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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: A CHEGADA



Sinopse:Quando seres interplanetários deixam marcas na Terra, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma linguista especialista no assunto, é procurada por militares para traduzir os sinais e desvendar se os alienígenas representam uma ameaça ou não. No entanto, a resposta para todas as perguntas e mistérios pode ameaçar a vida de Louise e a existência de toda a humanidade.


A comunicação de hoje pode ser feita de inúmeras formas, pois basta, por exemplo, usar o tradutor do Google para saber o que a outra pessoa do outro lado do mundo está falando. Temos tanto recursos para termos um bom diálogo, mas que, infelizmente, cada vez mais estamos nos perdendo em meio à ganância, paranoia e preconceito. No mais novo filme de Denis Villeneuve (Incêndios), a trama explora a idéia de que, a comunicação pacífica global, é sim a melhor arma contra possíveis guerras que podem até mesmo dizimar toda a humanidade.
Baseada no romance “Story of Your Life”, publicado por Ted Chiang em 1998, acompanhamos a missão da Doutora em linguística Louise Banks (Amy Adams), que foi recrutada pelo governo dos EUA em tentar dialogar com seres extraterrestres que pousaram na terra. Na realidade há doze espaçonaves (em forma parecida com a de um ovo) pousadas em áreas distintas pelo globo e onde cada governo tanta compreender os motivos deles estarem ali. Não demora muito tempo para que a doutora lute contra o relógio, pois inúmeras potências começam a pensar em atacar.
A premissa pode até parecer simples, mas nada caindo nas mãos de Villeneuve se torna algo previsível, mas sim reflexível. Ao começar pelo fato de a todo o momento a doutora Banks ter lembranças (?) de quando era mãe solteira e se confrontado com um delicado problema vindo de sua filha. Essas passagens servem para que ela tente desvendar a melhor forma de comunicação perante os alienígenas, mas até onde isso é realmente verdade?
É aí que Villeneuve nos testa, já que essas passagens vêm e voltam na trama, para então montarmos um quebra cabeça que se encontra bem na nossa frente. Aliás, esses momentos me fizeram me lembrar de A Árvore da Vida de Terrence Malick, aonde a trama vinha e voltava no tempo e suas imagens pareciam de alguém observando a todo o momento. Ambos os casos tratam sobre a vida humana, sendo que aqui ela é posta em cheque inúmeras vezes, principalmente pelo fato dos seres humanos serem às vezes movidos por suas escolhas e terem que enfrentar as suas consequências.
Falando em atos e consequências, Banks se torna uma espécie de parede que separa os alienígenas dos seres humanos, já que esses últimos são movidos pelo desejo de escolha de somente se defender, mas não especificamente se comunicar. É então que testemunhamos a doutora, ao lado do seu parceiro de ciências Ian Donnelly (Jeremy Renner), usarem a comunicação através de palavras escritas, para logo descobrir a forma que os alienígenas se comunicam, não com palavras, mas sim com figuras enigmáticas. Não há como negar que é nesses momentos que o filme remete a filmes clássicos da ficção como 2001, Contatos Imediatos de 3º Grau e Contato, mas de uma forma da qual soa sempre original.
Embora existam inúmeras informações para ser digerido ao longo da trama, o roteirista foi cuidadoso para que essas passagens nunca soassem confusas, mas sim que fizesse com que ficássemos curiosos com cada imagem vista na tela. Isso melhora ainda mais pelo fato de já estarmos envolvidos com os seus personagens, principalmente pela sua protagonista. Amy Adams novamente nos brinda com um papel sob medida, mas que ao logo do tempo, nos surpreende ao conseguir nos passar todas as emoções da qual a sua personagem sente, principalmente quando ela encara determinadas revelações surpreendentes.
“Surpreende” talvez seja a palavra correta que define os momentos finais da trama, principalmente da maneira que nos é apresentado a melhor solução contra uma possível guerra iminente. Como eu disse no começo do texto, a comunicação é a melhor arma contra um futuro opressor que, embora aqui seja usada ao pé da letra, ela se torna mais do que válida, principalmente em tempos em que cada vez mais a extrema direita anda dominando ao redor do mundo e sem ter interesse em um dialogo pacifico. Pode ser um filme de ficção, mas uma proposta como essa, principalmente nos dias de hoje, sempre será bem vinda.
E como se já não bastasse tudo isso, os últimos minutos acabam nos emocionando pelo fato de nos colocar de frente com uma pergunta de peso: “se você tivesse conhecimento de sua vida, do começo ao fim dela, mudaria alguma coisa?”.
Denis Villeneuve nos faz levar essa pergunta para fora do cinema e ficamos então pensando sobre as inúmeras passagens de nossa vida e de como cada momento serviu para nos tornamos o que nós somos hoje. Talvez não tenha como mudar o que já aconteceu ou que acontecerá, mas o que conta é como você irá usar isso ao seu favor. Nada melhor, portanto, usar toda essa informação e experimentá-la em sua total plenitude. 
A Chegada pode até não ser um dos melhores filmes do ano, mas fazer a gente pensar sobre nós mesmos já é um grande feito.  


