Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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GRAÇAS AO NOVO FILME DE MARTIN SCORSESE, IMAGEM DA LUA COM UM FOGUETE NO OLHO, SE TORNA A MAIS NOVA IMAGEM DA CULTURA POP!
Sinopse: Este curta-metragem de Georges Melies mostra uma das visões fantasiosas que os homens possuíam da Lua nos primeiros anos do século XX. Uma expedição formada por corajosos homens vai para o satélite da Terra, onde encontra seres nada amistosos, são capturados e devem fugir para retornar ao nosso planeta.
Quando eu fui assistir A Invenção de Hugo Cabret, nova super produção de Martin Scorsese, eu já ia preparado com uma vaga idéia do que me esperava, já que com certeza o filme exploraria muito sobre os filmes de Georges Miller, mas nunca pensei que chegaria a tanto. A simples menção já seria satisfatória, mas Scorsese vai além, e ao adaptar o livro para o cinema, ele faz com que a imagem que ficou fixada no imaginário do cinéfilo de antigamente, fosse redescoberta por essa nova geração que ama o cinema e busca por conhecimento. A referencias ao maior clássico de Georges Melies (Viagem a Lua) foi tamanha, que acredito que até mesmo uma criança recém nascia agora, saiba de que filme pertence aquela cena.
Graças a esse filme que faz um resgate aos primórdios do cinema (assim como O Arista) não me surpreenderia agora todo mundo querendo buscar e conhecer os curtas metragens que tanto Melies fez. No youtube, por exemplo, pode ser visto esse clássico curta por completo. Hoje em dia, pode até ser um filme ingênuo, mas jamais perdera sua importância histórica para a sétima arte. Confiram abaixo:
EM PLENA CAPITAL DA ARGENTINA, É CRIADA UMA FABULA CONTEMPORANEA E DELICIOSA!
Sinopse: Martin (Javer Drolas) está sozinho, passa por um momento de depressão e não se conforma com a maneira com a cidade de Buenos Aires cresceu e foi construída. Como trabalha de casa, pouco sai e fica o tempo todo conectado na internet. É através dela que conhece Mariana (Pilar López de Ayala), aficcionada por chats. Eles iniciam um relacionamento virtual, sem saber que mora na mesma quadra.
O cinema Argentino vive uma era de ouro de ótimos filmes que estão sendo lançados, sendo graças a uma nova geração de cineastas muito criativos e cheios de idéias. Justamente em sua estréia em longa metragem, Gustavo Taretto mostra que pertence a essa nova geração, e cria um filme contemporâneo, pop e reflexivo. Taretto começa ousado na sua forma de filmar, ao apresentar a própria Bueno Aires, não aquela que estamos acostumados aos cartões postais, mas sim uma selva de pedra com seus prédios cada vez mais altos e sem sentido, onde cada vez mais e mais pessoas vivem se aglomerando. Dentro desse cenário, Taretto retrata pessoas um tanto que perdidas em suas vidas, sendo que as vezes, sem saber exatamente qual o caminho a seguir.
Isso é muito bem retratado pelo casal central, que embora não se conheçam desde o principio da trama, situações fazem com que suas vidas se cruzem, dando a crer que eles nasceram um para o outro, mesmo com tanta agitação do mundo atual, onde faz com que eles demorem em se darem conta um do outro. Ambos os personagens (Javier Drolas e Pilar Lopes de Ayala, ótimos em cena) são um retrato das pessoas da atualidade, conectadas sempre ao mundo da internet, onde suas únicas janelas para o mundo é justamente no mundo virtual que tanto se alastra atualmente, e que por vezes, se esquecem do verdadeiro toque humano de antigamente, mas nem por isso, não deixam de fazer uma critica contra si próprios com a vida que levam. Em meio a esse lema que os protagonistas vivem, Taretto embala toda a trama, com uma montagem pra lá de criativa, bem ao estilo vídeo clipe, auxiliado com ótima edição de arte, fotografia e trilha sonora caprichada, que tornam por vezes inúmeras cenas bem poéticas. Isso sem contar momentos puramente pop, onde se faz referencias a personagens conhecidos como Astro Boy e até mesmo o personagem clássico da literatura e de desenhos animados, Onde Esta Wally? Sendo que, de uma forma inusitada, Taretto incrementa o personagem na trama de uma forma tão criativa, que torna o filme redondinho e muito satisfatório pela sua criatividade.
Vencedor de dois Kikitos (incluindo melhor filme estrangeiro) no ultimo festival de Gramado, Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual, é o tipo de filme que você assiste e revê inúmeras vez, o que comprova que boa coisa está ali escondida, diferente do personagem Wally perdido na multidão e difícil de se encontrar!
