneo.
Baseado na obra de Gillian Flynn (Garota Exemplar) o filme acompanha as consequências de um assalto frustrado comandado por Harry Rawlin (Liam Neeson), onde o mesmo e mais os seus companheiros foram mortos em uma emboscada orquestrada pela policia. A viúva de Harry, Verônica (Viola Davis) acaba sendo cobrada por mafiosos e descobrindo o submundo por detrás das eleições que acontecem nesse momento em Chicago. Para escapar dos problemas que estão em seu encalço, Verônica decide reunir as outras viúvas dos ladrões mortos, para assim roubar o valor do qual o seu marido ficou devendo para o submundo.
A premissa pode até lembrar o recente 8 Mulheres e um Segredo, mas aqui o exagero vai para o escanteio e Steve McQueen elabora um belo filme de assalto em que a verossimilhança dá as suas cartas. O filme não deve em nada se compará-lo a fase áurea do gênero policial americano dos anos 70, sendo que a fotografia crua de Sean Bobbitt, parceiro de McQueen na maioria de suas obras, nos faz relembrar de tempos de um cinema mais imprevisível e impiedoso. Imprevisível, aliás, é a palavra chave que molda o filme, mas não somente pelas situações que acontecem, como também através da câmera de McQueen.
Além de elaborados planos sequências, o cineasta coloca a sua câmera em posicionamentos que vão contra as nossas perspectivas. É como se a sua lente, propositalmente, não registrasse situações em que os seus respectivos personagens gostariam que a gente presenciasse, como no caso sobre o que realmente aconteceu numa determinada explosão, ou quando ouvimos determinadas conversas dentro de um carro, mas não testemunhamos os mesmos dentro dele. Isso faz com que se gere uma pequena tensão dentro da gente e fazendo a gente se perguntar o que virá em seguida.
Além disso, assim como em 12 Anos de Escravidão, McQueen consegue escalar um elenco estelar, formando por um time de qualidade que impressiona: Viola Davis, Michelle Rodriguez, Elizabeth Debicki, Colin Farrell, Carrie Coon, Liam Neeson, Daniel Kaluuya, Robert Duvall, Jon Bernthal e dentre outros. Logicamente, as atrizes em cena que se sobressaem, já que cada uma de suas respectivas personagens possui personalidades distintas e muito bem construídas em cena.
Viola Davis, aliás, vive uma mulher envolvente e sempre complexa. Por sinal, o filme é um thriller de assalto que não se julga prepotente e não abusa nas reviravoltas para se criar um bom suspense. Na verdade, há sim um momento em que desvia demais da história principal para explicar uma situação, em um flashback, mas nada que comprometa a narrativa.
Com As Viúvas, Steve McQueen conseguiu criar uma produção que funciona como filme de assalto e ao mesmo tempo seguindo uma crítica social cada vez mais acentuada do cinema contemporâneo.
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre O Beijo no Asfalto (2018)
nota: filme será exibido para associados neste próximo domingo (09/12/18) as 10h15min no Cinebancários.
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Sinopse: Baseado na peça
homônima escrita por Nelson Rodrigues. Ao presenciar um atropelamento, Arandir,
um bancário recém-casado, tenta socorrer a vítima, mas o homem, quase morto, só
tem tempo de realizar um último pedido: um beijo. Arandir beija o homem, mas
seu ato é flagrado por seu sogro Aprígio e fotografado por Amado Ribeiro, um
repórter policial sensacionalista.
Algumas peças de teatro, ou
obras cinematográficas, possuem tanto uma linguagem da qual sintetiza a sua época, como também tendo o sério risco de ficar preso a ela. O Beijo no Asfalto de Bruno
Barreto de 1981, não só era fiel a peça de Nelson Rodrigues, como também
caminhava de mãos dadas com as mudanças e conservadorismo daqueles tempos já longínquos.
Eis que esse novo O Beijo no Asfalto, não somente é fiel a sua fonte original,
como também consegue, de forma sublime, transitar entre o teatro, cinema e
comprovar que pensamentos conservadores de ontem ainda persistem nos dias de hoje.
