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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 31 de maio de 2016

Cine Dica: “Yorimatã” e “Uma Noite em Sampa” no CineBancários

Na primeira semana de junho, o CineBancários trará duas estreias para a sala de cinema. Dia 31 de maio (terça-feira) o filme “Yorimatã”, de Rafael Saar, que abriu o Festival Sesc Melhores Filmes 2016, entra pra grade de horários nas três sessões diárias (15h, 17h e 19h) e no dia 2 de junho (quinta-feira) estreia “Uma Noite em Sampa”, de Ugo Giorgetti, dividindo os horários com o primeiro filme (13h e 19h).
E tem mais: o CineBancários irá presentear as primeiras 37 pessoas a retirar senha para a primeira sessão de “Yorimatã”, no dia de estréia, com o cd da trilha sonora do filme.

YORIMATÃ
 Eleito o Melhor Filme pelo júri e pelo público no Festival In-Edit Brasil em 2015, “Yorimatã” é o primeiro longa-metragem dirigido por Rafael Saar, e retoma a história destas duas artistas de obra e vida incomum que marcaram o cenário musical brasileiro nas décadas de 70 e 80. Luhli e Lucina não formam apenas uma dupla musical, formaram juntas também uma família ao lado do fotógrafo Luiz Fernando Borges da Fonseca.
Ao mesclar preciosas e inéditas imagens de arquivo, com depoimentos de parceiros, intérpretes e registros cotidianos da vida atual de luhli e lucina, “Yorimatã” devolve à dupla o seu lugar de direito como parte fundamental da história da música brasileira, e entre seus intérpretes estão artistas como nana caymmi, tetê espíndola, zélia duncan, secos e molhados, e especialmente ney matogrosso, que entre muitas outras canções da dupla gravou “bandoleiro”, “o vira” e “fala”.
Descrito pelo crítico Carlos Alberto Mattos como “um necessário manifesto anticonservadorismo”, “Yorimatã” foi também um dos 10 filmes mais votados pelo público na Mostra Internacional de Cinema SP, em 2014. O documentário é uma coprodução Imagem-Tempo, Dilúvio, Tela Brasilis e Canal Brasil, com patrocínio da Riofilme, reunindo filmagens atuais com cenas, shows e depoimentos das artistas Luhli e Lucina; registros e depoimentos de seus encontros musicais com Ney Matogrosso, Joyce Moreno, Gilberto Gil, Tetê Espíndola, Alzira Espíndola, Zélia Duncan, Antonio Adolfo, Luiz Carlos Sá, dentre outros; junto a um o vasto material de arquivo recuperado para o projeto, que inclui filmes raros em super‐8mm como shows e momentos familiares, registrados pelo companheiro Luiz Fernando Borges da Fonseca.

PRÊMIOS:
Melhor Filme – Júri Oficial – 7º Festival Internacional do Documentário Musical, In-Edit Brasil 2015
Melhor Filme – Voto do Público – 7º Festival Internacional do Documentário Musical, In-Edit Brasil 2015
Menção Honrosa de Melhor Direção – Festival Mix Brasil 2015
Prêmio de Pesquisa – Pirenópolis.doc 2015
Prêmio Delart – CineMúsica 2015

FICHA TÉCNICA:
Produzido por: Daniela Santos, Eduardo Ades, Eduardo Cantarino e Rafael Saar
Argumento e direção: Rafael Saar
Pesquisa: Adil Lepri, Rafael Saar
Produção executiva: Daniela Santos, Eduardo Ades
Direção de produção: Eduardo Cantarino
Direção de fotografia e câmera: Lucas Barbi
Som direto: Eduardo Silva
Desenho sonoro: Thiago Sobral
Mixagem: Jesse Marmo
Animações: Daniel Sake
Montagem: Rafael Saar
Montador assistente: Leandro Calixto
Elenco: Luhli, Lucina, Luiz Fernando Borges da Fonseca, Ney Matogrosso, Alzira E, Antonio, Adolfo, O Bando, Décio Gioielli, Gilberto Gil, Grupo Manifesto, Itamar Assumpção, Joyce Moreno, Luis Carlos Sá, Mário Avellar, Ney Marques, Nilson Chaves, Secos & Molhados, Som, Imaginário, Tania Scher, Tetê Espíndola e Zélia Duncan

