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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Cine Dica:Curso História do Cinema Gaúcho

Curso de Férias

Apresentação

Pensar na história do cinema é abrir um leque de possibilidades de abordagens que envolvem, por exemplo, os processos de produção, distribuição, divulgação, exibição, recepção, fomento, etc. Normalmente, voltamos o olhar para um dos produtos do processo de produção que é o filme de ficção e em longa-metragem, mas, e se em muitos momentos esse produto final não se realiza?


Essa perspectiva também faz parte da história do cinema. E no cinema feito no Rio Grande do Sul muitos foram os momentos em que se pensou que o estado seria a terra do curta-metragem ou a terra do cinejornal. A busca pela realização do longa-metragem ficcional movimentou o campo cinematográfico gaúcho ao longo de décadas. E ainda hoje o movimenta. Entender os motivos dessa busca e os percalços para atingir tal objetivo nos leva a compreender as especificidades do campo audiovisual no Rio Grande do Sul.


Para manter-se como polo produtivo importante, desde os anos 70, os realizadores precisaram desenvolver suas estratégias de produção: cinema de grupo, parcerias com emissoras de televisão, visão ampliada do audiovisual. Portanto, o modelo de produção audiovisual do Rio Grande do Sul está diretamente ligado às suas estratégias de sobrevivência, após décadas de dificuldades. Outra característica do cinema feito no estado são as temáticas dos filmes, que dialogam com a sua peculiar forma de ocupação do espaço e com um passado de guerras e de visões políticas dicotômicas.



Objetivos

O Curso História do Cinema Gaúcho, ministrado por Miriam de Souza Rossini, se propõe a analisar as condições de produção do cinema do estado ao longo de um século de existência, bem como observar algumas das construções temáticas e narrativas recorrentes na cinematografia do Rio Grande do Sul.


Conteúdos

Aula 1
Primeiras décadas, muitos percalços
Enfim o longa-metragem
Entre visões de cinema e conflitos geracionais
Parcerias para a sobrevivência


Aula 2
Cinema gaúcho ou cinema de Porto Alegre?
O litoral e as serras
O passado recontado em filmes



Ministrante: Miriam de Souza Rossini
Doutora em História (UFRGS), mestre em Cinema (USP) e graduada em Jornalismo (PUCRS) e História (UFRGS). Professora da Universidade do Rio Grande do Sul, onde leciona "Mídia Audiovisuais" no Departamento de Comunicação, e "Estética das Imagens Audiovisuais" no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação. É professora de "História do Cinema" há vinte anos e pesquisadora na área há quase trinta anos, já tendo ministrado cursos e palestras em diferentes instituições de ensino no Brasil e exterior. É autora do livro “Teixeirinha e o Cinema Gaúcho" (Fumproarte, 1996) e de diversos artigos e capítulos de livros sobre o cinema brasileiro.


Curso de Férias
História do Cinema Gaúcho
de Miriam de Souza Rossini

Datas: 27 e 28 de Janeiro (sábado e domingo)

Horário: 14h às 17h

Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)

Local: Cinemateca Capitólio Petrobras

Investimento: Valor Promocional: R$ 75,00
* Desconto para pagamento por depósito bancário: R$ 70,00

Formas de pagamento: Depósito ou transferência bancária / Cartão de crédito (PagSeguro)

Material: Certificado de participação e Apostila

Informações
cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 99320-2714


Realização
Cine UM Produtora Cultural

Patrocínio

Apoio
Cinemateca Capitólio Petrobras

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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: 120 batimentos por minuto

Sinopse: Na França dos anos 1990, o grupo ativista Act Up intensifica seus esforços para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento da aids.

