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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 31 de maio de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'A Noite do Triunfo'

 Nota: Filme exibido para associados no último Domingo (29/05/2022

Sinopse: O desiludido ator de teatro Etienne recebe um convite curioso, porém desafiador: dar aulas de encenação a um grupo de detentos num presídio francês. A turma é composta por cinco homens, cuja pena a cumprir, o professor prefere não saber. São penas graves. Porém, a caminho de terminar. 

Na abertura do filme a "A Sombra do Vampiro" (2000), atriz Greta Schoder (Catherine McCormack) reclama com diretor Murnau (John Malkovich) de que está perdendo os papeis de teatro, onde o público dá vida a ela, enquanto a câmera do cineasta suga, segundo ela, a sua vida. Nunca me esqueço dessa abertura, pois ela nos diz que que o cinema, embora seja uma arte, a mesma não possui o mesmo desafio que numa peça de teatro, onde os atores e atrizes tem o grande desafio de atuarem ao vivo enquanto milhares pessoas presenciam os seus talentos. "A Noite do Triunfo" (2022) fala um pouco do poder dessa arte da interpretação nos palcos e de como o mesmo pode ajudar determinadas pessoas a exorcizar os seus próprios demônios.  

Dirigido por Emmanuel Courcol, o filme conta a história de Etienne (Kad Merad), um ator que não consegue muitos trabalhos, isso até que um dia ele decide se juntar a uma oficina de teatro na prisão. Encarregado de ajudar os encarcerados a atuar, o grupo parece estar relutante em continuar na oficina, mas quando Etienne fala que eles irão encenar a peça Esperando Godot, de Samuel Beckett, a turma começa a ficar mais motivada. A oficina, no entanto, ficará apenas algumas semanas em funcionamento, mas Etienne acaba conseguindo que o diretor da prisão aceite que a oficina fique mais seis meses em funcionamento a fim de finalizar o grande espetáculo.  

O filme começa de uma forma bem lenta, onde Emmanuel Courcol faz questão de mostrar quem é realmente Etienne e sua real natureza com relação ao teatro. Porém, basta os detentos entrarem em cena para que a trama se acelere, ao ponto de não vermos o tempo passar, já que a interatividade entre os mesmos acaba se tornando o chamariz da obra como um todo. Isso deve, principalmente, ao fato de cada personagem ali ser muito bem construído, com as suas personalidades distintas e que a maioria tem muito a dizer sobre a sua própria história.  

Com uma edição quase frenética da metade do segundo ato até o final, Emmanuel Courcol constrói para a sua obra uma transição curiosa de momentos dramáticos para comédia e, porque não, até mesmo para momentos de pura tensão, pois torcemos para que os personagens consigam atuar na frente do grande público, pois o qualquer deslize pode acarretar grande dano. O filme em si é uma bela homenagem a esse universo do teatro, onde o lado imprevisível nos momentos da atuação é o que pode traçar o destino de um interprete e é exatamente isso que acontece no ato final da trama.  

Embora os atores que interpretam os detentos estejam ótimos em seus respectivos papeis, é Kad Merad que realmente rouba a cena nos momentos em que o personagem transita entre o descontrole e a serenidade que obtém em momentos em que a sua profissão mais exige. O final é sem sombra de dúvida só dele, pois em um momento que poderia ter dado tudo errado, o seu personagem nos brinda com um dos finais mais imprevisíveis que se possa imaginar e indo contra as nossas próprias expectativas. Claro que, por estarmos acostumados com o cinemão norte americano, ficamos esperando por eventual momento que acabamos moldando em nossos cérebros, mas cujo o resultado final nos agrada ainda mais e fazendo a gente agradecer por estarmos errados.  

Baseados em fatos verídicos que realmente aconteceram na Suécia, "A Noite do Triunfo" é uma prova que histórias vindas do mundo real se tornam muito mais surpreendentes do que qualquer mera ficção. 


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Cine Dica: Sessão Plataforma: Crime Culposo

 DESTAQUE CONTEMPORÂNEO DO IRÃ NA SESSÃO PLATAFORMA

Depois do sucesso da exibição lotada de Memoria de Apichatpong Weerasethakul, a segunda edição do ano da Sessão Plataforma apresenta no dia 04 de junho, às 20h, o longa-metragem Crime Culposo, do diretor iraniano Shahram Mokri, lançado no Festival de Veneza em 2020, na prestigiada seção competitiva Orizzonti.

Na noite de 19 de agosto de 1978, quatro homens incendiaram o Cinema Rex, na cidade de Abadan, matando mais de 400 pessoas que assistiam a uma projeção de “The Deer”, de Masoud Kimiai. Marco da revolta popular que meses depois derrubaria o governo monárquico, o episódio traumático é revisitado em um jogo ficcional labiríntico que imagina a repetição do crime na sala escura. Ao vislumbrar o risco do infinito na história iraniana, Crime Culposo circunscreve o cinema como um protagonista ao mesmo tempo incontornável e desconcertante.

Nas palavras do diretor, a obra é sobre "um impensado ato criminoso que tenta recriar significativos eventos históricos. Mas o filme não tenta reencenar a história; em vez disso é sobre o próprio Cinema."

