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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Cine Dica: A Misteriosa Morte de Pérola, Em Chamas e Luz na Docência (7 a 12 de dezembro)



A MISTERIOSA MORTE DE PÉROLA EM CARTAZ
SENSAÇÃO SUL-COREANA EM PRÉ-ESTREIA
LANÇAMENTO DO LIVRO ESCRITOS DE ALFABETIZAÇÃO AUDIOVISUAL: LUZ NA DOCÊNCIA
A Misteriosa Morte de Pérola

A partir de sexta-feira, 7 de dezembro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta o suspense brasileiro A Misteriosa Morte de Pérola, de Guto Parente e Ticiana Augusto Lima. O filme sul-coreano Em Chamas, de Lee Chang-Dong, uma das sensações do Festival de Cannes deste ano, ganha exibições especiais de pré-estreia nos dias 7 e 11 de dezembro. O filme polonês Torre. Um Dia Brilhante, de Jagoda Szelc, segue em exibição até o dia 12 de dezembro. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

FILMES

A MISTERIOSA MORTE DE PÉROLA
Brasil, 2014, 72 minutos, DCP
Direção: Guto Parente e Ticiana Augusto Lima
Distribuição: Embaúba Filmes
Um suspense sobre uma jovem estudante que deixa seu país, casa e namorado para estudar arte em uma cidade francesa. Ela mora sozinha em um belo, porém sombrio e antigo apartamento, onde os quadros a encaram e as portas parecem ter vida própria. Ela está solitária, e lentamente perde-se em nostalgia e medo, fundindo sonhos, fantasia e realidade.

EM CHAMAS
(Beoning)
Coréia do Sul, 2018, 148 minutos, DCP
Direção: Lee Chang-Dong
Distribuição: Pandora Filmes
Durante um dia normal de trabalho como entregador, Jong-soo (Yoo Ah-In) reencontra Hae-mi (Jeon Jong-seo), uma antiga amiga que vivia no mesmo bairro que ele. A jovem está com uma viagem marcada para o exterior e pede para Jong-soo cuidar de seu gato de estimação enquanto está longe. Hae-mi volta para casa na companhia de Ben (Steven Yeun), um jovem misterioso que conheceu na África. No entanto, o forasteiro tem um hobby peculiar, que está prestes a ser revelado aos amigos.

ESCRITOS DE ALFABETIZAÇÃO AUDIOVISUAL: LUZ NA DOCÊNCIA
O Programa de Alfabetização Audiovisual convida a todos para o lançamento do livro Escritos de Alfabetização Audiovisual: Luz na Docência no sábado, 08 de dezembro, às 11h, no 2º andar da Cinemateca Capitólio Petrobras. A publicação, que também comemora dez anos ininterruptos de atividades, tem origem no 3º Seminário Internacional de Educação e Cinema, que teve como objetivo lançar Luz na Docência. Além de textos dos palestrantes do Seminário, o livro conta com colaborações de integrantes da equipe do Programa de Alfabetização Audiovisual e depoimentos de alguns parceiros do projeto. O livro também inaugura o selo editorial Publicações Cinemateca Capitolio, que pretende contribuir para a circulação da produção de conhecimento nas áreas de cinema, audiovisual, preservação, educação, entre outras afins.


GRADE DE HORÁRIOS
7 a 12 de dezembro de 2018

7 de dezembro (sexta)
14h – Torre. Um Dia Brilhante
15h45 – A Misteriosa Morte de Pérola  
17h – Em Chamas
20h – Supa Modo (Abertura da Mostra de Cinemas Africanos)

8 de dezembro (sábado)
14h – Torre. Um Dia Brilhante
15h45 – A Misteriosa Morte de Pérola  
17h – Rua da Vergonha
18h30 - Wallay (Mostra de Cinemas Africanos)
20h – Rafiki (Mostra de Cinemas Africanos)

9 de dezembro (domingo)
14h – Torre. Um Dia Brilhante
15h45 – A Misteriosa Morte de Pérola  
17h – Suplício de uma Alma
18h30 - Vaya (Mostra de Cinemas Africanos)
20h30 – Programa de curtas: New York African Film Festival (Mostra de Cinemas Africanos)

11 de dezembro (terça)
14h – Torre. Um Dia Brilhante
15h45 – A Misteriosa Morte de Pérola  
17h – Em Chamas
19h30 – Solte a Voz + debate (Mostra de Cinemas Africanos)

12 de dezembro (quarta)
14h – Torre. Um Dia Brilhante
15h45 – A Misteriosa Morte de Pérola  
17h – Rua da Vergonha
18h30 – Supa Modo (Mostra de Cinemas Africanos)
20h – Tinta Bruta + debate