Curiosidade: Atenção para a cena onde Taretto usa o clássico filme de Wood Allen (Manhattan) como referencia ao próprio casal da trama, que mesmo distantes um do outro, estão vendo a clássica cena final do filme na televisão!
COM O RETORNO DE BILLY CRYSTAL NA CERIMÔNIA DO OSCAR, VAMOS RELEMBRAR O SEU MAIOR SUCESSO DA CARREIRA!
Sinopse: Após se formarem pela Universidade de Chigago, Harry Burns (Billy Crystal) e Sally Albright (Meg Ryan), um casal de estudantes, viajam juntos para Nova York. Com o passar dos anos cada um leva a sua vida, se vêem esporadicamente, mas aos poucos e de forma um pouco assustadora descobrem que estão se apaixonando.
Do elenco irresistível ao roteiro divertidíssimo de Nora Ephron (que escreveu A Difícil Arte de Amar), tudo funciona bem nesta simpática e envolvente comedia romântica. Os diálogos mordazes brincam com a relação entre homens e mulheres e com a imagem que uns fazem dos outros. Em seu melhor trabalho Rob Reiner (Conta Comigo) usa também “depoimentos” de “casais bem sucedidos” no amor e uma trilha sonora com belas canções românticas.
Mas nada disso funcionaria, se o casal central não funcionasse em cena, mas não só funciona como muitas pessoas consideram como o melhor casal romântico desse gênero, que hoje atualmente vive desgastado. Tanto Meg Ryam como Billy Crystal possuem uma ótima sintonia do inicio ao fim, na qual nos faz nos viciar na historia e em momentos hilários, (como a famosa cena do orgasmo). Depois disso, Meg Ryam se tornaria queridinha da America, estrelando comedias românticas (ao lado de Tom Hanks) durante os anos 90. Já Billy Crystal, se por um lado não se criou uma carreira muito solida depois disso, por outro, se tornou um dos melhores apresentadores da festa do Oscar durante vários anos!
TUDO QUE A FRANQUIA TRANSFORMERS NÃO TINHA, TEM AQUI!
Sinopse: Hugh Jackman é Charlie Kenton, um lutador decadente que perdeu sua chance de ganhar um título quando robôs de aço de mais de 900 quilos e mais de dois metros e quarenta de altura entraram no ringue. Charlie, então um mero e insignificante promotor, ganha apenas o suficiente, juntando sucatas de metal de robôs, para passar de uma arena de boxe para outra. Quando Charlie chega ao fundo do poço, ele relutantemente se une a seu filho afastado, Max (Dakota Goyo), para construir e treinar um competidor para disputar o campeonato. Conforme as apostas na brutal arena sem limites aumentam, Charlie e Max, contra todas as probabilidades, têm uma última chance de dar a volta por cima.
A principio, todos imaginavam que esse filme seria um simples caça níquel para pegar carona com a onda de sucesso que a franquia Transformers adquiriu, porém, essa nova produção de Steven Spielberg (também produtor de Transpormers) tem muito mais personalidade e coração do que qualquer filme daquela trilogia desenfreada. Dirigido por Shawn Levy (Uma Noite no Museu), essa produção, irá fazer o cinéfilo mais atento, descobrir certos elementos já usados em outros filmes, que fora o fato de lembrar um pouco Transformers, a trama carrega ao maximo momentos que lembram Falcão: O Campeão dos Campeões e a serie Rocky, ambos estrelados por Silvéster Stallone nos anos oitenta, mas dessa mistura, se criou algo fresco e muito bem vindo.
O acerto da trama foi criar a construção do relacionamento do pai ausente (Hugh Jackman, cada vez mais se afastando de sua imagem como Wolverine) com o seu filho esperto Max (Dakota Goyo, um achado). A principio, ficamos até horrorizado com falta de afeto de o personagem de Jackman tem pelo garoto, mas graças as circunstâncias (e com a ajuda de um certo robô) essa relação vai mudando gradualmente, nunca de uma forma forçada, mas bem redonda e crível, o que torna a dupla central bem humana. É claro, que como um dos pontos centrais da historia é luta livre de robôs, o filme nos brinda com boas lutas desses gigantes robóticos, e diferente do que acontecia na franquia transformers, agente vê muito bem todos os movimentos e o que acontece com eles em cena, e até mesmo sentir os sentimentos desses personagens, coisa que não acontecia naquela franquia de forma alguma.