PRINCIPAIS FESTIVAIS:
Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, 2015
Barcelona In-EditBeefeater Festival, 2015, Espanha
In-Edit - Festival Internacional do Documentário Musical, 2015, Brasil
Pirenópolis.Doc, 2015, Brasil
Festival MIMO, 2015, Brasil
Festival Internacional delNuevo Cine Latinoamericano de La Habana, 2014, Cuba
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, 2014, Brasil
Semana dos Realizadores, 2014, Brasil
Festival Sesc Melhores Filmes 2016, Brasil

UMA NOITE EM SAMPA
A tragicômica situação que um grupo passou após a sessão de teatro ficará marcada pra sempre em suas mentes. O ônibus que os levaria de volta para suas casas, está trancado e sem o motorista. O que fazer? Perdidos, desorganizados e dependentes dos seus próprios medos, os passageiros ficam à espera, um dos males deste grupo, e o resultado é uma história misteriosa, divertida e com um desfecho sem igual.
Rodado em uma única locação, precisamente ao lado do Teatro Ruth Escobar, o filme mostra um grupo de pessoas que se desloca do interior para assistir a uma peça de teatro.
Escolha pessoal do diretor, o elenco formado por Andrea Tedesco, Flavia Garrafa, Roney Facchini, Otávio Augusto, André Correa, Cris Couto, Agnes Zuliani, Fernanda Viacava, Carol Portes, Suzana Alves, Thaia Perez, Cris Rocha, Maria Stella Tobar, Thiago Amaral, Siomara Schröder, Francisco Bretas, Sergio Mastropasqua, Angelo Brandini, Atílio Bari e Isabeau Christine contracena com manequins de vitrine.
Ugo Giorgetti começou como diretor de filmes publicitários para televisão, passando também pelas principais agências do país. Nos anos 1970, dirigiu o único curta-metragem da sua carreira, “Campos Elísios” (1973), sobre o bairro paulistano de mesmo nome. Em seguida dirigiu o média-metragem “Prédio Martineli” (1975). Além dos longas já citados, dirigiu também A Cidade Imaginária (2014), “México - A Última Olimpíada Livre” (2011), “Paredes Nuas” (2009), “Solo” (2009), “Pizza” (2005), “Variações sobre um quarteto de cordas – A música de Johannes Oelsner” (2004) e “Uma outra cidade: Poesia e vida em São Paulo nos anos 60” (2001), todos exibidos na tv.

FICHA TÉCNICA:
Ficção / Brasil / 2016
Direção: Ugo Giorgetti
Elenco: Andrea Tedesco, Flavia Garrafa, Roney Facchini, Otávio Augusto, André Correa, Cris Couto, Agnes Zuliani, Fernanda Viacava, Carol Portes, Suzana Alves, Thaia Perez, Cris Rocha, Maria Stella Tobar, Thiago Amaral, Siomara Schröder, Francisco Bretas, Sergio Mastropasqua, Angelo Brandini, Atílio Bari, Isabeau Christine
Fotografia: Walter Carvalho, ABC
Produção: Malu Oliveira
Montagem: Marc de Rossi
Direção de Arte: Valdy Lopes
Distribuição: O2 Play

GRADE DE PROGRAMAÇÃO:
31 de maio (terça-feira)
15h – Yorimatã, de Rafael Saar (PROMOÇÃO: CD com a trilha sonora do filme para os primeiros 37 a retirar senha)
17h – Yorimatã, de Rafeal Saar
19h – Yorimatã, de Rafael Saar

1º de junho (quarta-feira)
15h – Yorimatã, de Rafael Saar
17h – Yorimatã, de Rafeal Saar
19h – Yorimatã, de Rafael Saar