Sessão Plataforma retorna sua programação em 2022 ressaltando a importância da experiência imersiva do cinema como potência e transformação coletiva. Atenta aos desafios do circuito de salas comerciais e da força dos serviços de streaming após a pandemia, o objetivo da sessão é proporcionar uma oportunidade única de assistir na telona da Cinemateca Capitólio renomados e impactantes filmes internacionais recentes sem distribuição garantida nos cinemas brasileiros, incluindo também importantes obras lançadas apenas em serviços de streaming.


Serviço:

Crime Culposo

(Careless Crime)

Irã, 2021, 134 minutos, DCP

Direção: Shahram Mokri

Neste filme baseado em fatos reais, quatro homens decidem colocar fogo em uma sessão de cinema.



Exibição única no sábado, 04/06 às 20h na Cinemateca Capitólio.

Todos podem pagar meia na sessão (R$ 8,00), os ingressos serão vendidos a partir de terça-feira, 31 de maio, nos horários de funcionamento da bilheteria da Cinemateca. 

Sessão Plataforma tem curadoria e produção de Davi Pretto e Paola Wink, realizada em parceria com a Coordenação de Cinema e Video da Prefeitura de Porto Alegre. Entre 2013 e 2016, a Plataforma apresentou, em sessões programadas na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro, filmes inéditos na cidade, de diversas nacionalidades, durações e bitolas, sem distribuição garantida no Brasil. Foram apresentados filmes de realizadores como Pedro Costa, Pascale Ferran, Mati Diop, Nadav Lapid, Jem Cohen, Miguel Gomes, Dominga Sotomayor, Sergei Loznitsa, Corneliu Porumboiu, entre muitos outros.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate: 'A Felicidade Nas Pequenas Coisas'

"A Felicidade Nas Pequenas Coisas" será debatido amanhã na live do Cine Debate. Participe. 

Sinopse: O professor Ugyen Dorji, de 20 e poucos anos, sonha em se mudar para a Austrália e ser um cantor famoso. Em seu último ano de contrato com o governo, ele é mandado para Lunana, onde deve assumir uma escola infantil. 

Atualmente estamos convivendo com uma realidade em que não nos damos mais conta da beleza em nossa volta, pois estamos cada vez mais presos em nossos celulares, trabalho e a corrida contra o tempo do dia a dia. São casos cada vez mais raros em que paramos por um momento para olharmos em volta e nos darmos conta que estamos perdendo o que mais vale a pena na vida. "A Felicidade das Pequenas Coisas" (2021) é lindo de se assistir, profundo sobre o que nos quer passar e despertando em nós o desejo de explorar esse mundo que não estamos mais conseguindo enxergar.

Dirigido pelo estreante Pawo Choyning Dorji, o filme conta a história de Ugyen, que está terminando a formação de professor, mas não tem nenhuma vocação para ensinar. Seu sonho é conseguir um visto para a Austrália, onde poderá cantar nos bares de Sydney. No entanto, é enviado pelo governo à "escola mais remota do mundo", em Lunana, no topo de uma imensa montanha. Ugyen detesta esta vida pacata e sem tecnologia, até descobrir o prazer da vida simples.

Confira a minha crítica já publicada clicando aqui e participem da live sobre o filme amanhã. 


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sexta-feira, 27 de maio de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre 'Contatos Imediatos do Terceiro Grau'

Nota: O filme será exibido para os associados amanhã (28/05/22) na Cinemateca Capitólio.   

Sinopse: Um grupo de pessoas tenta entrar em contato com uma inteligência alienígena. Roy Neary não apenas viu um objeto voador não identificado: ele tem uma marca de queimadura para provar. Roy se recusa a aceitar uma explicação para o que viu e está disposto a dar a sua vida para descobrir a verdade sobre OVNIs. 

Steven Spielberg cresceu assistindo em sua casa e no cinema filmes de ficção cientifica e aventura dos anos cinquenta, sendo que no primeiro caso havia muitos títulos sobre invasão alienígena contra a terra. Revisto hoje, notasse que se trata de uma metáfora sobre a paranoia norte americana de possíveis invasões comunistas dentro do país e fazendo dos ETs os verdadeiros vilões de boa parte desses filmes. "Guerra dos Mundos" (1953), por exemplo, talvez tenha sido o ponta pé inicial dessa mania e fazendo com que os estúdios criassem mais obras como essa para alimentar a massa.

Dentre tantos títulos que somente serviram para entreter o público e persuadi-lo, porém, houve em 1951 o filme "O Dia Em Que a Terra Parou", onde mostrava um alienígena tentando enviar uma mensagem de alerta e paz para os terráqueos, para que eles parem de lutar um contra os outros, ou então acabarão sendo destruídos. O filme pode ser considerado até mesmo a frente do seu tempo, já que a Guerra Fria a recém estava se iniciando, mas pelo visto os realizadores da obra já estavam prevendo que boa coisa desse conflito não sairia em hipótese alguma. Foi a partir dos anos sessenta em que houve um apelo ainda maior para a paz entre as nações e fazendo com que isso criasse uma nova perspectiva com relação a uma possível chegada de alienígenas na terra.

Em "2001 - Uma Odisseia No Espaço" (1968), do mestre Stanley Kubrick, vemos que a ligação entre a raça humana e possíveis vidas fora do nosso planeta podem estar muito mais ligadas do que se imagina. Embora seja fã dos filmes dos anos cinquenta, Steven Spielberg nunca escondeu certo desconforto da maneira de como as mensagens subliminares e paranoicas daqueles tempos eram colocadas dentro das tramas. Tendo uma visão mais próxima ao de Stanley Kubrick, o diretor lançou em então 1978 "Contatos Imediatos do Terceiro Grau", onde mostrava a chegada de discos voadores não de forma ameaçadora, mas sim encantadora.