Dirigido pelo estreante
Murilo Benício, o filme retrata os atos e consequências de um atropelamento
ocorrido numa avenida de São Paulo. Arandir (Lazaro Ramos) presencia um
atropelamento e tenta socorrer a vitima. Inesperadamente Arandir beija a vitima
antes desse último vir a morrer e despertando a curiosidade de seu sogro Aprígio
(Stenio Garcia), dos jornalistas e da própria policia que presenciaram o acontecimento.
Confesso que eu assisti
somente uma vez a versão da década de 80 na extinta rede manchete e, ao
assistir a essa nova versão, foi como recobrar memórias esquecidas. Porém,
enxergo uma identidade própria nessa revisita do conto, já que ela flui
tranquilamente entre o universo do teatro, cinema e os ensaios em que os atores
moldam os seus respectivos personagens. É nessas sequências, aliás, que
testemunhamos tanto a força do texto de Nelson Rodrigues, como também o grande
desempenho de cada um dos atores.
Otávio Muller, por exemplo,
surpreende na transição de momentos de humor, sarcasmo, para situações que faz com que a gente começe a sentir desprezo pelo próprio. E se Fernanda Montenegro, como sempre,
mostra a sua força, mesmo quando ela somente aparece nos ensaios, Débora
Falabella se sobressai ao descascar a sua personagem e se revelar um ser
distante do que no principio havia sido apresentado. Já Lázaro Ramos nos brinda com um desempenho completo, ao apresentar um personagem que transita entre
a razão do seu ser e ambiguidade da qual não consegue esconder.
Com uma fotografia em preto e
branco “assumidamente” crua de Walter Carvalho, o filme carrega em si um
clima de opressão dos tempos de chumbo e cuja essa sensação era também sentida, tanto na peça, como também na sua versão cinematografica dos anos 80. Curiosamente, o texto não
envelhece ao ser revisto nos dias de hoje, já que o mesmo olhar conservador
hipócrita da época (em sequências muito bem defendidas pelo talento de Stenio
Garcia) ressurge em tempos em que o Brasil é tomado por assalto por
aqueles que se dizem “cidadãos de bem”. Assim como foi dito no passado, a
própria Fernanda Montenegro diz em cena que “iremos sobreviver”, mesmo quando o
futuro nos mostra o quão iremos ter que lutar.
O novo O Beijo no Asfalto
comprova que a obra de Nelson Rodrigues sobreviveu ao teste do tempo e que,
novamente, revela um Brasil consumido pelo conservadorismo.
Onde assistir: Cinebancarios: Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre. Horários: 15h e 19h15min.
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Cine Dicas: Estreias do final de semana (07/12/18)
RASGA CORAÇÃO
Sinopse: Manguari Pistolão é ao mesmo tempo um herói e um homem comum. Atuante na militância em boa parte da vida, agora terá que enfrentar o mesmo que seu pai: seu filho, Luca, pretende deixar a faculdade de Medicina e ingressar de vez no movimento hippie. Em um crescente conflito com as escolhas do garoto, verá seu passado sendo reinventado na figura dele.
2 OUTONOS E 3 INVERNOS
Sinopse: Arman tem 33 anos e resolve mudar de vida. Para começar, começa a correr no parque aos sábados. No primeiro dia, conhece Amélie. A primeira impressão é de um choque, a segunda será uma punhalada no coração. Benjamin é o melhor amigo de Arman. Entre dois outonos e três invernos as vidas de Amélie, Arman e Benjamin se cruzam, cheias de encontros, acidentes, histórias de amor e memórias.
A MATA NEGRA
Sinopse: Numa floresta do interior do Brasil, uma garota vê sua vida – e de todos ao seu redor – mudar terrivelmente quando encontra o Livro Perdido de Cipriano. A Magia Sombria deste objeto, além de outorgar poder e riqueza a quem o possui, é capaz de libertar um terrível mal sobre a Terra.
A VIDA EM SI
Sinopse: O relacionamento amoroso vivido por um casal é contado através de diferentes décadas e continentes, desde as ruas de Nova York até a Espanha, revelando como diferentes pessoas acabam se conectando a eles por meio de um evento marcante.
Encantando
Sinopse: Cinderela, Branca de Neve e Bela Adormecida estão animadas com o noivado com o Príncipe Encantado. O que não sabiam é que todas estão noivas do mesmo príncipe.