2 de junho (quinta-feira)
15h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti
17h – Yorimatã, de Rafeal Saar
19h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti

3 de junho (sexta-feira)
15h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti
17h – Yorimatã, de Rafeal Saar
19h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti

4 de junho (sábado)
15h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti
17h – Yorimatã, de Rafeal Saar
19h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti

5 de junho (domingo)
15h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti
17h – Yorimatã, de Rafeal Saar
19h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti

7 de junho (terça-feira)
15h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti
17h – Yorimatã, de Rafeal Saar
19h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti

8 de junho (quarta-feira)
15h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti
17h – Yorimatã, de Rafeal Saar
19h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti

Os ingressos podem ser adquiridos no local a R$10,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$5,00.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: DEMON

Sinopse:Um homem chega em uma desconhecida cidade, local onde sua noiva cresceu. Como um presente de casamento do avô dela, eles ganham um pedaço de terra onde possam juntos erguer uma casa e construir uma família. Enquanto preparam o terreno para a futura casa, o noivo acha ossos humanos na terra de sua nova propriedade. Coisas estranhas começam a acontecer e a interferir na vida do casal.
 

Alguns filmes ficam marcados por tragédias durante  ou após a produção. Um dos casos mais conhecidos, por exemplo, foi quando Brandon Lee morreu acidentalmente no filme que o consagraria em O Corvo. No caso de Demon a tragédia foi ainda mais explicita, pois o cineasta  polonês Marcin Wrona estreara seu filme no Festival de Toronto de 2015 e estava no Gdynia Film Festival, onde se preparava para a première polonesa de sua obra, quando cometeu o suicídio por enforcamento.
Wrona tinha apenas 42 anos e já era considerado um dos melhores representantes da nova geração do cinema polonês. Seu filme anterior, O Batismo (2010) possuía uma história de máfia com estilo autoral, com um suspense psicológico e violência. Em Demon, ele se aproxima do terror, e devido a sua precoce morte, o filme possui uma aura sombria, onde mais parece uma carta de despedida, onde se explora a lenda do Dybbuk, a crença judaica no espírito que se apossa do corpo dos vivos. 
No filme, os noivos Piotr (Itay Tiran) e Zaneta (Agnieszka zulewska) recebem de presente de casamento uma casa antiga da família dela, mas que a mesma exige umas melhorias. Durante uma escavação do solo no terreno do jardim, o noivo descobre ossos humanos. Estranhas manifestações começam a perturbar Piotr, que tem visões de uma mulher com roupas  antigas. O noivo estando possuído começa a transformar a festa de casamento em inúmeras situações inesperadas, onde o cineasta consegue a proeza de unir momentos de humor e suspense na medida certa.
A bela fotografia em tons pastel e a trilha sonora de Krzysztof Penderecki, sendo ninguém menos do que o responsável pelas trilhas dos clássicos O Exorcista (1973) e O Iluminado (1980), criam então uma belíssima união onde gera um clima  de  mistérios, onde o principal foco é o doloroso  passado dos judeus poloneses. Quem for assistir ao filme esperando o mais puro terror sanguinolento não se assuste, pois o próprio cineasta já havia deixado claro em outras ocasiões que suas intenções para esse filme não era para as pessoas pularem das cadeiras, mesmo que alguns momentos chaves da trama possuam situações que possam gerar tais feitos. 


 “O Dybbuk é uma alma que retorna não para assustar, mas sim para nos lembrar do respeito pela tradição”, afirmou. “Eu não queria de forma alguma que o filme fosse sobre o Holocausto. Queria tocar o aspecto místico da vida judaica-polonesa.”

