Sinopse: O governo dos
Estados Unidos ordena o recrutamento dos piores criminosos para uma importante
missão, que visa acabar com uma entidade misteriosa e aparentemente impossível
de se derrotar. É justamente isso que o governo precisa, de bandidos que
praticamente não têm nada a perder. Mas será que eles estão dispostos a
arriscarem suas vidas em nome da lei?
Ótimos trailers, visual pop
e uma trilha sonora que faz qualquer um correr para baixar na internet. Foi
assim ao longo dos meses em que a Warner/DC vendeu Esquadrão Suicida, filme que
conta com a formação de vilões para missões suicidas, mas que só com essa
premissa já vendia o filme de bom grado. O problema é que os fãs de HQ, mais os
fãs que nasceram assistindo e curtindo o material promocional, criaram tanta
expectativa com relação a esse filme que muitos podem se decepcionar com o
resultado final da obra, mas não significa que seja uma bomba.
Dirigido por David Ayer (do
ótimo Corações de Ferro), o filme já começa muito bem, ao nos apresentar cada
um dos personagens através de um criativo flashback, onde o 3D, aliás, cumpre
muito bem o seu propósito. Através das palavras, e dona iniciativa esquadrão X,
Amanda Waller (Viola Davis, ótima), podemos conferir um pouco as motivações de
cada um dos personagens e do por que deles terem ido atrás das grades. Claro
que estamos falando de inúmeros personagens e nem todos claro, puderam ter o
seu espaço necessário para ser mais bem desenvolvido.
Desses flashbacks, se
destacam Pistoleiro (Smith), Arlequina (Margot Robbie) e com o seu desejo
doentio pelo Coringa (Jared Leto). É aí que o filme já começa com os seus
trunfos e desleixos, pois se Smith cumpre bem o seu papel, principalmente com
boas motivações dramáticas, a origem da relação dos dois palhaços do crime
poderia ter sido mais bem elaborada. Ao invés disso a apresentação de ambos é
muito rápida e fazendo a gente desejar mais pela presença dos dois juntos em
cena.
Portanto, quem esperava por
mais cenas de Jared Leto como Coringa, pode se decepcionar, mas ao mesmo tempo
ele nos convence de que cumpriu o seu trabalho em criar um Coringa diferente do
que já foi visto antes. Não espere por algo digno de Oscar, pois o roteiro e
tempo dado de projeção não lhe dá essa oportunidade para tal feito, mas podemos pelo menos
torcer para que ele retorne num futuro novo filme do Batman. Quem se saiu
melhor é Margot Robbie com a sua versão de Alerquina, pois atriz soube compreender a essência, o que é a personagem e criando então uma mulher louca, imprevisível e
incompreensível, pois não há muita lógica na origem desse amor que ela sente
pelo psicopata palhaço.
Apesar dos citados acima
serem a alma do filme, é bom salientar que os outros personagens se destacam,
mesmo com pouco tempo em cena como já havia dito. Magia (Cara Delevingne) é uma
personagem trágica, cujo seu primeiro visual em cena se destaca. Infelizmente,
parece que os roteiristas quiseram elevar o seu poder e transformando ela numa
mistura de vilã dos Caça Fantasmas com a Maligna de He-Man. O resultado são
efeitos visuais formando o visual da personagem, mas que soam desnecessários
para trama e que não precisava necessariamente disso.
Outro que se destaca é El
Diablo (Jay Hernandez), talvez, com as motivações mais bem apresentadas na
trama Com um passado trágico, o personagem se encontra deslocado no grupo, pois
não quer se envolver e tão pouco busca uma redenção pelo que já fez. As circunstâncias fará para que ele aja em ação e gerando bons momentos no filme.
Mas estamos falando de um
grupo formado para derrotar perigos contra humanidade. A meu ver, esse perigo
quando surge é o que menos importa, pois nos interessamos mais pela interação
desses personagens um com o outro e como eles saberão trabalhar em equipe,
quando na realidade eles não estão nem ai em salvar a humanidade, até certo
ponto é claro. Quando o grupo é jogado
numa cidade para enfrentar determinado mal, curtimos a criação gradual da união
da equipe e os momentos de pausa onde eles revelam o outro lado de suas
personalidades: a cena em que todos param para beber num bar e colocar para
fora as suas dores é minha parte preferida do filme.
Quando então os personagens
precisam agir para sobreviverem, as cenas de ação são eficazes, mas não espere por
nada glorioso, mas sim um clima meio pé no chão com relação a elas. Dito isso,
quando a trupe precisa encarar a entidade do mal da trama, eis que é um momento
que oscila entre eficaz e desleixo, pois os efeitos visuais aqui, por vezes, se
tornam o verdadeiro vilão da trama e que poderiam ter sido, não bem elaborados,
mas sim apresentados em menor grau. É o calor humano do grupo que é a melhor
coisa do filme e não é efeito visual que irá substituir ou melhorar isso, mas é
um assunto que, infelizmente, os produtores da Warner ainda não entendem ou não
querem saber.
Mesmo com os seus altos e baixos, Esquadrão Suicida é um filme
com potencial para atrair um grande público, mas se tivesse sido 100% melhor
elaborado, aí sim o céu seria o limite para esses personagens vilanescos, porém,
humanos.
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