Henfil
Sinopse: Apresenta a vida do cartunista e ativista Henfil e, através de narrativas paralelas, explora um movimento de descoberta do artista junto aos jovens a partir de uma turma de animadores que tenta trazer seu trabalho para os dias atuais. Ainda traz revelações sobre a maneira como o artista usou seus desenhos como um aparato para driblar a censura política, e também como um recurso para lidar com sua saúde frágil, causada pela hemofilia, e para expor sua inquietação criativa.
MARIA CALLAS: EM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS
Sinopse: Maria Callas nasceu na cidade de Nova York em 1923, numa família de imigrantes gregos. Incentivada pela mãe a desenvolver dotes artísticos desde cedo, teve aulas de canto lírico com Elvira Hidalgo no Conservatório de Atenas e não tardou a ser reconhecida internacionalmente como a melhor cantora de ópera de todos os tempos. Através de entrevistas, imagens raras de arquivo, filmagens pessoais e cartas íntimas, a vida e a carreira da artista são reconstituídas.
O Chamado do Mal
Sinopse: Um professor universitário e sua esposa, prestes a ter um bebê, serão os responsáveis por um ato com consequências horrendas. Eles liberam, involuntariamente, uma entidade maligna com pretensões perigosas.
O ÓDIO QUE VOCÊ SEMEIA
Sinopse: Estrella Carter é uma adolescente negra de dezesseis anos que presencia o assassinato de Khalil, seu melhor amigo, por um policial branco. Ela é forçada a testemunhar no tribunal por ser a única pessoa presente na cena do crime. Mesmo sofrendo uma série de chantagens, está disposta a dizer a verdade pela honra de seu amigo, custe o que custar.
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Cine Dica: Mostra de Cinemas Africanos (7 a 15 de dezembro)
Mostra de
Cinemas Africanos chega a Porto Alegre em dezembro, incluindo o longa-metragem
“Rafiki”, banido no Quênia e ovacionado em Cannes
Evento
exibirá 22 filmes, vários inéditos no Brasil, que apresentam diversidade estética
e narrativa dos cinemas africanos contemporâneos
Porto Alegre recebe
entre os dias 7 e 16 de dezembro a Mostra de Cinemas Africanos, que será
realizada na Cinemateca Capitólio Petrobras. Serão exibidos no evento 22
filmes, entre longas e curtas-metragens de ficção e documentário, produzidos a
partir de 2011 em países como Sudão, África do Sul, Quênia, Nigéria, Senegal e
Burkina Faso, além de obras dirigidas por cineastas de origem africana em
diáspora, especialmente na França. Os ingressos custam R$ 10,00 (inteira) e R$
5,00 (meia-entrada). A programação contará também com quatro debates em sessões
comentadas por especialistas em cinema, África e temas afins à mostra. É uma
chance rara de conhecer e discutir uma cinematografia vibrante e diversa em temáticas,
paisagens e estéticas nessa que será a última mostra da Cinemateca Capitólio
Petrobras em 2018.
A curadoria, assinada
pela jornalista, produtora e pesquisadora Ana Camila Esteves (Brasil) e pela
curadora e pesquisadora Beatriz Leal Riesco (Espanha/Estados Unidos), foi
pensada como forma de proporcionar ao público brasileiro o acesso a filmes
produzidos na África nos últimos cinco anos, bem como promover o contato com as
estéticas e narrativas presentes numa cinematografia quase completamente desconhecida
no país.
A abertura da Mostra
de Cinemas Africanos em Porto Alegre será na sexta-feira, dia 07 de dezembro,
às 20h, com o longa-metragem queniano “Supa Modo”, de Likarion Wainaina. O
filme, inédito no Brasil, narra a história de Jo, uma garota de nove anos que
tem uma doença terminal e é levada de volta à sua vila rural de origem para
viver seus últimos dias. O único conforto nesse momento difícil é sonhar em ser
uma super-heroína. Fugindo dos clichês de “filme de doentes terminais”, “Supa
Modo” comove pela doçura, humor e simplicidade de uma história para todas as
idades. Estreou no Festival de Berlim 2018 e desde então tem sido exibido em
diversos eventos pelo mundo. O longa foi escolhido para representar o Quênia na
disputa pela indicação de melhor filme estrangeiro no Oscar 2019.
