Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
O curso começou hoje, mas devido por
falta de tempo, só estou concluindo esse especial neste momento. Porém, após o
termino do curso, falarei por aqui também, o que achei sobre ele, que até agora
está ótimo.
MELHOR AVENTURA:
OS CAÇADORES DA
ARCA PERDIDA (1981)
Sinopse: Em 1936, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) contratado
para encontrar a Arca da Aliança, que segundo as escrituras conteria "Os
Dez Mandamentos" que Moisés trouxe do Monte Horeb. Mas como a lenda diz
que o exército que a possuir será invencível, Indiana Jones terá um adversário
de peso na busca pela arca perdida: o próprio Adolf Hitler.
Projeto dos sonhos deGeorge
Lucas(junto comStar Wars), cuja
historia é toda dele. Contudo, como estava ocupado com a trilogia espacial,Lucasdecidiu dar o trabalho de direção para
seu colega e amigoSteven
Spielberg, que na época, estava interessado em fazer um filme de007.Lucaso persuadiu, e o convenceu queIndiana Jonesseria um filme muito melhor. Com a
escolha deHarrison Fordcomo protagonista, a produção seguiu
adiante de vento e poupa. O resultado é um dos melhores filmes de aventura de
todos os tempos. O filme diverte com um ritmo vertiginoso com as constantes
reviravoltas inspirado nos antigos seriados apresentados nas matines antes ou
depois do filme principal. Vencedor de 4 Oscar.
Curiosidade:Nos hieróglifos encontrados por Indiana
Jones no Poço das Almas, podem ser vistos, direita de Indy, inscrições com as
palavras R2-D2 e C-3PO, outra homenagem saga Guerra nas Estrelas.
Sinopse: John McClane (Bruce Willis)
é um detetive de Nova York que está indo a Los Angeles para se encontrar com
sua esposa (Bonnie Bedelia), que trabalha em uma empresa japonesa. Porém, ao
chegar no prédio onde ela trabalha, percebe que o edifício está sendo assaltado
por um bando de terroristas e decide atrapalhar seus planos para resgatar sua
mulher.
Ação constante
bem ao gosto do diretor Jhon Mctiernan (O Predador), que usa e abusa de efeitos
especiais apuradíssimos. Embora tão implacável quanto Rambo, o herói tem características
humanas, desde sentir medo e se machucar muito, diferente de vários heróis de
ação dos anos 80, que saiam de um tiroteio, sem levar nenhum arranhão.
Transformou
Willis no mais novo astro dos filmes de ação, status que se estenderia por
quase toda a década de 90. A
produção foi baseada no romance de Rideck Thorpe, que embora não seja plausível
em alguns momentos, o corre e corre e a
carisma do protagonista, garantem a atenção do publico do começo ao fim. Atenção
para a cena que Willis se arrastando dentro do duto de ventilação, que acabou
se tornando clássica e muito imitada.
Nos dias 26 e 27 de Maio, participarei
do curso Como Se Ver Um Filme 2 – Gêneros, criado pelo CENA
UM e ministrado pela critica de cinema Ana Maria Bahiana.
E enquanto os dois dias não vêm, por aqui falarei sobre qual é o melhor (em
minha opinião) filme de cada gênero.
MELHOR FICÇÃO
CIENTIFICA:
BLADE RUNNER
Sinopse: Em um futuro
em que a humanidade inicia a colonização espacial, para o que cria seres
geneticamente alterados - replicastes - utilizados em tarefas pesadas,
perigosas ou degradantes nas novas colônias. Fabricados pela Tyrell Corporation
como sendo "mais humanos que os humanos", os modelos Nexus-6 são
fisicamente idênticos aos humanos, mas são mais fortes e ágeis. Devido a
problemas de instabilidade emocional e reduzida empatia, os replicantes são
sujeitos a um desenvolvimento agressivo, pelo que o seu período de vida é
limitado a quatro anos.
Após um motim, a
presença dos replicantes na Terra é proibida, sendo criada uma força policial
especial - blade runners — para os caçar e "aposentar" (matar).