A trama se passa em uma pequena cidade americana onde vive Roy Neary (Richard Dreyfuss), um chefe de família que, ao pressentir a chegada de alienígenas, tem o seu comportamento alterado. Ele fica obcecado pela ideia e começa a investigar a situação, buscando o local de contato dos ETs. Como ele, diversas outras pessoas sentem a presença extraterrestre e rumam para o local do pouso da nave. O resultado é um contato moldado de uma forma jamais vista.

Chegando um ano após ao estrondoso sucesso de "Star Wars" (1977), Spielberg foi de contra mão se formos compara-lo ao seu amigo George Lucas, já que aqui não há uma trama sobre mocinho contra um imperador e tão pouco naves disparando raios. Ao invés disso, o realizador opta por algo mais verossímil, sobre como seria o primeiro contato dos seres humanos com alienígenas e fazendo tudo um verdadeiro espetáculo, mas como se aquilo fosse realmente possível. Um filme com uma proposta até mesmo a frente do seu tempo, mas cuja a sua mensagem prevalece até mesmo nos dias de hoje.

Vale destacar o protagonismo de Richard Dreyfuss, que aqui interpreta um personagem que fica tão obcecado pela sua visão do cenário da chegada dos alienígenas que acaba deixando para trás a sua própria família. Anos depois Spielberg revelou que jamais faria algo parecido novamente, já que posteriormente ele construiu uma família e aquela visão pertencia somente a um jovem cineasta ousado e que queria se arriscar ao máximo em tudo. Vale lembrar que o cineasta sofreu com a separação dos pais e se isso é sentido nas entrelinhas desse filme o mesmo pode ser notado em "ET" (1982) e sintetizando o fato de que suas obras nada mais são do que os seus próprios sentimentos sendo levados para tela.

Vale destacar a presença da personagem Gilliam, interpretada pela atriz Melinda Dillon, e do seu pequeno filho que rouba cena no momento de pura tensão, onde o mesmo acaba sendo levado pelos discos voadores. Falando neles, Spielberg surpreende na técnica de efeitos visuais em um tempo que não havia ainda o CGI que nós conhecemos hoje em dia e ver os discos voadores com todas as suas luzes e cores surpreende ainda hoje. Mas é no ato final que se encontra toda alma do filme, principalmente pelo fato de não ser somente bem dirigido por Steven Spielberg, como também tendo a participação magistral de John Williams.

Responsável pela trilha sonora da obra, Williams foi responsável pela criação da famosa cinco notas em que os cientistas e militares da trama tentam se comunicar com os discos voadores. Assim como foi feito em 'Tubarão" (1975), a trilha e as notas do maestro se tornam peças fundamentais dentro da trama e quando nós a ouvimos parece que já tínhamos nascido com elas em nossos pensamentos. Vale destacar a participação mais do que especial do diretor francês François Truffaut, que aqui interpreta um cientista apaixonado pelo grande mistério dos discos voadores e protagonizando um dos mais belos finais da história do cinema.

"Contatos Imediatos do Terceiro Grau" é um dos mais belos e humanos filmes sobre a chegada de alienígenas na terra e que somente Steven Spielberg poderia elaborar essa grande façanha.  

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Cine Dica: Próximas Sessões do Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Contatos Imediatos do Terceiro Grau e "A Noite do Triunfo'

 Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO DE SÁBADO CLUBE DE CINEMA

Local: Cinemateca Capitólio

Data: 28/05/2022, sábado, às 10:15 da manhã


"Contatos Imediatos do Terceiro Grau" (Close Encounters of the Third Kind)

EUA, 1977, 135 min.

Direção: Steven Spielberg

Elenco: Richard Dreyfuss, François Truffaut, Melinda Dillon, Teri Garr, Bob Balaban e Gary Guffey

Sinopse: Roy Neary (Richard Dreyfuss) tem sua vida tranquila abalada quando uma força misteriosa faz com que ele tenha visões e estranhas ligações com cinco notas musicais.


                                                                             * * * * *

SESSÃO DE DOMINGO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 29/05/2022, domingo, às 10:15 da manhã


"A Noite do Triunfo" (Un Triomphe)

França, 2020, 106 min, 14 anos.

Direção: Emmanuel Courcol

Elenco: Kad Merad, Marina Hands, Laurent Stocker

Sinopse: Etienne é um ator talentoso que sofre com a falta de trabalho e, por isso, aceita ministrar uma oficina de teatro em uma prisão de segurança máxima. O texto escolhido para a montagem não é nada fácil: “Esperando Godot”, de Samuel Beckett. Apesar do elenco desacreditado e impulsivo, Ettiene ganha permissão para levar a peça para fora da prisão – o que será uma grande prova de caráter e união para todos. O filme, que abriu o Festival de Cannes em 2020, foi baseado em um episódio verídico noticiado na Suécia na década de 1980.

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quinta-feira, 26 de maio de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (26/05/2022)

TOP GUN: MAVERICK

Sinopse: Depois de mais de 30 anos de serviço como um dos principais aviadores da Marinha, Pete "Maverick" Mitchell está de volta, rompendo os limites como um piloto de testes corajoso. No mundo contemporâneo das guerras tecnológicas, Maverick enfrenta drones e prova que o fator humano ainda é essencial.



