Nos dias 03 e 04 de setembro na Cinemateca Capitólio, eu estarei participando do curso D. W. Griffith: A criação do cinema narrativo, criado pelo Cine Um e ministrado pelo crítico de cinema Pedro Henrique Gomes. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei postar as minhas analises pessoais de cada obra que eu vi desse cineasta, sendo ele responsável pelas primeiras grandes produções da história do cinema.
Órfãs da Tempestade
(1921)
Sinopse: Com a
Revolução Francesa de pano de fundo, conhecemos a história das irmãs de criação
Louise e Henriette, que crescem juntas e acabam criando um laço afetivo forte.
Henriette promete cuidar para sempre da irmã, que é cega, mas quando um
aristocrata decide separar as duas, elas sofrerão até se encontrarem novamente.
Órfãs da Tempestade é um
melodrama ao melhor estilo Griffith, onde a interpretação nos toca e faz a
gente torcer sempre pelas irmãs separadas durante a trama. Embora o drama seja
o carro chefe do longa, não há como negar que é, assim como Nascimento de uma
Nação e Intolerância, é também uma super produção caprichada e que impressiona
até hoje. A sequência final onde ocorre a revolução Francesa, e ao mesmo tempo
o destino final das duas irmãs, são de uma magnitude espantosa.
Curiosamente, há na
realidade até mesmo situações subliminares no decorrer do roteiro e que, a meu
ver, não passaria despercebido em tempos mais conservadores como da década seguinte
do qual o cinema americano passaria. Isso faz do filme uma obra corajosa para a
época e porque não dizer um pouco a frente do seu tempo.
Inocente Pecadora (1920)
Sinopse: Uma inocente garota
do interior é enganada por um falso casamento e abandonada pelo suposto marido
quando engravida. Tendo que se virar sozinha, acaba trabalhando para uma
família. Novas paixões e o encontro com o antigo marido trazem mais revelações.
Embora este tenha sido o
filme mais caro de Griffith até aquele momento (custou $175,000 a mais que O
Nascimento de Uma Nação), o retorno compensou o esforço: Way Down East
arrecadou, somente em 1920, mais de $5,000,000, sendo então considerado o
quarto filme da época do cinema mudo com maior rendimento.
O filme possui inúmeras passagens
que impressionam até hoje: a sequência da tempestade de neve e do rio em degelo
ainda hoje permanece como uma das mais impressionantes do cinema antigo. O
realismo com que a mesma foi feita foi tal, que consta que a própria Lillian
Gish e parte da equipe técnica esteve sob perigo de vida, tendo inclusive a
atriz principal ficado doente como consequência destas cenas.
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