  

Com isso, o filme é uma declaração de amor para um passado que não volta mais, e que cada vez é mais esquecido, unicamente pelo fato das novas gerações destruírem gradualmente o seu rico passado. Essa Crítica justa que o cineasta faz me fez lembrar o filme russo Leviatã, de Andrey Zvyagintsev, cuja sua proposta coincide com esse filme e até mesmo os minutos finais de ambos os filmes possuem algo de muito semelhante. O final pessimista da obra deixa mais perguntas do que respostas e fazendo com que a gente se pergunte até mesmo sobre a real origem sobre aquela imprevisível festa de casamento. 
Demon é um exemplo de filme de terror de qualidade, do qual não é preciso haver litros de sangue para ser bom, mas sim possuir uma ótima proposta nas entrelinhas e sair da sessão com debate na língua. 
 
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Cine Dica: Fantaspoa exibe Espelho de Carne e Prata Palomares na Cinemateca Capitólio


No último final de semana da 12ª edição do Fantaspoa na Cinemateca Capitólio, acontecem as exibições de dois filmes cultuados do cinema brasileiro, Prata Palomares, de André Faria, e Espelho de Carne, de Antonio Carlos da Fontoura, em raras cópias em 35mm. Os dois diretores estarão presentes para um debate após as sessões. O valor do ingresso é R$ 10,00. 
O Fantaspoa – Festival internacional de cinema fantástico de Porto Alegre – acontece de 13 a 29 de maio em Porto Alegre, com o Patrocínio da Petrobras.


A Cinemateca Capitólio é um equipamento da Secretaria da Cultura de Porto Alegre. O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos daPrefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização daFundação CinemaRS – FUNDACINE.


ESPELHO DE CARNE
(1984, Horror, Aventura Brasil - 110 min - Classificação: 18 anos)

Álvaro arremata num leilão um espelho que pertencera ao quarto principal de um bordel de luxo. Ele leva o espelho para casa para presentear sua esposa. O casal logo percebe que o espelho possui um perfume que provoca diferentes sensações e desejos, estimulando o apetite sexual de quem se aproxima.

Ficha técnica Direção: Antonio Carlos da Fontoura RoteiroAntonio Carlos Fontoura Produção: Antonio Carlos Fontoura Música: David Tygel Fotografia: Carlos Egberto Silveira Edição: Denise Fontoura Elenco Hileana Menezes, Dennis Carvalho, Maria Zilda Bethlem, Daniel Filho, Joana Fomm


PRATA PALOMARES
(1972, Brasil - 125 min - Classificação: 18 anos)

Dois guerrilheiros se escondem numa igreja em ruínas. Enquanto decidem o que fazer, recebem a visita de uma mulher misteriosa que diz querer engravidar deles dois. Um dos guerrilheiros pretende construir um barco para sair da ilha e o outro se veste de padre fazendo amizade com as autoridades locais.

Ficha técnica Direção: André Faria Roteiro: André Faria, José Celso Martinez Corrêa Produção: João GuerraMarcos GuimarãesLuiz Augusto Sacchi Música: Luis Eduardo Aute, Roberto Carlos, Guilherme Guimarães Vaz, Daniel Violiati Fotografia: Sílvio Bastos, Carlos Ebert, Soly R. Levy


Edição: João Ramiro Mello. Elenco Renato Borghi, Carlos Gregório, Renato Dobal, Paulo Augusto, Cão.

GRADE DE HORÁRIOS
24 a 29 de maio de 2016

24/05 (terça)
15h – Outubro
17h – Minha Felicidade
19h30 – Minha Felicidade

25/05 (quarta)
15h – Outubro
17h – Minha Felicidade
19h30 – Minha Felicidade

26/05 (quinta)
15h – Outubro
17h – Minha Felicidade
19h30 – Minha Felicidade

27/05 (sexta)
15h – Outubro
17h – Minha Felicidade
19h30 – Minha Felicidade

28/05 (sábado)
15h – Outubro
17h – Prata Palomares (Sessão comentada com o diretor André Faria)

29/05 (domingo)
15h – Outubro
17h – Espelho de Carne (Sessão comentada com o diretor Antonio Carlos da Fontoura)


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: JOGO DO DINHEIRO

Sinopse:Lee Gates (George Clooney) é um guru financeiro que faz sucesso por causa de seu programa televisivo. Todos os dias ele tira dúvidas de telespectadores, entre eles o jovem Kyle (Jack O'Connell), que acaba perdendo todo seu dinheiro após uma dica dada por Gates. Descontrolado, Kyle invade o programa e faz o apresentador de refém.