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Cine Dica: O Premiado “Maresia” chega ao CineBancários início de dezembro

Vencedor dos prêmios de melhor ator (Julio Andrade) e diretor (Marcos Guttmann) no 26o Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema, Maresia chega ao CineBancários no dia 01 de dezembro, nas sessões das 15h e 19h. Além do Cine Ceará, Maresia já participou de vários festivais: FESTIN - 7º Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, em Portugal, Festival Internacional de Havana, em Cuba, e Festival de Montreal, no Canadá. 
Os ingressos são R$ 10,00 (inteiras) para público geral, e R$ 5,00 (meias) para estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados. Aceitamos os cartões Vale Cultura do Banrisul, Banricompras, Visa e Mastercard.
Baseado no romance Barco a Seco, de Rubens Figueiredo, premiado com Jabuti em 2002, é o primeiro longa-metragem de Marcos Guttmann, e conta com a produção de Katia Machadofoi. Filmado em 2014 no Rio de Janeiro e Niterói, possui várias cenas no mar e nas praias de Copacabana e do Arpoador.
Maresia é uma produção Solar Filmes & Passaro Films, uma coprodução com o Canal Brasil e a Guiza Produções, tem patrocínio da Petrobras, Oi, investimento do Fundo Setorial Audiovisual FINEP e BRDE / ANCINE.

SINOPSE
Gaspar Dias (Julio Andrade) é um perito de arte, especializado na obra de Emilio Vega, pintor morto há 50 anos. A inesperada visita de Inácio Cabrera (Pietro Bogianchini), em busca de autenticidade para mais um quadro supostamente de Vega, de quem diz ter sido amigo na juventude, abala as convicções de Gaspar com revelações perturbadoras. Cabrera desmente várias ideias do especialista a respeito de Vega, com informações de difícil comprovação. Afinal, quem é o
verdadeiro Vega?

ELENCO

Gaspar Dias/Emilio Vega: Julio Andrade
Inácio Cabrera: Pietro Bogianchini
Angelina: Vera Holtz
Maria: Mariana Nunes
Beatriz: Cristina Flores
Humberto: Álamo Facó
Vicenzo Valente: Roberto Birindelli
Vladimir: Bruce Gomlevsky
Nord Klein: Jonas Bloch
Participações de Pablo Sanábio e Tamara Taxman

FICHA TÉCNICA

Duração 77 minutos
Dirigido por Marcos Guttmann
Roteiro por Marcos Guttmann, Melanie Dimantas e Rafael Cardoso
Produção por Katia Machado
Produção Executiva por Mauro Pizzo e Katia Machado
Fotografia por Alexandre Ramos
Direção de Arte por Lulu Continentino
Produção por Maria carneiro da Cunha
Produção Executiva por Cláudia Lima
Maquiagem por Lucila Robirosa
Figurino por Gabriela Campos
Montagem por Waldir Xavier e Marília Moraes
Música Original por Stefano Lentini
Música Adicional por Edson Secco
Som Direto por Paulo Ricardo Nunes
Edição de Som por Waldir Xavier

GRADE DE HORÁRIOS

01 de dezembro (quinta-feira)
15h - Maresia
17h - Menino 23
19h - Maresia

02 de dezembro (sexta-feira)
15h - Maresia
17h - Menino 23
19h - Maresia

03 de dezembro (sábado)
15h - Maresia
17h - Menino 23
19h - Maresia

04 de dezembro (domingo)
15h - Maresia
17h - Menino 23
19h - Maresia

06 de dezembro (terça-feira)
15h - Maresia
17h - Menino 23
19h - Maresia

07 de dezembro (quarta-feira)
15h - Maresia
17h - Menino 23
19h - Maresia

C i n eB a n c á r i o s
Rua General Câmara, 424, Centro
Porto Alegre | RS | CEP 90010-230

Fone: (51) 34331204

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Cine Especial: A Vingança dos filmes B: Parte VI (29/11/16)




Vejam o que eu assisti ontem na mostra que está que esta sendo exibida na sala P.F Gastal de Porto Alegre.    
 
Curtas:
Aquela Rua Tão Triumpho (2016/ SP/ 15’)

Sinopse: Os fantasmas da Rua do Triumpho. Ido Oliveira, antigo cineasta da Boca do Lixo, ainda vive por lá.
Dirigido pelo jornalista, cineasta e crítico de cinema Gabriel Carneiro, o curta metragem é uma bela homenagem a um dos períodos mais produtivos do nosso cinema brasileiro (mais de 1.000 filmes produzidos entre os anos 60 até os 80). Dividido entre ficção e realidade, a pequena trama basicamente mostra alguns realizadores daquele período ainda vivos e que decidem se reunir para se lembrarem dos velhos bons tempos. Destaque para o cineasta fictício Ido Oliveira (Walter Portella, falecido no ano passado) do qual transmite toda paixão de uma geração que gostava de filmar inúmeras obras de diversos gêneros e que atraiam inúmeros cinéfilos. 
Só com a cena final do filme já ganha um espaço no coração de cada cinéfilo ferrenho que se preze.       