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Cine Dica: MINIFESTIVAL ENCERRA A SÉRIE TEMPANO AMÉRICA UNIMÚSICA 2018


Encerrando a série témpano américa, dedicada à produção musical da América Latina, o Projeto Unimúsica apresenta dois diferentes projetos artísticos:  no dia 12 de dezembro, o violonista e compositor gaúcho Thiago Colombo; no dia 13, a cantora e compositora chilena Pascuala Ilabaca. Sempre às 20h, no Salão de Atos da UFRGS. No dia 11 de dezembro, os dois artistas e os curadores da série de 2018 – Benjamim Taubkin, Demétrio Xavier, Leonardo Croatto e Lígia Petrucci – conversam sobre semelhanças e diferenças, limites e perspectivas de troca neste imenso continente sonoro. O encontro acontece também às 20h, na Sala Araucária do Centro Cultural da UFRGS.

A distribuição de ingressos para os concertos tem início no dia 10 (segunda-feira), a partir das 9h, no Centro Cultural.

No concerto Desde la guitarra, Thiago Colombo faz uma ode às visões de mundo mediadas por seu instrumento, o violão. Atendendo ao convite da série témpano américa, o músico gaúcho cria um espetáculo único, em que reverencia os mestres que escreveram as histórias do nosso continente latino-americano, em toda sua complexidade cultural e política, através de uma tecnologia aparentemente simples, em madeira e cordas. A proposta representa, também, um reconhecimento por parte do artista, do privilégio que é filtrar as trivialidades do cotidiano, com o peito roçando o jacarandá, e com os braços e dedos tateando o ébano e o pinho. O repertório é majoritariamente composto por músicas de sua autoria, homenageando diretamente os mestres Baden Powell, Roland Dyens e Fernando Mattos. O espetáculo é organizado como uma sequência de pequenos diálogos com convidados e suas diferentes lentes de observação das mesmas realidades: Paola Kirst (voz), Camilo da Rosa Simões (violino), Martín Sued (bandoneón) e Paula Finn (dança).

Pascuala Ilabaca é uma das principais expoentes da nova cena de jovens cancionistas chilenos. Sua música tem raízes na sonoridade tradicional de seu país, mas incorpora elementos do jazz, do pop e do rock, além de influências adquiridas ao longo de sua vida em lugares como a Índia ou o México. Com formação em música pelo Instituto de Música da Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, Ilabaca revela no palco, onde se apresenta quase sempre acompanhada de seu acordeom, uma forte presença cênica.  A cantautora já realizou turnês por países como Argentina, Peru, Colômbia, México, Espanha, Portugal, Bélgica, França, Alemanha, Holanda, Reino Unido e Índia, levando, para além das fronteiras do Chile, as canções em que homenageia importantes escritores e autores chilenos – entre os quais se destaca, por exemplo, Gabriela Mistral, de quem musicou o clássico poema “Canción quéchua”. Pascuala foi indicada como Melhor Artista 2016 pela revista britânica Songlines ao lado de Mariza, Seckou Keita e Lura.  No mesmo ano, Pascuala recebeu o Pulsar – uma das mais importantes premiações chilenas – como Melhor Cantautora por seu disco Rey loj. No Unimúsica, Pascuala Ilabaca y Fauna apresentam o repertório de seu último álbum, El mito de la pérgola (2018). Esse trabalho busca inspiração nos sons e nas figuras que nasceram em espaços públicos populares como pérgolas, praças, feiras e mercados: a milonga, o jarocho e o mariachi mexicanos, a rumba, o organillo e o chinchin chilenos. Também estarão presentes no concerto canções de Violeta Parra e os poemas musicados de Gabriela Mistral.

O Unimúsica é uma realização do Departamento de Difusão Cultural da Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS e conta com a parceria cultural da Fundação Médica do Rio Grande do Sul e do Sistema Fecomércio SESC.