George Clooney, Julia Robert e Jodie Foster. Ambos tem muito em comum, pois embora a última tenha se consagrado nos anos 70 a partir de Taxi Drive, foi realmente na década de 90 que garantiu o seu auge com O Silêncio dos Inocentes. Já Clooney e Robert construiram as suas carreiras de sucesso no início daquela década: o primeiro teve a sorte de atuar na série de sucesso Plantão Médico e dando sinal verde para estrelar inúmeros filmes para o cinema. Já Julia Robert se tornou namoradinha da América a partir do já clássico Uma Linda Mulher.
Passados os anos, os três passaram por altos e baixos na carreira, mas jamais perderam a postura, mesmo não estando nem sempre a frente de grandes ou até mesmo pequenas produções. Foster então decidiu seguir a carreira de diretora e criou o ótimo Um Novo Despertar, estrelado pelo também astro dos anos 90 (esse sim hoje em decadência) Mel Gibson. Eis que então Foster decide dirigir novamente esse filme intitulado Jogo do Dinheiro e convidando os seus colegas dos anos 90 Clooney e Robert. O resultado é um filme, cuja a proposta é fazer uma crítica sobre as engrenagens da bolsa de valores hoje, mas que infelizmente chega um pouco atrasado para tal missão.
Para começar, o filme funcionaria muito bem na década de 90, tanto que o filme lembra até mesmo a estética  que determinados  filmes  tinham naquele tempo. Apresentado agora com essa proposta, o filme já se encontra datado, principalmente se a obra é comparada ao recente A Grande Aposta, sendo esse sim, um filme que é inteligente, original e que nos mostra de uma forma criativa e bem humorada como funciona as engrenagens da movimentação do dinheiro de hoje e como qualquer passo em falso pode acarretar consequências desastrosas.
O que sobra então é George Clooney sendo  George Clooney, uma Julia Robert  sendo Julia Robert e uma cineasta Jodie Foster no piloto automatico e que tenta a todo momento tirar algo de original nisso, mas sem muito sucesso. Nem ao menos o personagem Kyle Budwell (Jack O'Connell) responsavel pelo estopim para a movimentação da trama ajuda muito nisso, já que ele não nos emociona em nenhum momento e tão pouco nos preocupamos com o seu destino, que alías, já sabemos onde ele irá chegar. Vale destacar também é o fato da grande midía fazer um verdadeiro circo com determinadas situações, mas isso já deixa claro que já foi explorado a exaustão em clássicos como A Montanha dos Sete Abutres e até mesmo em filmes pequenos como O Quarto Poder.
Com um final previsivel e sem nenhum atrativo, Jogo do Dinheiro é apenas uma representação palida de como eram feitos inúmeros filmes americanos da década de 90, sendo muitos deles hoje esquecidos e fazendo a gente se dar conta de como a década de 80 era bem mais dourada. 


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Cine Dicas: Estreias no final de semana (26/05/16)

ALICE ATRAVÉS DO ESPELHO

Sinopse: Sequência revisita as adoradas histórias de Lewis Carroll em um conto inédito que retorna no tempo e ao País das Maravilhas.


ROTEIRO DE CASAMENTO

Sinopse:No início da carreirra e ainda desconhecida, uma atriz, namorada do diretor do filme no qual está trabalhando, acaba se apaixonando por outro homem. No entanto, sua fixação não é por uma pessoa real, mas pelo personagem que ele interpreta.


PEPPA PIG: AS BOTAS DE OURO E OUTRAS HISTÓRIAS

Sinopse:Com a ajuda de seus amigos, a Mamãe Pig, o Papai Pig, o George e o Avô Coelho, Peppa tem que viajar por terra, mar e até espaço para localizer as Botas Douradas antes da grande competição de Pulos em Poças.