Embora o filme começa e já tenhamos uma vaga idéia do seu final, Gigantes de Aço foi uma grata surpresa do gênero ficção do ano passado. Não é um filme que irá mudar a vida de ninguém, mas é uma sessão para toda a família e que poderá muito bem se tornar um filme de uma sessão da tarde clássica um dia. Destaco também, a presença da atriz Evangeline Lilly, que se em Guerra ao Terror ela fez somente uma pequena ponta, aqui ela tem a chance de aparecer mais e fazer melhor parte da trama, embora ainda não seja dessa vez que ela tenha desvencilhado de sua imagem como Kate da serie Lost.
NUMA CERIMÕNIA DE MAIS ACERTOS DO QUE ERROS, O ARTISTA E A INVENÇÃO DE HUGO CABRET, SÃO OS GRANDES VENCEDORES DA NOITE E UMA VITORIA PARA O CINEMA EM SI!
Gente, não vou escrever muito hoje porque estou meio dormindo, sendo que estou assim porque fui dormir só depois do Oscar e já fui me levantar as seis para o serviço. Portanto não tem cabeça que agüente, mas em poucas palavras, posso dizer que esse ano a academia conseguiu fazer alguns acertos melhores durante a cerimônia e Billy Cristal é realmente o Curinga deles, portanto que ele não se ausente mais em nenhuma cerimônia seguinte. O Artista confirmou o seu favoritismo merecido, levando os Oscars principais de melhor filme, melhor diretor e melhor ator. A invenção de Hugo Cabret, se por um lado não levou as estatuetas principais, por outro confirmou suas qualidades de super produção, com o melhor exemplo de como se fazer um filme em 3D, e com isso, levou as principais categorias técnicas. Como Rio não estava entre os indicados de melhor animação, torci pela vitoria de Rango, sendo que, num ano em que as animações não convenceram muito, esse filme surgiu como não quer nada, e logo foi conquistando a simpatia de todos. A Separação foi uma vitoria merecida na categoria de filme Estrangeiro, sendo que o filme é um reflexo critico de uma sociedade cansada do lugar aonde vivem. Por fim, Meryl Streep finalmente quebra um jejum de trinta anos e finalmente leva para casa o seu terceiro Oscar, pelo filme a Dama de Ferro.
Confiram a lista de todos os vencedores:
Melhor Filme Oscar 2012: The Artist (O Artista) Melhor Atriz Oscar 2012: A Dama de Ferro, Meryl Streep Melhor Ator Oscar 2012: The Artist, Jean Dujardin Melhor Atriz Coadjuvante Oscar 2012: Histórias Cruzadas, Octavia Spencer Ator Coadjuvante Oscar 2012: Toda Forma de Amor, Christopher Plummer Melhor Diretor Oscar 2012: The Artist, Michel Hazanavicius Melhor Edição Oscar 2012: Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres Melhor Documentário Oscar 2012: Undefeated Melhor Animação Oscar 2012: Rango Melhor Trilha Sonora Oscar 2012: The Artist (O Artista) Melhor Canção Original Oscar 2012: Man or Muppet, Os Muppets (Bret McKenzie) Melhor Roteiro Original Oscar 2012: Meia Noite em Paris Melhor Roteiro Adaptado Oscar 2012: Os Descendentes, de George Clooney Melhor Som Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret Melhor Edição de Som Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret Melhores Efeitos Visuais Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret Melhor Curta-Metragem de Animação Oscar 2012: The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore Melhor Filme Estrangeiro Oscar 2012: A Separação Melhor Maquiagem Oscar 2012: A Dama de Ferro Melhor Figurino Oscar 2012: The Artist (O Artista) Melhor Direção de Arte Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret Melhor Fotografia Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret
Sim, quando se acha que eu já falei de tudo sobre David Cronenberg neste mês, eis que surge mais uma oportunidade para fazer mais um post sobre ele. Ontem a noite, recebi umas fotos que foram tiradas durante o curso, pelo organizador dos eventos do CENA UM, Sr Jorge. Na primeira fila, lá estou eu trocando idéias com Rosangela, que nos colocou a par sobre todo o universo que envolve Cronenberg.
Confira as imagens abaixo:
Mesmo no calor (o curso começou em meio à maior onda de calor do estado), agente curtiu adoidado.
O curso atraiu muitas pessoas, provando que Cronenberg é popular entre os gaúchos
Eu trocando umas idéias com Rosangela, sobre o que rola na mente de Cronenberg
Leia também: Tudo sobre David Cronenberg clicando aqui.
Em final de semana, onde todos os olhos do mundo cinéfilo estão voltados para o Oscar, o cinema de Porto Alegre tem poucas estréias para esse final de semana, mas significativas, como HIROSHIMA – UM MUSICAL SILENCIOSO. Lembrando, que entra em pré-estréia, Drive, aguardado filme que ganhou ares de Cult pelo mundo no ano passado, mas foi esnobado pelo Oscar, o que não é novidade, já que a academia adora fazer injustiças.