A mostra também traz
em primeira mão a Porto Alegre o longa-metragem queniano “Rafiki”, da diretora
Wanuri Kahiu, que se tornou um dos filmes mais importantes do ano no circuito
internacional de festivais, após a exibição em Cannes. O longa mostra uma
história de amor entre duas meninas e foi banido no Quênia, país onde a
homossexualidade é proibida por lei. Um detalhe importante sobre a curadoria é
que mais da metade dos filmes que integram a programação foi dirigida por cineastas
mulheres e as obras permitem discutir temáticas voltadas ao feminino, como
sexualidade lésbica negra, representatividade feminina negra e os conflitos
entre tradição e modernidade na África contemporânea.
A Mostra de Cinemas
Africanos tem parceria com o Instituto Francês, o New York African Film
Festival (NYAFF, que em 2018 completou 25 anos), o FESTiFRANCE e o Wallay -
Barcelona African Film Festival, além da Cinemateca Francesa e do Instituto
Francês. A realização é da empresa produtora Ana Camila Comunicação &
Cultura, com apoio da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, através da
Cinemateca Capitólio Petrobras. O evento tem duas edições no Brasil: em
novembro, a mostra aconteceu em Salvador. A produção local da edição de Porto
Alegre é da jornalista, pesquisadora e professora universitária Gabriela
Almeida.
AQUECIMENTO
No dia 30 de
novembro, às 21h, será realizada uma sessão especial do Projeto Raros, da
Cinemateca Capitólio Petrobras, de aquecimento para a mostra. Será exibido o
filme “Ô Sol” (Soleil O, 1969, 98 minutos), dirigido por Med Hondo, um dos
nomes mais importantes do cinema da Mauritânia. Clássico do cinema político
africano, “Ô Sol” mostra um homem da Mauritânia que está feliz da vida:
escolhido para assumir uma vaga em Paris, na França, ele espera finalmente
mudar de vida e se encontrar no mundo. Embora tenha boa educação, ele acaba
tendo muitas dificuldades para se estabelecer no país, e se vê cercado pelo
racismo, pela indiferença e preconceito. Aos poucos, o sonho de uma vida diferente
na terra dos colonizadores vai se desfazendo. O filme será apresentado pelo
crítico e pesquisador Pedro Henrique Gomes e a entrada é gratuita.
EIXOS CURATORIAIS
Se o acesso aos
clássicos do cinema africano é pequeno e recente, o mesmo ocorre com a produção
contemporânea do continente, que vem se destacando pela singularidade de suas
tramas, seus formatos, o alcance de suas mensagens e os trânsitos e a fluidez
entre os gêneros narrativos, enquanto se afirma em termos autorais de forma
autônoma. Os títulos escolhidos pelas curadoras para compor a mostra dão
especial destaque a três eixos temáticos-narrativos:
O feminino: a
produção feita por mulheres no continente africano é destaque na programação,
com os longas “Rafiki” (Quênia, 2018, de Wanuri Kahiu), “Solte a voz” (França,
2018, de Amandine Gay) e “M de menino” (Nigéria, 2013, de Chika Anadu). Não só
dirigidos por mulheres, mas que trazem à tona os dilemas da mulher negra na
sociedade contemporânea, uma aproximação importantíssima entre África e Brasil.
Universo da infância:
longe de ser filmes para crianças, a curadoria selecionou filmes que tratam do
universo infantil a partir de um olhar de cuidado e muita sensibilidade para as
angústias e tropeços da vida de crianças negras na África e na diáspora. “Supa
Modo” (Quênia, 2018, de Likarion Wainaina) e “Wallay” (Burkina Faso, 2017, de
Berni Goldblat) são os longas que representam este eixo, enquanto uma sessão de
curtas curada em parceria com o New York African Film Festival, com obras do
Senegal, Burkina Faso e Quênia, se desdobra em sensíveis abordagens da
infância.