Nos meus primeiros anos do primeiro grau eu ouvia muito sobre a Aids, já que entre os finais dos anos 80, para o começo dos anos 90, a doença simplesmente havia se alastrado pelo globo e causando a morte de inúmeras pessoas. Porém, infelizmente, nem todos explicavam de uma forma correta para nós na época como se pegava a doença, ao ponto que me lembro de uma professora minha que dizia que bastava apertar a mão que pegava então a doença. 120 batimentos por minuto, não só retrata essa falta de informação que a sociedade tinha sobre a Aids, como também mostra a luta de jovens em busca de melhores cuidados e recursos para combater esse mal que eles estavam enfrentando.
Dirigido por Robin Campillo (Meninos do Oriente), o filme se passa no início dos anos 90 na França, onde o país é um dos locais em que mais sofreram com a doença. Um grupo de jovens intitulado Act Up surge para a combater a falta de informação que a mídia e a área farmacêutica esta passando para o resto do país  e exigindo para que esses últimos dessem novos recursos de medicamentos para os infectados. Contudo, a luta é árdua, alguns ficam para trás no percurso mas servindo de exemplo de força e perseverança.
É claro que o cinéfilo com um olhar mais atento irá se lembrar num primeiro momento do filme americano Clube de Compras Dallas, em que também retratava um período nebuloso e da falta de informação mais precisa com relação a doença. Porém, 120 batimentos por minuto oferece uma visão muito mais delicada sobre o assunto, onde mostra jovens esbanjando força e o desejo de desfrutar os prazeres da vida a cada segundo antes que seja tarde demais. Com isso, o cineasta Robin Campillo cria uma reconstituição de época com cores frias, mas não escondendo um grau de beleza que salta aos nossos olhos e do qual sintetiza o olhar desses jovens que almejam por um tempo maior de vida para continuar a desfrutar esse mundo.
Dentre esses jovens se destaca Sean (Nahuel Perez Biscayart, ótimo), cuja a sua persistência no desejo pela vida se destaca em meio a todos. Essa força e determinação chama atenção de Nathan (Arnaud Valois), cujo os seus desejos é exorcizar um passado nebuloso e de arrependimentos que o persegue. Ambos acabam se apaixonando e se tornando o coração pulsante da obra.
Ao ser um filme em que retrata de uma forma delicada a temática LGBT em meio a um dos piores períodos do início da aparição da Aids,  Robin Campillo  não se intimida ao filmar cenas de sexo, mas das quais correspondem com a proposta principal da trama e sendo elas muito bem filmadas e de bom gosto. Tanto Nahuel Perez Biscayart como Arnaud Valois estão ótimos em cena e esbanjando uma sintonia na tela de uma forma admirável. 
Do começo ao fim o filme é sobre o desejo pela vida, mas não escondendo  sobre ameaça da morte que ronda aqueles personagens. Robin Campillo, por exemplo, coloca os seus personagens em meio a sombras, mas sempre jogando uma luz em meio as cenas, como se aquilo fosse um sinal de esperança para que então eles se prendessem a ela: a cena em que mostram os personagens principais dançando na escuridão, mas sendo atingidos com inúmeras luzes ao redor, simboliza então uma luz de esperança em meio as trevas. 
120 batimentos por minuto é sobre um período de lutas do direito pela vida, mas cuja batalha perdura até hoje mas com grandes vitórias.   

  

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Cine Dica: A Primeira Noite de um Homem e Jovem Mulher em cartaz


CLÁSSICO DA NOVA HOLLYWOOD E REVELAÇÃO DO CINEMA FRANCÊS EM CARTAZ NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS

A partir de quinta-feira, 11 de janeiro, a Cinemateca Capitólio Petrobras exibe a cópia restaurada do clássico A Primeira Noite de um Homem, de Mike Nichols, e a revelação do cinema francês Jovem Mulher, da diretora Léonor Serraille, vencedor do prêmio Camera d'Or no Festival de Cannes de 2017. O valor do ingresso para os filmes em cartaz é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.



FILMES



A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM
(The Graduate)
Estados Unidos, 1967, 105’, DCP
Direção: Mike Nichols

Distribuição: Zeta Filmes
O recém-formado Benjamin Braddock (Dustin Hoffman) conquistou todas as honras possíveis na universidade, porém, o verdadeiro propósito da vida, bem como o futuro, lhe parecem conceitos evasivos e intangíveis. Facilmente induzido a ter um caso com a devastadora Sra. Robinson (Anne Bancroft), tudo se torna complicado quando seus pais insistem para que ele tenha um encontro com Elaine (Katharine Ross), filha de sua amante.



JOVEM MULHER
(Jeune Femme)
França, 2017, 97’, DCP
Direção: Léonor Serraille

Distribuição: Zeta Filmes

Sem dinheiro, dona apenas de um gato e com todas as portas batendo na sua cara, Paula retorna à Paris após uma longa ausência. Repentinamente abandonada pelo namorado, sua odisseia durante o dia e a noite está apenas começando: uma jornada para redescobrir a integridade de sua alma e sua independência. Ela só tem certeza de uma coisa: está determinada a recomeçar novamente e o fará com estilo e carisma. A atriz Laetitia Dosch nos traz uma imprevisível, impetuosa e de coração aberto, Paula, uma mulher fascinante em uma cidade fascinante.

GRADE DE HORÁRIOS
9 a 17 de janeiro de 2018

9 de janeiro (terça)
14h - O Quimono Escarlate
16h – A Morte num Beijo
18h – Juventude Transviada
20h – Zabriskie Point

 

10 de janeiro (quarta)
14h – Eles Vivem
16h – Alma em Suplício
18h – Crepúsculo dos Deuses
20h – Chinatown

11 de janeiro (quinta)
14h – Alma no Lodo
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - O Grande Lebowski
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)

12 de janeiro (sexta)
14h – Curva do Destino
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - A Morte num Beijo
20h – Projeto Raros (O Uivo, Tinto Brass)



13 de janeiro (sábado)
14h – Alma Torturada
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - Crepúsculo dos Deuses
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)



14 de janeiro (domingo)
14h – O Quimono Escarlate
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - Juventude Transviada
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)



16 de Janeiro (terça)
14h – Curva do Destino
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - Chinatown
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)



17 de Janeiro (quarta)

14h – Alma no Lodo
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - O Grande Lebowski
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Lumière! A Aventura Começa

NOTA: filme exibido para os sócios  do Clube de Cinema de Porto Alegre no último sabado (06/01/18).