O filme relata como
um ex-blade runner - Deckard - é levado a voltar à ativa para caçar um grupo de
replicantes que se rebelou e veio para a Terra à procura do seu criador, para
tentar aumentar o seu período de vida e escapar da morte que se aproxima.
As palavras finais do
personagem Roy Betty, interpretado espetacularmente por Rutger Hauer no clímax
dessa grande obra prima, ecoam na mente do espectador, que até hoje jamais se
esquece, uma vez que vê essa grande obra prima idealizada em 1982. Mas para
alcançar os estatus de Cult e até mesmo de obra prima, Blade Runner enfrentou um trajeto
árduo e difícil para chegar aonde chegou. Sendo inicialmente mal recebido nas salas de
cinema, logo não tardou e se tornou claro, que a partir do filme, é possível
obter múltiplas leituras filosóficas ou religiosas sobre temas recorrentes: Quem
somos? De onde viemos? Para onde vamos? O que nos torna humanos? Esta atração,
bem como o impacto visual de uma atmosfera cyberpunk, tipo filme noir,
associada à música de Vangelis, fizeram de Blade Runner um filme cult, tendo
sido um dos primeiros a serem editados em DVD.
Em julho de 2000,
Ridley Scott declarou em entrevista à televisão britânica, que o personagem
Deckard também era um replicante. O filme teve problemas com os produtores, que
teriam alterado a edição final e obrigado Harrison Ford a fazer uma narração
off de última hora para melhor explicar o enredo, considerado muito complicado
para o público geral. Anos depois, o diretor Scott relançaria o filme com a sua
versão, a chamada "versão do diretor". E isso é só uma parte da
lenda e da grande trajetória que o filme percorreu. Na verdade, Blade Runner
foi um dos filmes da historia do cinema que mais foi mal compreendido na sua
estréia, mas existem muitos motivos para ter acontecido isso.
Para começo de
historia, o filme estava muito a frente do seu tempo. Naquela época (1982), as
pessoas estavam mais interessadas em ir ao cinema para ver filmes alegres e que
dessem esperança. Após a década decadente dos anos 70, as pessoas buscaram sua
utopia, indo de encontro com um mundo melhor no qual os filmes apresentavam e
Blade Runner ia de encontro a isso pelo lado inverso. Para complicar, Blade Runner estreou justamente em um ano que
as pessoas estavam em volta apenas com um personagem, ET, o filme que se tornou
“o filme” de 1982 e um dos melhores filmes daquele ano, fez com as pessoas se
esquecem de outros filmes que estrearam e Blade Runner foi um das vitimas.
Mas eis que outros
meios de entretenimento fizeram que o filme fosse redescoberto pelo publico. As
Cinematecas e o vídeo cassete, que naquela época estava começando a engatinhar.
Blade Runner se tornou um dos primeiros e mais bem vendidos e locados filmes
neste formato. Só para se ter uma idéia, as pessoas viam e reviam, usavam o
controle remoto para ver e rever diversas cenas da película, congelava a cena,
tentando imitar a famosa cena de Deckard, analisando a foto no computador. Com
a entrada da TV a cabo nos lares e o vídeo cassete se tornando mais e mais
popular, Blade Runner ganhou o publico que havia perdido na época da estréia e
ganhou o status de CULT, se tornando o melhor representante desse gênero, mas a
historia não acabou por ai.
Em 1991, Ridley Scott,
nunca conformado com a primeira versão exibida no cinema, decidiu relançar o
filme novamente, com algumas cenas a mais. A narração off do protagonista é
eliminada e um final diferente do que é mostrado em 1982. Nesta nova versão, o
filme termina com Deckard encontrando o origami de Gaff no chão, fazendo
ligação com uma nova cena do filme de Deckard sonhando (ou imaginando) um
unicórnio. O filme termina com os protagonistas no elevador, em vez de terminar
com eles fugindo dentro do carro para o horizonte fazendo que a trama
terminasse em aberto e deixando inúmeras perguntas no ar: Seria Deckard um
replicante também?