Ativismo e
micropolíticas: ainda que os dois eixos acima possam ser considerados
micropolíticos em seus ativismos, a curadoria selecionou alguns títulos que
mostram ao público brasileiro como os africanos lidam em seu cotidiano com
situações de vulnerabilidade. Longas como “Vaya” (África do Sul, 2016, de Akin
Omotoso) e “No ritmo do Antonov” (Sudão, 2014, de hajooj kuka) apresentam
narrativas realistas sobre seus respectivos países, além de outros curtas e
longas que oferecem um panorama dos dilemas contemporâneos da vida em
diferentes regiões do continente.
PROGRAMAÇÃO
DIA 07/12
(sexta-feira)
20h – Abertura da
mostra com “Supa Modo”, de Likrarion Wainaina (Quênia, 2018)
* Debate pós-sessão:
Distribuição e circulação dos cinemas africanos: o acesso aos filmes
Convidados: Ana
Camila Esteves (curadora da mostra e pesquisadora) e Pedro Henrique Gomes
(jornalista, crítico de cinema e pesquisador)
DIA 08/12 (sábado)
18h30 -
"Wallay", de Berni Goldblat (Burkina Faso/França, 2017)
20h -
"Rafiki", de Wanuri Kahiu (Quênia, 2018)
* Debate pós-sessão:
Por um cinema negro, feminino e LBTQ
Convidadas: Carla
Rabelo (professora da Unipampa), Fernanda Nascimento (pesquisadora/doutoranda
no Programa Multidisciplinar em Ciências Humanas da UFSC) e Lorena Risse
(pesquisadora/doutoranda em Ciências da Comuniação na Unisinos)
DIA 09/12 (domingo)
18h30 -
"Vaya", de Akin Omotoso (África do Sul, 2016)
20h30 - Programa de
curtas: parceria New York African Film Festival
DIA 11/12
(terça-feira)
19h30 - "Solte a
voz", de Amandine Gay (França, 2018)
* Debate pós-sessão:
Representatividade feminina negra: desdobramentos entre África e Brasil
Convidadas: Fernanda
Bastos (jornalista, escritora, mestranda em Comunicação e Informação na UFRGS e
criadora da editora Figura de Linguaugem), Camila Andrade
(pesquisadora/doutoranda em Ciência Política na UFRGS) e Fernanda Carvalho
(jornalista da TV Nação Preta e ativista do movimento negro)
DIA 12/12
(quarta-feira)
18h30 - "Supa
Modo", de Likarion Wainaina (Quênia, 2018)
DIA 13/12
(quinta-feira)
18h30 -
"Rafiki", de Wanuri Kahiu (Quênia, 2018)
Dia 14/12
(sexta-feira)
18h30 - "No
ritmo do Antonov", de hajooj kuka (Sudão, 2014)
Dia 15/12 (sábado)
15h45 - Programa de
curtas: parceria FestiFrance
18h – "Martha
& Niki", de Tora Mårtens (Suécia, 2016)
* Debate pós-sessão:
Mulheres e culturas urbanas
Dia 16/12 (domingo)
14h – Programa de curtas: filmes de Ekwa Msangi
(Quênia) + “Árvore sem frutos”, de Aïcha Macky (Franca/Níger, 2016)
16h - “M de Menino”,
de Chika Anadu (Nigéria, 2013)
SOBRE A EQUIPE:
PRODUTORAS E
CURADORAS DOS FILMES
Ana Camila Esteves
Jornalista,
produtora, curadora e pesquisadora. É idealizadora da Mostra de Cinemas
Africanos. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura
Contemporâneas da UFBA, onde desenvolve pesquisa sobre as narrativas urbanas
nos cinemas africanos contemporâneos. É sócia-fundadora da agência Ana Camila
Comunicação e Cultura, que desenvolve projetos de produção cultural na Bahia e
em outros estados, além de prestar serviços de assessoria de comunicação,
planejamento de projetos, gestão executiva e financeira. www.anacamila.com
Beatriz Leal Riesco
Historiadora da arte,
curadora e pesquisadora espanhola, se dedica às artes visuais e aos cinemas
africanos. É autora de diversos artigos sobre história e teoria do cinema
publicados em revistas como Revista de Historia de Cine, Film-Historia e
African Screens, além de organizadora de publicações e cursos sobre cinemas
periféricos. Vive entre a Espanha e os Estados Unidos, onde é programadora do
New York African Film Festival. Ministra conferências sobre os cinemas
africanos e produziu ciclos de cinema na Dinamarca, República Tcheca, Itália,
além de países do Oriente Médio e da própria África. É crítica de cinema e uma
das autoras do blog África no es un país, do jornal El País.