LUTA PELA FÉ – A HISTÓRIA DO PADRE STU

Sinopse: Baseado em uma história real, Father Stu é um boxeador que vira um padre. Quando uma lesão encerra sua carreira no boxe, Stuart Long (Mark Wahlberg) se muda para Los Angeles sonhando em virar um ator. Enquanto trabalha como balconista de supermercado, ele conhece Carmen (Teresa Ruiz), uma professora católica. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 26 DE MAIO A 1º DE JUNHO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

Tantas Almas 


SALA 1 / PAULO AMORIM


14h30 – A NOITE DO TRIUNFO Assista o trailer aqui.

(Un Triomphe - França, 2020, 106min). Direção de Emmanuel Courcol, com Kad Merad, Marina Hands, Laurent Stocker. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Etienne é um ator talentoso que sofre com a falta de trabalho e, por isso, aceita ministrar uma oficina de teatro em uma prisão de segurança máxima. O texto escolhido para a montagem não é nada fácil: “Esperando Godot”, de Samuel Beckett. Apesar do elenco desacreditado e impulsivo, Ettiene ganha permissão para levar a peça para fora da prisão – o que será uma grande prova de caráter e união para todos. O filme, que abriu o Festival de Cannes em 2020, foi baseado em um episódio verídico noticiado na Suécia na década de 1980.


16h30 – A FRATURA Assista o trailer aqui.

(La Fracture - França, 2021, 100min). Direção de Catherine Corsini, com Pio Marmaï, Valeria Bruni Tedeschi, Marina Foïs. Imovision, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Raf e Julie decidem terminar sua relação, mas um pequeno acidente acaba levando as duas para o hospital. Enquanto isso, as ruas de Paris são tomadas por um grande protesto do movimento dos coletes amarelos contra o governo. Aos poucos, a emergência hospitalar vai recebendo outras pessoas – incluindo Yann, um caminhoneiro enfurecido que pensa muito diferente de Julie.


18h30 – MISS FRANÇA Assista o trailer aqui.

(Miss - França/Portugal, 2021, 110min). Direção de Ruben Alves, com Alexandre Wetter, Isabelle Nanty, Pascale Arbillot. Pandora Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Desde criança, Alex sonha com o concurso de Miss França. Aos 24 anos, ele decide esconder sua identidade masculina e entra na competição pelo título de mais bela mulher francesa. Apoiado por sua excêntrica família, Alex vai enfrentando as fases do concurso e descobrindo um mundo de beleza, sofisticação e muitas diferenças.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


15h E 19h – MEDIDA PROVISÓRIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 95min). Direção de Lázaro Ramos, com Taís Araújo, Alfred Enoch, Seu Jorge. Elo Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em um futuro distópico, o governo brasileiro decreta uma medida provisória que obriga os cidadãos negros a migrarem para a África e retornar às suas origens. O decreto provoca uma onda de protestos que desemboca numa guerra civil, com direito à forte reação dos negros. No centro da trama está o casal formado pela médica Capitú e pelo advogado Antonio, além do seu primo, o jornalista André. Antonio e André tentam resistir no apartamento onde moram, onde refletem sobre questões sociais e raciais. O longa é uma adaptação da peça "Namíbia, Não!", que Lázaro Ramos dirigiu e protagonizou no teatro.


17h – PARIS, 13º DISTRITO Assista o trailer aqui.

(Les Olympiades - França, 2021, 105min). Direção de Jacques Audiard, com Lucie Zhang, Makita Samba, Noémie Merlant. California Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Bairro que reúne a comunidade chinesa de Paris, em torno da estação Olympiades, o 13° arrondissement serve de cenário para os desencontros amorosos de um grupo de jovens parisienses. Émilie, de ascendência oriental, divide apartamento com Camille, que ensina francês. Os dois se envolvem sem compromisso, mas a chegada de Nora acaba complicando a situação do trio – principalmente depois que ela é confundida com uma garota que posta vídeos de sexo nas redes sociais. Rodado em preto e branco, o filme integrou o Festival Varilux de Cinema Francês.


SALA 3 / NORBERTO LUBISCO


15h30 – UM CONTO DE AMOR E DESEJO Assista o trailer aqui.

(Une histoire d'amour et de désir - França/Tunísia, 2021, 105min). Direção de Leyla Bouzid, com Sami Outalbali, Zbeida Belhajamor. Bonfilm, 14 anos. Drama.

Sinopse: Ahmed é de origem argelina, mas cresceu nos subúrbios de Paris. Aos 18 anos, tímido e religioso, ele entra na universidade. Na sua classe está a jovem Farah, recém-chegada da Tunísia. Os dois se tornam amigos, mas a energia e a sensualidade de Farah são um fardo para Ahmed, que faz de tudo para controlar sua paixão pela garota. O filme fez parte da programação do Festival Varilux em 2021.


17h30 – TANTAS ALMAS *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Tantas Almas - Colômbia/Brasil/Bélgica/França, 2020, 137min). Direção de Nicolás Rincón Gille, com Arley de Jesús Carvallido Lobo. Sessão Vitrine, 14 anos. Drama.