Confiram as estréias:
A Mulher de Preto
Suspense: No suspense Radcliffe vive o jovem advogado Arthur Kipps que viaja para uma região remota da Inglaterra para cuidar dos papéis de um cliente recém-falecido. Enquanto trabalha em uma isolada casa antiga Kipps começa a descobrir seus trágicos segredos. O fantasma de uma mulher amaldiçoa a casa e todo o vilarejo.
Tão Forte e Tão Perto
Sinopse: Oskar Schell aos 11 anos de idade é uma criança excepcional: inventor amador admirador da cultura francesa pacifista. Depois de encontrar uma misteriosa chave que pertencia a seu pai que morreu no World Trade Center no 11/09 ele embarca em uma incrível jornada -- uma urgente e secreta busca por um segredo pelas cinco regiões de Nova York.
HIROSHIMA – UM MUSICAL SILENCIOSO
Sinopse: Juan é um jovem uruguaio, que trabalha numa padaria durante o dia e toca numa banda de rock à noite. Calado e meio solitário, Juan também gosta de vagar pelas ruas de Montevidéu, onde vive histórias bem cotidianas..
FAÇA-ME FELIZ!
Sinopse: Ariane (Frédérique Bel) está convencida de que seu marido Jean-Jacques (Emmanuel Mouret) está interessado em outra mulher. Para salvar seu casamento, ela pede que ele tenha um caso com essa mulher, acreditando que essa é a melhor solução para acabar com as ilusões de Jean-Jacques. Mas, quando ele vai até a casa dessa mulher que mal conhece, ele ainda não sabe que ela é filha do presidente da República.
Não foi fácil, mas em fim, chego ao fim minha jornada dentro da filmografia de David Cronenberg. Durante quase um mês, fiquei escavando seus filmes, sendo que isso tudo, começou devido ao curso criado pelo CENA UM e ministrado pela Rosangela Fachel. Porém, não consegui assistir a todos os filmes do diretor, antes do curso começar, portanto eu continuei com os especiais por aqui, mesmo com o termino das atividades lá no museu da comunicação de Porto Alegre. Abaixo, deixo sobre o que eu achei de cada filme que faltou eu assistir, e mais abaixo, todos os posts anteriores desse especial, onde reúnem todas as minhas criticas de cada filme desse cineasta. Os especiais sobre David Cronenberg acabou, mas aguardem para novos especiais ao longo dos meses!
From The Drain (1967)
Sinopse: Num futuro não muito distante, dois homens completamente vestidos sentam em uma banheira de um lar para veteranos de guerra. Subitamente, algo mórbido acontece…
O segundo curta metragem da carreira de Cronenberg (o primeiro é Transfer que simplesmente não achei). Já nesta pequena produção de inicio de carreira, Cronenberg já mostrava sinais que seria um diretor que faria filmes no mínimo incomuns. Apesar de aparentar o curto orçamento, o cineasta é bem inventivo e cria uma situação bizarra em uma simples conversa de duas pessoas que aparentemente, parecem bem excêntricas.
STEREO (1969)
Sinopse: Um grupo de jovens é voluntário de uma pesquisa de desenvolvimento telepático através da exploração sexual. Mas o experimento começa a fugir do controle e os pesquisadores passam a tomar providências, que não ajudam muito.
Filme praticamente mudo e em preto e branco, onde unicamente ouvimos um narrador contar os fatos apresentados na tela. Mesmo com poucos recursos, Cronenberg cria um verdadeiro clima claustrofóbico futurístico, em um prédio qualquer que ele usou como cenário, mas que o tornou num clima melancólico. Além de usar temas e elementos que viríamos ele usar nos seus filmes posteriormente.
Crimes do Futuro (1970)
Sinopse: O filme acompanha Adrian Tripod, antigo diretor de uma clínica dermatológica chamada A Casa da Pele, que está a procura seu mentor, Antoine Rouge. Rouge desapareceu, seguido de uma peste catastrófica resultada de produtos cosméticos, responsável pela morte de toda a populão de mulheres adultas sexualmante desenvolvidas.
O mais ousado dos seus primeiros filmes (antes da consagração em Calafrios). A trama me lembrou muito Filhos da Esperança de 2006, onde misteriosamente não se nascia mais bebês. Aqui, Cronenberg até da certa explicação, mas novamente a produção é mais experimental, na qual o próprio espectador tem que tirar suas próprias conclusões sobre o que achou durante a projeção do filme. Atenção para o ousado ato final da trama, que não a como a pessoa não ficar meio que apreensiva e incomodada.