www.beatrizleal.com
PRODUTORA E CURADORA
DOS DEBATES
Gabriela Almeida
Jornalista,
pesquisadora e professora universitária baiana, residente em Porto Alegre há
nove anos. Doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), é professora e coordenadora adjunta do curso de
Jornalismo da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), onde também coordena e
executa o Cine Diversidade, projeto de extensão em Documentário e Direitos
Humanos. É autora do livro "O ensaio fílmico ou o cinema à deriva"
(Alameda, 2018), de artigos publicados em revistas acadêmicas brasileiras e
internacionais e coordenadora do Grupo de Pesquisa Estéticas, Políticas do
corpo e Gêneros da Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da Comunicação.
TEXTO DA CURADORIA
Pela primeira vez em
Salvador e Porto Alegre apresentamos uma seleção de filmes africanos
representativos da riqueza cinematográfica da África e sua diáspora. Com o
objetivo de abrir uma janela de exibição para a imensa criatividade africana e
minimizar a inaceitável ausência destas cinematografias nas salas comerciais e
nos canais de difusão de filmes no Brasil, reunimos cerca de vinte filmes de
dez nacionalidades diferentes e com ênfase na produção contemporânea. Os longas
de ficção, documentários e curtas-metragens que compõem a mostra são obras
inovadoras e de entretenimento que demonstram tanto a maestria dos seus
realizadores como a capacidade comunicativa de gêneros tão diversos como o
melodrama, o thriller, a comédia e a experimentação.
O impacto das novas
tecnologias e da indústria nigeriana (Nollywood) reconfigurou o mundo do
audiovisual africano, permitindo a novos e originais agentes o acesso aos meios
de produção. Neste momento excitante, queremos render tributo à mudança
geracional produzida desde o início do século XXI em narrativas, histórias,
protagonistas e indústrias cinematográficas africanas em países como Burkina
Faso, Senegal, África do Sul, Nigéria e em especial o Quênia, país com destaque
na nossa programação. A juventude com seus anseios, as realidades do cotidiano,
desenganos e aspirações, o espaço urbano, os deslocamentos, o crescente papel
da mulher à frente e detrás das câmeras, o universo da infância, os conflitos e
suas subjetividades - todos estes são fios condutores a uma viagem de
descoberta pela África e sua diáspora através do melhor dos seus cinemas.
Esta mostra é
dedicada ao professor Mahomed Bamba, falecido em 2015, apaixonado pelo cinema e
pesquisador dos cinemas africanos e da diáspora. Foi através de Bamba que nos conhecemos,
e sem dúvida tudo o que fazemos juntas é um desdobramento do seu legado como
professor, pesquisador e amigo querido. Esta mostra se potencializa com a sua
presença imensa.
Ana Camila e Beatriz
Leal
FICHA TÉCNICA
Realização: Ana
Camila Comunicação & Cultura
Curadoria: Ana Camila
e Beatriz Leal
Curadoria das mesas
de debates: Gabriela Almeida
Produção local:
Gabriela Almeida
Programação: Gabriela
Almeida e Ana Camila
Identidade visual e
material gráfico: Jéssica Soares
Vídeos: Caroline
Musskopf
Assessoria de
imprensa: Bebê Baumgarten
Apoio: Instituto
Francês e Cinemateca Francesa, New York African Film Festival, FESTiFRANCE,
Wallay - Barcelona African Film Festival e Secretaria da Cultura | Prefeitura
de Porto Alegre.
SERVIÇO
Mostra de Cinemas Africanos
| edição Porto Alegre
De 07 a 16 de
dezembro de 2018
Na Cinemateca
Capitólio Petrobras
Ingressos: R$ 10,00
(inteira) e R$ 5,00 (meia)
Informações:
https://www.facebook.com/africanfilmfestivalBR/
INFORMAÇÕES À
IMPRENSA:
Bebê Baumgarten
Comunicação
51 3028.4201 /
98111.8703
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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