A GAROTA DO LIVRO

Sinopse:O maior sonho de Alice Harvey é ser escritora, mas por enquanto ela é apenas uma assistente de editora de livros. Filha de um agente literário de Nova York, ela recebe a grande chance de avançar na carreira, mas para isso terá que enfrentar os fantasmas de seu passado. Alice também sofre com um terrível bloqueio criativo, que a impede de escrever.

PONTO ZERO

Sinopse:Ênio é um menino de 14 anos que precisa enfrentar a jornada rumo à vida adulta. Ao roubar o carro do pai, ele desafia uma noite tempestuosa que o levará a um encontro brutal com o destino quando tenta escapar de uma claustrofóbica cena familiar.


JOGO DO DINHEIRO

Sinopse:Lee Gates é uma personalidade da TV, que se tornou conhecido como o guru de Wall Street ao utilizar informações privilegiadas da Bolsa de Valores. Porém, quando Kely, um telespectador, perde todas as economias da família graças a uma dica do apresentador, ele decide fazê-lo refém no ar, criando uma situação tensa e elevando os níveis de audiência.


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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: PONTO ZERO

Sinopse: O adolescente Ênio (Sandro Aliprandini) tem um pai tempestuoso e uma mãe nervosa. Ele se vê entre os dois sem saber ao certo que rumo tomar em sua vida, tentando escapar de uma rotina claustrofóbica.

Adolecencia é uma faca de dois rumes, pois o adolescente em si segue em linha reta, ou se perde na curva da vida. Isso se deve pelo fato de que, querendo ou não, é preciso ter uma mão de apoio e faze-lo com que siga o caminho certo que venha a trilhar. No prólogo de Ponto Zero há uma comparação desse fato com os astronautas do espaço, que precisam um do outro para cumprir determinadas missões nos confins do universo, pois uma vez perdido não tem como mais econtra-lo por lá.
Em sua estréia em longa metragens, o cineasta José Pedro Goulart cria um retrato sobre adolecência contemporânea, através do olhar do jovem protagonista Ênio (Sandro Aliprandini): ridicularizado por seus colegas de escola, Ênio é um garoto quieto, que vai descobrindo o que chega junto com adolecencia, mas ao mesmo tempo tendo que encarar os atritos de seus pais, vividos pelos atores Eucir de Souza (O Gorila) e Patricia Selonk. Nesse cenário em que sua realidade se vê em estado de mudanças, o mundo em volta, por vezes, não faz nenhum sentido.
José Pedro Goulart  cria como ninguém uma cidade de Porto Alegre familiar, mas  com um olhar particular, do qual se extrai uma visão jamais vista. Por vezes, Ênio (e nós) enxergamos o ambiente da cidade distorcido, fora do lugar e um sinal de até mesmo retrocesso do mundo em que vivemos: a cena em que vemos pessoas e carros andando para trás sintetiza muito bem isso. Esse clima cria uma sensação de verdadeiro contraste quando é comparado com as lembranças do protagonista, sendo elas uma época mais dourada, mas já sinalizando pelos tempos dificieis que viria.
Embora atuando pela primeira vez num longa metragem, Sandro Aliprandini se sai muito bem como protagonista da trama, pois ele acaba nos transmitindo, mesmo que sem palavras, todo um conflito interno sobre não saber o que fazer nesse mundo caotico dentro e fora de sua casa. Com o marido ausente, a mãe recorre o filho numa cena , por exemplo, um pouco de carinho a muito tempo não sentido, mas Ênio não sabe como reagir sobre isso. Isso então se cria no jovem protagonista a sensação de não interesse pelas coisas que acontecem com as pessoas em volta e fazendo com que sua posição se desmorone perante o terceiro ato final que ele virá enfrentar.
Falando nesse ato, é preciso dar palmas para esse momento, pois o cineasta coloca o protagonista numa situação que nos faz lembrar aqueles terriveis pesadelos dos quais a gente não consegue acordar. Tudo isso moldurado numa Porto Alegre que sofre uma chuva torrencial insessante e que não deve nada a uma Los Angeles humida e perigosa como foi vista no clássico Seven de David Fincher. Porém, o cinéfilo irá reparar que há elementos  que lembram até mesmo a filmografia do cineasta  David Lynch (Mulholland Drive), pois nesse labirinto desconcertante que o personagem passa, surge personagem dos quais desafiam a sua propia sanidade.
Com um  epílogo que se casa muito bem com o prólogo do início do filme, Ponto Zero, é um pequeno mas grande filme do qual fala sobre pessoas x realidade e as consequências sobre falta de interesse delas de ajudar e ouvir o próximo, ou ente querido. 