Mistérios e Paixões (1991)
Sinopse: Bill Lee é um escritor fracassado que trabalha como dedetizador de insetos para sobreviver. Porém, seu emprego está por um fio, já que, misteriosamente, o estoque de seu inseticida vive se esgotando. É quando ele descobre que sua mulher está viciada no produto, e, incentivado por ela, experimenta-o e inicia uma viagem alucinógena recheada de absurdos, na qual passa a servir a uma agência secreta chamada Interzone, convive com alienígenas e máquinas de escrever que se transformam em agentes secretos e inicia um tratamento a base de droga produzida por centopéias brasileiras.
Uma mistura interessante da biografia do escritor Willian S. Burroughs com os processos literários que são induzidos pela droga. Uma verdadeira fantasia paranóica misteriosa, com um clima noir dos anos 40 e 50. Embora alguns na época tenham achado o filme um tanto distante da obra, uma vez que conseguir um resultado fiel é praticamente impossível. Por isso, Cronenberg opta por pontuar o roteiro com relevâncias a vida pessoal do escritor para criar uma alucinação metafórica da redação da obra e da percepção do escritor. Surge assim, seu maior sucesso, vencedor de diversos prêmios da associações de críticos (a maioria pelo roteiro), 11 prêmios Genie no Canadá (incluindo melhor filme, melhor adaptação e melhor edição) e colocação como um dos melhores do ano em diversas listas da época.
M BUTTERFLY (1993)
Sinopse: Rene Gallinard é um diplomada francês a serviço em Pequim, na China. Politicamente dedicado e reponsável homem de familia, o destino-lhe reserva uma surpresa. Ao assistir a uma apresentação da opera " Madame Butterfly" de Puccini ele fica obcecado pela graça e beleza da contara Song Liling. Gallinard passa então a persegui-la por todos os lugares, envolvendo-se cada vez mais com o exótico mundo ca cultura chinesa. Quando finalmente, a força de sua paixão transforma-se em um intenso romance, ele acaba conduzindo a um jogo imprevisível de interesses políticos e revelações que mudarão por completo sua vida.
Baseado numa peça de David Henry Hwang, que foi sucesso na Brodway, a primeira vista, o filme parece se distanciar bastante do resto da obra do cineasta, mas até certo ponto, pois novamente o diretor explora e muito o lado psicológico dos personagens, além de novamente explorar as mudanças do corpo de uma forma bem original e inesperada. É claro que após assistir o filme, alguns com certeza compararão a produção com Atraídos pelo Desejo na época, mas o filme fala por si, graças ao bom desempenho do elenco, em especial, a Jeremy Irons. Em seu segundo trabalho com Cronenberg (o primeiro foi Gêmeos - Mórbida semelhança) Irons faz um trabalho extraordinário, onde seu personagem se descasca aos poucos durante há historia, e em seu ato final, sua imagem se torna uma vaga lembrança do que ele foi no inicio do filme. Num momento forte e poético, uma das melhores interpretações do ator em sua carreira!
eXistenz (1999)
Sinopse O eXistenZ do título é o nome de um jogo de realidade virtual, o mais perfeito que já foi inventado. E para participar, e ter sensações semelhantes a prazeres sexuais ou efeitos de droga forte, é só colocar uma tomada na coluna vertebral. Jennifer Jason Leigh é Alegra Geller, famosa designer que cria o eXistenZ e passa a ser perseguida por fanáticos religiosos que querem matá-la. É forçada a fugir junto com um pacato assistente de marketing transformado em segurança (Jude Law). Na fuga, eles circulam por um mundo onde fantasia e realidade se confundem a toda hora.
Entre 1998 e 1999, o cinema foi invadido por filmes que explora a possibilidade de nossa realidade não ser real, ou simplesmente colocar o protagonista num mundo onde nem tudo é o que aparenta ser. Filmes como Cidade das Sombras, Show de Truman e Matrix, foram produções que exploraram muito bem esse assunto, mas fora desse grupo, o mais elogiado que foi eXistenz, me passou desapercebido na época. Alguns consideram esse filme como continuação direta de Videodrome, já que alguns elementos vistos naquele filme foram novamente utilizados neste, embora não aja nenhuma ligação direta ou muito menos uma referencia.
mbora tenha certa complexidade, o filme pode ser muito bem entendido, desde que você não tire os olhos da tela, já que a trama explora a possibilidade da realidade virtual dentro de outra (algo visto posteriormente em A Origem, mas através de sonhos), e apesar do ato final nos apresentar um verdadeiro pega ratão, mas que logo é tudo explicado, segundos depois, revelações surgem e novamente deixam o espectador com mais duvidas sobre o que realmente estavam assistindo. Curiosamente o personagem principal da trama é uma mulher, algo raro na filmografia de Cronenberg, e muito bem representado por Jennifer Jason Leigh (Mulher solteira Procura).
