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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 13 de abril de 2017

Cine Dica: Martírio chega ao CineBancários e ganha Sessão Comentada

Dirigido pelo cineasta e indigenista Vincent Carelli, em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita, Martírio refaz o percurso da insurgência pacífica e obstinada dos Guarani e Kaiowá pela retomada de seus territórios sagrados. O longa estreia no CineBancários no dia 13 de abril, através da Sessão Vitrine Petrobras, nas sessão das 17h e 20h.

Na terça-feira, 18 de abril, será realizada uma Sessão Comentada do filme com a presença do co-diretor Ernesto de Carvalho, o indigenista José Otávio Catafesto de Souza, com mediação da jornalista Priscila Pasco. A sessão terá início as 18h30 e a distribuição de senhas será realizada a partir das 18h. A entrada é franca.
O filme traz o testemunho e a memória de mais de um século de massacres e da omissão do Estado brasileiro frente ao genocídio em curso no Mato Grosso do Sul. Valendo-se de arquivos históricos e de imagens produzidas por Carelli junto aos Kaiowá ao longo de 10 anos, busca edificar uma nova história, remontando às origens das políticas indígenas do Estado desde a Guerra do Paraguai, dos sucessivos projetos de integração dos índios ao sistema de trabalho, até o massacre forjado pelo agronegócio e a bancada ruralista nos tempos atuais.



Martírio apresenta-se como um testemunho. Narrado em primeira pessoa, traz a memória afetiva e de militância do diretor junto aos Guarani e Kaiowá, que a partir de seus próprios relatos revelam a luta política, a resistência espiritual e a profunda ligação com a terra à qual pertencem. Ao tomar posição deliberadamente, Martírio nos chama à responsabilidade e convoca ao enfrentamento.



Com enorme repercussão no circuito cinematográfico, foi aclamado e premiado em inúmeros festivais e mostras no Brasil e no mundo, tendo sido um dos grandes destaques do Festival de Brasília em 2016, onde ganhou o prêmio do público de Melhor Filme de longa-metragem e o Prêmio Especial do Júri Oficial.



*Nossa sala agora é parceira do Sessao Vitrine Petrobras em Porto Alegre, destinando permanentemente sua sessão diária das 17h a um lançamento nacional que ficará em cartaz por duas semanas. O Sessão Vitrine Petrobras é um projeto de distribuição coletiva da Vitrine Filmes, que tem como objetivo levar ao público um cinema de qualidade, original, que retrata a cultura do país e que se destaca nos principais festivais brasileiros e internacionais. Mais de vinte cidades brasileiras fazem parte do projeto, fortalecendo assim o circuito alternativo nacional, ao mesmo tempo em que investe na formação de novas platéias.



Os ingressos podem ser adquiridos no local ou no site ingressos.com a R$10,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$5,00. Aceitamos os cartões Vale Cultura do Banrisul, Banricompras, Visa e Mastercard.



SINOPSE MARTÍRIO



A grande marcha de retomada dos territórios sagrados Guarani Kaiowá através das filmagens de Vincent Carelli, que registrou o nascedouro do movimento na década de 1980. Vinte anos mais tarde, tomado pelos relatos de sucessivos massacres, Carelli busca as origens deste genocídio, um conflito de forças desproporcionais: a insurgência pacífica e obstinada dos despossuídos Guarani Kaiowá frente ao poderoso aparato do agronegócio.



NOTAS DO DIRETOR



Todo dia, bate à porta das nossas consciências, através das redes sociais, a notícia de um assassinato brutal, de um violento despejo. Do outro lado, na grande imprensa, nas sentenças judiciais, nos discursos dos lobbistas do agronegócio, vemos a ignorância ou omissão total da história, a inversão cínica de papéis se apropriando da palavra “resistência”, frente ao suposto “terrorismo” dos índios. Fazer Martírio se tornou uma compulsão necessária para mim, que tenho a vida atada à deles, para Ernesto e Tita, que me acompanharam nessa jornada. Um compromisso moral, ético, político, e sobretudo afetivo, com os povos Guarani Kaiowá.

Vincent Carelli.



SOBRE DIRETOR E CODIRETORES



VINCENT CARELLI



Cineasta e indigenista, Vincent Carelli fundou, em 1986, o Vídeo nas Aldeias, projeto que apoia as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais por meio de recursos audiovisuais. Desde então, produziu uma série de 16 documentários sobre os métodos e resultados deste trabalho, que têm sido exibidos por televisões públicas em todo o mundo. A Arca dos Zo’é (1993), um de seus primeiros filmes, foi premiado em diversos festivais, entre eles o 16o Tokyo Video Festival e o Cinéma du Réel. Em 2009, Carelli lança Corumbiara, grande vencedor do 37o Festival de Gramado, sobre o massacre de índios isolados em Rondônia, primeiro filme de uma trilogia em desenvolvimento que traz seu testemunho de casos emblemáticos vividos em 40 anos de indigenismo no Brasil. Martírio é o segundo filme desta série que se encerra com a realização do longa-metragem Adeus Capitão, trabalho em fase de desenvolvimento.



ERNESTO DE CARVALHO



Ernesto de Carvalho é realizador de cinema, antropólogo e fotógrafo. Nos últimos 10 anos tem trabalhado oferecendo oficinas de vídeo junto a diversas comunidades indígenas pelo Brasil, ligado ao projeto Vídeo nas Aldeias. Sempre em engajamento colaborativo, foi diretor de fotografia de "O Mestre o Divino" (2013), de Tiago Campos, dirigiu com Ariel Ortega, Patricia Ferreira e Vincent Carelli "Desterro Guarani" (2011), e montou "Já me transformei em imagem" (2009), entre vários outros filmes premiados. Tem participado também da produção audiovisual militante ligada ao Movimento Ocupe Estelita, que resultou em curtas de ampla circulação na internet, entre eles “Recife, Cidade Roubada” (2014).