Essa pergunta acabou
se tornando um dos maiores enigmas que o cinema criou nos últimos anos. Talvez
desde que Orson Wells lançou da sua boca a palavra ROSEBUD no seu clássico
Cidadão Kane. Talvez essa era a intenção de Ridley Scott desde o principio, em
fazer as pessoas saírem com essa pergunta, que não quer calar nas suas cabeças,
sendo essa intenção que foi negada na época da estréia, já que os produtores
ficavam preocupados com a resposta do publico e queria que a trama fosse toda
mastigada para o melhor entendimento.
A meu ver, um filme
não precisa ser explicando e sim sentido. Talvez, as vezes os filmes nem precisam
fazer sentido pois a própria vida não faz, portanto para mim, Blade Runner
ganha em muito com relação aos outros filmes, pois deixa essas perguntas no ar,
e por causa disso o filme é discutido e debatido até hoje e isso já é um grande
feito.
E talvez, Blade
Runner seja um dos filmes que mais soube sintetizar o que iria acontecer com
nós e o mundo nos anos que vieram e que estamos vivendo. Tudo que foi mostrado
no filme, muitas coisas estão acontecendo agora, como cidades com um auto
numero de pessoas, poluição, chuva acida, clonagem, a frieza do homem perante a
vida, isso tudo já está acontecendo. Inúmeras pessoas que eu conheço e que
passeiam nas grandes cidades com um numero cada vez maior de pessoas amontoadas
nas ruas, mal conseguindo andar, imediatamente elas dizem: Isso é Blade Runner!
Ou seja, mesmo que o
filme retrate 2019, talvez já estejamos vivendo nele e que estejamos em uma situação bem pior. Blade
Runner serviu de alerta para dizer, “cuidado”, pois veja aonde agente pode
chegar, se agente não se cuidar. Infelizmente não correspondemos bem o recado.
Alguns anos atrás, Ridley
Scott relançou novamente Blade Runner em Veneza, intitulado “versão definitiva”,
com nova imagem mais definida, minutos a mais e fortalecendo mais ainda a
pergunta: Seria Dechard um replicante? Talvez essa pergunta jamais sejas
respondida, o que conta realmente é a pergunta, não a resposta. Se houvesse
ela, talvez a pergunta finalmente perderia o significado.
Após o relançamento
nos cinemas, o filme foi lançado em DVD, se tornando um dos melhores
lançamentos dos últimos anos. Caixa continha nada menos que três discos. O
primeiro contendo a nova versão definitiva remasterizada, no segundo discos
todas as versões anteriores, a de 82, versão internacional (mais violenta), e a
versão do diretor de 1991. Mas é no terceiro disco a maior festa. Com mais de
três horas de duração, um documentário com todos os envolvidos, contando desde
a pre-produção, até o status que o filme adquiriu, participações para lá de
especiais de diretores de sucesso atualmente, como Guilherme Del toro, fazendo
o DVD um dos melhores lançamentos dos últimos anos.
Dechard era um
replicante?
Espero que essa
pergunta soe e soe por muitos anos, seja na roda de amigos, seja em fóruns da
internet, para fazer com que o filme sempre esteja entre os 100 melhores filmes
de todos os tempos.
Gente to na maior corrida nesta
semana, mas seja que Deus quiser, as coisas irão melhorar semana que vem. Portanto
sem delongas, confiram as principais estreias no nosso estado.
Homens de Preto 3
Sinopse: Yaz decide voltar no tempo para matar Kay e
desencadeia uma série de acontecimentos que pode levar ao fim do mundo. Jay
precisa então ir atrás de Yaz para salvar seu companheiro e o destino da
humanidade. Para isso ele viaja no tempo e descobre segredos que nunca
imaginou.