UM METODO PERIGOSO (2011)
Sinopse: Sinopse: O longa é uma mostra de como a relação entre Carl Jung (Michael Fassbender) e Sigmund Freud (Viggo Mortensen) faz nascer a psicanálise. Aborda a intensa e polêmica relação da dupla com a paciente Sabina Spielrein (Keira Knightley).
Ainda inédito em nossas salas gauchas, a produção é a mais contida da carreira do diretor, mas não menos genial. Baseado em uma pequena parte da vida de pessoas conhecidas do mundo da psicanálise, Cronenberg novamente retorna com temas sobre conceitos psicanalíticos que tanto abordou em seus primeiros filmes e ousou de uma maneira jamais vista em Filhos do Medo. Além de novamente explorar as transformações do corpo, onde aqui, é muito bem representado pela atriz Keira Knightley (A Duquesa) onde faz uma personagem, que sofre, tanto mentalmente como fisicamente, mas ao mesmo tempo, não é uma personagem que se deva subestimar pelos seus problemas. Sendo que graças a sua inteligência e beleza, faz o lado profissional de Carl Jung (Michael Fassbender, X-men: Primeira Classe) ir para um caminho sem volta, ao despertar os desejos sado masoquistas e sexuais dela, embora não espere algo parecido como Crash.
A trama também aborda de uma forma interessante os conceitos diferentes do mundo da psiquiatria, pelos psicanalistas Carl Jung e Sigmund Freud (Viggo Mortensen no terceiro trabalho com Cronenberg), que se no inicio a relação parecia de professor e aluno, gradualmente suas opiniões fazem com que se tornem meio que rivais, gerando certas tenções em determinadas cenas onde ambos os atores se sobressaem. Destaque também, para uma rápida, mas importante participação do ator Vincent Cassel, em seu segundo trabalho com o diretor (o primeiro foi em Senhores do Crime).
COM A TECNOLOGIA ATUAL DE PONTA, SCORSESES PRESTA HOMENAGEM AOS PRIMODIOS DO CINEMA
Sinopse: Paris anos 30. Hugo Cabret é um órfão que vive escondido nas paredes da estação de trem. Ele guarda consigo um robô quebrado deixado por seu pai. Um dia ao fugir do inspetor ele conhece Isabelle uma jovem com quem faz amizade. Logo Hugo descobre que ela tem uma chave com o fecho em forma de coração exatamente do mesmo tamanho da fechadura existente no robô. O robô volta então a funcionar levando a dupla a tentar resolver um mistério mágico.
Em 28 de dezembro de 1895, os irmãos Lumière exibiram no grand café em Paris, aquele que seria a primeira exibição de um filme na historia. Conhecido no inicio como o "cinematografo", os irmãos exibiram uma cena curta de um trem parando na estação, mas eficaz, pois a primeira reação das pessoas que estavam assistindo foi saltar das cadeiras, acreditando que seriam atropeladas. Na mesma sessão, um talentoso mágico chamado Georges Mélliès, teria ficado fascinado com o que estava assistindo, pois via ali a chance de criar algo de novo jamais visto, diferente do que os Lumiêre pensavam, achando que sua cria seria apenas uma curiosidade passageira, e que mais tarde, seria esquecida. Com a ferramenta em mãos, Mélliès foi o primeiro cineasta a colocar historias na tela, tendo se tornado um grande pioneiro da sétima arte.
Essa pequena historia verídica, mesmo tendo se passado no final do século 19, é um reflexo do que se vê hoje em dia com relação ao uso do 3D nos filmes, pois existe um lado que acredita que esse formato, se usado de uma forma errada, será gradualmente esquecido, embora haja cineastas que querem provar, que se usado de uma forma correta, pode sim ser uma maravilhosa ferramenta na hora certa. Martin Scorsese é o mais novo integrante desse segundo grupo, ao fazer A Invenção de Hugo Cabret, baseado não só num famoso livro juvenil, como também justamente na historia verídica contada acima. A primeira vista, é de se estranhar Scorsese trabalhar num filme como esse, principalmente se comparado aos clássicos com um teor mais adulto que ele criou no passado (como o clássico Taxi Drive), mas essa estranheza logo é deixada de lado, quando a tela é invadida por uma Paris nunca antes vista na historia do cinema. Com o 3D, Scorsese não o usa para jogar a cada minuto uma coisa no expectador, e sim ele usa a ferramenta para colocar mais profundidade nas cenas que surgem, seja numa cena da rua, ou até mesmo uma panorâmica da capital francesa, e o resultado é plasticamente perfeito, auxiliado com uma perfeita edição de arte e fotografia, o que torna cada cena um quadro vivo em movimento.