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Cine Dica:Projeto Raros exibe filme político da Nouvelle Vague Japonesa

GOLPE DE ESTADO DE KIJU YOSHIDA NA SALA P. F. GASTAL

Na sexta-feira, 27 de maio, às 20h, o Projeto Raros da Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) exibe o filme Golpe de Estado (Kaigenrei, 1973, 110 minutos), de Yoshishige "Kiju" Yoshida, um dos mestres da Nouvelle Vague Japonesa. Com projeção digital e legendas em português, a sessão tem entrada franca.

SINOPSE Sem motivo aparente, Heigo Asahi mata um poderoso homem de negócios e comete suicídio. Mesmo sem conhecer o homem, um escritor descobre que um de seus livros inspirou o assassinato. Golpe de Estado é a biografia livre de Ikki Kita, o intelectual ultranacionalista cujas ideias inspiraram uma tentativa de golpe militar no Japão em 1936.

Golpe de Estado é o terceiro filme da trilogia de Yoshida que encara a história política japonesa do século 20, completada por Eros + Massacre (1969), sobre a vida do pensador anarquista dos anos 1920, Sakae Osugi, e Purgatório Eroica (1970), reconstrução ultraexperimental dos anos radicais dos grupos estudantis na década de 1950. O filme foi considerado pelo próprio cineasta o ápice de sua obra em conteúdo e estilo. Depois de Golpe de Estado, Yoshida permaneceu treze anos sem realizar longas-metragens. 

Yoshishige Yoshida é um dos principais nomes da Nuberu Bagu, também conhecida como a Nouvelle Vague Japonesa, responsável pela ruptura no cinema japonês a partir do final dos anos 1950. Trabalhando em uma das produtoras mais tradicionais do país, a Shochiku, Yoshida realizou melodramas delicadíssimos, como o celebrado As Termas de Akitsu, sobre um amor impossível no pós-guerra. A partir de 1965, o diretor decide sair da produtora e realizar filmes independentes, movimento simultâneo a de vários nomes importantes de sua geração, como Nagisa Oshima, Shohei Imamura e Seijun Suzuki (esse último acabou demitido da produtora Nikkatsu por conta de sua guinada experimental).

Apostando cada vez mais na experimentação da linguagem cinematográfica, a fase independente de Yoshida é caracterizado em um primeiro momento pelos filmes sobre a libertação da mulher japonesa no contexto da modernização do país no pós-guerra, em uma impressionante parceria criativa e amorosa com a atriz Mariko Okada. No final dos anos 1960, busca os conflitos políticos da história recente do Japão e radicaliza aquilo que se tornou sua marca registrada: o desenquadramento, quando o protagonista deixa de ser o centro da imagem, esmagado entre paredes, tetos, objetos e pelos próprios limites do fotograma.

PROJETO RAROS
GOLPE DE ESTADO
27/05
(Kaigenrei, 1973, 110 minutos)
Direção: Yoshishige Yoshida
Elenco: Rentarô Mikuni, Yasuo Miyake, Akiko Kurano, Tadahiko Sugano.