Flores do Oriente
Sinopse: Na devastada cidade de Nanjing em 1937 o perigo
das ruas fez com que um grupo inimaginável de refugiados se reunisse em uma
igreja: um bando de crianças em estado de choque algumas sedutoras e
provocantes cortesãs e um renegado americano que se passa por padre para salvar
a própria pele. Ou que pensa que se salvará. Emboscados por saqueadores ao
longo dos próximos dias eles vão lutar não apenas para sobreviver mas também
para fazer o que parece ser impossível nestas circunstâncias - compreender e
confiar um no outro.
MR. SGANZERLA - OS SIGNOS DA
LUZ
Sinopse: Filme-ensaio que
recria o ideário do cineasta Rogério Sganzerla por meio dos signos recorrentes
em sua obra: Orson Welles, Noel Rosa, Jimi Hendrix e Oswald de Andrade, que são
consideradas as matrizes de seu pensamento. O método de criação, a musicalidade
do olhar, o estilo inovador na montagem, o duo com a atriz e companheira Helena
Ignez que revolucionou a “mise en scène” no cinema, a parceria com Júlio
Bressane na produtora Belair e a atitude iconoclasta do autor atravessam o
filme numa linguagem que se contamina com a dicção vertiginosa do artista.
Narrado em primeira pessoa, a partir de imagens raras e situações encenadas
hoje com personagens-chave de sua filmografia.
Adorável Pivellina
Sinopse: Patti, uma artista de circo
que mora com o marido em um trailer, encontra a pequena Asia, de dois anos, em
um parque nos arredores de Roma. Junto com a menina veio apenas o bilhete da
mãe avisando que a apanharia quando tivesse condição. Neste meio tempo, ela
encanta Patti e sua vizinhança.
Nos dias 26 e 27 de
Maio, participarei do curso Como Se Ver Um Filme 2 – Gêneros,
criado pelo CENA UM e ministrado pela critica de cinema Ana
Maria Bahiana. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui falarei sobre qual
é o melhor (em minha opinião) filme de cada gênero.
MELHOR SUSPENSE: PSICOSE (1960)
Sinopse: Secretária (Janet Leigh) rouba 40 mil dólares para se casar.
Durante a fuga, erra o caminho e chega em um velho motel, onde é amavelmente
atendida pelo dono (Anthony Perkins), mas escuta a voz da mãe do rapaz,
dizendo, que não deseja a presença de uma estranha. Mas o que ouve é na verdade
algo tão bizarro, que ela não poderia imaginar que não viveria para ver o dia
seguinte.
Um dos filmes mais famosos do mestre de
suspense, em que o soberbo domínio da técnica cinematográfica faz esquecer
eventuais imperfeições do argumento e do roteiro. Os pontos altos são a
fotografia em preto e branco deJhon
L Russelle a trilha
sonora deBernard
Herrmano, o planejamento visual deSaul
Bass, especialmente na cena do chuveiro e o desempenho dePerkinso melhor da sua carreira. Baseado no
romance deRobert
Bloch, teve duas seqüências produzidas para o cinema e uma para a tv.
Sinopse: Em Georgetown, Washington, uma atriz vai
gradativamente tomando consciência que a sua filha de doze anos está tendo um
comportamento completamente assustador. Deste modo, ela pede ajuda a um padre,
que também um psiquiatra, e este chegam à conclusão de que a garota está
possuída pelo demônio. Ele solicita então a ajuda de um segundo sacerdote,
especialista em exorcismo, para tentar livrar a menina desta terrível possessão.
A narrativa
simples apóia-se nos efeitos visuais e sonoros que tornam explicitas as cenas
de possessão demoníaca. De tão copiada, a formula hoje em dia parece um tanto
envelhecida, mas é um marco do cinema de horror. Baseado no romance de
Willian Peter Blatty, que ganhou o Oscar de melhor roteiro.
Nos dias 26 e 27 de
Maio, participarei do cursoComo
Se Ver Um Filme 2 – Gêneros, criado peloCENA
UM e ministrado pela
critica de cinemaAna
Maria Bahiana. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui falarei sobre qual
é o melhor (em minha opinião) filme de cada gênero.