Sinopse: No interior da Colômbia, em terras esquecidas de um povo quase invisível, José tem uma missão inglória: procurar pelos seus dois filhos, que foram sequestrados por grupos milicianos. Primeiro longa deste diretor, reconhecido por seu trabalho documental, o filme combina ficção e documentário para mostrar a realidade socioeconômica do país latino-americano.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 25 de maio de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'O Homem do Norte'

Sinopse: O Príncipe Amleth está prestes a se tornar um homem quando seu tio assassina seu pai e sequestra sua mãe. Duas décadas depois, o jovem é agora um viking com a missão de salvar a mãe, matar o tio e vingar seu pai. 

Robert Eggers faz parte de uma espécie de trindade de cineastas que, ao lado de Jordan Peele (Corra, 2017) e Ari Aster (Hereditário, 2018) deram novo sangue ao cinema de horror e intensificando ainda mais o termo "pós-terror". Com "A Bruxa" (2015) e "O Farol" (2019), Robert Eggers criou um horror que transita entre o verossímil para o mais puro gênero fantástico e cujo os mitos de tempos antigos são explorados ao extremo e revelando o porquê do ser humano se entregar por essa realidade por completo. Em "O Homem do Norte" (2020) o cineasta segue uma cartilha parecida, mas toda moldada através de crença, vingança e muito sangue na medida certa.

Baseado em fatos verídicos, que por sua vez inspiraram Shakespeare em criar o seu conto "O Rei Lear", "O Homem do Norte" segue uma história de vingança e loucura de um príncipe. Se passando no ápice da Landnámsöld, no ano de 914, o príncipe Amleth, interpretado por Alexander Skarsgård, que está prestes atingir maioridade e ocupar o espaço de seu pai, o rei Horvendill, interpretado por Ethan Hawke, que acaba sendo brutalmente assassinado pelo seu próprio irmão. Amleth cresce, se torna um homem viking e parte para a vingança. Pelo caminho conhece uma vidente, interpretada por Anya Taylor-Joy, e que cuja a mesma fará com que o protagonista tome uma difícil escolha.

Antes de mais nada é preciso reconhecer que, na minha opinião, esse filme veio a ganhar luz graças aos últimos sucessos de séries que exploram o universo Viking, principalmente a série "Vikings" (2013 - 2020). Porém, Robert Eggers procurou dosar mais verossimilhança na construção da história sobre Amleth, ao ponto de tudo ser bastante cru, onde os personagens transitam entre a realidade e a crença quase cega do que eles acreditavam sem excitar. São tempos em que se venerava o Deus Odin não importa qual o preço, nem que para isso tivesse que se sacrificar a si próprio.

Com uma bela fotografia quase em preto e branco, o realizador reconstitui aquela época de forma precisa, como se fosse realmente necessário que os interpretes se banhassem entre o sangue e o barro, ou simplesmente sentir o gosto da carne crua que os próprios da antiguidade comiam. A fusão entre o homem e o animal se dá, não somente pelas suas vestimentas em cena, como também quando ambos os casos se cruzam e fazendo com que o uivo dos mesmos se misturasse em um só na luz do luar. Um cenário opressor, do qual somente o mais forte sobrevivia, mas que nos encanta pela sua crueza.

Além disso, Robert Eggers fez a lição de casa ao se inspirar em outros realizadores, como no caso de Alfonso Cuarón (Roma, 2018), que se percebe que há uma nítida predileção pelos planos sequências, principalmente naqueles que se destaca algo que acontece no fundo de uma determinada cena. Isso faz com que adentremos ainda mais ao filme, como estivéssemos ao lado do protagonista enquanto o mesmo mata os seus inimigos com machadadas. Atenção para a primeira cena de Amleth já crescido enquanto a violência da qual o mesmo faz parte prossegue ao fundo do cenário.

Claro que muitos irão acusar o filme de não haver nenhuma originalidade em termos de história, principalmente pelo fato de lembrar até mesmo de clássicos como "Conan" (1982). Porém, a saga de vingança de Amleth é algo que existe já há séculos, que serviu de inspiração para a criação de outros contos, mas ganhando a sua merecida adaptação cinematográfica agora e antes tarde do que nunca. Além disso, o perfeccionismo do cineasta faz com que até esqueçamos que a história provoca esse déjà-vu e só por isso já é um grande feito.

Símbolo sexual e com atuações marcantes como na série "Big Little Lies", Alexander Skarsgård obtém aqui a melhor atuação de sua carreira, cujo o seu desempenho físico nas cenas de luta não ofuscam o lado emocional que precisa na construção do personagem. Seu  Amleth é um ser que transita entre a razão, desejo de vingança e quase loucura que ele transmite através do seu olhar em momentos da mais pura explosão e que tememos pelo pior que venha acontecer. É uma pena, portanto, que os demais do elenco não conseguem obter esse mesmo grande empenho, porém, Nicole Kidman, Ethan Hawke, Anya Taylor-Joy, Willem Dafoe e até mesmo a cantora Bjork cumprem os seus respectivos papeis com a competência da qual se exige neste tipo de produção.

Embora previsível em seu derradeiro final, "O Homem do Norte" é desde já uma das grandes surpresas desse ano, ao ser brutal, visualmente arrebatador e contagiante pelo seu lado cru.  


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO de 26 de maio a 01 de junho de 2022

SESSÃO COMENTADA DE NOSFERATU ABRE A MOSTRA MURNAU!