Exibição digital com legendas em português
 

Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133

terça-feira, 24 de maio de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: EXILADOS DO VULCÃO

Sinopse: Ela conseguiu salvar do incêndio uma pilha de fotografias e um diário com frases escritas à mão. Estas palavras e rostos são os únicos rastros deixados pelo homem que ela um dia conheceu e amou. Cruzando montanhas e estradas, ela tenta refazer os passos dele. Os lugares que ela visita carregam pessoas, gestos, lembranças e histórias que, pouco a pouco, se tornam parte de sua vida.

Três anos depois de ser premiado no Festival de Brasília, finalmente chega na capital gaúcha o imprevisivel Exilados do vulcão, primeiro longa de Paula Gaitán, que no passado criava ensaios documentais Diário de Sintra (em torno dos últimos anos de Glauber Rocha), Vida (sobre a atriz Maria Gladys) e Agreste (sobre Marcélia Cartaxo).
Há algo de diferente no ar em Exilados do vulcão, uma qualidade cinematografica incomum se anuncia em suas primeiras imagens em cena: uma longa panorâmica das montanhas de Minas sob uma espessa névoa. É o foco principal de que será feita essa trama, de acordo como ficamos descobrindo pelas palavras em off, ou seja: memória ou mesmo antes da tentativa de renascer a memória.
O ponto de partida, é um incêndio em que se destruiu  tudo o que constituía a identidade e a história de um fotógrafo (Vincenzo Amato). Sobraram um diário e uma inumeras fotos. É a partir desses poucos fragimentos que seu amor (Clara Choveaux) se embrenha em uma cruzada para montar a trajetória do desaparecido.
A mulher, se aproximará então de lembranças, lugares e imagens registradas em palavra ou do rosto da pessoa que amou. No longa, a busca faz com que o passado e o presente se fundem em inumeras cenas e criando um verdadeiro mosaico de som e imagem que soltam aos nossos olhos e fazendo com que montemos as inumeras possiblidades sobre o que realmente acontece na tela.
Nesse jogo de quebra cabeça, em que não por acaso são frequentes as referências à mineração, à prospecção, à escavação, a apresentação das cenas se dá de uma forma pessoal, como se todo o trabalho autoral que a  cineasta fez no passado se juntasse aqui e formasse algo que pretende acima de tudo nos querer dizer algo. O mundo do qual a protagonista caminha, por vezes, parece um limbo, ou de um lugar que um dia já foi melhor, mas que não esconde a vida que ainda se encontra por lá. Há uma ligação forte da pele do ser humano com o barro, como o fato da possiblidade de termos nascido da terra e termos que então retornar as nossas raizes.
É um filme experimental, autoral, mas acima de tudo um cinema de arte, do qual dificilmente o que é visto na tela poderia ser visto em qualquer outro lugar, seja num teatro ou tão pouco na tv. Luzes e sombras formam um uníco mosaico, cuja a câmera, por vezes tremula propositalmente, remete um cinema amador, mas de qualidade e genialidade. Um belo exemplo é a cena em que a protagonista pega o homem que ela ama (ou assim como é em sua mente) com a sua amante numa sala de revelação de fotos em meio a uma forte luz vermelha.
Transtornada ela se afasta e se adentra em meio as sombras e diminuindo a sua luz até desaparecer por completo nas trevas. Desde já uma das melhores cenas do filme. ´Há em Exilados do Vulcão uma atmosfera poética, da qual poesias em off se casam com perfeição com as cenas e fazendo delas algo ainda mais precisoso para ser pensado e sentido.
Como em suas obras anteriores, a cineasta Paula Gaitán parece obsecada com relação ao tempo e espaço entre os obejtos e a imagem dos objetos em si. Sobre um horizonte recortado de montanhas, a mulher estende uma fotografia do mesmo local. Diante do pedaço de afresco (Piero della Francesca) numa parede em ruínas, um jovem casal reproduz com seus gestos a cena pintada.
Claro que o cinéfilo mais atento irá sentir e enxergar de cara que há referencias ao já clássico Arvore da Vida, mas Exilados do Vulcão  possui uma identidade própia e uma forma de fazer com que saiamos do cinema e termos a absoluta certeza que  assistimos um filme fora dos padrões normais do cinema convencional.


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