MELHOR COMÉDIA:
O PROFESSOR ALOPRADO
(1963)
Sinopse: Um professor feio e
desajeitado (Jerry Lewis) é ridicularizado por diversas pessoas, mas só após
ele ser humilhado pelo treinador na frente de sua turma e de uma bela estudante
é que ele decide criar uma poção que o transforma em um indivíduo atraente. Mas
como os efeitos não são permanentes, ele se vê metidos em situações complicadas
quando sua real aparência toma conta do seu corpo.
Não, não, não.
Não me refiro à versão de 1996, na qual o
protagonista é o Eddie Murphy, e sim me refiro a obra prima da comedia que foi
dirigido, protagonizado e co-produzido por Jerry Lewis. Infelizmente a geração
mais nova se lembra somente da versão de 1996, o que é uma pena, já que a de
1963 é anos luz de distância bem melhor. Jerry Lewis foi um ator que se
beneficiou do seu talento de caretas e trejeitos originais impagáveis, e assim
como nosso mestre Chaplin, deu uma de dirigir e atuar ao mesmo tempo. O
resultado desse processo foi uma grande obra prima que ele criou por volta de
1963.
O professor Aloprado conta a historia do
professor Julius Kelp (Lewis) é um professor universitário nerdy, trapalhão,
tímido, introvertido e sem vida social. Freqüentemente ele é ameaçado de
demissão da universidade, por continuamente destruir o laboratório com suas
experiências. Depois de ser humilhado por alguns alunos, o professor resolve
testar em si mesmo uma fórmula que o transformará numa pessoa completamente
diferente. A fórmula é aparentemente um sucesso e a universidade vê surgir uma
nova pessoa, que é elegante, charmosa,
inteligente, bem falante, com dons de cantor e pianista. É o misterioso Buddy
Love, a versão transformada e secreta do professor Kelp.
Com a transformação, o professor enfim,
consegue atrair a atenção da sua amada aluna Stella Purdy. Mas, quando tudo
parece correr bem para o Professor Kelp, as confusões recomeçam devido às
interrupções bruscas dos efeitos da fórmula. Inspirado claramente no clássico O
Médico e o Monstro,O professor Aloprado entrou fácil na lista dentre os
melhores filmes de comedia de todos os tempos. Lewis simplesmente se entregou
de corpo e alma num personagem que simplesmente se divide em dois, fazendo
Buddy Love e o professor pessoas completamente diferentes, que só isso, já é um
grande feito. De um lado temos um professor feio e inseguro de si, do outro
temos um cara bonito e mais seguro, tanto que as pessoas se sentem impressionadas
com a sua segurança quando se aproxima. Mas fora a sua interpretação, Lewis se
sai soberbo também na direção, usando e abusando da câmera. Com maestria na
direção, ele faz cenas inesquecíveis, sendo minha parte favorita, foi quando
após a primeira transformação ele vai comprar roupas, só que em vez de focar
ele, a câmera foca a reação das pessoas quando vê ele. A pergunta que fica no
ar é se a experiência foi bem sucedida, ou se foi um fracasso, pois pelos
rostos espantados das pessoas da o entender que é a segunda opção, mas quando
ele abre a porta da festa e todos olham para ele, finalmente a câmera o
focaliza, e há então um verdadeiro choque, a experiência foi realmente um
sucesso, não só deixando ele bonito, mas seguro de si o tempo todo, fazendo de
um verdadeiro maioral.
No geral, O Professor Aloprado como toda
boa historia nos traz uma mensagem que sai da própria boca do personagem que é,
se você não gostar de você mesmo, como espera que os outros gostem de você?
Essa foi uma grande mensagem que Lewis nos
entrega no clímax do filme, e por mais clichê que seja que a verdadeira beleza
está no interior das pessoas, aqui funciona de uma maneira bem humorada e
delicada. Para aqueles que conhecem somente a versão
de 1996, Professor Aloprado de 1963 é um filme a ser descoberto pelas novas
platéias, principalmente para aqueles que não agüentam mais curtir comedias
fáceis escrachadas e que ofendem a inteligência do espectador. Professor
Aloprado não ofende e lhe rende gargalhadas de verdade.