A abertura da mostra MURNAU!, organizada pelo Goethe-Institut Porto Alegre e pela Cinemateca Capitólio, apresenta neste sábado, 28 de maio, às 18h, uma sessão especial de Nosferatu, clássico que celebra o centenário em 2022, em um DCP restaurado pela Fundação Murnau. A sessão será comentada por Anelise De Carli, pesquisadora em Filosofia da Imagem, Teoria do Imaginário e Cultura Visual. Todas as pessoas podem pagar meia entrada (R$ 5,00) na mostra.


Mais informações:  http://www.capitolio.org.br/novidades/5062/murnau-100-anos-de-nosferatu-e-outras-obras-primas/


ALIENÍGENAS, BIZARRICE E DELÍRIO NO PROJETO RAROS DE ENCERRAMENTO DA MOSTRA O CINEMA VEIO DO ESPAÇO

Nesta sexta-feira, 27/05, a partir das 19h30, uma edição especial do Projeto Raros encerra a mostra O Cinema Veio do Espaço. No programa: um longa-metragem surpresa que foi comentado em todo o mundo em 2022 (80 minutos) e o cultuado e delirante sci-fi iugoslavo Visitantes da Galáxia Arkana (1981, 85 minutos), de Dusan Vukotic, o primeiro estrangeiro premiado na categoria melhor curta de animação no Oscar. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5067/projeto-raros-especial-filme-surpresa-visitantes-da-galaxia-arkana/


REPRISES DA MOSTRA O CINEMA VEIO DO ESPAÇO

A pedido do público, a Cinemateca Capitólio apresenta quatro reprises da mostra O Cinema Veio do Espaço. Entre 28 de maio e 01 de junho, serão exibidos novamente O Segredo do Abismo, de James Cameron, Superman – O Filme, de Richard Donner, Destino Especial, de Jeff Nichols, e O Último Guerreiro das Estrelas, de Nick Castle. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/programacao/


GRADE DE HORÁRIOS

26 de maio a 01 de junho de 2022


26/05 (quinta) 

15h – Cocoon 

17h – Destino Especial 

19h – Contato 


27/05 (sexta) 

15h – E.T. – O Extraterrestre 

17h30 – O Dia em que a Terra Parou 

19h30 – Projeto Raros Especial: filme surpresa + Visitantes da Galáxia Arkana 


28/05 (sábado)

15h30 – O Segredo do Abismo

18h – Nosferatu + debate 


29/05 (domingo)

15h30 – Superman - O Filme

18h – Caminhada Noite Adentro

20h – A Última Gargalhada


31/05 (terça)

15h – Destino Especial

17h – Fausto

19h – Aurora


01/06 (quarta)

15h – O Último Guerreiro das Estrelas

17h – O Pão Nosso de Cada Dia

19h – Tabu

Confira a minha análise especial sobre os 100 anos de Nosferatu clicando aqui. 

terça-feira, 24 de maio de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Felicidade Das Coisas'

Sinopse. Uma casa de veraneio, com piscina. Em A Felicidade das Coisas, Paula, de quarenta anos, provavelmente tinha expectativas muito tranquilas em relação às férias que passaria ali. Mas, ela passa o verão, grávida de seu terceiro filho, em uma casa apertada que está uma bagunça completa. 

O Brasil pós-golpe de 2016 fez com que aqueles que apoiaram aquele circo horrores sentirem aos poucos os fatídicos resultados. A classe média, por exemplo, é uma que viu sentir no bolso os efeitos e que hoje, mesmo não admitindo, reconhece o quanto estavam errados. "A Felicidade Das Coisas" (2022) vem para nos dizer que o bem material pode ser escasso nestes tempos indefinidos, mas que jamais irá substituir a felicidade encontrada na simplicidade do dia a dia que vai sendo adquirido.

Dirigido por Thaís Fujinaga, a trama se passa em uma casa de veraneio, com piscina.  Paula (Patrícia Saravy)  de quarenta anos, provavelmente tinha expectativas muito tranquilas em relação às férias que passaria ali. Mas, ela passa o verão, grávida de seu terceiro filho, em uma casa apertada que está uma bagunça completa. Sem o marido, mas com a mãe (Magali Biff), seu filho e filha pré-adolescentes distantes. A casa fica perto de um rio, uma praia não muito charmosa e um clube caro. A alardeada piscina foi jogada de lado no jardim. Não há dinheiro para instalá-lo, mas isso é só o começo.

Assim como foi apresentado em filmes como "A Que Horas Ela Volta? (2015) e "Domingo" (2018), Thaís Fujinaga nos mostra o dia a dia de uma família não muito diferente da vida real, da qual a mesma se torna interessante através dos seus diálogos familiares e que aos poucos vamos conhecendo os seus dilemas dentro da trama. A piscina, por exemplo, se torna um símbolo de uma felicidade para a poucos, já que Paula tenta investir a todo custo para poder adquiri-lo, mas cuja a crise financeira e as falsas promessas do marido acabam fazendo com que o sonho se torne um pequeno pesadelo. Por conta disso, a piscina se torna um elefante no meio da sala, mas que aos poucos ela se torna secundária.

Thaís Fujinaga procura construir um cenário acolhedor para os personagens dentro da trama, mesmo quando a mesma de sinais da divisão de classes, seja entre Paula e o Pescador, ou quando a família sente na pele que a diversão pode sair caro em um clube que deveria ser para todos os presentes. Com diálogos afiados, os personagens principais, principalmente a mãe e filha, se tornam familiares perante os nossos olhos, pois os seus conflitos não são muito diferentes do lado de cá da tela e fazendo com que simpatizemos com elas facilmente. A mãe, por exemplo, demonstra jovialidade e força para ajudar a sua filha e netos, mas não escondendo em seus olhos a sua própria história vinda do passado e tentando encontrar um objetivo ao longo do percurso.