TITA



Tita é montadora de cinema e vídeo. Entre seus principais trabalhos estão o longa "Avenida Brasília Formosa" e o curta "As Aventuras de Paulo Bruscky", ambos dirigidos por Gabriel Mascaro; o média “Balsa”, dirigido por Marcelo Pedroso; e as videoinstalações "O peixe", "O levante", “4.000 disparos” e “Pacífico”, do artista plástico Jonathas de Andrade. Desde 2009, colabora ativamente com o projeto Vídeo nas Aldeias, dedicando-se à montagem de filmes e às oficinas de formação audiovisual. Seu mais recente trabalho na instituição foi a realização da obra “O Brasil dos índios: um arquivo aberto”, videoinstalação concebida para a 32a Bienal de SP, em parceria com Ana Carvalho e Vincent Carelli.



FICHA TÉCNICA



Documentário / Brasil / 2016 / 162 min

Direção: Vincent Carelli em co-direção com Ernesto de Carvalho e Tita

Roteiro: Vincent Carelli, Tita e Ernesto de Carvalho

Fotografia: Ernesto de Carvalho

Montagem: Tita

Desenho de Som: Gera Vieira, Nicolas Hallet e Tita

Mixagem: Gera Vieira e Nicolas Hallet

Música: Bro MCs

Elenco/Entrevistados: Celso Aoki, Myriam Medina Aoki, Oriel Benites, Tonico Benites e comunidades Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul.

Produtora executiva: Olívia Sabino

Produtoras: Papo Amarelo & Vídeo nas Aldeias



GRADE DE HORÁRIOS



13 de abril (quinta-feira)

15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

17h – Sessão Vitrine: Martírio, de Vincent Carelli

20h – Martírio, de Vincent Carelli



14 de abril (sexta-feira)

15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

17h – Sessão Vitrine: Martírio, de Vincent Carelli

20h – Martírio, de Vincent Carelli



15 de abril (sábado)

15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

17h – Sessão Vitrine: Martírio, de Vincent Carelli

20h – Martírio, de Vincent Carelli



16 de abril (domingo)

15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

17h – Sessão Vitrine: Martírio, de Vincent Carelli

20h – Martírio, de Vincent Carelli



18 de abril (terça-feira)

15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
18h – Sessão Comentada: Martírio, de Vincent Carelli


19 de abril (quarta-feira)

15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

17h – Sessão Vitrine: Martírio, de Vincent Carelli

20h – Martírio, de Vincent Carelli

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: FÁTIMA



Sinopse: A empregada doméstica Fatima é árabe e mãe solteira de duas jovens. Para as filhas, se comunicarem em francês é o melhor para garantir um bom emprego. No entanto, Fatima tem dificuldade com essa língua. Quando ela sofre um acidente, tem de ficar em repouso. Nesse período, Fatima começa a escrever um diário em árabe para as filhas, dizendo tudo o que adoraria expressar diretamente para as jovens em francês.

Nos últimos tempos, o cineasta francês Philipe Faucon (A Traição) vem se dedicando a realizar filmes dos quais retratasse pessoas que, infelizmente, são mostradas de forma secundária em filmes convencionais. Em Fátima, o cineasta cria uma obra sensível sobre a vida de uma imigrante na França. Inspirado numa história real, Fátima trabalha nas limpezas para pagar os estudos das duas filhas. A filha mais velha prepara o exame de medicina, a mais nova é uma adolescente revoltada que tem dificuldades em aceitar o fato de a mãe trabalhar nas limpezas e não saber falar francês.
Assim como a verdadeira Fátima que serviu de base para a criação do filme, a personagem escreve em seu diário, em árabe, onde passa o que realmente sente no seu intimo, tanto sobre as adversidades como também a esperança que lhe faz seguir em frente. O grande acerto do roteiro escrito por Philippe Faucon, é de não ter se limitado somente a Fatima, mas sim também focando nas filhas, que acabam sendo o foco principal em dar ao longa metragem um conteúdo completo, já que pelo fato delas não serem de origem árabe, repreendem a mãe pelos seus hábitos tradicionais, optam sobre o papel da mulher do mundo contemporâneo e os problemas que os imigrantes no país passam com relação ao preconceito.
Mas o filme não levanta somente a bandeira em defesa dos imigrantes, como também explora o dia a dia de uma pessoa que vive distante de suas raízes. A trama então acaba se tornando um reflexo de inúmeras pessoas, das quais abandonam suas terras natais e tentam uma vida nova em outros países. É algo que, querendo ou não, acontece no dia a dia de inúmeros países e aqui no Brasil não é diferente.
Mas talvez uma dos melhores partes do filme seja a narração em off que ouvimos da protagonista quando ela escreve em seu diário. É nesses momentos em que ela revela o seu lado mais humano que, por vezes, não consegue expressa-lo em sua própria língua, ou devido a sua timidez, da qual lhe impede de expressar os seus reais sentimos perante o mundo do qual vive. É por esses e outros motivos que o cineasta conseguiu criar um filme humano e do qual qualquer um que assiste consegue se identificar facilmente.
Fátima é um exemplo de bom filme do qual o retrato de uma simples família pode levantar sim inúmeras questões universais contemporâneas e das quais geram sempre bons debates na roda de amigos.
 


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