Nos dias 26 e 27 de Maio, participarei do
curso Como Se Ver Um Filme 2 – Gêneros, criado pelo CENA UM e ministrado pela critica de cinema Ana Maria
Bahiana. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui falarei sobre qual é o
melhor (em minha opinião) filme de cada gênero.
MELHOR DRAMA:
UMA RUA CHAMADA PECADO (1951)
Sinopse: Blanche DuBois, uma mulher frágil
e neurótica (Vivien Leigh), vai visitar sua irmã grávida (Kim Hunter), em Nova Orleans, em
busca de um lugar que possa chamar de seu, já que, após seduzir um jovem de 17
anos, ela foi expulsa da sua cidade natal no Mississipi. Sua chegada afetará
fortemente a vida da sua irmã, do seu cunhado e a sua própria vida.
Vivien Leigh ficou até certo tempo da vida
sendo lembrada como a protagonista de O Vento Levou, mas foi em 1951 que ela
provou que não deixaria a historia do cinema sendo lembrada com apenas um
filme. Uma Rua Chamada Pecado foi rodado em 1951 pelo diretor Elia Kazan. Curiosamente, ele havia dirigido a mesma historia, varias vezes no teatro, e é por isso que existe a sensação de se estar assistindo uma peça filmada.
Na época de seu lançamento, o filme (apesar
do grande sucesso), foi criticado, por mostrar a degradação da família norte
americana, ou seja, foi o primeiro filme a tirar do armário a realidade que
estava acontecendo naquele tempo. O personagem Stanley Kowaiski, interpretado
magistralmente por Marlon Brando, é um homem rude, insensível, que não exista em
esmagar a moral da pessoa e viciado em noitadas e jogos com os amigos. Enquanto
isso tem uma esposa frágil que passa boa parte do casamento sendo dominada.
Esse foi o primeiro grande sucesso da
carreira de Marlon Brando, que a partir daí, se tornaria símbolo de personagem
desajustado. Kim Hunter interpreta com competência a “esposa vitima” do marido,
que curiosamente, essa atriz acabou sendo mais lembrada depois pela sua
personagem Zira em O Planeta dos Macacos, mas por mais marcante que foi aquele filme de ficção, eu prefiro
pensar que o papel da sua vida foi mesmo neste filme, principalmente pelos
momentos finais da película onde ela, cansada de tudo aquilo, resolve virar a
mesa, sendo uma das primeiras mulheres do cinema a declarar independência às
mulheres, mesmo que não sendo dito, mas sim sugestivamente.
Mas a grande alma do filme é realmente
Vivien Leigh. Sua personagem quando se apresenta em cena, já demonstra ser uma
pessoa que enfrenta seus demônios interiores, querendo segurar das maneiras
mais possíveis os desejos que sente principalmente a certa atração sugestiva
que tem com o cunhado, mas essa atração irá lhe custar caro, em um dos grandes
clímax da película, onde ficamos nos perguntado o que realmente aconteceu.
Curiosamente, quando foi lançado na época,
o filme teve três minutos de cenas cortadas devido a censura na época. Com o
DVD nacional, foi mostrado mais cenas sugestivas, sendo que ai esta a graça do filme. Ele é forte, mas tudo o
que acontece na trama é tudo sugestivo o que torna ainda mais precioso.
Uma Rua Chamada Pecado sempre figura entre
os melhores filmes de todos os tempos, por sempre ser atual e nunca envelhecer.
Filme indispensável para os amantes de cinema.
Premiações:
Ganhou 4 Oscars: Melhor Atriz (Vivien
Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Hunter), Melhor Ator Coadjuvante (Karl
Malden) e Melhor Direção de Arte. Recebeu ainda outras 8 indicações: Melhor
Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Fotografia em Preto
e Branco, Melhor Figurino em Preto e Branco, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e
Melhor Roteiro
Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz
Coadjuvante (Kim Hunter).
Ganhou o Prêmio do Júri e o prêmio de
Melhor Atriz (Vivien Leigh), no Festival de Veneza.