 O Sinaleiro (2015 / SP / 15’)

Sinopse: Um velho sinaleiro ferroviário é assombrado por uma série de acontecimentos estranhos. Baseado na obra de Charles Dickens.
Dirigido por Daniel Augusto, o curta é um verdadeiro terror psicológico, onde assistimos ao protagonista ser assombrado pelo próprio ambiente onde trabalha, mas nunca se sabe se há algo sobrenatural, ou tudo não passa de sua mente febril. Com uma montagem ágil e fotografia elegante, o filme é uma espécie de pesadelo filmado, onde em alguns momentos temos a ligeira sensação de que o protagonista irá acordar, mas acaba acontecendo exatamente ao contrário. 
Curta engenhoso e baseado em uma das obras de Charles Dickens.
 
 Till Death (2016 / PR/ 16’)

Sinopse: Enganar a morte tem o seu preço.

Dirigido por Paulo Biscaia, a trama é extremamente simples, onde vemos o protagonista fazer um trato com uma entidade, para fazer com que então a sua mulher sobreviva. Ao longo do curta, vemos situações absurdas, onde testemunhamos o casal brincando mortalmente das mais diversas formas para unicamente se divertirem. Uma metáfora sobre a vida alienada de casais que tentam sempre procurar algo para sair da rotina.   
      
 Panda (Pandi/2013/ SKV/11’)

Sinopse: Nesta animação vinda da Eslováquia, do jogo da evolução sobre descendentes passiveis de sobrevivência, surgem espécies cujo destino, herdado de seus antepassados, é questionável.
De Matús Vizar, essa perturbadora animação é de tudo um pouco, desde mostrar possíveis origens da evolução da vida, como também as inúmeras formas de como modificá-la. O filme também abre espaço para fazer uma crítica com altas doses de humor sombrio sobre a preservação animal criada por certos governos, quando na verdade não passam de lugares para atrair as massas curiosas. Com um final pessimista, o filme dá o que pensar sobre o futuro dos animais de hoje e da própria humanidade.   

  Janaina Overdrive (2016/ CE/ 20’)

Sinopse:​Uma transciborgue busca sua sobrevivência longe do controle biotecnopolítico da corporação.
De Mozart Freire, o curta bebe da fonte cyberpunk, onde retrata uma sociedade cada vez mais submissa aos meios tecnológicos para adquirir o prazer. Sinceramente a pessoa que for assistir talvez demore um pouco para entender a proposta, mas para aqueles que curtem filmes como Fantasma do Futuro e Matrix, irão então captar a mensagem rapidamente. Destaco a sua fotografia e edição de arte, sendo que essa última, mesmo com poucos recursos, pode muito bem sintetizar um futuro sombrio onde os desejos e sentimentos possuem agora um preço a pagar.      
  
 Tango (2016/ PR /14’)
Sinopse: Após anos de seca, uma batata mística brota nas distantes nascentes do Rio Aiatak. Em breve, tudo estará preparado para o grande ritual de Tango. Para o povo, este é o início de uma nova era. Animação inspirada no conto “Um Artista da Fome”, de Franz Kafka.

Dirigido por Francisco Gusso e Pedro Giongo, o curta de animação possui um traço peculiar, onde mostra uma sociedade que venera inúmeras figuras que acreditasse serem sagradas. No final, o curta passa a idéia que a própria sociedade se cega e se destrói ao venerar certas imagens. Uma obra corajosa, principalmente em tempos em que cada vez mais determinados cultos religiões se infiltram na política.  

Longa metragem: Mar Inquieto  

Sinopse:Após uma juventude conturbada pelo uso de drogas, Anita se isola numa pequena praia. Num ambiente repleto de lendas de demônios e óvnis, a maior ameaça para Anita parece estar em sua casa, na forma de Vitorino, seu marido: manifestações de seu passado se mostram mais perigosas do que qualquer demônio.

Exibido no último Fantaspoa, o primeiro longa metragem de Fernando Mantelli poderia cair num suspense convencional, mas o bom uso que ele faz com a câmera, além de uma bela fotografia, faz com que Mar Inquieto não caia numa vala comum. Para começar, Rita Guedes dá um verdadeiro show de interpretação, onde ela interpreta Anita, uma mulher que busca um caminho melhor para sua vida e para o futuro bebê que irá nascer, mas sofre nas mãos de um marido abusivo. O filme vem e volta no tempo e presenciamos no passado outra faceta de Anita, onde caia cada vez mais no mundo das drogas. 
Quando damos de encontro com Anita no passado, nem parece que é a mesma personagem, mas Rita Guedes se encarnou nas duas faces da personagem de tal forma que faz com que achemos que são duas atrizes interpretando a mesma. O filme ainda funciona em usar folclores brasileiros para então se criar um clima sombrio, mesmo num lugar paradisíaco onde se passa a trama.  Embora com um final convencional, Mar Inquieto nos envolve do início ao fim.  
 
Leia mais e programação completa clicando aqui.






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