Com uma bela edição e fotografia, Thaís Fujinaga guia os seus personagens quase a beira do precipício, mas fazendo com que os mesmos desfrutem da simplicidade em meio a uma realidade que dá todas as chances de eles desistirem, porém, não tão facilmente. Os problemas, sejam eles criados através da crise atual ou não, podem ser vencidos desde que as pessoas comecem a pensar mais em seguir em frente do que pensar em achar uma solução para todos os problemas mundo. Não se pode obter tudo, mas sobreviver através do pouco talvez seja o único meio de nos mantermos vivos enquanto a tempestade não passe ao longo desse tempo.

"A felicidade Das Coisas" fala sobre um Brasil em busca da felicidade em meio a simplicidade, pois o poder de adquirir muito se tornou para poucos, mas não significa que os mesmos adquiriram a fórmula do sucesso. 


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Cine Dica: Murnau! 100 anos de Nosferatu e outras obras-primas

 Mostra especial celebra 100 anos do marco expressionista com cópia restaurada

De 28 de maio a 8 de junho, a mostra MURNAU!, organizada pelo Goethe-Institut Porto Alegre e pela Cinemateca Capitólio, apresenta em Porto Alegre sete filmes dirigidos por Friedrich Wilhelm Murnau, um dos maiores realizadores da história do cinema, no ano das celebrações do centenário de Nosferatu, marco do Expressionismo Alemão. Para marcar a circunstância histórica, a abertura da programação apresenta a cópia do filme lançado em 1922 restaurada pela Fundação Murnau, em sessão comentada por Anelise De Carli, pesquisadora em Filosofia da Imagem, Teoria do Imaginário e Cultura Visual.

A mostra cobre o período alemão da filmografia de Murnau com Caminhada Noite Adentro, sua obra mais antiga entre as preservadas, em cópia restaurada pelo Museu de Cinema de Munique, e duas obras-primas que moldaram o cinema silencioso: A Última Gargalhada, experimentação narrativa que dispensa intertítulos, e Fausto, superprodução cinematográfica da lenda popular alemã que inspirou Johann Wolfgang von Goethe a escrever um de seus textos mais influentes.

As singulares realizações de Murnau nos Estados Unidos, antes da sua prematura morte, em 1931, em um acidente de carro nas estradas de Santa Bárbara, também fazem parte da programação: Aurora, expressão máxima da invenção do cinema silencioso, o drama social O Pão Nosso de Cada Dia e sua última obra-prima, Tabu, realizada em parceria com o documentarista pioneiro Robert Flaherty na Polinésia Francesa.


MURNAU!

100 anos de Nosferatu e outras obras-primas

28 de maio a 8 de junho

Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre)


Ingressos: R$ 5 | Classificação: 12 anos

Programação completa:

http://www.capitolio.org.br/

https://goethe.de/portoalegre


28/05 • SÁBADO

18h • Nosferatu

exibição do DCP restaurado + debate com Anelise De Carli


29/0 5 • DOMINGO

18h • Caminhada Noite Adentro

20h • A Última Gargalhada


31 /0 5 • TERÇA-FEIRA

17h • Fausto

19h • Aurora


01 /0 6 • QUARTA-FEIRA

17h • O Pão Nosso de Cada Dia

19h • Tabu


03/0 6 • SEXTA-FEIRA

16h • Aurora

18h • Caminhada Noite Adentro


04/0 6 • SÁBADO

18h • Fausto


0 5/0 6 • DOMINGO

18h – O Pão Nosso de Cada Dia


07/0 6 • TERÇA-FEIRA

15h • Aurora

17h • A Última Gargalhada


0 8/0 6 • QUARTA-FEIRA

15h • Tabu

17h • Fausto


NOSFERATU (Nosferatu, 1922)

Alemanha, 95 min, DCP restaurado

Subtítulos em alemão, legendas em português

Uma viagem de negócios leva o corretor Hutter para a Transilvânia. Lá ele conhece o sinistro Conde Orlok. A peste e a morte trazem ruína aos moradores Wisborg junto com a presença de Orlok. Ellen, a esposa de Hutter, vê apenas uma maneira de salvar a cidade.


CAMINHADA NOITE ADENTRO (Der Gang in die Nacht, 1921)

Alemanha, 80 min, Digital restaurado

Subtítulos em alemão, legendas em português

Um proeminente jovem médico se vê encantando por uma dançarina e larga tudo para ficar com ela. O casal abandona a cidade para morar no campo, mas a presença de um sinistro pintor cego faz as coisas mudarem drasticamente


FAUSTO (Faust, 1926)

Alemanha, 89 min, Digital

Subtítulos em alemão, legendas em português.

Fausto é um velho alquimista que vê sua cidade ser assolada pela peste. Vendo tanta morte, começa a pensar sobre sua própria finitude. Seduzido, ele então faz um trato com Mefistófeles, cedendo-lhe sua alma em troca da eterna juventude. Tudo corre bem, até que Fausto se apaixona por uma jovem, mas suas ações trarão tragédia para vida da bela moça.


A ÚLTIMA GARGALHADA (Der Letzte Mann, 1924)

Alemanha, 77 min, HD

Subtítulos em alemão, legendas em português.