Sinopse: O diretor Thierry Frémaux celebra o feito realizado pelos irmãos Louis e Auguste Lumière. Ele reúne 114 filmes dentre os 1400 que os Lumière produziram e os apresenta restaurados em 4K num formato de filme único.

O cinema de hoje possui tantos recursos técnicos na elaboração de inúmeras histórias que fica até mesmo difícil imaginar como era no principio de tudo. Mas os verdadeiros amantes do cinema sempre buscaram conhecimento sobre as raízes dessa arte e sempre conseguiram se imaginar no lugar das pessoas que testemunharam a primeira sessão de cinema, que foi  no dia 28 de Dezembro de 1895, no Salão Grand Café, em Paris. O documentário Lumière! A Aventura Começa é uma carta de amor aos primeiros anos do cinema, onde testemunhamos as raízes dessa arte em movimento e de como ela mudou a nossa história como um todo. 
Dirigido por  Thierry Frémaux, a obra abre com a primeira imagem em celuloide da história, onde vemos um trabalhador saindo de uma fábrica (Saída dos Operários da Fábrica Lumière) junto com outros trabalhadores e olhando para o que, posteriormente, se chamaria de cinematógrafo. Os primeiros filmes rodados na história foram elaborados pelos irmãos irmãos Auguste e Louis Lumière, que decidiram filmar inúmeras situações de Paris e posteriormente em outras partes da França. Não demorou muito para que sua invenção chamasse atenção e aos poucos seus colegas de trabalho do estúdio passaram a rodar inúmeras cenas ao redor do globo. 
Fazendo tanto o trabalho de filmar, como também em atuar, os irmãos Lumière talvez nem tinham ideia do que haviam criado, tanto que, existem lendas, de que eles achavam que a sua invenção não teria futuro. Polêmicas a parte, o que interessa é que Frémaux ousa em acolher, ao menos, 114, dos mais de 1.4000 filmes em que os irmãos haviam filmado, reuni-los então num único documentário e do qual ele narrasse e sintetizasse todo o frescor de novidade que a invenção estava trazendo naquele tempo. Ao mesmo tempo, através das cenas que os irmãos haviam filmado, se percebe que há uma corrida pelo progresso da virada do século de 19 aos 20, onde homens e mulheres sempre surgem na tela fazendo algum tipo de trabalho, ou então quando testemunhamos as primeiras maquinas a vapor e fazendo a gente se dar conta de que inúmeros talentos daquele tempo já estavam a muito tempo enxergando para o futuro. 
Não há como não se maravilhar, por exemplo, ao vermos a clássica cena do filme A Chegada do Trem e nos fazer lembrar do recente filme A Invenção de Hugo Cabret de Martin Scorsese que, aliás, é muito bem lembrado nos segundos finais dessa obra. Curiosamente, os curtas que os irmãos haviam criado, são na realidade os primeiros filmes com gêneros: a cena de um curta em que testemunhamos uma menina caindo na calçada pode ser considerado o primeiro filme de suspense da história. 
Claro que, ao longo do tempo em que assistimos a esses curta na tela, vemos algumas pessoas deslumbradas devido a câmera e chegando a fazer até mesmo pose na frente dela. Porém, não há dúvidas, em que cena de um curta em que se passa no Vietnã e vemos uma menina correndo em direção a câmera, cujo o seu rosto expressa todo o seu lado encantado pelo aparelho, representa o assombro e o encantamento que as pessoas sentiam quando testemunhavam aquilo. Curiosamente, a cena me fez lembrar o clássico brasileiro Os Herdeiros, em que o protagonista (Sérgio Cardosocorre em direção a câmera, sendo que a cena viria a se tornar clássica e fazendo parte do documentário Cinema Novo, obra em que Eryk Rocha (filho de Glauber Rocha) faz uma homenagem ao melhor período do nosso cinema. 
Embora os dois documentários possuam propostas distintas, ambos  tem algo em comum, que é com relação ao frescor da novidade vinda das duas épocas, cuja as ruas, pessoas e o ritmo frenético do dia a dia transborda na tela de uma maneira jamais vista. Mas, se por um lado o nosso "Cinema Novo" nos passava um pouco de nossa realidade dos anos 60, o cinema de Lumierre colocava as pessoas frente a frente com a realidade da virada do século 19 aos 20, mas com recursos técnicos que viriam a ser melhor elaborados nos anos seguintes: a cena em que vemos trabalhadores derrubando uma parede de concreto, para que logo em seguida fosse exibida de trás pra frente e deixando público incrédulo, é então um pequeno exemplo de como a sétima arte não tinha limites e que talvez os próprios irmãos Lumière não estivessem preparados para o que viria a seguir. 
Lumière! A Aventura Começa é uma obra prima sobre o principio de uma arte e de como ela realizaria futuras promessas das quais  estava nos reservando.  



NOTA: O filme segue em cartaz na Casa de Cultura Mario Quintana, rua das Andradas nº 736, Porto Alegre. Horário as 15h e de terça a domingo.



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