Ainda que a historia fosse ruim, o filme valeria pelo visual, mas a trama não só é ótima, como é um verdadeiro prato cheio, para aqueles que amam o cinema como um todo. Os jovens protagonistas (vividos por Asa Butterfield e Chloe Grace Moretz), ao tentar descobrir respostas sobre a herança que o pai de Hugo deixou, embarcam numa jornada em busca de resposta, e em meio a elas, surgem cenas sobre os primórdios do cinema, capaz de provocar uma pequena lagrima no olho do mais fanático cinéfilo (como eu). Neste momento, é difícil dizer qual o melhor momento do filme, mas talvez seja aquela, onde a jovem dupla, finalmente convence o velho mago e cineasta Mélliès (Ben Kingsley, otimo como sempre) a encarar o seu glorioso passado, É nessa parte, em que Scorsese faz um trabalho de gênio, ao unir as verdadeiras cenas dos clássicos de Mélliès (como Viagem a Lua) com uma reconstituição sobre bastidores da criação dos filmes do diretor de uma forma perfeita, auxiliada com um 3D que surge num momento certo (como a cena do aquário).
É bem da verdade, que o filme talvez venha a emocionar mais aqueles que abraçam o cinema com amor, do que aqueles que buscam algo somente para se divertir, mas o filme funciona para os dois lados, e nunca é tarde para o publico em geral, descobrir os alicerces que criaram o cinema, que se não fosse por elas, não estaríamos hoje em dia curtindo inúmeras historias na tela grande, sejam elas boas ou ruins.
Com elenco que inclui coadjuvantes de luxo como Sacha Baron Cohen (em seu melhor momento desde Borat) e Sr Christopher Lee, A Invenção de Hugo Cabret (assim como o genial O Artista), venha num momento oportuno, para mostrar ao publico atual, que o cinema não nasceu somente para o entretenimento, mas sim para fazer com o que o publico sinta varias emoções, não importando o tipo de tecnologia, desde que ela assista acima de tudo uma boa historia. Pelo visto, irmãos Lumière eram gênios, mas ao mesmo tempo, pensavam pequeno!
No Suicídio do Último Judeu do Mundo no Último Cinema do Mundo
Nos últimos minutos (e passando um pouquinho) do curso sobre David Cronenberg, a Dra e Professora Rosângela Fachel de Medeiros fez questão de mostrar para nos um curioso curta dirigido e atuado por ele. No Suicídio do Último Judeu do Mundo no Último Cinema do Mundo”: este é o curioso título de um curtíssima-metragem (três minutos) de David Cronenberg, que faz parte da compilação Chacun son Cinéma, um filme coletivo (com 33 diretores e 33 episódios) exibido nas comemorações do aniversário do Festival de Cannes. Cada cineasta recebeu a missão de fazer um episódio de três minutos, do jeito que bem entendesse, com a única exigência de que no filme aparecesse um cinema.
O curta de Cronenberg começa mostrando o rosto de um homem (o próprio diretor) próximo à câmara, distorcido pela lente grande angular; apontando um revólver para a testa, depois para a boca, etc. Por trás dele um cenário pouco visível, que aos poucos percebemos ser o banheiro de um cinema. E ouvimos as vozes de um casal de locutores típicos dos canais a cabo norte-americanos descrevendo, em estilo CNN, o que aparece na imagem. (Reproduzo de memória os nomes e os diálogos, que não são exatamente assim.) O homem diz: “Ah, pronto, já temos imagem. Já estamos com imagens ao vivo, Mary”. Ela: “Exatamente, Bob. Já temos imagem ao vivo da nossa reportagem, que vai registrar o suicídio do último judeu na última sala de cinema do mundo”. Bob: “Você disse última sala de cinema, Mary? Poderia situar melhor isto, para os nossos assinantes?” Mary: “Claro, Bob. As salas de cinema foram eliminadas, mas a polícia localizou esta última sala clandestina, que será demolida depois de nossa reportagem de hoje”.
A imagem não muda: o homem, rosto quase colado à câmara, experimenta a posição ideal do revólver de encontro à própria cabeça. E a reportagem prossegue nesse tom típico de descontração e indiferença. Mary informa a Bob que aquele indivíduo é o último judeu do mundo, o último representante de uma raça extinta. Bob: “E esta raça, Mary, a julgar pelas informações que recebemos, tinha alguma relação com a indústria do cinema? E é por isto que o suicídio terá lugar num cinema?” Mary: “Precisamente, Bob. Pode-se dizer até que os judeus eram a indústria do cinema. Embora isto, é claro, deva ser entendido num sentido muito amplo”.