Um velho porteiro de um hotel de classe é substituído por um empregado mais jovem e reposicionado como ajudante de lavatório. Sendo seu emprego de porteiro o maior orgulho de sua vida, e agora ridicularizado por seus vizinhos e amigos, o velho homem volta ao hotel à noite, em busca de seu antigo uniforme, símbolo de sua glória passada.


AURORA (Sunrise: A Song of Two Humans, 1927)

Estados Unidos, 95 min, HD

Subtítulos em inglês, legendas em português

Seduzido por uma moça da cidade, um f azendeiro tenta afogar sua mulher, mas desiste no último momento. Esta foge para a cidade, mas ele a segue para provar o seu amor


O PÃO NOSSO DE CADA DIA (City Girl, 1930)

Estados Unidos, 77 min, HD

Subtítulos em inglês, legendas em português

Uma jovem garçonete trabalha em uma lanchonete de Chicago, mas sonha com uma vida tranquila, longe da cidade grande. Até o dia em que ela conhece um jovem camponês, sentado no balcão e tem início uma história de amor


TABU (Tabu, 1931)

Estados Unidos, 84 min, HD

Subtítulos em inglês, legendas em português Pescador de uma aldeia do Taiti se apaixona por uma garota. Só que ela é consider ada "tabu" depois de ser condenada pelos deuses a não se apaixonar ou se entregar a qualquer homem. Mas o amor entre os dois é mais forte que o próprio tabu e eles fogem para escapar dessa maldição.


Confira a minha análise especial sobre os 100 anos de Nosferatu clicando aqui. 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'A Fratura'

Nota: Filme exibido para os associados no último sábado (21/05/22).

Sinopse: Raf e Julie, um casal prestes a se separar, estão em um pronto-socorro na noite de um grande protesto dos 'coletes amarelos' em Paris. O encontro com Yann, um manifestante ferido e furioso, vai chacoalhar suas certezas e preconceitos. 

Em tempos atuais, em que a política mundial está cada vez mais turbulenta devido aos retrocessos pregados por alguns governos, isso acaba gerando um grande atrito dentro da própria sociedade e fazendo com que a mesma se dívida ao longo que o tempo passa. Porém, quando tudo sai controle, é notório que o lado humanista do ser humano acabe aflorando, pois se torna o único meio para não serem sucumbidos por tanto ódio. "A Fratura" (2021) fala sobre situações que, quanto mais se aperta, mais o ser humano terá a capacidade de se superar perante as adversidades insanas.

Dirigido por Catherine Corsini, o filme conta a história de Raf e Julie, um casal prestes a se separar, mas que se encontram em um pronto-socorro na noite de uma manifestação parisiense dos Coletes Amarelos. O encontro deles com Yann, um manifestante ferido e furioso, destruirá as certezas e os preconceitos de todos. Lá fora, a tensão aumenta. O hospital, sob pressão, deve fechar as portas. A equipe está sobrecarregada.

O primeiro ato começa de forma interessante, onde nos é apresentado o casal central, o manifestante dos coletes amarelos e a enfermeira do hospital que terá papel primordial dentro da trama. Cada um é apresentado de uma forma até mesmo bem humorada, principalmente o casal central, interpretadas pelas veteranas atrizes francesas Valeria Bruni Tedeschi e Marina Foïs e cujo os seus desempenhos cheios de energia acabam enchendo a tela. Porém, na medida em que a trama avança, principalmente dentro do hospital, o tom do filme muda e gerando até mesmo grande tensão ao longo que o tempo passa.

Embora os conflitos políticos sejam os catalizadores que levaram esses personagens a ficarem dentro desse cenário, o mesmo acaba se tornando secundário, pois quando as situações fogem do controle as opiniões e os atritos acabam sendo esquecidos, pois cabem essas pessoas se unirem antes que tudo mais piore. O personagem Yann, por exemplo, é o típico manifestante truculento contra o governo, mas que não esconde o seu lado doce no momento em que as diferenças não irão ajuda-lo enquanto não se prestar em ajudar aqueles que se encontram em uma situação até mesmo pior do que a dele. Interpretado pelo ator Pio Marmaï, esse personagem acaba adquirindo contornos dramáticos, até mesmo trágicos e fazendo com que nós, aos poucos, simpatizemos com ele como um todo.

Tecnicamente o filme é perfeito na questão de gerar em nós uma grande tensão na medida em que as manifestações nas ruas fogem do controle e ameaçando o ambiente daquele hospital onde se encontra diversas pessoas que precisam de ajuda. Do segundo ao terceiro ato final o filme acaba se tornando uma verdadeira montanha russa, claustrofóbica e fazendo a gente temer pelo destino daqueles personagens que nos simpatizamos ao longo da história. Destaque para enfermeira central da trama, da qual a mesma protagoniza um dos momentos mais tensos da trama ao lado de um enfermo completamente fora de si.

Ao final, nós constatamos que todos ali são iguais perante uma situação fora de controle e cujo os posicionamentos, sejam eles políticos ou religiosos, se tornam inúteis e cabe a razão despertar perante o lado truculento do ser humano. Infelizmente levará um bom tempo para a sociedade parar de se digladiar uns com os outros, mas até lá nunca é demais cada um dar o seu bom exemplo. "A Fratura" é sobre o humanismo se sobressaindo perante os conflitos gerados pela política e fazendo com que elas esqueçam as diferenças antes que sejam consumidas pela dor e a raiva. 


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