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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Cine Dicas: Em Blu-Ray - DVD – VOD:



Tully

Sinopse: Marlo, mãe de três filhos, com um recém-nascido para cuidar, vive uma vida muito atarefada. Certo dia, ganha de presente de seu irmão uma babá para cuidar das crianças durante a noite. Embora um pouco hesitante, Marlo é surpreendida por Tully.
Tully marca a terceira colaboração entre a roteirista Diablo Cody e o diretor Jason Reitman, depois de Juno (2007) e Jovens Adultos (2011), este também protagonizado por Theron. Os fãs do trabalho da dupla vão aprovar esta jornada através da vida de uma família que em nada tem a ver com o citado Juno; se aquele filme abordava a história de uma gravidez adolescente, aqui Cody e Reitman retratam a gravidez no que seria uma idade um tanto tardia, um aspecto familiar que, convenhamos, tem se tornado mais corriqueiro nos dias de hoje. 
É claro que Theron é o grande chamariz do filme, sua maior credencial. Contudo, o roteiro de Diablo Cody segura as pontas, e aos poucos, o espectador deixa de acompanhar a atriz Charlize Theron e passa a se importar com sua Marlo. Apesar de aos poucos o roteiro se entregar para a previsibilidade e perder sua acidez, seu tema central nunca perde força, e sua fenomenal dupla de protagonistas femininas elevam o patamar da produção.

Hannah

Sinopse: Sinopse: Hannah é uma mulher de terceira idade que se divide entre as aulas de teatro, a natação e o trabalho como empregada doméstica. Quando o marido vai preso, ela não tem alternativa a não ser a solidão, por isso tenta refazer laços perdidos com descendentes, mas há um segredo na família que dificulta seu relacionamento com terceiros.
Charlotte Rampling dá um show de interpretação em Hannah, segundo longa-metragem realizado por Andrea Pallaoro. A interprete consegue transmitir complexidade de sua personagem com pouco, praticamente sem proferir grandes diálogos ou demonstrar emoções exageradas. Diga-se que o trabalho de Chayse Irvin na cinematografia contribui e muito para exacerbar a solidão e a melancolia que rodeiam o quotidiano da personagem principal. 
Não faltam planos compostos com rigor e beleza, com a maioria a conseguir realçar a solidez que permeia a protagonista, seja quando ela está em casa, ou no metro, ou em outros cenários. Note-se o episódio em que a encontramos a lavar o cão do esposo, com as cores da casa de banho a parecerem ter sido drenadas de vida, algo que acentua a dor da protagonista, ou os trechos em que nos deparamos com Hannah sozinha, praticamente às escuras, com a parca iluminação a intensificar a melancolia que contamina a personagem.
 
Deixe A Luz Do Sol Entrar
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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Cine Especial: Sessão Cine Iberê: Pan-Cinema Permanente



Sinopse: O campo de atuação do produtor, ator, poeta e compositor Waly Salomão e sua natureza teatral permitiram criar um registro único de um personagem multifacetado, que basta ser filmado para começar a atuar.


 

Quando eu participei do curso"O Cinema Independente Brasileiro", ministrado pelo crítico de cinema Daniel Feix, atividade do Cine Um serviu para sintetizar ainda mais o fortalecimento do “cinema verdade”, ou mais precisamente ficções que se alinham a um cinema documental e cuja separação desses dois cenários se encontra apenas numa linha tênue. Ao mesmo tempo, existem cada vez mais documentários que são moldados por fragmentos de diversos outros filmes, formando um ensaio sobre a proposta principal que a obra quer passar para aqueles que forem assistir. Ao ser lançado em 2008, Pan-Cinema Permanente já dava sinais que o cinema brasileiro iria cada vez mais se enveredar para esses cenários na apresentação de uma história e fazendo dos títulos que viriam posteriormente conseguir se esquivar da vala funda do convencional.
Dirigido por Carlos Nader (Homem Comum, 2015), o filme foi na época o grande vencedor do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade de 2008. Pan-Cinema Permanente revela algumas das inúmeras fases do poeta e compositor baiano Waly Salomão (1943-2003). A obra privilegia o poeta e a sua arte. Nadando contra o convencional, o filme de Nader não busca enquadrar Waly Salomão no tropicalismo, como normalmente se faz, aprisionando o autor e a obra em fatos culturais confortáveis e aceitos.
O filme de Nader escapa precisamente dos cenários convencionais dos tempos da arte cinematográfica. No filme de Nader, o tempo se torna poético. Não há legendas bem construidas, os cortes são crus e sem uma linha do tempo convencional. O tempo do filme, aliás, segue a lógica da construção poética que se pretende discutir, e não apresentar. Há, portanto, uma diferença gritante desse filme para outras cinebiografias que, por vezes, caem no esquecimento e é esse esmero da edição, preocupada em manter o filme em aberto para as conclusões de quem assiste. 
Pan-Cinema Permanente recolhe suas manifestações de várias fontes, como as dos filmes em que ele atuou Quilombo (1984), de Cacá Diegues, e Gregório de Mattos, de Ana Carolina. Assim como o surpreendente Homem Comum, Carlos Nader visitou e revisitou Salomão diversas vezes, sendo que muitas cenas são fruto de muita convivência do diretor com o poeta e compositor, que o filmou em mais de dez anos. Também são entrevistados amigos do poeta, como o próprio Caetano Veloso, Antônio Cícero, com quem Salomão escreveu as letras do disco Zona de Fronteira, de João Bosco, Gilberto Gil e seus filhos, Omar e Khalid Salomão. O documentário registra algumas sequências especialmente engraçadas, como a participação de Salomão num programa de TV síria onde, entre inglês e português, o poeta confunde seu entrevistador, que procura manter as regras do jogo.
Revisto hoje, Pan-Cinema Permanente pode ser interpretado como uma espécie de prelúdio da maneira como se faria cinema brasileiro independente em tempos recentes.   
   

NOTA: o filme foi exibido nesse último domingo (26/08/18) às 16h no Cine Iberê e com a participação da professora de cinema Gabriela Almeida que lançou o seu último livro O Ensaio Fílmico – ou o cinema à deriva. Mais informações sobre a obra cliquem aqui. 
Fundação Iberê Camargo: Av. Padre Cacique, 2000 - Cristal, Porto Alegre. Sessões de cinema sempre aos Domingos as 16h.  


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