São apenas três minutos, mas a crueldade e o absurdo são cumulativos. O homem enfia o cano da arma na boca, no olho, no ouvido, enquanto os locutores discutem a maneira mais eficaz de alguém se suicidar; e por fim a imagem se congela quando ele aperta o gatilho.
O feriadão que todos esperavam o feriadão de Carnaval. É bem da verdade que a maioria das pessoas vai viajar nestes quatro dias, outras vão ficar na folia, para encher a cara, fazer besteira e se arrepender depois. No caso dos cinéfilos, que não vai para nenhum dos lados, o certo é curtir as estréias que estão chegando. Estréias essas, dominada pelos indicados do Oscar 2012.
Ao começar com A Invenção de Hugo Cabret, que assim como O Artista, o filme é uma verdadeira declaração de amor ao cinema, dirigida pelo mestre Martin Scorsese. Meryl Streep ataca como a Dama de Ferro (será que agora vai o terceiro Oscar?) e Brad Pitt lidera um time de beisebol em Homem que mudou o jogo.
Para os que querem se divertir (e talves desligar o cerebro), a melhor opção é a segunda versão (e chance) de Motoqueiro Fantasma e novamente estrelado por Nicolas Cage. Uma coisa que observo, é que além dos reebots, parece que Hoollyood está dando chance para os filmes que não deram certo também, pois além do cabeça em chamas, teremos a sequencia de Comandos em Ação, com uma ajudinha de Bruce Wills. Pelo visto, Hoollyood está desesperada mesmo.
Confiram todas as estreias e desejo a todos um otimo feriadão e não façam besteira!
A Invenção de Hugo Cabret
Sinopse: Paris anos 30. Hugo Cabret é um órfão que vive escondido nas paredes da estação de trem. Ele guarda consigo um robô quebrado deixado por seu pai. Um dia ao fugir do inspetor ele conhece Isabelle uma jovem com quem faz amizade. Logo Hugo descobre que ela tem uma chave com o fecho em forma de coração exatamente do mesmo tamanho da fechadura existente no robô. O robô volta então a funcionar levando a dupla a tentar resolver um mistério mágico.
A Dama de Ferro
Sinopse: A Dama de Ferro conta a comovente história de Margaret Thatcher uma mulher que quebrou as barreiras de gênero e classe para ser ouvida em um mundo dominado pelos homens. A história diz respeito ao preço que se paga pelo poder e é um retrato surpreendente e íntimo de uma mulher extraordinária e complexa.
O Homem que mudou o Jogo
Sinopse: Brad Pitt vive Billy Beane gerente geral do Oakland Athletics time de beisebol que usou um sofisticado software de análise para conseguir reunir um elenco de qualidade sem gastar muito. Isso aconteceu pois comparado aos outros grandes times da liga o Athletics tinha pouco dinheiro disponível mas ainda assim conseguiu se equiparar às maiores equipes do torneio.
Hotxuá
Sinopse:O documentário dirigido por Letícia Sabatella e Gringo Cardia trata da vida e da visão de mundo dos índios da tribo dos Krahô em Tocatins. Hotxuá é nome dado pela tribo a uma espécie de palhaço sagrado da aldeia. E é através dele e de outros integrantes dos Krahô é que os diretores criam a condução do filme sempre com off na língua dos próprios índios ou em menor grau em português.
Motoqueiro Fantasma 2 - Espírito de Vingança
Sinopse: Nicolas Cage está de volta no papel de Johnny Blaze em: O Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança. Depois de se esconder na Europa Blaze é recrutado por uma seita secreta da igreja para salvar um garoto do demônio. Johnny tenta recusar o chamado mas essa é a sua grande chance de se livrar de sua maldição.
Reis e Ratos
Sinopse: No Rio de Janeiro de 1963 o clima de conspiração afeta uma série de personagens relacionados de alguma forma ao cenário político da época. Um deles é Troy agente da CIA que vive no Brasil e passa a duvidar de sua fidelidade com sua terra natal. Com a ajuda de seu comparsa brasileiro o Major Esdras ele planeja uma armadilha para o presidente que pode atrapalhar os planos do Golpe Militar. Totalmente filmado em preto e branco o longa reproduz a atmosfera noir dos filmes policiais da época e se desenvolve com a ajuda de flashbacks e da perspectiva de todos os envolvidos na trama.