ENCONTRO COM OS ARTISTAS E CURADORES
Quando: 11 de dezembro (terça-feira), às 20h
Local: Sala Araucária do Centro Cultural da UFRGS (Luiz Englert, 333)
Entrada Franca





THIAGO COLOMBO | CONCERTO
Quando: 12 de dezembro (quarta-feira), às 20h
Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)


 

  
 
PASCUALA ILABACA Y FAUNA | CONCERTO
Quando: 13 de dezembro (quinta-feira), às 20h
Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)


 







 
Ingressos: retirada de entradas mediante a entrega de 1kg de alimento não perecível  por ingresso a partir de 10 de dezembro (segunda-feira), das 9h às 18h, Centro Cultural da UFRGS (Luiz Englert, 333) ou no dia 10, das 9h às 17h, no estande do DDC no ILEA (Campus do Vale).
Informações: Lígia Petrucci | 3308.3933 | 3308.3034 |ligia@difusaocultural.ufrgs.br


Lígia Petrucci
Coordenação e curadoria Projeto Unimúsica
Departamento de Difusão Cultural
PROREXT – UFRGS
55 (51) 3308.3933 | 3308.3034


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Tinta Bruta



Sinopse: Pedro é um jovem que tenta sobreviver em meio a um processo criminal, à partida da irmã e aos olhares que recebe sempre que sai na rua. Sob o codinome GarotoNeon, Pedro se apresenta no escuro do seu quarto para milhares de anônimos ao redor do mundo, pela internet. Com o corpo coberto de tinta, ele realiza performances eróticas na frente da webcam. Ao descobrir que outro rapaz de sua cidade está copiando sua técnica, Pedro decide ir atrás do mesmo.


O cinema gaúcho tem surpreendido nos últimos anos ao lançar uma visão desconcertante, porém realista, de Porto Alegre através dos seus  jovens protagonistas e dos quais os mesmos não enxergam um futuro acolhedor vindo da cidade gaúcha. Em Ponto Zero, de José Pedro Goulart, por exemplo, conhecemos o outro lado da capital, onde suas ruas obscuras e chuvosas se tornam implacáveis contra um jovem que busca uma razão pela sua existência. Em Tinta Bruta se segue essa linha de pensamento, ao vermos novamente um jovem como protagonista que, tanto luta contra as armadilhas de uma cidade sombria, como também a busca de uma razão pelo sentido de sua própria vida.
Dirigido por Filipe Matzembacher e Marcio Reolon (Beira Mar), acompanhamos o dia a dia de Pedro (Shico Menegat), que luta para sobreviver em meio a um processo criminal não resolvido. Com a irmã indo embora, Pedro começa a fazer shows eróticos online e se tornando conhecido pelos usuários como o GarotoNeon. Porém, ao perceber que ele começa a perder gradativamente os seus clientes, ele descobre que um rapaz chamado Leo (Bruno Fernandez) está fazendo shows parecidos e decide, então, encontrá-lo.
Assim como foi visto em filmes como, por exemplo, no clássico “Janela Indiscreta”, aqui o voyeurismo é acentuado, mas correspondendo com o nosso mundo contemporâneo que  trata o assunto como algo banal e corriqueiro. Pedro encontra nos momentos que está online, tanto a forma para se conseguir algum dinheiro, como também de se sentir especial e sendo algo que não obtém mais no nosso mundo real. No mundo real, aliás, há também um voyeurismo em destaque, onde vemos nos arranha céus da cidade pessoas obscuras, observando o jovem protagonista, cujos desejos para que algo aconteça com ele ficam evidentes, mas nunca de forma explicitamente.
Aqui os olhares implacáveis do mundo real se tornam a trilha de espinhos para que Pedro não se sinta a vontade de se colocar em meio aos demais cidadãos da cidade, enquanto pela internet ele se vê a vontade para se satisfazer e colocar para fora a sua fúria contida contra o mundo em que vive. É aí que Leo surge como uma espécie de ancora para puxar Pedro novamente a realidade, mesmo quando ela não deseja o mesmo de volta. A relação dos dois, aliás, é onde mora o coração do filme, já que os atores se entregam em cenas fortes, porém, muito bem filmadas pela dupla de cineastas.
Tecnicamente, o filme é impecável numa edição em que transita entre a calmaria e cenas frenéticas, cujos momentos sintetizam a complexidade dos sentimentos escondidos do protagonista, mas dependendo da situação em que ele enfrenta. Ao mesmo tempo, os realizadores conseguem fazer um giro pelos principais pontos de Porto Alegre, mas sendo vistos na tela de uma forma que gera um contraste do nosso dia a dia pela cidade. Contudo, o filme vem num momento mais do que apropriado, pois em tempos retrógrados, nem uma grande cidade se sustenta pelo desleixo e a hipocrisia conservadora vinda de poderosos.
Tinta Bruta é uma representação de uma geração solitária, da qual se vê na luta contra uma cidade de Porto Alegre moldada por sombras conservadoras e retrógradas.  

Nota: o filme irá estrear dia 06/12/18 no Cinebancários as 17h. Exibido numa sessão especial durante o Cinema Esquema Novo, o filme terá novamente exibição especial na Cinemateca Capitólio dia 12/12/18, as 20horas, com a presença dos realizadores da obra para debate.